Lobo de Rua

Lobo de Rua Jana P. Bianchi
Jana P. Bianchi




Resenhas - Lobo de Rua


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fev 13/01/2021

3,5

Estou abaladíssimo com o penúltimo capítulo. Eu não esperava que aquilo fosse acontecer. Nunquinha mesmo. O último capítulo deixou possibilidades para uma nova história. Eu que comecei não dando nada já estou querendo a próxima para entender o Téo e o que significa ser minotauro.
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Tamires 02/12/2016

Lobo de Rua, de Jana P. Bianchi
Sinopse: “Raul é um morador de rua, um homem invisível e desgraçado como tantos os outros. Como se sua desgraça não fosse suficiente, Raul contrai a maldição da licantropia, tornando-se um lamentável lobo de rua. Tito Agnelli não compartilha do abandono de Raul, mas conhece muito bem a sensação de ser rasgado por dentro, todos os meses, pela coisa vil que se abriga nele. Assim, compadecido com o sofrimento do recém-transformado, Tito acolhe Raul na Alcateia de São Paulo, extinta até então por falta de lobisomens residentes na Pauliceia. Depois de décadas de contaminação, Tito conhece cada detalhe da maldição que o transforma em lobisomem. Além disso, conhece também a Galeria Creta, um lugar em São Paulo onde ele e outros dos seus são bem vindos nas noites de lua.

Basta pagar o preço.”

Lobo de Rua, da autora Jana P. Bianchi, é o mais novo lançamento da Editora Dame Blanche, disponível para compra em e-book na Amazon e em outras plataformas online. Aqui, conhecemos o jovem Raul, um menino de rua que transforma-se em lobisomem e não sabe lidar com mais esse problema em sua vida. Surge, então, Tito, um imigrante italiano, lobisomem experiente, que se dispõe a ajudar o garoto em sua nova realidade.

Jana P. Bianchi ambienta sua história de lobisomem em São Paulo, e isso é maravilhoso! A autora mostra que sim, é possível escrever fantasia de qualidade sem usar como cenário a Europa ou algum lugar fictício que claramente situa-se no velho mundo. Lobo de Rua é uma história envolvente, portanto, de leitura rápida, que consegue nos deixar próximos não só do sofrimento de Raul, mas também de sua realidade, como um menino desabrigado e a margem da sociedade brasileira.

“ – Vixe – lamentou Raul, seu instinto alarmado e preocupado pelo simples conceito de antagonistas à sua nova raça. – Espero mesmo não ter atraído um caçador. Não sabia de nada disso.

– Ah , não, garoto, acho que cheguei a tempo desta vez. Quando senti você no mês passado, tratei de monitorar a Folha, o Estadão, a Globo.com. Não saiu nada muito óbvio, fica tranquilo, você foi até que bem discreto. E, de todo o modo, não temos mais nenhum grande caçador residente em terras brasileiras. O último, Onofre Fagundes, morreu no início da década de oitenta, em uma expedição de caça na Floresta Amazônica, mordido por uma das mais malditas criaturas dos infernos.

– Por um lobisomem? – Perguntou Raul.

– Não…

– Vampiro, então?

– Não, pô. Por um mosquito – disse Tito, dando uma risada amarga e rouca. – Malária, vê se pode. Uma ironia dos caralhos, não?”

A edição da Dame Blanche traz, ainda, uma breve entrevista com a autora, da qual, aliás, já virei fã. Posso dizer, pela primeira vez, que adorei uma história de lobisomem. Já quero mais.

site: http://www.tamiresdecarvalho.com/resenha-lobo-de-rua-de-jana-p-bianchi/
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Aninha de Tróia 26/08/2015

Gostei da história. A escrita da autora e simples e sem enrolação, os personagens principais são muito interessantes e os secundários me deixaram bem curiosa. Achei meio curto, mas o final foi fofo. Esperando o próximo volume.
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Alecio Miari 06/02/2021

Este foi o meu feedback para a autora. Batemos um papo online e ela me explicou algumas outras coisinhas do livro...
Eu não sei se gostei ou não! Que porcaria de comentário né? Eu sei, odeio escrever isso. Mas a verdade é que eu fiquei morrendo de vontade de ler Lobo de Rua porque não vi uma única crítica negativa, muito pelo contrário. Todas as pessoas que leram deram nota máxima e classificaram como "melhor livro do ano" ou "melhor nacional do ano". Pessoas inclusive que leram Arkhaika com uma proximidade de tempo entre ambas as leituras elegeram Lobo de Rua como o preferido e eu fiquei muito curioso para saber sobre esta trama. Foi o que aconteceu comigo quando comecei a ver pipocarem comentários sobre o livro "Limbo" do Thiago D'evecque.

