Rebentar

Rebentar Rafael Gallo




Resenhas - Rebentar


19 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2


Mariliza.Baptista 28/04/2024

Apesar de sensível, uma quebra de expectativas
"Rebentar", livro escrito pelo cuidadoso e sensível Rafael Gallo, trata da história de uma mãe que toma a difícil decisão de encerrar a busca por seu filho desaparecido aos 5 anos de idade. Rafael descreve todo o percurso de muitos anos de uma mulher que passou a viver em função da procura e de qualquer fio de esperança por um reencontro com seu filho.

Com muita delicadeza, o autor desenvolve uma narrativa dos sentimentos e pensamentos da protagonista, combinados com situações da vida que aconteciam apesar da sua dor e que ela nem sequer se atentava. Sempre em alerta e presa no momento em que soltou a mão do seu filho para sempre.

Apesar de ser uma história muito rica em detalhes e desenvolvida com todo o cuidado para que o leitor pudesse acessar da maneira profunda o sentimento da perda e da eterna dúvida sobre o que aconteceu, percebi que, para mim, a leitura foi um tanto arrastada e cansativa. Posso afirmar que amo ouvir e ler histórias com profundidade, mas acredito que o autor possa ter pecado na repetição de situações e em diálogos pouco desenvolvidos.

Ainda assim, a leitura faz refletir sobre o processo de luto daqueles que não estão (ou que não sabemos se estão) mortos. É uma visita ao conformar-se com a realidade e perceber nela a possibilidade de caminhar, apesar de tudo.
Alê | @alexandrejjr 28/04/2024minha estante
Belo texto, Mariliza, parabéns!


Mariliza.Baptista 28/04/2024minha estante
Muito obrigada, Alê!




Maria - Blog Pétalas de Liberdade 29/10/2015

Recomeçar
Felipe era um garotinho de 5 anos quando desapareceu enquanto estava numa galeria com a mãe. Durante os 30 anos seguintes, Ângela, a mãe, tentou de todas as formas reencontrá-lo. Agora, depois de 3 décadas, ela não quer mais continuar sua busca. E é sobre essa renúncia que fala Rebentar.

Durante 30 anos, a vida de Ângela se resumiu à busca por Felipe. Ela e o marido não tiveram outros filhos, gastaram tudo o que podiam seguindo pistas, contrataram um restaurador para manter a casa exatamente igual ao que era quando o filho desapareceu. Todas as manhãs poderiam ser o começo do dia em que reencontrariam Felipe, todas as noites o casal ia dormir tendo perdido o filho mais um dia.

"Na verdade, não há infinitas mortes nem infinitas vidas, nunca ouve: o que resta, no lugar da criança desaparecida, é uma anulação constante entre vida e morte - polos opostos de um mesmo vazio sem contornos. Os pais e o filho para sempre habitando esse vão: morrendo vida afora, vivendo adentro de uma morte que não se consuma." (página 26)

Após uma série de acontecimentos, Ângela se deu conta de que jamais poderia recuperar Felipe, não o Felipe de trinta e poucos anos, mas o Felipe por quem ela esperava desde que ele se foi, o menino que voltaria para o segundo quarto da casa, aquele que permaneceu do mesmo jeito por décadas.

Ângela decidiu encerrar as buscas, sair da associação de famílias em busca de pessoas desaparecidas, tirar o nome do filho do cadastro de desaparecidos, mudar de casa, voltar a trabalhar. Sua decisão traria consequências não só para ela, mas também para o restante da família e para tantas outras pessoas que estiveram envolvidas com o caso de alguma forma.

