A queda do céu

A queda do céu Davi Kopenawa




Resenhas - A Queda do Céu


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Guilherme.Eisfeld 07/12/2022

Uma enciclopédia
Em tempos cada vez mais difíceis atrelados a uma falsa ideia de desenvolvimento, se torna cada vez mais necessário o conhecimento de quem sempre esteve nesta terra, que sempre a preservou, pois conhece a sua real importância.
Não foi uma leitura fácil, pela quantidade de elementos e visões. Poderia classificá-la como uma enciclopédia, diante de tantos aprendizados, cosmológicos, éticos, sociais e naturais. Tiro muito proveito, mesmo sabendo que toquei apenas sua superfície.
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Ninja 27/06/2022

Essencial para a história, presente e futuro desse país
Esse livro é essencial para todos que se considera brasileiros, pois tudo que é narrado nele acontece neste território identificado pelos portugueses no século XVI como "Brasil" quando iniciaram seu processo de colonização. As comunidades descritas na obra tem uma profundidade política, cultural, religiosa e social indescritíveis de tão complexas, que são descritas de forma impecável pelo xamã Yanomami. Agora imaginemos que existem (e muitas outras deixaram de existir) inúmeras outras comunidades com organizações tão complexas quanto nesse enorme território brasileiro e ficaremos perplexos ao pensar o quanto nossa sociedade atual ignora essa riqueza e, pior, a menospreza, subjulga, aniquila e dizima por meio de nossas epidemias, atividades extrativistas e poluição ambiental.
Enfim, recomendo muito essa leitura, para não só refletirmos o quão rico é o mundo fora dessa nossa pequena visão deturpada e egoísta, mas também para ouvir com cuidado a preocupação super legítima de Davi: se continuarmos com nosso modo de vida extrativista despreocupado, egoísta e desenfreado, vamos derrubar o ceu sobre nossas próprias cabeças.
Grigo 21/09/2022minha estante
Sabe me explicar o que significam as referências M que aparecem nas notas???




thales.gaspari 10/10/2022

Obrigatório
Com certeza o melhor livro que li este ano. Uma obra diferente de todas as outras, não consigo classificá-la e tão pouco acho que esteja apto a fazer uma resenha que lhe faça justiça.
O que posso falar é que me impressionou muito e mostrou o quanto desconheço do mundo e, especificamente, do Brasil. O livro apresenta uma visão lírica única e arrebatadora sobre o mundo, de um ponto de vista muito, muito diferente do nosso e nos faz refletir seriamente sobre a civilizacão. Todo mundo devia ler estas páginas, que por vezes são belíssimas e por vezes terríveis no que acusam.
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Fernanda.Deister 26/08/2023

Um livro necessário
Esse é um livro que eu sabia que mexeria com minha perspectiva de olhar o mundo, mas não achei que seria tanto. A narrativa é bem fluida e traz diversas reflexões sobre o povo da floresta, como eles enxergam o povo da mercadoria e os impactos irreversíveis que a invasão dos brancos trouxe aos Yanomami. Davi foi de uma sensibilidade enorme ao discorrer sobre tantas dores para nos dar a oportunidade de refletir. Esse livro é um aviso urgente, um pedido de ajuda já sufocado da necessidade de deixarmos a floresta e o seu povo em paz. Também achei interessante o postcriptum do Bruce Albert detalhando o processo da etnografia e da construção do livro. Recomendo muito a leitura
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Bela 22/01/2021

A Queda do Céu - Davi Kopenawa e Bruce Albert
A Queda do Céu, assim como apresenta o subtítulo de sua capa, é o relato de um Xamã yanomami, reunindo assim as palavras de Davi Kopenawa sobre a sua trajetória para se tornar um xamã, os anos de seu trabalho na Funai e as percepções dele e de sua cultura sobre questões ambientais, políticas e culturais.

“Vocês não me conhecem e nunca me viram. Vivem numa terra distante. Por isso quero que conheçam o que os nossos antigos me ensinaram.”

Em extensos capítulos, fotografias, textos de apoio e notas, o livro apresenta a cultura, a rotina e as visões de mundo dos yanomami, bem como as palavras dos xamãs que servem de alerta para aqueles que ainda se recusam a compreender o que já é óbvio: a destruição das florestas acabará não apenas com ela, mas com todos nós.

Minha Opinião
Conheci A Queda do Céu no primeiro semestre da faculdade quando uma professora mencionou o livro em uma palestra. Em seguida, várias vezes vi a referência ao livro seja em seminários, listas de indicação de obras da literatura indígena ou sendo citado como referência em algum texto, artigo ou livro. Foi só um tempo depois que decidi que o leria, principalmente influenciada pelo projeto para ler literatura indígena que foi organizado em abril pela Mayra, do All About That Book. Não tenho o costume de ler livros de não-ficção, mas A Queda do Céu foi uma interessante descoberta.

O livro é dividido em três partes, além de possuir as páginas iniciais dedicadas a introduções escritas por teóricos e as páginas finais voltadas para as notas e os anexos, escritos por Bruce Albert, o etnólogo que coletou os depoimentos de Kopenawa. As três partes do livro se interligam, mas cada uma possui um ritmo diferente no fluxo dos relatos. Davi Kopenawa relata todas as suas experiências como uma criança que cresceu numa região isolada e que foi depois vítima da presença de homens brancos que provocaram um surto de doenças no local, matando vários membros da sua comunidade. Ele então mora por um período numa região cercada por missionários, relatando essa experiência principalmente na segunda parte do livro.

É só quando adulto que Kopenawa vai trabalhar na Funai e passa a interagir de fato com os homens brancos. Essa trajetória é descrita com bastante ênfase em cima de momentos tanto de troca cultural quanto de cruéis amostras do preconceito que afetava a vida de Kopenawa ali. Além disso, conhecemos histórias angustiantes de homens brancos que tentavam invadir a região, que casavam com mulheres indígenas e as abandonavam grávidas ou que simplesmente levavam doenças para essas comunidades e depois iam embora, deixando um rastro de mortos para trás.


Também acompanhamos a dificuldade que era denunciar essas situações, o descaso das autoridades com o que se passava entre os habitantes nativos, o modo como se ignorava casos óbvios de corrupção que só promoviam o genocídio indígena e a morte dos animais e da floresta. É desolador acompanhar o quanto Kopenawa se entristecesse e fica com raiva dessas situações, e cada um desses momentos relatados fazem com que o leitor compreenda o porquê de ele ter se tornado a figura política que ele se tornou.

A segunda parte do livro tem um foco bem interessante na percepção dos yanomami sobre a formação do mundo. Temos com ainda mais força a presença dos Xapiri, que seriam entidades yanomami criadas por Omama, a figura central da cultura deles. Além da apresentação deles sobre como o mundo humano foi criado, tem-se ainda um extenso relato sobre como as missões cristãs interferiram na manutenção cultural dos yanomami e como Kopenawa se desfez dessa influência, que, em vários pontos, acabou nunca conquistando-o por ser passada por homens brancos que se diziam de fé, mas que praticavam tudo aquilo que diziam ser pecado.

“O dinheiro não nos protege, não enche o estômago, não faz nossa alegria. Para os brancos, é diferente. Eles não sabem sonhar com os espíritos como nós. Preferem não saber que o trabalho dos xamãs é proteger a terra, tanto para nós e nossos filhos como para eles e os seus”.

A terceira parte traz um aprofundamento na questão das causas indígenas, da luta de Kopenawa para falar aos brancos sobre os perigos que se encontram em continuar a exploração dos recursos da floresta e aborda também o processo de coleta dos relatos que iriam formar o livro. Há uma parte dedicada a falar das viagens internacionais que Kopenawa fez para falar sobre os yanomami e sua formação como xamã, o que traz um aspecto bem diferente, pois as viagens internacionais acabam abrindo espaço para que ele fale sobre as questões culturais de outros países, como as dos indígenas norte-americanos.

Mais do que uma resenha, meu interesse em falar desse livro é bem mais focado em ser uma indicação. Por ser um livro de não-ficção bastante longo, com extensas notas finais e conteúdos anexos, entendo quem tem receio de dar início a leitura. Tive sim algumas dificuldades no começo por conta da forma como a história é transmitida, pois sendo uma narração transcrita, a narrativa oral vem de forma diferente do que seria se fosse algo exclusivamente escrito. Relatos repetem-se, são redundantes em vários pontos e essa redundância foi estranha no começo da leitura, o ritmo demorou alguns capítulos para finalmente engatar.