Antes de começar minhas considerações quero ver se entendi direito a história.
Quem transforma os caras em lobisomem é o próprio minotauro que manda as meninas de olhos com cores diferentes terem relação com os meninos. O Téo é um dos candidatos a se transformar por causa da visão e por isso o Minotauro enviará uma das suas meninas para ele.
A ideia dele então é manter os negócios rentáveis vendendo ingressos para as criaturas do submundo assistirem os caras se transformando. E a cigana está envolvida no esquema, assim como o Tito, certo?

Bom, com todo este quadro na cabeça formo minha opinião: sem opinião. Explico: eu acho uma ideia muito boa e acho que sua escrita é maravilhosa. Os grandes pontos altos foram a descrição deles no ônibus e comendo um sanduíche de mortadela, assim como o encontro com a cigana. Eu me vi chegando naquele local escuro e assustador e assisti com grande entusiasmo a consulta dela (tanto dentro da sala de consulta, quanto da sala que ela mantinha os lobisomens.
O ponto baixo que foi onde me pegou e me fez ficar nesta indecisão sobre o que achar da narrativa como um todo foi a explicação sobre o por quê o Minotauro possui este esquema. Gira tudo em torno do dinheiro porque ele vende ingresso para a galera do submundo assistir os caras transformando, tá mas e aí? Eu gostaria muito de ler um capítulo inteiro dedicado à explicação de como ele gerencia seus negócios e como ele lida com seus informantes/ empregados. Ele possui controle sobre a transformação de outros seres ou se limita aos lobisomens? O ganho acaba sendo muito sazonal, já que temos lua cheia uma vez por mês somente.

A sua escrita descritiva é ótima, você me dá um baile neste quesito. Parabéns! A ideia em si foi uma ótima sacada. Uma história de lobisomem trazendo o lado sujo da coisa, tirando o romance meloso. Boa! Faltou na minha opinião amarrar este último nó que ficou solto...

Um pensamento que me ocorreu foi que talvez eu tenha elevado muito minhas expectativas em cima de todas as ótimas críticas que Lobo de Rua recebeu.
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Élinson 31/12/2020

Uivando no bairro logo ao lado
Gostei! O livro traz um respiro novo para a literatura de fantasia e para a lenda, neste caso, ambientada nas ruas de São Paulo.

site: http://o-taberneiro.blogspot.com/
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thiagolee 23/09/2015

Muito bem escrito
Lobisomens, vampiros e afins são temas recorrentes na literatura mundial, então é de se esperar que muitos ignorem "mais um" livro sobre o tema. Entretanto, não dar uma chance a Lobo de Rua é perder uma grande oportunidade.

O livro conta a história de Raul, garoto de rua que se torna enfermo de licantropia. Aqui, ser um lobisomem é uma disfunção, uma mazela, uma enfermidade, bem diferente dos lobisomens romantizados e super-poderosos que vemos por aí. O relato de Janayna é brutal e visceral ao nos levar ao submundo de São Paulo, onde habitam criaturas horrendas.

Ah, e se não bastasse, a escrita dela é excelente. Muito acima da média dos escritores independentes nacionais que já li.
Gerson Donizete 30/09/2015minha estante
Sou muito econômico com as palavras; então irei direto ao ponto: GOSTEI. Livro sem muitas pretensões no que se refere ao rebuscamento; só não gosto da ideia de que ainda vou ter que esperar para ver os livros que virão por aí; digo "livros", porque há personagens muito densos e fortes a serem explorados, ou seja excetuando Raul, que se foi (será?) todos os outros são possibilidades incríveis de desenvolvimento.
Janaína, se o que você queria era chamar a atenção, seguramente você conseguiu; agora cabe a você atender as expectativas; e, aqui para nós, as minhas não são poucas.
Parabéns.