Tive que intercalar a leitura de Rebentar com outro livro, pois ele é uma leitura vagarosa, onde as coisas ficam muito mais no campo dos pensamentos do que da ação. No início, cheguei até a pensar que havia me distraído e estava lendo o mesmo trecho mais de uma vez ou que o autor é que havia se distraído e escrito a mesma coisa novamente, mas não era isso, Rafael Gallo opta por repetições buscando reafirmar algumas ideias, o que torna a leitura mais lenta. Não é um livro que prende o leitor ou o enche de esperanças, desde o início percebemos que a volta de Felipe não é o foco e nem algo que provavelmente vá acontecer. O livro não fala sobre o reencontro de uma mãe com um filho, e sim sobre o reencontro de uma mulher com a vida, sobre a difícil tarefa de seguir em frente quando a sociedade espera que se permaneça no mesmo lugar.

"- Digamos, por exemplo, que a gente tivesse se separado no meio do caminho. Ou mesmo que um dos dois tivesse morrido e o outro sobrado, viúvo. Se eu tivesse ficado, por exemplo, e depois de você ter morrido eu decidisse fazer outra coisa da minha vida, tocá-la pra frente sem esperar mais reencontrar o Felipe, provavelmente as pessoas achariam isso normal. Mas se você fizesse a mesma coisa, todo mundo ia te tachar de... sabe-se lá o quê. Iam dizer que você ficou louca depois que eu morri. Que na hora que você mais deveria ter cuidado da busca pelo Felipe, já que era a única dos pais viva, é que o deixa para trás de vez. É tudo muito mais difícil pra você. Ainda mais nesse mundo machista." (página 138)

Num geral, eu gostei do livro, por abordar um assunto importante que é o desaparecimento de crianças. Hoje mesmo, infelizmente, inúmeras podem estar se separando de suas famílias, e quais são os caminhos para reencontrar uma criança desaparecida? Quando é a hora de seguir em frente, de desistir das buscas? É preciso realmente desistir? Conhecendo a história de Ângela, me solidarizei com ela, entendi suas atitudes. Quando um ente querido morre, há um corpo para enterrar, um corpo do qual se despedir na maioria dos casos, há pelo menos a certeza do fim. Quando alguém desaparece, há apenas o vazio, a incerteza que pode se disfarçar de esperança. E essa esperança incerta pode doer mais que a certeza do fim.

"- Você não pode perder a esperança assim, Ângela.
- O problema é que a esperança não é feita só desse sentimento bonito que todo mundo fala. A esperança tem também um avesso que acaba comigo, Suzana." (página 85)

Outros dois pontos que gostaria de destacar no livro são o fato de o marido de Ângela ter continuado ao lado dela após o desaparecimento de Felipe, a relação dos dois traz um pouco de luz para uma história tão sofrida. O segundo ponto me fez pensar sobre o tratamento dado aos casos de desaparecimento de crianças e adolescentes de famílias pobres, sei que Rebentar é uma obra de ficção, mas será que esses casos são tratados com a mesma atenção que os acontecidos em famílias de classe econômica mais alta?

"Meninos desaparecidos de famílias pobres eram classificados como viciados, malandros, foragidos no crime; as meninas, se já tivessem passado dos onze anos, eram quase sempre tidas como 'putinhas' ou fugitivas que estavam com algum namorado na casa dele, num motel ou em qualquer sítio desabitado." (página 70)

Eu gostei da capa do livro, ela tem uma textura quase aveludada. A diagramação está boa, com margens, espaçamento e letras de bom tamanho, as páginas são amareladas e o livro está bem revisado.

"Uma grande porção de cada pessoa é um lugar onde se está só, completamente só." (página 103)

site: http://www.petalasdeliberdade.blogspot.com.br/2015/10/resenha-livro-rebentar-rafael-gallo.html
Alê | @alexandrejjr 25/04/2023minha estante
Parece o meu tipo de livro! E tenho a impressão que vou achar um baita romance!




@wesleisalgado 28/11/2022

Duas estrelas é regular no Skoob mas na verdade faltou muito pra isso.
Esse livro sofre exatamente do mesmo problema do tijolo/bomba UM DEFEITO DE COR. Ali pelo menos era uma escritora negra, usando a voz de uma escrava. OK dá pra tentar emular. Aqui é um escritor homem de 30 e poucos anos usando a voz de uma mulher de 50 e poucos anos que perdeu o filho há 30 anos e olha, algumas partes me constrangeram de tão pedantes e sem identidade.

