Jaciara 30/11/2011
Água para Elefantes
Sara Gruen é uma escritora romancista nascida no Canadá e com dupla-nacionalidade, canadense e estadunidense, seus livros tratam principalmente com animais. É uma apoiante de numerosas organizações de caridade que apóiam os animais e a vida destes em seu habitat natural. Além de ter escrito “água para elefantes”, é autora de dois outros livros ainda não publicados no Brasil, Riding Lessons e Flying Changes. Ela vive em Chicago, com o marido, três filhos, quatro gatos, dois cachorros, duas cabras e um cavalo.
Segundo as notas da autora, no início de 2003, o jornal Chicago Tribune publicou um artigo sobre um fotógrafo que acompanhou circos por todos os Estados Unidos nas décadas de 1920 e 1930. As imagens que o ilustravam fascinaram-na tanto que comprou dois livros de circo e, ao acabar de folheá-los, estava inteiramente seduzida. E foi assim que começou suas pesquisas bibliográficas sugeridas pelo arquivista do museu Circus World, em Wisconsin, tanto é que semanas depois foi para a Flórida visitar o museu dos Irmãos Ringling.
Água para elefantes foi uma história surpreendentemente interessante, tanto é que li em uma semana. Posso dizer que Sara Gruen é ótima para descrever os mínimos detalhes, dando para se perder na imaginação. O livro abrange assuntos como a desigualdade entre funcionários e artistas do circo; como também o maltrato com os animais, mas o que predomina é o poder do amor, que superou todos os obstáculos, até mesmo o tempo.
A história é contada por Jacob Jankowski, com 93 anos, que vive em uma casa de repouso, cercado de senhoras simpáticas e fantasmas do passado.
Durante seus 70 anos, Jacob havia guardado um único segredo que havia percorrido sua juventude: trabalhou no circo. Porém, o que parecia ser uma vida monótona e chata ao esquecer toda vez o nome de sua enfermeira que cuidava dele, um circo acabara de chegar à cidade despertando as recordações de sua juventude. Mas essas lembranças não eram quaisquer algumas, eram lembranças de um mundo habitado por aberrações e palhaços, que irracionalmente, infringiam as leis rigorosas. E com elas, vinham lembranças boas, recordações repletas de paixões e maravilhas, mas que também abrigava dor e ódio.
Tudo começou quando Jacob entrou na onda da Grande Depressão americana quando perdeu seus pais num acidente de carro. Assim, abandonou a faculdade de veterinária quando estava prestes a formar-se. Caminhando sobre os trilhos de trem ouviu barulhos e quando se deu conta, estava dentro de um dos vagões do Esquadrão Voador do Circo dos Irmãos Benzini. E foi dali que começou sua história de vida. Conheceu artistas, se apaixonou pela atração principal do circo; a jovem estrela do número dos cavalos: Marlena.
“- Não falo muito sobre esses dias. Nunca falei. Eu tinha medo de deixar escapar alguma coisa. Sabia como era importante guardar o segredo dela e de fato o guardei – pelo resto de sua vida e depois. Em 70 anos, nunca o revelei a ninguém.”
O fato é que todos os detalhes fez-me apegar ao livro, a história, me emocionou de uma forma inexplicável, porque além de amar os animais, há um momento irrelevante ao qual, uma elefanta considerada estupefata e ignorante que não serve de nada, pois não obedece aos comandos de seu domador, entra no circo dos Irmãos Benzini. O que era pra ser uma solução para os problemas do circo, virou praticamente um desafio para tentar domá-la. Jacob, polonês e veterinário, descobriu que Rosie, como foi chamada, obedecia a comandos em polonês. Pulando de felicidade, Jacob revelou a todos que havia descoberto uma maneira de fazer com que Rosie vire a atração principal.
Assim, a elefanta que era considerada inútil virou esperta, carinhosa e companheira, roubando a cena, cativando qualquer leitor.
O elo que une o trio Jacob, Marlene e Rosie, eram as últimas esperanças de sobreviver naquele circo. Com muitas desavenças entre os membros, principalmente com August, o marido de Marlena e responsável pela apresentaçao de Rosie. Água para Elefantes é uma comédia misturada com umas pitadas de dor e aflição. O mais impressionante é que, Jacob, mesmo com seus 93 anos de idade, relembrava de todos os detalhes de sua vida.
O mais interessante é que, depois de ter lido, assisti o filme e tudo se encaixa perfeitamente. Os personagens talvez não com as mesmas características como tivesse imaginado, mas dá uma vontade de não sair nunca da história e ficar revivendo os tempos em que o amor era valioso. “Quando duas pessoas nascem pra ficar juntas, elas ficarão juntas. É o destino.”