Negras Raízes

Negras Raízes Alex Haley




Resenhas - Negras Raízes


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Rogério Simas 31/03/2020

Dor e arte
A saga de uma família de pessoas escravizadas da África para os EUA.
Um exemplo singular que ajuda a entender um contexto social que afeta a humanidade até hoje.

Olivro mais triste que já li.
@eu_rafaprado 10/02/2021minha estante
To lendo este




Gabriel 21/03/2020

Entre idas e vindas finalmente consegui terminar de ler "raízes", um livro profundamente emocionante onde as lágrimas correm como um rio em momentos de muita tristeza e singela alegria. Um livro que todas as pessoas deveriam ler, independentemente de cor ou credo. Um livro que denuncia o sofrimento dos escravos, mas que acima de tudo nos traz força da ancestralidade; nossas raízes, bagagem espíritual...
Um relato de muita pesquisa, trabalho e amor...
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Chaves 29/11/2019

Negras Raízes
Novembro está chegando ao fim. Nos despedimos do mês onde as pessoas refletem sobre políticas públicas para o povo negro, racismo, outras formas de discriminação e os atrasos causados pela escravidão de uma raça.

Por pura coincidência, este mês comecei a ler uma obra que há anos me despertava o interesse, o livro de Alex Haley, chamado Negras Raízes. Esse antigo e longo livro (646 páginas) publicado em 1976, havia sido lido pelo meu pai e estava há muito tempo na prateleira de livros.

Fique tranquilo, não há spoiler neste texto!!

Este livro, que no começo parece um relato de um negro africano, capturado e levado para os Estados Unidos e que depois soa como um romance, me mostrou pontos de reflexões importantes.

Primeiro, mas não mais relevante, o livro me mostrou a importância de a gente contar a nossa história para nossos filhos e incentivar que esse legado seja passado de geração para geração.

Foi somente por esse fato que o autor do livro conseguiu vencer as lógicas e as estatísticas e teve a oportunidade de conhecer seu verdadeiro passado africano. Foi através dessas memórias passadas por sete gerações, que ele chegou a história do africano Kunta Kite, capturado na Gâmbia, em 1767.

Ler este livro me deu um gás para conhecer a história dos meus pais e, fazer um pacto comigo mesmo, de perpetuar essa biografia para meus filhos e netos.

A obra também me fez refletir como Alex é uma exceção em um mundo onde as pessoas atravessam oceanos para conhecer sobre seus antepassados europeus, que vieram para o Brasil e entraram pela porta da frente.

Hoje, eu, que sou filho de uma negra com um branco, tenho, por direito, adquirir minha cidadania italiana, mas e minha origens africanas? Essa eu nunca saberei, pois isso nos foi tirado.

É triste pensar que essa chance de conhecer o passado nos foi roubada de forma tão brutal e suja. É triste pensar que, em pleno ano de 2019, ainda exista pessoas que acreditam que a escravidão não foi nada de mais, que esse trágico evento da nossa história não tenha trazido cicatrizes profundas para os negros do mundo todo e que essas cicatrizes ainda não causem muitas dores na atualidade.
Apesar de vivermos em uma Era da escrita, onde a tecnologia impera em nossos lares, não esqueça do passado e, se possível, registre esse passado. Afinal, sua história pode se perder em algumas gerações.

Pais, sentem com seus filhos e contem as histórias da sua família.
Outra reflexão que eu tive foi sobre a nossa vida. Que legado nós deixaremos para as próximas gerações, que história teremos para contar de nós mesmos para as próximas gerações? O que você fez para melhorar o mundo?

PS: Esse livro, mais tarde, virou série e novela para a televisão.

site: https://mescapuliu.blogspot.com/2019/11/negras-raizes.html
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Leonardo 25/11/2019