O autor em momento nenhum conseguiu ter veracidade ou me convencer da voz e do sofrimento de Ângela, vide a história ser em primeira pessoa. Simplesmente não estava lá pra mim, e não sabia o que era pior, as cenas e diálogos de novela das seis ou os monólogos da protagonista que eram infindáveis e descrentes para mim.

Parecia um texto lido pelo google talk, igual foi com UM DEFEITO DE COR. E curioso, o escritor ganhou alguns prêmios e eu estou (oi?!). Se eu fizesse uma lista de piores do ano, com certeza esse livro estaria nela. Quase 400 páginas que não acabavam.
Claudia Cordeiro 28/11/2022minha estante
400 pág? Eu costumo abandonar entre 50 e no máximo 100...




Luiza.Thereza 10/10/2015

Rebentar
Há trinta e seis anos, Angela perdeu seu filho em uma galeria durante uma tarde de compras. Há trinta e seis anos ela dedica sua vida à única tarefa de encontrá-lo.

Mas agora, depois de trinta e seis anos praticamente parada no tempo esperando o retorno de seu filho, ela quer se lembrar que ela e o marido ainda possuem algum tempo no mundo, quer se lembrar que possui o direito de ter uma vida.

Não se trata de uma desistência. Felipe, que tinha cinco anos quando fora perdido, não pode ser recuperado. O Felipe que se perdera, se ainda estivesse vivo, seria agora um homem feito, e o elo que o ligaria aos pais, as lembranças (os valores que estes sempre passam as suas crias) não poderia mais ser criado.

E é essa trajetória de redescoberta da vida que Rafael Gallo descreve em "Rebentar". É o passo a passo de uma mãe de um filho perdido que segue de volta para o presente, buscando um futuro em que a ausência do filho não norteie todas as suas ações.

site: http://www.oslivrosdebela.com/2015/10/rebentar-rafael-gallo.html
comentários(0)comente



Batata 13/10/2015

A vida que eu sempre desejei a ele, eu não propiciei a mim mesma.
Felipe desapareceu quando tinha de 5 anos, iria fazer 6. Ângela repetia essas palavras com um fulgor não para os outros, mas para si mesma. Ela passou os melhores cinco anos da sua vida, quase seis, e isso foi arrancado dela no dia em que Felipe desapareceu naquela galeria.

Ela faz questão de lembrar e citar a cada ano, o quão foi feliz com seu filho. Mas essas se tornaram lembranças manchadas com a ausência dele. As recordações que tem dele agora são memórias vazias, aquela alegria agora é lembrada com sofreguidão e tristeza. Tiveram tão pouco, mas este pouco, era tudo o que tiveram.

Todo aquele colorido de emoções que um filho trazia a uma casa e a família, deu lugar a sombras plantadas em lugares estratégicos da casa. Em cada móvel esquecido, em cada parede restaurada, na fachada da casa mantida do mesmo jeito por trinta anos, estava explícito o oco. Por 30 anos mantiveram tudo o que era material do mesmo jeito, com a esperança de que o doce menino voltasse, e encontrasse tudinho do jeito que deixara. Desde o quarto do menino até o chão da casa e os taquinhos da garagem.

Ângela não queria acreditar que perdera seu garoto, por todo esse tempo ela esperava que ele voltasse, do mesmo modo que desaparecera, repentinamente. Mas não esperava tendo em mente que ele poderia estar mudado, que ele já era um homem feito, que poderia até já ter filhos. Ansiava que aquele que voltasse era apenas uma versão maior do seu garotinho.

Quando ela percebeu que aquele garoto que esperava, não era o mesmo que Felipe poderia ser. Seu mundo caiu. Conviver com a ideia de que seu filho estava desaparecido a tanto tempo já era torturante. Constatar que ele pudesse voltar, com traços tão duros e maduros foi demasiado violento.