Paulo 11/06/2017

Construir uma história em um ambiente familiar é uma forma de chamar a atenção dos leitores para uma descrição única e precisa. Mas, nem sempre quem mora em um lugar consegue descrever o cenário de forma competente. Não é o que acontece aqui: Jana P. Bianchi nos guia para o submundo da cidade de São Paulo onde as aparências enganam. Sejam bem-vindos à Galeria Creta onde o dono é um Minotauro e os principais clientes são lobisomens.

Lobo de Rua conta a história de Raul, um menino de rua que descobre possuir uma maldição em seu corpo. Durante a lua cheia, Raul se transforma em uma terrível besta cuja fome é insaciável. Para a sorte de Raul, ele encontra um estranho chamado Tito que parece entender do que Raul está passando. Tito também é um lobisomem, mas com mais experiência. O estranho abriga Raul e tenta explicar um pouco sobre sua nova condição. Procura acalmar o rapaz e aponta as nuances da difícil vida de um lobisomem. Em seguida, Tito leva Raul até a Galeria Creta onde eles poderiam se abrigar durante uma noite de sua terrível fúria de lobisomem. O livro também conta a história de Teo, um rapaz que faz aniversário naquele dia e é levado por sua amiga Bruna até a casa de Soraia, uma cigana que diz prever o futuro. Apesar da relutância inicial de Teo e sua descrença, será que Soraia é realmente uma fraude? Ou existe algo mais nas previsões da cigana?

O aspecto que mais chama a atenção na escrita de Jana é a familiaridade. Também senti essa familiaridade quando li A Liga dos Artesãos de Lauro Kociuba. Mesmo aqueles que não vivem no lugar, se sentem acolhidos e familiarizados com a ambientação da narrativa. Sendo assim, a autora pode se preocupar mais com a caracterização dos personagens já que a ambientação funciona bem. Gostei da descrição da Galeria Creta, mas achei que ela poderia ter explorado mais esse ambiente. Acredito que a autora retome o espaço underground em outros trabalhos.

Os personagens são bem construídos. A autora consegue passar bem toda a decadência e miséria da vida de um menino de rua. Isso sem passar uma ideia de vilania ou de estupidez ao personagem. Raul é apenas uma pessoa que foi abandonada e foi obrigado a passar por maus bocados. Isso não faz do personagem um coitadinho ou uma pessoa com melancolia excessiva. Muito pelo contrário: Raul é esperto e consegue pegar as dicas de Tito rapidamente. A relação entre Tito e Raul é, a grosso modo (bem grosso modo mesmo), semelhante à de Lestat e Louis nas Crônicas Vampirescas de Anne Rice. Tito tenta agir como um mentor para Raul, mas existe algo mais em suas intenções que só ficarão claras posteriormente. Mesmo os personagens secundários como o Minotauro, Teo, Soraia e Bruna são explorados de maneira decente pela autora. Os personagens são bem redondos, ou seja, são caracterizados de forma a serem realmente individuais e não pontos perdidos na história.

Achei que a autora se dedicou muito ao capítulo explicativo da história, ou seja, o momento em que Tito explica a Raul a sua maldição. É o capítulo mais longo e ele é simplesmente uma sequência de diálogo, mitologia e conclusão sobre o que foi dito. Alguns autores chamam de data dumping, ou seja, é quando o autor precisa trabalhar os limites aonde o fantástico se distancia do real. Explora os sistemas de magia, as informações sobre o universo literário, as relações entre os personagens. Isso pode ser feito de diversas formas: nos diálogos (como a Jana fez), através de um terceiro personagem que pergunta tudo, através de uma descrição aprofundada (estilo do Tolkien) ou através de múltiplos Pontos de Vista (usado por George R. R. Martin). Achei a forma como a autora fez o data dumping correta, mas acho que ela poderia ter espalhado mais as informações entre os demais capítulos. Não é ruim, ainda mais sendo que o livro é pequeno, mas incomoda um pouco. Acabou que o desenvolvimento do enredo se deu mais a partir da segunda metade do livro quando ele pega velocidade. Essa é a melhor parte de Lobo de Rua. O começo é muito devagar, o que pode afastar um pouco alguns leitores.

