Resenhas - Tão Insano Quanto Você

Tainá 13/02/2016

O que ficou das listas
A única coisa que eu tinha conhecimento acerca desse livro antes de abri-lo, era que ele iria ser incrivelmente distinto dos outros, pelo fato, já obviamente explícito na capa, de ser contado em listas.
E como eu adoro listas. Acho que elas são capazes de conter naquela estrutura organizada uma infinidade de possibilidades implícitas, em número por número, sentença por sentença, e fica a cargo do leitor compreender o que foi dito metaforicamente, o que está interconectado ali, sem que se possa encontrar de maneira automática.
E "Tão insano quanto você" é isso para mim. Todd Hasak-Lowy não nos entrega de bandeja a história mastigadinha, a experiência não é objetiva, muito menos passiva. A busca pelas entrelinhas (ou entre listas!) é o ponto principal do livro, que não é convencional, não só na maneira como é escrito, mas pelos próprios fatos que nos são apresentados.
Mas, se você está realmente a fim de saber do que se trata esse amontoado de listas, aqui vão umas dicas:

1- Darren é um garoto de 16 anos, cujos pais se divorciaram recentemente ( e não, isso não é um spoiler!) .
2- Ele começa a ver sua vida de uma maneira estranhamente diferente quando seu pai decide lhe revelar um fato primordial para todo o desenrolar da história.
3- Seu irmão, Nate, a quem Darren idolatra, na verdade é só mais um cara babaca com seus neurônios prestes a dar um curto circuito de tanta maconha que ele consome.
4- Darren toca baixo. E gosta de ouvir discos de jazz antigo na hora do almoço com seu professor Keyes. Talvez o fato de ele não ter muitos amigos possa estar relacionado a isso. Ou não.
5- Talvez o fato de ele não ter muitos amigos o faça conhecer Zoey Lovell, uma garota tão ímpar quanto ele.

O livro só perdeu pontos comigo devido à maneira com que os personagens evoluem. Eu senti várias vezes que eles poderiam ter tomado decisões mais maduras ao longo dos acontecimentos, e que isso deixou a história um pouco arrastada, ou como se não fosse dar em lugar nenhum.
Entretanto, algumas figuras no livro são encantadoras demais para não serem citadas: Ray e Rachel, que me fizeram realmente apreciar o livro, gostar ainda mais de músicas brasileiras e perceber que o amor nem sempre se trata só de conexão, mas de esforço e compreensão.
Talvez, quem sabe, problemas, família, personalidade e amor possam ser transcritos em listas.