A mãe anulou parte de sua vida em função do desaparecimento do filho. Esperando que ele pudesse voltar a qualquer momento, ela esperou por ele. Fez tudo o que estava em seu alcance para ter seu filho novamente em seus braços. Foi à TV, e teve um grande destaque, ainda mais em uma época em que não existiam casos de desaparecimentos de crianças. Até mesmo a polícia não sabia como lidar com essa ocorrência.

Aqui está presente uma crítica tanto a polícia que ainda hoje não está preparada para lidar com esses casos, como para aqueles que são intitulados seguranças. Estes, que tratam esses casos como se fosse apenas uma rebeldia da criança. E muitas vezes, se recusam a procurá-la dependendo da sua raça, sua cor, ou classe social. Os seguranças não são treinados de acordo com o procedimento padrão e muitas vezes sequer sabem que ele existe. Quantos das famílias poderiam ser poupadas da dor de perder um ente se não fosse pela incompetência e incapacidade de alguns?

Ângela se culpava por justo naquele dia ter soltado a pequena mão de seu filho. Se sentia responsável por ele ter se perdido de seu lar, ou de ter sido roubado, sequestrado. Ela nunca poderia saber como isso aconteceu, se ele foi levado dentro da galeria, se ele estava fora dela, se ele rumou para a rua e se perdeu ou foi encontrado. Ela nunca saberia se ele viveu uma vida normal, se foi trancafiado em um quarto escuro, se foi abusado ou violentado como ela viu em tantos corpos diante dela, a fim de fazer o reconhecimento. Nenhum deles era Felipe. Nenhum deles era seu filho, a não ser de outra pessoa, de outra mãe, que também sofre até hoje por não ter conseguido uma resposta.

Diante da perda, logo no ínicio Ângela foi convidada para fazer parte de um movimento de mães que buscam por seus filhos. Depois de todos esses anos, ela era o maior exemplo de mãe, após 30 anos, ainda esperava, após 30 anos, ela nunca desistiu de seu filho.

Em Rebentar, somos apresentados a uma mãe em conflito com seus sentimentos. Todo esse tempo, Ângela anulou sua vida em função da ausência do filho. Ela queria se libertar do sentimento de estar presa ao vazio, presa a sombra da ausência do seu filho, ao oco que ficou em seu cerne.

Ângela preservou o quarto do filho intocado, não com esperança de que Felipe voltasse para ele, e sim para que em seu íntimo, ela soubesse que ele realmente existiu. Era aquele quarto que afirma que ela não estava enlouquecendo.

Mas com todos esses pensamentos, ela se vê em uma difícil decisão. Um rebentar de ondas de um mar revolto. Envolto em lágrimas salgadas e gritos sufocados. Ela teria que passar diante de si mesma, então, diante da sociedade que a olhava com escárnio por ter sido tão covarde ao querer renunciar a esperança pela volta de seu filho.

É impressionante como os gestos passaram a ser comedidos, as reuniões de famílias evitadas, tudo pela frívola ausência daquele que tanto preenchia a casa. Rafael Gallo nos rebenta com reflexões, eclode sentimentos antes profundos ao leitor. A linguagem que o autor usa é de uma venustidade que fragmenta nosso coração a cada sístole e diástole, nos deixa a respiração entrecortada diante de choros convulsivos da mãe (e do leitor).

Rebentar fragmenta, quebra, rompe, germina, deflagra, enrubesce, estoura, força nossas entranhas. É no âmago que nos afogamos diante de um rebentar de ondas cada vez mais alto. Esse livro abrasa nossa raiva, converte mina em vulcão.