No mais, adorei a leitura. Rápida, divertida e intrigante. Jana deixou muitos pontos de enredo aberto para explorar em livros subsequentes. Ela conseguiu escrever uma história fechada, mas alguns personagens permanecem para que retornemos posteriormente à Galeria Creta. E desejo retornar para me deparar com personagens diferentes e histórias curiosas. Posso dizer sem medo que a escrita da Jana tem muito a evoluir, e poderemos estar presenciando o nascimento de uma grande escritora de fantasia urbana.

site: www.ficcoeshumanas.com
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Dudu 10/02/2016

Pena que acaba rápido
Fico muito feliz de ver como a fantasia nacional está bem servida.

O livro é ótimo e retrata muito bem como é a vida de um morador de rua em uma cidade grande. Nos faz refletir bastante sobre a vida de pessoas que não possuem nada, que vivem todos os dias sem perspectivas.

Tudo isso recheado com uma raça lendária: Lobisomens! Esse tipo de criatura aparentemente funciona muito bem na fantasia urbana, nunca li outros livros do gênero, mas me lembrei de quão bem funcionou no jogo The Wolf Among Us da Telltale. A escrita é maravilhosa e nos faz sentir as dores e aflições dos personagens.

O único defeito na minha opinião é que acaba rápido.

Por mais que eu entenda que a história que autora quis contar não precisasse de muito mais páginas do que o livro possui, gostaria de mais um tempinho nesse universo para conhecê-lo melhor. Que venham mais livros!
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Li Caldas 25/06/2017

Fantasia urbana excelente
Quando comprei o livro, achei que seria um livro infantojuvenil, mas me enganei completamente. Trata-se de uma fantasia urbana, com um leve toque de terror. O livro, apesar de curto, tem uma história muito rica e o melhor, se passa em São Paulo. Achei ótimo, porque a maioria de livros que li sobre lobisomens são de outros países... Muito bom! Gostaria de ler mais histórias sobre a Galeria Creta.
Recomendadíssimo! Vale muito a pena a leitura.
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Victor 27/10/2017

Leitura fluída
A primeira história que li da Jana P. Bianchi foi no Wattpad, um conto chamado Saindo do Lugar no Armário. Nele, eu notei que havia segurança na escrita da autora e que cada palavra contava. Com Lobo de Rua não foi diferente. Jana sabe escolher as palavras certas pra dizer (ou mostrar) o que quer, então isso faz com que a leitura flua com leveza. As descrições são excelentes, a história não demora a engatar e a autora deu atenção a detalhes que normalmente passam batidos por outros autores do gênero, o que enriqueceu ainda mais o livro, além de ter revigorado esse tipo de história.
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Carol Vidal 12/01/2018

Cativante
Lobo de rua é um livro que gera identificação imediata com os personagens. Já nas primeiras páginas, nos importamos com destino tão cruel de Raul e queremos saber mais sobre Tito, um personagem fascinante. A escrita da autora é fluida e consegue prender o leitor.

Para mim, o mais interessante do livro foi a reflexão que ele gerou, de que por pior que seja a maldição de ser um lobisomem, nada se compara à invisibilidade e ao abandono de um morador de rua numa grande metrópole como São Paulo.

Recomendo fortemente a leitura e mal posso esperar por mais histórias nesse universo.
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Aninha de Tróia 15/11/2020

Li a primeira edição de Lobo de rua uns bons anos atrás. Não lembro de muita coisa, só de que gostei. Lendo essa edição da Dame Blanche, me surpreendi com como o livro é bem escrito. Gostei bastante dessa releitura e estou muito curiosa pra ler mais sobre a galeria Creta.
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Aline 09/04/2018

Lobo de rua é uma fantasia que se destaca pela crítica social, o que nem sempre é comum nesse gênero literário. Por ser de autoria nacional a obra é recheada de referências musicais, alimentares e relacionadas a locais na cidade de São Paulo, podendo facilmente familiarizar o leitor com o universo descrito.

Muito bem escrito, é um livro curto e de leitura rápida, instigando a curiosidade do leitor a cada página. Os capítulos iniciam com trechos do fictício Novus Codex Versiopelius, misturando realidade e ficção de maneira criativa ao desvelar conhecimentos “científicos” a respeito da licantropia.

