spoiler visualizarLucy 03/04/2022
Como alguém de Leão, me senti altamente insultada
Como ponto positivo, o livro é rápido. São poucas páginas e a leitura flui fácil.
O Coração do Leão é um enorme clichê. Isso não é propriamente um problema. Entretanto, quando começo a fazer paralelos, comparativos com outros livros, isso se torna um problema. Me lembrou 50 Tons, Bully, Caso Perdido. É irônico a autora usar um personagem gay estereotipado para afirmar que ele é um clichê dentro de um livro repleto de clichês.
Não vou mentir e dizer que não achei a leitura, no geral, agradável. Porém, não sou idiota. Mia Sheridan nem tentou ser sutil com Jake. No segundo que ele apareceu, eu sabia que Jake era o Leo. Era óbvio. E se não fosse óbvio o suficiente, ela ainda nos agraciou com vários flashbacks de Leo com a protagonista no decorrer do livro. Por que nos fazer simpatizar e conhecer alguém que morreu, sendo que já tem outro cara na jogada? Sutileza... Então, sabendo quem Jake era realmente, eu só queria entender o porquê da mentira. Por quanto tempo ele esperava mantê-la. E saber sobre sua identidade foi o que me fez não querer bater (tanto) na protagonista.
Evie se vê sendo perseguida durante 1 semana por um homem, mas ela acha isso muito divertido, já que ele é péssimo nisso. Ela sabe que deveria ficar preocupada, mas diz que já viveu o bastante para reconhecer quando está em perigo. Não sei se é assim que as coisas funcionam... Depois de abordá-lo, ele lhe conta o que estava fazendo, e ela confia instantaneamente nele. Ele lhe mostra ser muito possessivo em diversos momentos, ele exige enfurecido que ela lhe conte com quantos homens ela fez sexo, em mais de uma vez ele é visto em situações muito suspeitas com outras mulheres. Se fosse outro livro, ele seria um psicopata ou um traidor. Bem, a parte do traidor ele é. Jake é uma enorme bandeira vermelha ambulante, mas, mesmo após todas as coisas altamente suspeitas que o envolvem, ela permanece confiando cegamente nele. Não importa que ela tenha "sentido" inconscientemente que ele era confiável. É estúpido. E Evie é mais um clichê. Ela não é uma personagem apaixonante por ser ingênua, irreal e perfetinha.
No fim do livro, Jake/Leo assume sua verdadeira identidade e conta porque abandonou Evie após prometer ser fiel e casto para ela. Sinceramente, eu sei que a autora quis que eu me sensibilizasse com ele, mas não deu. Além de sentir nojo da história, senti asco por ele. Revirei os olhos com sua história trágica. Eu não consegui engolir essa trama e não teria lhe perdoado. Outro clichê que odeio é o da mocinha virginal e do mocinho promíscuo. Só por isso, ele já tinha caído muito no meu conceito. Mas então ele conta que fez sexo com outra mulher após 3 dias sem vê-la, após 1 dia antes escrever que iria se casar com ela. Óbvio que a "mãe" dele é o monstro da história, mas 15 anos não é 5. Mas a lista de clichês não acabou ainda. Enquanto Evie passou por muitas m*rdas na vida que conseguiu superar, Leo passou a beber, se drogar e transar com qualquer coisa que anda. É sempre assim. A mocinha sofre, mas cresce e se torna uma mulher muito doce, gentil e otimista. Mas o cara sempre vira um lixo. Ele vira o comedor e ela a virgem que será sempre dele, pois ela é "melhor que ele". Melhor por ser virgem? Melhor por ter se guardado para alguém que lhe abandonou e lhe traiu na primeira oportunidade possível? Ele sumiu por 8 anos sem lhe dar satisfação e quando retorna inicia um relacionamento baseado em mentiras. Leo não é nem um pouco confiável.
A Voz do Arqueiro é infinitamente melhor.