Confira a resenha na íntegra com imagens do livro e citações no blog O Casulo das Letras.

site: http://ocasulodasletras.blogspot.com.br/2015/10/resenha-rebentar-rafael-gallo.html
comentários(0)comente



Amanda 08/01/2016

Rebentar
O primeiro livro do Rafael foi vencedor do prêmio SESC e finalista do Prêmio Jabuti. Um autor nacional promissor em que a Record decidiu apostar, publicando seu segundo livro. Rebentar conta a história de Ângela, uma mulher cujo filho, Felipe, desapareceu em uma galeria quando tinha apenas 5 anos de idade.

Este é um livro de superação que prometia muito drama, então, obviamente, eu pensei que iria me agradar. Mas não foi bem assim.

Do início ao fim, nós acompanhamos os pensamentos mais íntimos de uma mulher que perdeu o seu filho e, 30 anos depois, decide parar de procurá-lo. Após o fatídico dia, Ângela não parou de procurar pelo seu filho por um segundo. Largou o emprego, entrou em depressão, deu entrevistar, fez cartazes, viajou o Brasil para identificar corpos, mas não chegou perto de encontrá-lo. Tudo isso com o apoio do marido Otávio e da sobrinha Isa.

Ela finalmente decide não ficar parada em casa e esperar que ele volte. Afinal, se estiver vivo, ele teria 36 anos e não seria mais o filhinho querido - seria um homem que ela nem sequer reconheceria. Então eu acreditei que haveria uma grande reviravolta em sua vida, algo emocionante e que marcaria, mas foi ai que me enganei.

Apesar da escrita de Rafael ser muito boa e fluída, achei a Ângela um dos personagens mais sacais da minha vida. Em 150 páginas tudo o que ela fez foi tomar a decisão de seguir em frente com a sua vida e ter quatro conversas sobre ela: contando para seu marido, sua psicóloga, sua sobrinha e para o homem que repara sua casa para que ela permaneça igual por 30 anos.

Ou seja, não há um pigo de ação (nem grandes acontecimentos) durante quase 400 páginas, o que o tornou extremamente cansativo e enfadonho. Vemos como Ângela é indecisa e medrosa, além de se importar muito com o que os outros vão pensar de sua atitude. Também vemos um bando de gente chata que não tem nada a ver com a história querendo dar pitaco no que ela deveria ou não fazer.

Este foi um livro que demorei quase um mês para ler, e que só fui até o fim porque a escrita era boa e eu queria saber se acabaria acontecendo algo de mais emocionante. E não acontece.

site: http://escritoseestorias.blogspot.com.br/2016/01/resenha-131-rebentar.html
comentários(0)comente



Na Literatura Selvagem 11/02/2016

Rebentar - dolorido e visceral...
Confesso que pela capa e seus tons de cinza eu não daria muita coisa por Rebentar, de Rafael Gallo, publicado pela Ed. Record. O que me atraiu mesmo foi a sinopse, e apesar de ter protelado a leitura por um tempo, assim que embarquei em suas páginas, senti que não voltaria ao ponto em que eu me encontrava, algo em mim se modificou...

Rebentar é sobre a história de Ângela e Otávio, um casal que vive um pesadelo de três décadas, em busca o filho Felipe, que aos cinco anos, desapareceu numa galeria quando estava em companhia da mãe.

Com o passar de todos estes anos, Ângela toma uma difícil decisão que iria abalar a estrutura de sua família e pessoas próximas - embora já tenham sido abalados trinta anos antes - simplesmente desistir de procurar pelo menino, hoje um homem, caso ainda esteja vivo... Talvez o termo 'simplesmente' não se encaixe adequadamente aqui, em virtude de toda a dor de 'desapegar' de uma história, um quarto infantil montado em casa que jamais seria ocupado pelo dono novamente, pelas fotos, lembranças e calendários anuais do grupo de mães que procuram por seus filhos desaparecidos...

Com uma escrita fluída e ao mesmo tempo pungente, acompanhamos a trajetória de uma mãe que em meio ao sofrimento da perda, ainda terá que enfrentar certa resistência no olhar de pessoas que conviveram com seu problema, e que preferiam enxergar a figura da mãe como uma mulher dolorida e infeliz, do que tentar compreender que ela também precisaria viver, e por uma pedra nessa busca que se rendeu infrutífera apesar de todos os esforços empregados...

Leia mais em

site: http://torporniilista.blogspot.com.br/2016/01/rebentar-dolorido-e-visceral.html
comentários(0)comente



Jeanne22 21/07/2017

Fui buscar este livro por ter sido a escolha do mês na biblioteca da minha cidade. Nunca havia ouvido falar de Rafael Gallo, nem de Rebentar. A história que temos é de uma mãe, Ângela, que teve seu filho, Felipe, desaparecido há trinta anos, que decide então dar um fim as buscas que por todo esse tempo foram a única razão de sua vida. O livro inicia nesse ponto e tece uma trama lenta e profunda por todo romance. Particularmente, gosto de leituras que seguem sem prometer uma reviravolta, algo inesperado. Tema central deveras delicado, mas que Gallo trata de maneira excepcional. Uma mãe em agonia que resolve viver, ou tentar. Decisão extremamente difícil por si e pelos outros. A leitura me fez pensar na escrita de Dostoiévski, em algumas obras que li, onde o conflito se dá no início e as demais partes tratam do protagonista lidando com o problema.
Tive o privilégio de participar de uma roda de conversa com o autor. Rafael se mostrou simpático e solicito para qualquer conversa ou questionamentos, foi como ouvir um conhecido falando, alguém que se tem afeição. Contou-nos como entrou para o mundo da escrita, provando que não precisa ser um gênio das artes para fazer literatura. A prática importa, o estudo sobre, e a revisão, muita revisão. Falou sobre suas influências, a questão da música, um pouco de sua vida, respondeu-nos sobre suas obras desde a trama até os aspectos físicos do objeto livro. Além de Rebentar, Gallo também escreveu um livro de contos, Réveillon e outros dias. Autor mais que recomendado.
comentários(0)comente



Diogo Hilário 01/08/2017

O livro tem alguns pontos negativos, como alguns poucos problemas de edição, redundâncias na escrita( o autor não só repetindo as mesmas ideias, mas também com as mesmas palavras) e muita prolixidade desnecessária, tanto que nem é preciso chegar no final do livro pra ter uma sensação de que poderia ter sido escrito em muito menos páginas( talvez até a metade). Ou seja, é perceptível que a obra foi estendida sem necessidade. Mas, de forma geral, é muito bom. O livro revela uma escrita com bastante sensibilidade e uma plena capacidade do autor continuar se desenvolvendo.
comentários(0)comente



Amanda3913 17/04/2020

Dolorosamente belo.
A trama já foi bem estabelecida pela sinopse. Não acontece muita coisa (externamente). Mas Rafael Gallo descreve linda e dolorosamente o processo de uma mãe frente a conclusão que o desaparecimento do filho não terá uma resposta. Todos os "e se"s, todas as escolhas e consequências de seguir ou não atrás de um fim, jogados num turbilhão de uma mãe que viu a vida passar à sombra da ausência.

Acompanhar Ângela no processo é levar-se junto na dor que não se mensura de um filho perdido.
comentários(0)comente



Lusia.Nicolino 08/01/2021

O peso do desistir
Atraída pelo título li a sinopse e inclui na lista. Demorei a ler, mas gosto de ler as primeiras obras dos autores e Gallo é um autor muito jovem. Rebentar é uma história pesada. Perder um filho por desaparição pode ser pior do que perder um filho para a morte – quem pode saber onde se arrebentam as emoções de cada um?
Angela é nossa personagem principal e, por três décadas, vive em função da ausência do filho que se perdeu. Quando decide desistir completamente da busca o que mais teme é o julgamento que isso pode acarretar, mas está decidida. É muito bem construída e o desenrolar da sua história é muito bom, mas, por outro lado, é tão forte que os outros personagens que aparecem aqui e ali são tão etéreos que não parecem participar da trama, apenas orbitar em volta dela. Principalmente Otávio, o pai. Que permaneceu ao lado da mulher sem culpá-la por nada, apoiando em tudo, ouvindo, aceitando. Ele é muito passível, muito disponível, ele é sempre sim e, por isso, não acredito nele. Gostaria que tivesse explodido e saído de casa batendo a porta pelo menos uma vez.
Os diálogos são simples, às vezes até simplórios. Recurso literário para dar um descanso ao pesado da história, da narrativa? Não creio. Contudo, não deixa de ser uma leitura interessante, para mim faltou um exame de DNA na ferida. Para entender, concordar ou discordar é preciso ler! Inclua em sua lista!

Quote: “Chama-se órfão aquele que não tem pais. A condição dos pais e mães que perderam seus filhos, no entanto, nunca recebeu um nome.”


site: https://www.facebook.com/lunicolinole
comentários(0)comente



fev 13/01/2021

Esse é um livro que funcionaria melhor se fosse contado em primeira pessoa. A carga dramática aumentaria significativamente. Mesmo que não tenho sido escrito o livro continua bom. A história ainda que repetitiva traz uma perspectiva diferente daquela que estamos acostumados.

Acompanhamos o processo de Ângela em desistir de procurar o filho depois de 30 anos do desaparecimento dele. É uma jornada bem dolorosa porque ela deixou de viver para ficar 30 anos vivendo disso. Eu não consigo nem imaginar como é sentir algo parecido como a perda de um filho. Apesar de entender a questão da Ângela tenho que acreditar que ela seja um pouco egoísta em relação ao filho. Otávio, pai de Felipe, é pouco explorado nesse enredo. Ele está ali apenas como suporte a jornada da esposa. É uma bela relação diga-se de passagem, mas pouco explorada. O narrador só acompanha Ângela. Eu até consigo entender devido aos pré conceitos em que a sociedade impõe sobre mães e filhos. Rafael Gallo elenca esses motivos, mas não me convenceram de forma geral por não ter mostrado o sofrimento do pai.

Gallo também pincela rapidamente a diferença como famílias brancas são tratadas quando precisam de atendimento policial e o que difere de uma família preta. Ângela e Otávio são brancos e ricos e para diferenciar a histórias deles ela relata como aconteceu quando o filho de Dora, fundadora de uma instituição para mães que possuem os filhos desaparecidos, também some. É um detalhe importante mesmo que pouco exectutado.

Outro ponto legal do livro é a relação da Ângela com a sobrinha afilhada Isa. Toda essa situação afetou a família inteira inclusive a sobrinha. Mas isso fez com que elas acabassem se aproximando ainda mais. É legal reparar a importância que uma tem na vida da outra e como isso vai se construindo.

O livro tem uma história dolorosa, mas é bem tranquila de se ler. Recomendo para quem quer ler sobre uma nova perspectiva algo que é tão explorado.
comentários(0)comente



naju 19/01/2022

esperava muito mais
não vou mentir ao dizer que é um livro extremamente linear. simplesmente o plot, ou qualquer emoção durante a leitura é inexistente. basicamente, é o retrato de uma mãe que perde seu filho e quer seguir em frente; por ser um tópico extremamente sensível, houve muito respeito com esse assunto, mas também não teve desenvolvimento! a verdade é que o livro poderia ser reduzido em uma centena de páginas e poderia ser narrado em primeira pessoa, dando o que os leitores tanto querem: uma história que prende e cativa do começo ao fim, o que não foi o caso.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Noelia 29/11/2022

O tema do livro me impactou e me motivou a ler mas a desenvoltura do livro me decepcionou. Em alguns momentos parecia que não estava tendo continuidade, senti falta de uma emoção ou de plot realmente emotivo. Acredito que talvez se o livro fosse menor, teria atingido uma nota maior.
comentários(0)comente



19 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR