Rebentar

Rebentar Rafael Gallo




Resenhas - Rebentar


19 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2


@wesleisalgado 28/11/2022

Duas estrelas é regular no Skoob mas na verdade faltou muito pra isso.
Esse livro sofre exatamente do mesmo problema do tijolo/bomba UM DEFEITO DE COR. Ali pelo menos era uma escritora negra, usando a voz de uma escrava. OK dá pra tentar emular. Aqui é um escritor homem de 30 e poucos anos usando a voz de uma mulher de 50 e poucos anos que perdeu o filho há 30 anos e olha, algumas partes me constrangeram de tão pedantes e sem identidade.

O autor em momento nenhum conseguiu ter veracidade ou me convencer da voz e do sofrimento de Ângela, vide a história ser em primeira pessoa. Simplesmente não estava lá pra mim, e não sabia o que era pior, as cenas e diálogos de novela das seis ou os monólogos da protagonista que eram infindáveis e descrentes para mim.

Parecia um texto lido pelo google talk, igual foi com UM DEFEITO DE COR. E curioso, o escritor ganhou alguns prêmios e eu estou (oi?!). Se eu fizesse uma lista de piores do ano, com certeza esse livro estaria nela. Quase 400 páginas que não acabavam.
Claudia Cordeiro 28/11/2022minha estante
400 pág? Eu costumo abandonar entre 50 e no máximo 100...




Angelica75 17/01/2023

Chato demais.
Livro muito chato, um tema interessante mas, pelo apresentado, poderia ter sido contado em 100 páginas. Conheci o autor em uma mesa da FLIP 2022, convidado pois com outro livro, ele ganhou o Prêmio Saramago. Confesso que tenho receio de começar a ler RafaelGallo novamente. Achei muito piegas a escrita, um tema emocionante que não me comoveu em nada.
comentários(0)comente



Amanda3913 17/04/2020

Dolorosamente belo.
A trama já foi bem estabelecida pela sinopse. Não acontece muita coisa (externamente). Mas Rafael Gallo descreve linda e dolorosamente o processo de uma mãe frente a conclusão que o desaparecimento do filho não terá uma resposta. Todos os "e se"s, todas as escolhas e consequências de seguir ou não atrás de um fim, jogados num turbilhão de uma mãe que viu a vida passar à sombra da ausência.

Acompanhar Ângela no processo é levar-se junto na dor que não se mensura de um filho perdido.
comentários(0)comente



Noelia 29/11/2022

O tema do livro me impactou e me motivou a ler mas a desenvoltura do livro me decepcionou. Em alguns momentos parecia que não estava tendo continuidade, senti falta de uma emoção ou de plot realmente emotivo. Acredito que talvez se o livro fosse menor, teria atingido uma nota maior.
comentários(0)comente



Mariliza.Baptista 28/04/2024

Apesar de sensível, uma quebra de expectativas
"Rebentar", livro escrito pelo cuidadoso e sensível Rafael Gallo, trata da história de uma mãe que toma a difícil decisão de encerrar a busca por seu filho desaparecido aos 5 anos de idade. Rafael descreve todo o percurso de muitos anos de uma mulher que passou a viver em função da procura e de qualquer fio de esperança por um reencontro com seu filho.

Com muita delicadeza, o autor desenvolve uma narrativa dos sentimentos e pensamentos da protagonista, combinados com situações da vida que aconteciam apesar da sua dor e que ela nem sequer se atentava. Sempre em alerta e presa no momento em que soltou a mão do seu filho para sempre.

Apesar de ser uma história muito rica em detalhes e desenvolvida com todo o cuidado para que o leitor pudesse acessar da maneira profunda o sentimento da perda e da eterna dúvida sobre o que aconteceu, percebi que, para mim, a leitura foi um tanto arrastada e cansativa. Posso afirmar que amo ouvir e ler histórias com profundidade, mas acredito que o autor possa ter pecado na repetição de situações e em diálogos pouco desenvolvidos.

Ainda assim, a leitura faz refletir sobre o processo de luto daqueles que não estão (ou que não sabemos se estão) mortos. É uma visita ao conformar-se com a realidade e perceber nela a possibilidade de caminhar, apesar de tudo.
Alê | @alexandrejjr 28/04/2024minha estante
Belo texto, Mariliza, parabéns!


