Resenhas - O leitor do trem das 6h27

Cinara... 22/11/2020

Livro sobre livros ?
"Precisei rapidamente me render à evidência de que as pessoas em geral só esperam uma coisa: que você ofereça a imagem daquilo que elas querem que você seja. E reprovavam especialmente a imagem que eu propunha a elas."

Daqueles livros que esquentam o coração!
Pra mim livros sobre livros nunca erram ?

Thais645 13/07/2021

 "Precisei rapidamente me render à evidência de que as pessoas em geral só esperam uma coisa: que você ofereça a imagem daquilo que elas querem que você seja."

Guylain Vignolles (um nome que, em francês, soa algo como "palhaço feio", para seu azar e histórico de bullying durante toda a vida) tem trinta e seis anos, é um amante dos livros e, ironicamente, um operário de uma usina que destrói encalhe de... livros, e seu patrão é um escroto. Seu maior confidente é um peixe dourado chamado Rouget Lisle, para o qual confidencia, ao fim do dia, os capítulos (por ele julgados miseráveis) de sua vida real. Seus únicos amigos são um amputado das duas pernas que passa o tempo procurando por elas e um versificador que só sabe falar por meio de versos alexandrinos.

Todas quintas-feiras ele liga para a mãe, que acredita que o filho seja um diretor de uma grande editora. Em determinado momento, preso a seus próprios pensamentos, confessa a si mesmo: "meu trabalho me anoja a tal ponto que às vezes vomito".

Todos os dias ele salva algumas páginas dos livros que seriam devorados pela monstruosa máquina - a qual chama de "A Coisa" - e as lê no trem para uma plateia aparentente absorta (o trem que toma justamente nesse horário do título: às 6h27). A plateia é fiel e ouve com atenção as histórias aleatórias de Vignolles com curiosidade e arrebatamento.

Talvez se eu entrar em maiores detalhes (pois vários outros acontecimentos se sucedem a partir dessa leitura que ele faz), estrague o prazer da futura leitura de alguém, mas posso dizer que esse livro me causou uma série de sensações, especialmente um sentimento de tristeza e solidão desolador, que parece ser inerente à natureza de Guylain Vignolles ao longo de sua trajetória.

Mas na metade do livro em diante há uma espécie de reviravolta. Num determinado dia, ele encontra, em uma de suas viagens no trem de sempre, um pen drive com documentos nos quais é narrada a rotina de uma jovem que trabalha como zeladora de um banheiro de um shopping, e fica verdadeiramente encantado por ela e pela visão que a moça tem do mundo. Mas não há pistas, nas histórias relatadas, que possam ao menos dar a chance de Guylain ousar a mínima aproximação.

Além das palavras novas e diferentes que encontrei permeando vários dos capítulos da história, um neologismo divertido é citado por Julie (a moça em questão) em alguns de seus relatos: "tialogismos", que são espécies de sábios conselhos e ditados recitados por suas tias, aos quais ela vai enumerando ao longo da história, divertidamente.

Da metade da história em diante, como eu disse, uma mudança e novos ares dão belas formas e tons ao gris sombrio da rotina de Guylain, e muito por aí que li diz que há uma espécie de "encantamento e um contentamento" que se acentuam. Mas, para mim, não. Não consegui me desprender do incômodo desolador e melancólico inicial que, de modo angustiante, transpassa por cada uma das linhas e entrelinhas da história. Talvez tenha sido uma das leituras mais tristes que já fiz nos últimos tempos.

De toda forma, valeu cada página. Guylain Vignolles e suas leituras (de si mesmo e do mundo que o cerca) ficarão para sempre guardados dentro de mim - sem um ponto final.

Janaina Edwiges 25/03/2020

"Apesar do que possamos pensar, nada é imutável na vida"
O Leitor do Trem das 6h27 é um romance que nos lembra a todo momento o porquê de amarmos tanto a literatura. Imersos na vida de Guylain Vignolles e de seu trabalho angustiante, conhecendo seus amigos e as demais pessoas que o cercam, percebemos o quanto as palavras têm o poder de transformar vidas. Elas levam esperança onde antes havia solidão, trazem alegria para os dias tediosos e ajudam a seguir em frente nos momentos que são dolorosamente difíceis de suportar.

Esta história tão bonita também nos inspira a refletir sobre o trabalho. Como é lidar com uma atividade que faz tão mal? Como as pessoas são tratadas pelos seus superiores imediatos ou por aqueles que precisam do trabalho que elas realizam? São realmente vistas como seres humanos ou simplesmente executoras de uma determinada função?

Este livro me surpreendeu de uma maneira tão positiva! Espero que todos aqueles que tenham oportunidade de lê-lo possam se encantar com esta história.

AndrAa58 02/12/2023

Encantador
Que livro encantador! O autor conseguiu me cativar, arrancar risos e fazer com que eu torcesse por um amor literário, rs. O protagonista é um homem introvertido, solitário e puro. Sua paixão pelos livros contrasta com o fato de seu trabalho consistir em destruí-los. No entanto, ele não se deixa abalar pela insatisfação com sua função e condição; ao contrário, concentra-se em salvar as folhas que escaparam, “dos dentes da coisa”, desse destino cruel. Com essas folhas, ele transforma os dias dos passageiros do trem das 6h27 e dos velhinhos de um asilo, mais interessantes e leves.

O livro é uma verdadeira delícia, com personagens encantadores, cada um com seu estilo único. A abordagem do amor na trama é literária e ingênua de certa forma. Já se apaixonou por alguém sem conhecê-lo, apenas através de seu diário?"

Carol.Cuofano 01/07/2021

Bonitinho
Livro de leitura leve e bem delícia. Um livro sobre livros, amor e busca de sentidos. A narrativa é fluída e o personagem principal, cativante.

Vanessa.Castilhos 07/02/2023

Literatura francesa
E como não se encantar com personagens como:

Yvon Grimbert e seus versos alexandrinos;

Giuseppe e sua busca pelos livros, que literalmente, continham uma parte de si próprio;

Os idosos do asilo e o brilho dos seus olhos em cada página que era lida;

Julie e sua poesia dramática;

Guylain Vignolles, encontrando a razão de viver através do seu amor pelos livros e pela leitura.

Uma mistura de drama e comédia. Recomendo muito!

Autor premiado 2 vezes com o Prêmio Hemingway.

Mari Pereira 21/05/2021

Fofinho
Um livro fofinho, de leitura rápida e fluida.
Com uma história agradável e um tanto esquisita, é um daqueles livros pra aquecer o coração e deixar a gente com um sorriso bobo ao final.
É uma história de amor, principalmente de amor aos livros. Coloca a leitura como uma ponte que intermedia as relações humanas, mesmo as mais improváveis.
Em alguns trechos, a escatologia e a gordofobia foram desnecessárias.
Mas ainda assim é uma leitura legal para aqueles dias que a gente só quer descansar um pouquinho de todo o caos que nos cerca.

Osman.Siqueira 31/10/2020

Leitura cativante
Valeu a pena ter insistido na primeira metade do livro por ser uma pouco monótono, mas depois que duas pessoas aparece no caminho de Guylain a história começa pegar corpo, principalmente depois de achar um objeto no trem. Curti a leitura da metade para frente. Trata-se de uma história que poderia acontecer com qualquer pessoa, mas é nessa simplicidade que acabou me cativando esse romance, pois, não é nada fantasioso, gente bem sucedida ou príncipe encantado. Simplesmente gostei : )

Ana Claudia 10/06/2022

Guylain Vignolles é solteiro, solitário e trabalha em uma empresa que não lhe dá nenhuma motivação, só tristeza.

Todos os dias ele pega o mesmo trem a caminho e de volta do trabalho e, durante o trajeto, ele costuma ler em voz alta uma página solta de um livro que ele pega aleatoriamente para que os passageiros possam ouvir. Todos prestam atenção e se acostumam com a leitura de Guylain

A vida de Guylain não traz nenhuma motivação até que ele encontra um pen drive que o instiga a buscar e transformar seu modo de ver o mundo. No pen drive há vários textos de uma mulher em formato de diário em que ela narra sua vida de maneira engraçada.

Um livro cheio de pequenas histórias e com uma narrativa triste em uma boa parte dele pois o autor transmite os sentimentos de Guylain.

Kau 17/08/2021

Um livro curto, com uma história breve, porém marcante
Criei várias teorias no final desse livro. A mancha na página inicial e os ?ratos? mistérios, tem que ter ligação com algumas outras partes do livro, não é possível kkkkk
Comecei o livro pensando ?espero que não vire mais uma série? agora estou louca para que o autor publique uma continuação.
Acredito que o livro teria sido muito melhor se a história tivesse se desenvolvido um pouco mais.