A única objeção que apresento com relação ao livro é justamente relacionada à sua maior qualidade. São apresentados problemas sociais que não me agradam numa leitura de fantasia. Essa observação passa longe de ser uma crítica à obra, sendo apenas a manifestação do meu gosto literário. Aprecio livros de fantasia justamente para usá-los como lazer e fugir das dificuldades da vida real. Admiro a intenção da autora, reconheço a importância da obra e recomendo a leitura, porém não posso dizer que foi prazerosa em todos os momentos, e talvez esse seja justamente o maior mérito do livro.
JulioBarcellos 09/04/2018minha estante
Concordo que não é um livro que vá agradar a todos, e esse foco na crítica é bem pesado e denso, podendo desagradar. Mas a escrita da autora é ótima e envolvente, e também por fazer algo fora da curva pode ser que isso também surpreenda positivamente os leitores. Vale a leitura para cada um ter sua experiência.




Henrique 07/05/2018

RPGistas aprovarão!
Excelente livro. Uma pena ser muito curto. Há muito material no livro a ser desenvolvido.
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Camila 09/01/2016

Leia!
[Resenha completa no blog The Nerd Bubble]
O foco da história é Raul, um recém-transformado lobisomem enfrentando a dura realidade de ser morador de rua e agora licantropo, o que já não é fácil por si só. A transformação é horrivelmente dolorosa e ainda pode te levar a comer coisas indigestas - tipo pessoas. Tito Agnelli, lobisomem experiente, se apieda da situação do guri, o acolhe e tenta ensinar-lhe o básico para lidar com essa nova realidade. Além dos ensinamentos, é Tito quem apresenta Raul à Galeria Creta, um local seguro para passar as noites de lua cheia (sem comer ninguém). Mas tudo tem um preço, é claro.

O que mais gostei em Lobo de Rua e na escrita da Jana é o realismo; sempre fui da opinião que a verossimilhança é o mais importante quando escrevemos fantasia - ou seja, não é porque a história tem magia ou zumbis que as leis da física devem ser ignoradas e os mortos-vivos possam andar pelo teto (a não ser que seja o zumbi do Homem-aranha, aí talvez). Enfim, em Lobo de Rua tudo é cruelmente plausível e real do começo ao fim (especialmente no fim). Aqui não há lugar pra contos de fadas - o sobrenatural existe e não é coisa de criança.

Além do realismo, Jana tem um estilo de escrita bonito, técnico sem ser enfadonho, bem-humorado e sombrio em medidas proporcionais e nos momentos adequados. Eu ri, me emocionei, chorei e me contorci um pouquinho com a dor dos personagens. E isso é um baita elogio!

Por falar em personagens, não há o que reclamar. Tito e Raul são ambos profundos e muito bem construídos. Isso é, a propósito, outro elogio à autora: não deve ser fácil escrever tão bem um menino de rua, sendo que essa é uma realidade que conhecemos (em geral) superficialmente. Sei que Jana pesquisou bastante para criar Raul e isso reflete na história - eu acreditei na dor e nas ações dele, em sua humanidade. Tito, ao contrário de Raul, é um cara vivido e bem mais velho do que parece. Imigrante italiano, ainda usa algumas palavras no idioma nativo (o que eu acho uma graça, pra ser honesta). Também é uma graça e muito tocante o que passa na cabeça dele ao se relacionar com o garoto, tão sofrido e tão sozinho. Os outros personagens - a cigana Soraia, Téo e sua amiga, e o Minotauro - são tão reais quanto os outros, apenas não recebem tanta atenção na novela, o que será sanado em A Galeria Creta, eu espero.

Tendo apenas 112 páginas, alguns poderiam duvidar que a história seja satisfatória. Pois não duvidem; Lobo de Rua cumpre muito bem seu papel de prequela, deixando "pontas soltas" para o próximo livro, mas consegue também "resolver os assuntos" da própria novela. Não posso falar mais nada para não arriscar dar spoilers, porque tu NÃO vais querer estragar a experiência, então vou deixar apenas minha recomendação: se tu gostas de fantasia urbana, faça um favor a ti mesmo e leia Lobo de Rua.

site: http://mynerdbubble.blogspot.com.br/2016/01/review-lobo-de-rua-jana-p-bianchi.html
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