Mariliza.Baptista 28/04/2024minha estante
Muito obrigada, Alê!




Amanda 08/01/2016

Rebentar
O primeiro livro do Rafael foi vencedor do prêmio SESC e finalista do Prêmio Jabuti. Um autor nacional promissor em que a Record decidiu apostar, publicando seu segundo livro. Rebentar conta a história de Ângela, uma mulher cujo filho, Felipe, desapareceu em uma galeria quando tinha apenas 5 anos de idade.

Este é um livro de superação que prometia muito drama, então, obviamente, eu pensei que iria me agradar. Mas não foi bem assim.

Do início ao fim, nós acompanhamos os pensamentos mais íntimos de uma mulher que perdeu o seu filho e, 30 anos depois, decide parar de procurá-lo. Após o fatídico dia, Ângela não parou de procurar pelo seu filho por um segundo. Largou o emprego, entrou em depressão, deu entrevistar, fez cartazes, viajou o Brasil para identificar corpos, mas não chegou perto de encontrá-lo. Tudo isso com o apoio do marido Otávio e da sobrinha Isa.

Ela finalmente decide não ficar parada em casa e esperar que ele volte. Afinal, se estiver vivo, ele teria 36 anos e não seria mais o filhinho querido - seria um homem que ela nem sequer reconheceria. Então eu acreditei que haveria uma grande reviravolta em sua vida, algo emocionante e que marcaria, mas foi ai que me enganei.

Apesar da escrita de Rafael ser muito boa e fluída, achei a Ângela um dos personagens mais sacais da minha vida. Em 150 páginas tudo o que ela fez foi tomar a decisão de seguir em frente com a sua vida e ter quatro conversas sobre ela: contando para seu marido, sua psicóloga, sua sobrinha e para o homem que repara sua casa para que ela permaneça igual por 30 anos.

Ou seja, não há um pigo de ação (nem grandes acontecimentos) durante quase 400 páginas, o que o tornou extremamente cansativo e enfadonho. Vemos como Ângela é indecisa e medrosa, além de se importar muito com o que os outros vão pensar de sua atitude. Também vemos um bando de gente chata que não tem nada a ver com a história querendo dar pitaco no que ela deveria ou não fazer.

Este foi um livro que demorei quase um mês para ler, e que só fui até o fim porque a escrita era boa e eu queria saber se acabaria acontecendo algo de mais emocionante. E não acontece.

site: http://escritoseestorias.blogspot.com.br/2016/01/resenha-131-rebentar.html
comentários(0)comente



Maria - Blog Pétalas de Liberdade 29/10/2015

Recomeçar
Felipe era um garotinho de 5 anos quando desapareceu enquanto estava numa galeria com a mãe. Durante os 30 anos seguintes, Ângela, a mãe, tentou de todas as formas reencontrá-lo. Agora, depois de 3 décadas, ela não quer mais continuar sua busca. E é sobre essa renúncia que fala Rebentar.

Durante 30 anos, a vida de Ângela se resumiu à busca por Felipe. Ela e o marido não tiveram outros filhos, gastaram tudo o que podiam seguindo pistas, contrataram um restaurador para manter a casa exatamente igual ao que era quando o filho desapareceu. Todas as manhãs poderiam ser o começo do dia em que reencontrariam Felipe, todas as noites o casal ia dormir tendo perdido o filho mais um dia.

"Na verdade, não há infinitas mortes nem infinitas vidas, nunca ouve: o que resta, no lugar da criança desaparecida, é uma anulação constante entre vida e morte - polos opostos de um mesmo vazio sem contornos. Os pais e o filho para sempre habitando esse vão: morrendo vida afora, vivendo adentro de uma morte que não se consuma." (página 26)

Após uma série de acontecimentos, Ângela se deu conta de que jamais poderia recuperar Felipe, não o Felipe de trinta e poucos anos, mas o Felipe por quem ela esperava desde que ele se foi, o menino que voltaria para o segundo quarto da casa, aquele que permaneceu do mesmo jeito por décadas.

Ângela decidiu encerrar as buscas, sair da associação de famílias em busca de pessoas desaparecidas, tirar o nome do filho do cadastro de desaparecidos, mudar de casa, voltar a trabalhar. Sua decisão traria consequências não só para ela, mas também para o restante da família e para tantas outras pessoas que estiveram envolvidas com o caso de alguma forma.

Tive que intercalar a leitura de Rebentar com outro livro, pois ele é uma leitura vagarosa, onde as coisas ficam muito mais no campo dos pensamentos do que da ação. No início, cheguei até a pensar que havia me distraído e estava lendo o mesmo trecho mais de uma vez ou que o autor é que havia se distraído e escrito a mesma coisa novamente, mas não era isso, Rafael Gallo opta por repetições buscando reafirmar algumas ideias, o que torna a leitura mais lenta. Não é um livro que prende o leitor ou o enche de esperanças, desde o início percebemos que a volta de Felipe não é o foco e nem algo que provavelmente vá acontecer. O livro não fala sobre o reencontro de uma mãe com um filho, e sim sobre o reencontro de uma mulher com a vida, sobre a difícil tarefa de seguir em frente quando a sociedade espera que se permaneça no mesmo lugar.

"- Digamos, por exemplo, que a gente tivesse se separado no meio do caminho. Ou mesmo que um dos dois tivesse morrido e o outro sobrado, viúvo. Se eu tivesse ficado, por exemplo, e depois de você ter morrido eu decidisse fazer outra coisa da minha vida, tocá-la pra frente sem esperar mais reencontrar o Felipe, provavelmente as pessoas achariam isso normal. Mas se você fizesse a mesma coisa, todo mundo ia te tachar de... sabe-se lá o quê. Iam dizer que você ficou louca depois que eu morri. Que na hora que você mais deveria ter cuidado da busca pelo Felipe, já que era a única dos pais viva, é que o deixa para trás de vez. É tudo muito mais difícil pra você. Ainda mais nesse mundo machista." (página 138)

Num geral, eu gostei do livro, por abordar um assunto importante que é o desaparecimento de crianças. Hoje mesmo, infelizmente, inúmeras podem estar se separando de suas famílias, e quais são os caminhos para reencontrar uma criança desaparecida? Quando é a hora de seguir em frente, de desistir das buscas? É preciso realmente desistir? Conhecendo a história de Ângela, me solidarizei com ela, entendi suas atitudes. Quando um ente querido morre, há um corpo para enterrar, um corpo do qual se despedir na maioria dos casos, há pelo menos a certeza do fim. Quando alguém desaparece, há apenas o vazio, a incerteza que pode se disfarçar de esperança. E essa esperança incerta pode doer mais que a certeza do fim.

"- Você não pode perder a esperança assim, Ângela.
- O problema é que a esperança não é feita só desse sentimento bonito que todo mundo fala. A esperança tem também um avesso que acaba comigo, Suzana." (página 85)

Outros dois pontos que gostaria de destacar no livro são o fato de o marido de Ângela ter continuado ao lado dela após o desaparecimento de Felipe, a relação dos dois traz um pouco de luz para uma história tão sofrida. O segundo ponto me fez pensar sobre o tratamento dado aos casos de desaparecimento de crianças e adolescentes de famílias pobres, sei que Rebentar é uma obra de ficção, mas será que esses casos são tratados com a mesma atenção que os acontecidos em famílias de classe econômica mais alta?

"Meninos desaparecidos de famílias pobres eram classificados como viciados, malandros, foragidos no crime; as meninas, se já tivessem passado dos onze anos, eram quase sempre tidas como 'putinhas' ou fugitivas que estavam com algum namorado na casa dele, num motel ou em qualquer sítio desabitado." (página 70)

Eu gostei da capa do livro, ela tem uma textura quase aveludada. A diagramação está boa, com margens, espaçamento e letras de bom tamanho, as páginas são amareladas e o livro está bem revisado.

"Uma grande porção de cada pessoa é um lugar onde se está só, completamente só." (página 103)

site: http://www.petalasdeliberdade.blogspot.com.br/2015/10/resenha-livro-rebentar-rafael-gallo.html
Alê | @alexandrejjr 25/04/2023minha estante
Parece o meu tipo de livro! E tenho a impressão que vou achar um baita romance!