Marília 05/10/2015

O Leitor do Trem das 6H27
Um homem com uma vida calma, poucos amigos, sonhos escassos e um hábito que o faz diferente dos demais: todos os dias pela manhã, lê páginas de livros diversos para o público do trem, sem receber nada além da própria satisfação na tarefa. O moço em questão trabalha numa usina que destrói livros. Sim, um leitor que faz livros tornarem-se poeira. A parte boa, ou melhor, ótima é perceber como a tragédia da destruição ganha reconstrução alegre nas páginas do autor. O livro cativa desde a primeiras palavras, pela forma poética que o autor cria as situações e as descreve com doçura singular num plural de letras desenhadas em harmonia. É o tipo de livro que vai despertando sorrisos, faz o leitor torcer pelo cavalheiro do trem, principalmente quando este encontra um pendrive com textos de uma desconhecida, que ao longo das páginas vai ganhando nome, encanto e vontade de fazer nosso querido personagem encontrar sua moça além das palavras, como num conto de fadas moderno, sem príncipe, porém com final que deixará quem lê feliz.

Flávio 09/06/2020

Livro sobre leituras
Um livro de uma leveza genial que nos vem como um abraço nesses tempos pesados do ano 2020.
Enquanto tanto barulho envolve a vida, o personagem principal deste pequeno livro sobrevive entre hábitos e medos. Ele nos mostra que o belo existe mesmo entre tanta desordem, e como as palavras podem muitas vezes nos salvar. Até de nós mesmos.
"pouco importava o conteúdo. só o ato de ler tinha importância aos seus olhos.".

@zurcenila 25/01/2021

O leitor do trem das 6h27min
Resenha (Livro) O Leitor do Trem das 6h27 - Jean-Paul Didierlaurent
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?No dia 7 de janeiro comemoramos o Dia do Leitor e, apesar do atraso, resolvi trazer a resenha desse livro incrível que fez parte do desafio das 52 semanas indicado pela minha amiga Alice do @nocaute_literario.
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?Esta é a história de Guylain Vignolles, um operário de uma usina que destrói livros descartados e leva uma vida triste e solitária.
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??A Coisa? é como Guylain chama a máquina que opera. Ele ama os livros e sente-se dilacerado assintindo toda essa destruição.
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?Todos os dias ele salva das garras da máquina trituradora algumas páginas de livros e em seu percurso de casa para a fábrica no dia seguinte, no trem das 6h37, ele recita os trechos das folhas que salvou antes de encontrar novamente ?A Coisa? e salvar novas páginas.
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?Receita de bolo, um trecho de livro policial ou parte de um romance, não importa, ele lê todos os dias e é aguardado pelos passageiros que ouvem atentos.
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?Ele é surpreendido pelo pedido de duas senhoras que o convidam para ler em suas casas como faz no trem. Ele descobre que é um asilo e a visita aos sábados à casa de repouso vira rotina para ele recitar os trechos de livros para eles também.
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?Ainda no trem, ele encontra um pen drive e, buscando arquivos que o leve à pistas sobre o dono ou dona para fazer a devolução, ele acaba encontrando varios relatos sobre a rotina de Julie, uma moça que trabalha na limpeza dos banheiros de um grande shopping e vamos ficando curiosos se essa mulher existe e se esse encontro será possível.
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?Nas primeiras páginas pensei que a história não me envolveria, mas me vi completamente envolvida com a escrita do autor e muito emocionada com os sentimentos e angústias de Guylain.
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?É um livro muito poético, mas sem deixar de ser crítico já que diversas vezes vemos o protagonista em situações que qualquer um de nós pode se encaixar como estar empregado em uma função que desconstrói ou destrói coisas que você acredita ou ama, o reflexo do bullying ou mau trato de pessoas ao longo de nossa vida que altera nosso comportamento e nossas relações como um indivíduo em sociedade e como somos afetados e esmagados para satisfazer estereótipos pre concebidos tendo que encapsular quem realmente somos.
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?O livro é pequeno e rapido, mas inesquecível, uma dica de história sobre amor aos livros, uma reflexão sobre amizade e amor e sobre a importância e a beleza das palavras.

Fran Ferreira 13/06/2020

Eu reiniciei a leitura após abandoná-lo, no fim, gostei mais dele depois de 60% já lido, fez mais sentido.
Literalmente a leitura está representada em diversos aspectos no livro, isso é bem legal e não me lembro de ter reparado tanto em um mesmo fato como esse.
Um livro fofo, me fez imaginar se um dia tiver a oportunidade de ir a Paris, poder conhecer algumas comidas e lugares mencionados no livro.

Dani 05/04/2021

Bom livro
Leitura bem diferente do que eu estava acostumada, nunca havia lido algo com o personagem principal tão peculiar e estranho de certo ponto, mas me cativou do início ao fim, foi bom sair da minha bolha literária