Niltium 28/07/2020
Foto dele no meu insta @niltium, confiram lá
George é uma garota transgênero e que mesmo não conhecendo os termos, sempre se viu como uma menina, tendo isso como seu segredo. Quando sua turma decide fazer uma peça de A Teia de Charlotte, ela quer muito interpretar a protagonista, já que é uma história que ela gosta muito, porém é barrada pelo fato de ser um papel feminino e a verem como um menino. Então, junto de sua melhor amiga, decidem ensaiar e inventar um plano para participar da peça e a enxergarem por quem ela é. Numa história rápida e com tom inocente, Alex Gino consegue não só levantar discussões sobre crianças trans, como também mostrar a importância de desconstruir as ideias de papéis de gênero.
É uma história bonita e importante, sendo recomendada principalmente para (até mesmo futuros) pais e educadores, pois mostra que a ideia de educar designando um papel atribuído ao gênero é prejudicial ao desenvolvimento da criança - seja ela cis ou trans, uma vez que excluem a possibilidade de George de interpretar o papel principal da peça, mesmo ela tendo ido super bem na audição pelo fato de a verem como um menino.
A garota é muito inocente e consegue nos sensibilizar e nos frustrar quando a vemos triste por não a enxergarem como ela é. Um dos pontos altos da leitura é quando sua amiga entende seus sentimentos e aceita de forma fácil e super amigável, mostrando que talvez nós adultos que compliquemos as coisas, já que uma criança criada de forma livre abraça o fato de George não se identificar com o gênero que nasceu e até a ajuda a ser ela mesma.
O livro acaba falando muito sobre educação infantil, enfatizando a importância de dar todo o suporte para as descobertas da infância, de forma livre e segura. Tendo um núcleo familiar amoroso e confiável, a criança se sentirá confortável de conversar sobre seus sentimentos. E no caso de uma criança trans, será possível começar logo cedo o acompanhamento médico e psicológico para que ela possa crescer sentindo bem com o próprio corpo, como é o caso da nossa George.