“Os brancos se dizem inteligentes. Não o somos menos. Nossos pensamentos se expandem em todas as direções e nossas palavras são antigas e muitas. Elas vêm de nossos antepassados. Porém, não precisamos, como os brancos, de peles de imagens para impedi-las de fugir da nossa mente. Não temos de desenhá-las, como eles fazem com as suas. Nem por isso elas irão desaparecer, pois ficam gravadas dentro de nós. Por isso nossa memória é longa e forte.”


De um modo geral, A Queda do Céu não é uma leitura rápida e exige um foco para que o processo de ler seja apreciado por completo. Contudo, a partir da segunda parte, o modo de descrição dos relatos já se torna familiar e a leitura flui com maior rapidez. Além disso, os temas da segunda parte acabaram se tornando os mais interessantes e foi a minha parte favorita de ler.

É por essa razão que isso só poderia funcionar como uma indicação de leitura. Ler A Queda Do Céu é conhecer todo um universo que a nossa literatura e história ocidental canônica não disponibiliza e frequentemente apaga. É ver os efeitos cruéis e horríveis que a interferência na floresta causa, além de acompanhar episódios de injustiça que são desalentadores.

O livro nos permite ver aquilo que não queremos ver quando vivemos no dia a dia, abre nossos olhos para toda uma cultura do nosso país que não conhecíamos ou não queríamos nos esforçar a conhecer. É uma lição acompanhar a jornada de Kopenawa, e a leitura de A Queda do Céu é uma indicação que todas as pessoas deveriam se abrir para experimentar algum dia.



site: https://resenhandosonhos.com/a-queda-do-ceu-davi-kopenawa-bruce-albert/
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Eliane 28/12/2023

A junção de dois homens, um etnólogo: Bruce Albert e um xamã Yanomami: Davi Kopenawa, nos traz o confronto entre duas visões de mundo: a dos brancos, sua "civilização" e suas mercadorias, pelas quais são capazes de destruir tudo, inclusive a si mesmos, e a visão belíssima do povo Yanomami, sua vida e sua luta pela preservação da floresta, pela sobrevivência de seu povo, pela preservação do mundo - inclusive dos brancos - e a beleza de sua cultura, de seus ideais, de sua floresta, de seus rios e animais, de seus maiores, de seus protetores espirituais, os xapiri e Omama, e a história de sofrimento deste povo, sua quase dizimação, pelas doenças, pela violência, pela ganância desenfreada dos "comedores de terra" hipnotizados por suas peles de papel, incapazes de perceber que, um dia, o céu acabará por cair em suas cabeças, ao trazerem o caos ao mundo! Comovente, triste e revelador!!!
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Emi 21/12/2021

Uma quebra de paradigmas. Uma sai da dá zona de conforto. Um abrir de mente. Uma leitura importante, necessária, essencial. Me trouxe várias reflexões, me deixou com no na garganta, lágrimas nos olhos, revolta..
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Monica.Soares 12/01/2023

Uma imersão
Sem dúvidas um livro para mergulhar nas palavras de Kopenawa e se transformar. Dificilmente a pessoa que ler esse livro continuará sendo a mesma.
É incrível. Cada palavra, cada narrativa, cada percepção nos leva a repensar a sociedade e a maneira como vem sendo construída.
Uma sabedoria ancestral, cheia de símbolos, oralidade e vivências.
O que chamamos de ecologia hoje, já é vivido a muito e muito tempo pelos povos da floresta.
Ouçamos o que esse povo tem a dizer. Aprendamos todos esses ensinamentos.
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agatha 25/01/2023

pois é
o capitalismo leva nossa existência para onde ? e a troco de que ? se encontramos na natureza tudo que precisamos para sobreviver. muitas reflexões, como se o céu desabasse na sua cabeça
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J^! 09/06/2024

Revoltantemente sensacional
Um marco. Outra história. A história que pode ser um marco se lida e compreendida em sua plenitude.
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skuser02844 27/02/2023

"Essas palavras são antigas, mas nunca vão desaparecer"
O jeito de Davi falar é muito único, porque ele fala de uma forma que é impossível não compreender o que ele quer dizer.
Entretanto, não se engane, pois está obra não é nada fácil de assimilar, devido ao tamanho de sua importância.
Nós, que não vivemos a esta realidade trata no livro, temos que fazer um exercício de estourar a bolha em que vivemos. Isso não é fácil, mas ouvir estas palavras de um indígena, se torna mais fácil. Isto é, se você realmente estiver disposto a ouvi-la e compreendê-la.
Não se trata de ler por ler. Se trata de entender o a história de vida do Davi, entender o que os yanomami vem passando ao longo das décadas e entender o seu lugar nisso tudo.
Ao meu ver, a partir disso, fica fácil assimilar este livro. É claro, que, para mim, tem muitas coisas ainda um pouco difíceis de entender, mas a mensagem principal que o Davi Kopenawa quer passar, fica clara.

Enfim, este livro é de extrema importância e deveria ser lido por todos, mas não acho que todos conseguiram este feito. Tem pessoas que ainda não estão preparadas para ouvir e ler.
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Biblioteca Álvaro Guerra 02/08/2023

Recheada de visões xamânicas e meditações etnográficas sobre os brancos, esta obra não é apenas uma porta de entrada para um universo complexo e revelador. É uma ferramenta crítica poderosa para questionar a noção de progresso e desenvolvimento defendida por aqueles que os Yanomami - com intuição profética e precisão sociológica - chamam de "povo da mercadoria".

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. Basta reservar! De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788535926200
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isabelfilardo 05/07/2021

Uma travessia transformadora
Terminei a primeira leitura de A Queda do Céu. Foram seis meses de travessia. Digo primeira leitura pois esse livro se anuncia como livro de cabeceira, livro para ser lido e relido. Obra obrigatória em todas as bibliotecas do Brasil. Linda parceria entre Davi Kopenawa e Bruce Albert, é um livro escrito a quatro mãos, a duas vozes. Duas vozes que compõe uma só voz, que se coloca em defesa do sonho e da floresta. Me parece que ninguém sairá igual desse livro. Altamente recomendável.
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FeFa 18/03/2021

Um livro para todos lerem
Sou dessas que lê prefácio, notas, postscriptum. Tudo mesmo.
Ao terminar de ler, fiquei um bom tempo atordoada com o soco no estômago do anexo, O massacre de Haximu.

O livro em si é excelente, linguagem acessível, sem esteriotipar nem remover a forma de falar do xamã Davi Kopenawa. Momentos de dar esperanças, momentos que dão raiva, e muitas reflexões sobre nós, o "povo da mercadoria".
É um livro que me dá vontade de convencer todos de leem, mesmo sabendo que seu tamanho assusta as pessoas para quererem ler. Ele é extenso mesmo, demorei meses para terminar, mas super valeu a pena.
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Kesy 21/01/2024

"Você teria um minutinho para a palavra de Davi Kopenawa?"
Quando que um não índigena imaginou que teria sua "civilização" questionada, contrariada e rejeitada, por um Yamomami?

As palavras de Davi Kopenawa devem ser amplamente conhecidas, seu raciocínio simples direto e questionador, mostram o quanto nós passamos ignorantes, cheios de si e cheios de "coisas", que nos adoecem no físico e espiritual.

Sua trajetória, seu trabalho devem inspirar jovens de diversos povos indígenas a seguir firmes na luta do resguardo e amplitude de seus direitos.

Somente a literatura é capaz de nos levar ao mais próximo de entender outras cosmovisões, que não seja a do capitalismo em que vivemos. E a dedicação heróica a esse trabalho realizado por Bruce Albert, seja também inspiradora, para quem deseja manter vivo o legado de seus ancestrais Originários.
Taysa M. 25/01/2024minha estante
Davi com sua grande humildade e inteligência nos dá uma aula de como nossa sociedade infelizmente está completamente contaminada por vícios e coisas supérfluas. A desgraça maior é que não nos limitamos apenas às cidades. O homem branco e sua ganância levou para outra civilização, que apenas querem viver conforme sua ancestralidade, uma onda de desgraças e epidemias. Por mais que seja repletos de relatos lindos sobre os espíritos da floresta, é muito triste acompanhar o sofrimento desse povo sem poder ajudar de alguma forma.




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