Lusia.Nicolino 08/01/2021

O peso do desistir
Atraída pelo título li a sinopse e inclui na lista. Demorei a ler, mas gosto de ler as primeiras obras dos autores e Gallo é um autor muito jovem. Rebentar é uma história pesada. Perder um filho por desaparição pode ser pior do que perder um filho para a morte – quem pode saber onde se arrebentam as emoções de cada um?
Angela é nossa personagem principal e, por três décadas, vive em função da ausência do filho que se perdeu. Quando decide desistir completamente da busca o que mais teme é o julgamento que isso pode acarretar, mas está decidida. É muito bem construída e o desenrolar da sua história é muito bom, mas, por outro lado, é tão forte que os outros personagens que aparecem aqui e ali são tão etéreos que não parecem participar da trama, apenas orbitar em volta dela. Principalmente Otávio, o pai. Que permaneceu ao lado da mulher sem culpá-la por nada, apoiando em tudo, ouvindo, aceitando. Ele é muito passível, muito disponível, ele é sempre sim e, por isso, não acredito nele. Gostaria que tivesse explodido e saído de casa batendo a porta pelo menos uma vez.
Os diálogos são simples, às vezes até simplórios. Recurso literário para dar um descanso ao pesado da história, da narrativa? Não creio. Contudo, não deixa de ser uma leitura interessante, para mim faltou um exame de DNA na ferida. Para entender, concordar ou discordar é preciso ler! Inclua em sua lista!

Quote: “Chama-se órfão aquele que não tem pais. A condição dos pais e mães que perderam seus filhos, no entanto, nunca recebeu um nome.”


site: https://www.facebook.com/lunicolinole
comentários(0)comente



Faluz 03/09/2023

Rebentar - Rafael Gallo
O desaparecimento sem solução é um eterno ciclo de perda, não existe um fim realmente. Sempre presente uma faísca de esperança de possibilidade uma necessidade até mórbida e exigente de acreditar numa possibilidade que não se realiza.
Rafael Gallo discorre com maestria esse pulsar de "vazio", de ænadaæ que se sustenta por uma possibilidade queda muito deixou de existir.
Delicado e triste.
comentários(0)comente



Luiza.Thereza 10/10/2015

Rebentar
Há trinta e seis anos, Angela perdeu seu filho em uma galeria durante uma tarde de compras. Há trinta e seis anos ela dedica sua vida à única tarefa de encontrá-lo.

Mas agora, depois de trinta e seis anos praticamente parada no tempo esperando o retorno de seu filho, ela quer se lembrar que ela e o marido ainda possuem algum tempo no mundo, quer se lembrar que possui o direito de ter uma vida.

Não se trata de uma desistência. Felipe, que tinha cinco anos quando fora perdido, não pode ser recuperado. O Felipe que se perdera, se ainda estivesse vivo, seria agora um homem feito, e o elo que o ligaria aos pais, as lembranças (os valores que estes sempre passam as suas crias) não poderia mais ser criado.

E é essa trajetória de redescoberta da vida que Rafael Gallo descreve em "Rebentar". É o passo a passo de uma mãe de um filho perdido que segue de volta para o presente, buscando um futuro em que a ausência do filho não norteie todas as suas ações.

site: http://www.oslivrosdebela.com/2015/10/rebentar-rafael-gallo.html
comentários(0)comente



Airton Alcântara 27/12/2023

Imersão na dor
A sorte é que li não tendo filhos.
O autor coloca o leitor dentro da dor de uma mãe que teve um filho desaparecido e que sofre com isso há 30 anos.
Livro muito forte e sensivelmente bem escrito.
comentários(0)comente



Jeanne22 21/07/2017

Fui buscar este livro por ter sido a escolha do mês na biblioteca da minha cidade. Nunca havia ouvido falar de Rafael Gallo, nem de Rebentar. A história que temos é de uma mãe, Ângela, que teve seu filho, Felipe, desaparecido há trinta anos, que decide então dar um fim as buscas que por todo esse tempo foram a única razão de sua vida. O livro inicia nesse ponto e tece uma trama lenta e profunda por todo romance. Particularmente, gosto de leituras que seguem sem prometer uma reviravolta, algo inesperado. Tema central deveras delicado, mas que Gallo trata de maneira excepcional. Uma mãe em agonia que resolve viver, ou tentar. Decisão extremamente difícil por si e pelos outros. A leitura me fez pensar na escrita de Dostoiévski, em algumas obras que li, onde o conflito se dá no início e as demais partes tratam do protagonista lidando com o problema.
Tive o privilégio de participar de uma roda de conversa com o autor. Rafael se mostrou simpático e solicito para qualquer conversa ou questionamentos, foi como ouvir um conhecido falando, alguém que se tem afeição. Contou-nos como entrou para o mundo da escrita, provando que não precisa ser um gênio das artes para fazer literatura. A prática importa, o estudo sobre, e a revisão, muita revisão. Falou sobre suas influências, a questão da música, um pouco de sua vida, respondeu-nos sobre suas obras desde a trama até os aspectos físicos do objeto livro. Além de Rebentar, Gallo também escreveu um livro de contos, Réveillon e outros dias. Autor mais que recomendado.
comentários(0)comente



Diogo Hilário 01/08/2017

O livro tem alguns pontos negativos, como alguns poucos problemas de edição, redundâncias na escrita( o autor não só repetindo as mesmas ideias, mas também com as mesmas palavras) e muita prolixidade desnecessária, tanto que nem é preciso chegar no final do livro pra ter uma sensação de que poderia ter sido escrito em muito menos páginas( talvez até a metade). Ou seja, é perceptível que a obra foi estendida sem necessidade. Mas, de forma geral, é muito bom. O livro revela uma escrita com bastante sensibilidade e uma plena capacidade do autor continuar se desenvolvendo.
comentários(0)comente



fev 13/01/2021

Esse é um livro que funcionaria melhor se fosse contado em primeira pessoa. A carga dramática aumentaria significativamente. Mesmo que não tenho sido escrito o livro continua bom. A história ainda que repetitiva traz uma perspectiva diferente daquela que estamos acostumados.

Acompanhamos o processo de Ângela em desistir de procurar o filho depois de 30 anos do desaparecimento dele. É uma jornada bem dolorosa porque ela deixou de viver para ficar 30 anos vivendo disso. Eu não consigo nem imaginar como é sentir algo parecido como a perda de um filho. Apesar de entender a questão da Ângela tenho que acreditar que ela seja um pouco egoísta em relação ao filho. Otávio, pai de Felipe, é pouco explorado nesse enredo. Ele está ali apenas como suporte a jornada da esposa. É uma bela relação diga-se de passagem, mas pouco explorada. O narrador só acompanha Ângela. Eu até consigo entender devido aos pré conceitos em que a sociedade impõe sobre mães e filhos. Rafael Gallo elenca esses motivos, mas não me convenceram de forma geral por não ter mostrado o sofrimento do pai.

Gallo também pincela rapidamente a diferença como famílias brancas são tratadas quando precisam de atendimento policial e o que difere de uma família preta. Ângela e Otávio são brancos e ricos e para diferenciar a histórias deles ela relata como aconteceu quando o filho de Dora, fundadora de uma instituição para mães que possuem os filhos desaparecidos, também some. É um detalhe importante mesmo que pouco exectutado.

Outro ponto legal do livro é a relação da Ângela com a sobrinha afilhada Isa. Toda essa situação afetou a família inteira inclusive a sobrinha. Mas isso fez com que elas acabassem se aproximando ainda mais. É legal reparar a importância que uma tem na vida da outra e como isso vai se construindo.

O livro tem uma história dolorosa, mas é bem tranquila de se ler. Recomendo para quem quer ler sobre uma nova perspectiva algo que é tão explorado.
comentários(0)comente



N0gueir4 06/09/2023

Nunca há nada garantido na literatura
Tomei conhecimento do autor ao escutá-lo em um podcast. Alguns dos assuntos do episódio eram crise e desistência da literatura/escrita. Corri para ler "Réveillon e outros dias" e achei sensacional. Logo na sequência li "Rebentar". A personagem principal do romance também é alguém que está considerando desistir da busca pelo filho desaparecido. O autor nos leva ao longo da narrativa a vivenciar as agruras da espera dessa mãe por alguma resposta, bem como a possibilidade que a vida lhe apresenta no sentido de seguir em frente, deixando o passado para trás e desistindo de sua busca. A escolha das palavras e a maestria da narrativa nos obriga a não apenas ficar como espectadores (ou seríamos expectadores?), mas também nos arrasta pelas memórias da protagonista, pelos locais que visita e que evocam as lembranças de sua perda, além de nos permitir vivenciar sua busca na construção de um presente e de um futuro que insistem em não se descortinar, ora por sua própria culpa, ora pelos obstáculos que vida impõe.
comentários(0)comente



19 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR