Bianca S. Bonatto 13/02/2017É é uma boa maneira para conhecermos novos autores, sejam eles independentes ou não.RESENHA: Mundo pós-apocalíptico. E uma comunidade igualitária e imortal. É assim que podemos resumir – do mais resumido – esse livro. Em meio a um momento de puro impulso, ao descobrir que o marido a estava traindo com a melhor amiga, Regina não pensa ao pegar e disparar uma arma… no exato momento em que a profecia, datada para o dia 21/12/2012, se cumpre.
E de repente, não menos do que isso, tudo desaparece!
E ao acordar, Regina está de volta a um época passada da sua vida, juntamente de algumas outras pessoas “escolhidas” para sobrevier.
A trama da história se desenvolve a partir desse ponto, envolvente, com reviravoltas em meio a confusão de todos os acontecimentos e uma perspectiva de vida longe. Uma vida até os 70 anos e outra dos 20 até os 100 anos, totalizando uma vida de 150 anos.
Como toda a boa distopia, há segredos que, aqueles que conhecem, tentam manter longo dos olhos da maioria, nesse caso, do conhecimento da grande massa. E eles farão de tudo para que nunca seja revelado.
Temos um livro narrado em três partes, no todo, nos apresentando três gerações de mulheres da família Brandão: Regina, Larissa e Victória. A primeira com Regina, a segunda com Larissa, a garotinha que a primeira encontrou e criou e, por fim, Victória, filha da segunda, a qual parece ter muita atenção voltada para si – chagaremos lá depois. Tudo isso encaixado numa narrativa em terceira pessoa.
E por mais simples que a vida tenha se tornado nesse outro mundo igualitário, percebemos que as pessoas em si são complicadas e é disso que nasce todo o caos – seja ele para o bem ou para mal. Isso não se aplica apenas aos cidadãos civis, entre eles temos o próprio governo e por tal, um mundo que acaba sendo mais complexo e cheio de regras.
Aos decorrer dessas “apresentações” a trama vai se estabelecendo cada vez mais e se erguendo dos cantos escuros e então vamos entendendo o que é tudo aquilo que cerca e rodeia aquela sociedade.
Com uma escrita é bem fluída, coloquial e, de certa forma, rápida. A autora soube criar, elaborar e, principalmente, manipular os elementos com os quais escolheu trabalhar – isso já é um grande ponto para a leitura ser envolvente.
Com esse livro podemos entender que nunca haverá uma sociedade perfeita. Não podemos controlar cada ser humano no planeta e isso é o que derruba qualquer “projeto” que visa o “bem” maior – dentro dessa mesma ideia, já entram pessoas erradas… ou melhor, meios para um fim, totalmente distorcidos.
Quanto a edição, está de ótima qualidade! Parabéns Loraine!!!
MINHA IMPRESSÃO: Nós recebemos o livro de um BookTour, feito pela própria autora, em um pedido muito simpático no Skoob. É é uma boa maneira para conhecermos novos autores, sejam eles independentes ou não.
Em geral, eu gostei do livro e me surpreendi – para os dois lados.
Não vou mentir ou omitir, há coisas que me deixaram incomodadas, não relacionadas a trama ou inteiramente, mas se trata de um gosto inteiramente particular.
Uma dessas coisas é o clichê da “garota perfeita” onde todos os caras são apaixonados por ela. Aqui no blog a gente tenta correr para longe disso, por ser massante demais e ser “mais do mesmo”, já temos inúmeros livros com tal personagem… precisamos mudar um pouco.
A outra coisa que me incomodou um pouco, foram alguns diálogos. Em certos momentos senti que a personagem estava sendo falsa, não que fossem diálogos mal construídos, pelo contrário, são bem estruturados, no entanto, a maneira como algumas personagens falam… O uso de algumas expressões me passou essa sensação.
Deixando bem claro, ambos os pontos são inteiramente particulares, mesmo que sejam uma opinião comum entre a Ana e eu.
Apesar disso, a maneira como a Loraine construiu suas ideias, nos dá um livro além desse contexto “mais do mesmo”. E eu estaria sendo completamente desonesta se julgasse a história dela apenas com base nesses dois pontos, pois eu gostei. Gostei dessa visão de mundo distópico desconstruída, onde temos uma sociedade igualitária, porém tão destrutiva quando quaisquer outras sociedades de mundos distópicos dos quais já lemos.
Super-recomendo para quem curte distopias, em principal para desfazer a visão que criamos lendo esses outros livros mais populares – que eu nem preciso citar título, pois você sabe de quais estou falando – e entrar numa outra visão desse universo.
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