Euflauzino 15/02/2016Fatos do zoológico humanoOs belicosos e belicistas de plantão que me perdoem, mas a guerra é o auge da ignorância humana. É preciso ler e reler sobre ela para jamais perpetuar momentos da mais completa estupidez. E seguindo esta máxima é que escolhi História Bizarra da 2ª Guerra Mundial (Planeta, 285 páginas) para me fazer companhia durante as férias.
Não se trata de curiosidade mórbida, trata-se de curiosidade pura, simples e até inocente, faculdade inerente a todo ser humano. Sabedor disso, Otavio Cohen nos presenteia com histórias pra lá de saborosas.
Quero deixar claro que li o livro em busca de histórias hilariantes, um pouco mais leves, sobre este período escuro. Porém, mesmo as histórias mais engraçadas têm um sabor amargo, deixam um travo na língua. O título do livro que melhor lhe traduzisse talvez fosse “História mais humana da 2ª Guerra Mundial”. Não percebi nada muito bizarro, mas sim situações inusitadas em tempos de guerra.
Há o caso do soldado que não matou Hitler. Fato ocorrido na 1ª Guerra Mundial e que repercutiu na 2ª. Imaginem como ele deve ter se sentido ao constatar anos mais tarde o crescimento do Nazismo e tudo o que disso decorreria, conviver com o fantasma de que poderia tê-la evitado:
“Os caminhos de Tandey de Hitler se cruzaram por acaso. Naqueles últimos dias do conflito iniciado em 1914, o inglês, que servia às Forças Armadas britânicas, encontrou um soldado alemão ferido tentando fugir do campo de batalha francês. Seus olhares se encontraram, e Henry (Tandey) baixou sua arma – o soldado assentiu em agradecimento e desapareceu. Por vinte anos, esse episódio foi apenas mais um motivo para Tandey ser considerado um herói...”
Legal saber também que a enxurrada de cartazes e frases utilizando “Keep calm and...” vêm do tempo da guerra:
“... publicado à exaustão nas redes sociais. A tipografia dificilmente muda, assim como o modelo da frase: quase sempre uma paródia da famosa ‘Keep calm and carry on’ (‘Mantenha a calma e siga em frente’)... usada em um pôster motivacional da época...”
Quando criança, assisti ao filme “Fuga para a vitória”, em que participou Pelé, isso mesmo, o rei do futebol, entre outros jogadores, além de estar recheado de atores famosos como Max Von Sydow, Michael Caine e Sylvester Stallone, logo após o estrondoso sucesso Rocky. E não é que este filme foi baseado em um fato real:
“Tudo começou com Nikolai Trusevich, goleiro do Dynamo... Para proteger o país, ele se alistou no exército, mas acabou capturado. Após assinar papéis prometendo lealdade ao novo regime ele retornou a Kiev e encontrou emprego em uma padaria. Em busca de trabalho, alimento e abrigo, outros ex-jogadores da cidade seguiram o exemplo e se juntaram a Nikolai. A base estava formada. Enquanto nazistas ganhavam as batalhas nos campos de guerra, no campo de futebol seus oponentes triunfavam. A popularidade do time não passou despercebida pelos comandantes nazistas. Eles acreditavam que o Flakelf, time da Luftwaffe seria capaz de dar fim à série de vitórias do F.C.Start. O resultado não poderia ter sido pior para os alemães: vitória dos soviéticos por 5 a 1.”
Vocês já podem imaginar o desfecho disso não é? No filme os jogadores são carregados por todos os torcedores e conseguem fugir. Mas a vida real nem sempre é assim e diz a lenda que todos foram mortos ao final da partida dada como revanche em que os alemães tornaram a perder.
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