“Eu sou Kunta Kinte, primeiro filho de Omoro, que é filho do homem santo Kairaba Kunta Kinte! ”
O que fica na nossa memória, quando aprendemos sobre a escravidão, são imagens de escravos negros acorrentados e submetidos a condições subumanas. Essas condições desumanas tiveram o efeito de tirar completamente dos escravos as suas identidades como seres humanos. O livro Negras Raízes, caso tivesse que ser reduzido a poucas palavras, poderia ser resumido como uma saga cujo eixo central gira em torno da importância do nome de alguém e de sua língua como instrumentos de identidade e resistência de um ser humano. Língua, aqui, deve ser entendida no sentido mais amplo. Quando falamos de língua, fazemos referência a todo um repositório cultural de um povo. Esses dois elementos (nome e língua) dão ao ser humano uma compreensão de como ele é no plano individual (no caso do protagonista, seu nome: Kunta Kinte) e coletivo. Kunta Kinte é membro de algo maior do que ele. Na verdade, ele é membro de algo que é maior do que a soma individual de cada membro de sua tribo (os mandinga). E é isso o que nosso personagem central visa resguardar a todo custo. O começo do livro é enternecedor. Ele nos mostra o nascimento de Kunta Kinte e depois o ritual por meio do qual ele recebe o seu nome. Vemos como Kunta, à medida que vai crescendo, toma ciência de toda a sua genealogia e cultura tribal. O livro, nesta primeira parte, mostra como é a rotina de uma tribo africana. Vemos os vários rituais de passagem que levam Kunta Kinte até a condição de homem, na tribo. Essa primeira parte da história (que corresponde a quase um quarto da obra) renderia, por si só, um livro. Esse início de livro é um verdadeiro romance de formação. Em um segundo momento, temos a captura de Kunta e o seu envio para a América via navio negreiro. A narração do tempo que se passou na embarcação foi muito angustiante para mim. Foram várias páginas descrevendo um grande suplício (ver seres humanos reduzidos a animais capturados e acorrentados). Os africanos foram submetidos a condições extremamente insalubres (viviam em meio a seus próprios excrementos, urinas, vômitos). Havia ratos, piolhos e pulgas nos porões do navio. Era um ambiente totalmente escuro, sem ventilação alguma. Eram açoitados por qualquer motivo. Mulheres eram estupradas. Os homens se sentiam com raiva, impotentes ante esse e outros abusos. Vez ou outra subiam até a parte de cima do navio para serem lavados. As cascas das feridas eram esfregadas com força e a água salgada do mar joga sobre elas, causando muito sofrimento. Parece que havia uma determinação dos brancos em não só subjugar os negros fisicamente, mas também moralmente. E assim, se passaram muitos dias nesta angústia (mais ou menos de oitenta a noventa dias). Algum consolo mínimo para eles foi quando começaram a se comunicar (a despeito das diferenças de língua e tribo) na escuridão do porão. Agindo assim, não mais sentiam-se tão sós. Foi muito angustiante ler isso. Isso deveria ser objeto de leitura quando ensinamos para as nossas crianças na escola a história da escravidão. Ler isso por um bom tempo (40 páginas) me deu uma ideia muito mais viva do sofrimento dos escravos. Acho que se eu visse um filme sobre o assunto o impacto não seria tão grande. Esta é a magia da literatura: nos propiciar viver uma série de vivências e sentimentos de uma forma muito forte. Isso suscita reflexões. Isso nos torna mais humanos, pois nos colocamos no lugar do outro. Eu cheguei a parar e pensar: será que existem demônios ou o diabo? Será que isso tudo não é um bode expiatório para nos impedir de chegarmos à conclusão de que o diabo somos nós mesmos na verdade? Em um terceiro momento da trama, Kunta Kinte chega finalmente à América. Lá, ainda que acorrentado e reduzido à condição de escravo, empreendeu inúmeras fugas. A cada fuga frustrada, eram-lhe aplicados castigos muito fortes, cujo ápice culminou na amputação de metade de seu pé. Não podendo mais fugir em razão de sua nova condição deficiente, Kunta buscou se adaptar ao seu contexto opressor. Por ter nascido livre, Kunta nunca foi escravizado em sua mente (e seguiu assim até o fim de sua vida). Acompanhamos ao longo da história inúmeras reflexões de Kunta. Kunta Kinte estranhava os brancos, pois via neles uma determinação de se acharem civilizados e bondosos. Esses brancos não tratavam os negros como um ser humano, mesmo tendo erguido o seu estilo de vida privilegiado sobre o suor escravo. Os brancos desumanizavam os negros ao não permitirem que eles falassem ou fizessem qualquer coisa que remetesse a sua origem tribal africana (e, logicamente, não podiam também saber nada da língua dos brancos, pois poderiam se tornar “perigosos”, pensantes). Os escravos não podiam ter um nome africano ou algo que fosse muito estranho; os negros tinham que ter junto ao seu nome, desde seu nascimento, o nome de seu senhor. E essas situações todas que acarretavam uma perda de identidade eram para Kunta o pior que se podia fazer a um negro. Kunta Kinte estranhava os escravos nascidos na América (muitos, para seu espanto, “meio claros”). A seu ver, parecia-lhe que eles não tinham a menor noção de onde tinham vindo. Não sabiam a que tribo tinham pertencido na África. Não sabiam nada de seu idioma de origem na África. E isso, para esses escravos, para o espanto de Kunta, não era da menor importância. Enfim, Kunta estranhava esses seres sem identidade. Para Kunta, eles eram seres submisso, domesticados pelo homem branco. Kunta sempre orgulhoso de seu nome, língua e pele negra retinta (e sem mistura alguma com uma gota de sangue branco), a princípio não se misturou com esses escravos (ele jurou a si mesmo que não seria como eles). Estes escravos também, por sua vez, estranhavam Kunta. Os escravos que tinham nascido na América sabiam como se portar nas fazendas. Maneiras aparentemente submissas, na verdade, eram máscaras que escondiam formas de se adaptar e resistir (dentro do possível) ao meio cruel em que viviam. Kunta, em seu orgulho, não percebia as coisas assim (por isso que, a princípio, esses negros também não confiavam em Kunta). Aos poucos Kunta se aproximou (o orgulho lhe acarretava muita solidão), criou poucas, mas boas amizades. Teve uma esposa (Bell) e uma filha (Kizzy). Para a filha, sempre fez questão de passar a sua identidade livre - de raízes africanas - o que englobava seu idioma e toda a carga cultural que ele traz. À filha ensinou o nome africano para uma série de objetos e seres. E a sua filha passou para os seus filhos essa herança cultural. E de geração em geração a história de Kunta foi passada. Kunta Kinte significava para seus descendentes as suas origens, o espírito livre e o orgulho de ser negro. De geração em geração temos um desfile de nomes e acontecimentos dramáticos. Acompanhamos algumas revoltas negras malsucedidas, rumores de guerra, o crescente receio do homem branco do sul contra os iminentes ventos de mudança, a guerra civil americana e a libertação dos escravos. O fim da história culmina com o nascimento do autor do livro, Alex Haley (descendente de Kunta Kinte). A partir de seu nascimento acompanhamos uma nova geração de negros libertos que vão conquistando, com trabalho e competência, o seu lugar de dignidade na sociedade americana. Certa vez, o poeta português Fernando Pessoa disse: “A minha pátria é a língua portuguesa”. Acredito que o alcance dessa frase possa ser obtido por meio da compreensão de toda a história de Kunta Kinte. Ele, mesmo senso escravo e longe a milhares de quilômetros de seu lar, sempre carregou a África consigo ao cultivar a sua língua ancestral e toda a sua cultura embutida nela. Cada um luta com as armas que tem, e Kunta Kinte lutou usando a sua amada língua. Kunta lutou preservando a sua memória de homem livre. Quando os brancos tentaram impor um nome a ele (queriam chamá-lo de Toby), na tentativa de despersonalizá-lo, ele reagiu dizendo, indignado: “Eu sou Kunta Kinte, primeiro filho de Omoro, que é filho do homem santo Kairaba Kunta Kinte! ” Negras Raízes... agora parece óbvio, mas só após a leitura do livro pude compreender, em sua totalidade, o significado desse título.
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Vanuza.Dias 20/10/2019

Aquelas raízes...
A emoção de reler essa obra é a mesma que senti quando li pela primeira vez em formato pdf.
Por mais que eu tente, não consigo imaginar a emoção do autor Alex Haley em tentar reproduzir a trajetória de seu ancestral Kunta Kinte de forma a retratar os acontecimentos com o máximo de fidelidade e embasamento histórico.
Além de uma biografia, esse livro retrata a trajetória de sofrimento de um dentre inúmeros africanos que foram arrancados da terra de origem, largando forçadamente familiares e suas raízes para dar início a uma trajetória de dor e martírio,que revela uma das mais terríveis crueldades de ser humano para ser humano: a escravidão!
O que me faz amar este livro é o apego de Kunta às suas "Negras Raízes", apesar de tudo o que passou, se negando até mesmo em aceitar ser chamado de "Toby" e o fato de sua história ter atravessado gerações e agora estar registrada nessa obra incrivelmente emocionante !!
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Orochi Fábio 27/09/2019

Emocionante e épico!
Esta verdadeira saga do escravo africano e sua descendência, cuja estrutura reverbera até HOJE, se diferencia de outras obras do gênero como "A Cabana do Pai Tomás"(cujo personagem submisso chega a irritar!), ou "...e o Vento Levou"(onde os negros são felizes e infantis), por mostrar personagens aguerridos e humanizados dentro de um sistema brutal: quanto às críticas a respeito de mostrar os brancos como maus, ou na melhor das hipóteses, coniventes, leia-se a última frase do livro como argumento válido:"... na esperança de que esta história do nosso povo possa ajudar a atenuar e alterar o legado de que a História, basicamente, tem sido escrita pelos vencedores."... é isso.
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Suelen 04/07/2019

Negras Raízes- Alex Haley
Não tenho nem palavras para definir o quanto este livro mexeu comigo, e como a história é bem construída, dolorida, real e importante. O verdadeiro relato da escravidão descrito em 646 páginas.
A história real de Kunta Kinte, homem africano, gambiano, sequestrado aos 17 anos e feito de escravo. Sofreu em uma longa viagem até a América, trancafiado em um cubículo escuro de um navio, sendo humilhado de todas as formas, sendo surrado até os ossos ficarem expostos, até o sangue escorrer, passando fome, evacuando no chão, nas próprias pernas.
O começo do livro nos mostra o nascimento de Kunta Kinte, a transição de bebê para criança, de criança para adolescente e de adolescente para homem adulto. Um processo muito importante, que é descrito com muito valor e respeito. O amor que Kunta Kinte tem pelos pais é uma das coisas mais bonitas que já li.
Logo de início já percebemos a importância que a natureza, o cultivo e os animais tiveram na vida desse povo. E é claro que isso era o ganha pão deles. E a chuva? A chuva era um dos maiores milagres, sem chuva os alimentos ficavam cada dia mais escassos. Feliz período em que alá mandava chuva.
É difícil definir a parte mais triste do livro, mas uma das mais triste é quando famílias são separadas a força pelos brancos. Geralmente as escravas davam à luz e o bebê era arrancado de seus braços. As mais jovens eram usadas para “procriação”. Quando o bebê nascia, era posto à venda (como se fosse um produto, um ser humano...), ou era leiloado. Sem esquecer do fato de que, na maioria das vezes, essa gestação era concebida de um estupro (vindo do dono da escrava) que no livro são denominados por “massa”. Em vários momentos, escravas trabalhavam gestantes, sob o sol forte, em inanição, fazendo mais esforço do que o normal. Eram postas para trabalhar o dobro, o triplo, até provocar um aborto. “Sorte” das famílias que conseguiam trabalhar e ficar juntas por longos anos.
A partir do momento que Kunta é sequestrado e levado como escravo, o livro começa a mexer com nosso psicológico mais do que o normal. Acompanhamos a crueldade da escravidão, como foi um período doloroso, difícil e injusto. Vemos a luta de anos e anos,em que escravos juntavam moedas em busca de comprar a própria liberdade. Trabalho árduo, sob sol e chuva, por períodos longos, além do que o corpo aguenta. Famílias separas, que nunca mais se viram, fome, doença, miséria. Açoitamento por motivos banais (como se tivesse motivo pra isso), e como os negros sofreram com os piores tipo de humilhação, até que esse período cruel finalmente tivesse fim.
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Vick 28/02/2019

Uau, serio, que livro foi esse, comprei ele em um sebo pela internet la para o meio do ano passado, é um exemplar bem velho e gasto, o que tornou a experiencia ainda mais significativa, por saber que o próprio livro em minhas mãos tem uma historia, esse exemplar, que já pertenceu a outras pessoas, e me foi mandado por um outro alguém que eu não faço já transmite algo sobre si e sobre as pessoas que o possuiram. Enfim, enrolei para ler porque sabia que de forma alguma seria uma leitura fácil, no final de janeiro comecei a ler e terminei hoje, praticamente um mês depois. O livro me despertou tanta coisa que eu não saberia descrever, é um marco histórico simplesmente, apesar de toda a clara dor que o livro transmite, de algum jeito ele me aquietou um pouco, saber de verdade sobre uma historia que foi parecida com a minha e de meus ancestrais, e de milhões de outras pessoas é incrível, é virar o jogo, é afirmar que a historia não tem que ser eurocêntrica, que nós temos historia, esse livro é necessário, de qualquer forma, é um livro sobre uma família, mas que conta parte da historia da humanidade.

Alex Haley escreveu uma obra prima, mesmo sendo Americano, partes da historia se assemelham muito a escravidão aqui no Brasil, quem me dera um dia ter essa oportunidade, imagino que assim como eu, muita gente já se perguntou de onde veio, qual a historia de sua família, eu mesma pouco sei, a não ser alguns poucos relatos de meus avós sobre seus país ou avós, assim como os milhões de descendentes de africanos aqui no Brasil e nas Américas que tiveram sua historia e cultura negadas. O relato no final do livro, sobre como ele foi a Juffure e encontrou a aldeia de onde seus antepassados vieram e de como eles o receberam como alguém que finalmente retornou, como sendo parte deles, foi lindo. Sem duvida um dos livros mais fortes e sinceros que já tive o prazer de ler.

"Através desta carne, que é nós, nós somos você, você é nós"

P.S. (edit 23/03/2020) : Alguns meses depois que li livro, fiz um trabalho na faculdade sobre história oral e a tradição dos griot na África, e foi muito bonito ter essa visão dada pelo livro, a oralidade é um campo de estudo ao mesmo tempo muito rico e muito complicado, Alex Haley fez um trabalho espetacular, é a história e a literatura caminhando juntas.
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James Ratiere 24/01/2018

O que realmente somos
O impacto que traz o relato de alguém que vai atrás da história ancestral de sua família e muito forte. Negras Raízes é além de um homenagem, é perpetuar, imortalizar pessoas que durante toda a vida foram injustiçadas, sofreram todo o tipo de violência e conseguiram com seu suor passar seu legado.
As lágrimas caem a cada desaparecimento, a cada não despedida, a cada caminho obscuro que o autor traça até chegar em sua geração.
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Roseane 20/01/2018

Que nossa indignação nunca morra.
Negras raízes foi uma leitura bem marcante. Enquanto mulher negra, me encanto cada vez que descubro um pouco mais da história do meu povo antes do sequestro e da escravização. A cultura, os laços familiares, a religiosidade, a força, os ensinamentos, o respeito aos mais velhos, o cuidado, a simbiosidade com a natureza e os animais, o entendimento de ciências como matemática e metereologia, plantio, agropecuária.

Morri de rir ao ver que as mães pretas são muito parecidas. Binta quando prevê o pior para o filho mais velho que planeja uma viagem, sai correndo pela aldeia aos gritos afirmando que que so tinha dois filhos porque havia perdido o primeiro e quando o primeiro retorna da viagem vitorioso ela e a primeira a dizer, eu sabia que ele ia conseguir. Bem mãe mesmo ne? A minha mae ainda ia falar: voltou sao e salvo? Não fez mais que sua obrigacao. (risos).

A partilha do alimento durante as viagens com quem quer que estivesse precisando. A identificacao de diversas culturas, etinias, idiomas ? O conselho dos anciãos ,a organização da comunidade , eleição, o casamento, traição, poligamia, os trajes, a culinária, a transmissão do conhecimento pela oralidade, o aprendizado da escrita? temos muito que aprender sobre a nossa história interrompida.

Derrepente o homem branco chega, fere e sequestra. O livro relata detalhadamente as maldades que o homem branco foi capaz de fazer para o seu enriquecimento financeiro e para o seu prazer pessoal de praticar maldade. As condicoes da travessia dentro do navio negreiro onde homens , mulheres e crianças acorrentados unidos uns aos outros em um porão, um ambiente sem luz, vomitavam, evacuavam, urinavam no local onde estavam acorrentados, apenas quando se formava uma camada muito grossa que cobria todo o chão que o homem branco retirava com uma pá o excesso. Alimentação de péssima qualidade, violência física até que músculos e ossos ficassem expostos para qualquer um que se opusesse a escravidão.

Ao chegar em terra firma, o processo de venda, de fuga, de violência, um ciclo que transformava o povo negro em quase zumbi, não pq eles não tinham força , isso eles tinham muito, mas o homem branco tinha as armas, as leis e a união na perversidade. O livro ainda relata muoto bem a pervesidade do homem branco pobre, trajetoria muito parecida do Branco pobre brasileiro, que chegaram ao Brasil atraves de cotas, pessoas que na Europa não fariam qualquer diferenca, ganharam passagem, terra, semente e trouxeram consigo toda a maldade interna e a exerceram (em) com maestria.

O livro relata bem a trajetoria da mulher negra no processo de escravidão que já comeca a ser violada sexualmente no navio negreiro durante a travessia, começa a trabalhar aos 3 anos de idade, começa a ser violada sexualmente assim que ocorre as modificações do corpo na adolescência, não e dispensada dos trabalho dos campos ate o dia de parir, é alvo de violência física quando grávida para ser vir de exemplo, não tem direito a maternidade pq o filho já e vendido desde o ventre, a qualquer contra gosto dos brancos ela e separada de sua familia?

Kunta, um guerreiro africano que nunca desistiu de si, de sua ancestralidade, de sua história, mesmo sendo tão novo, com 17 anos foi separado de tudo que lhe pertencia ele lutou pra manter viva a sua história, a sua verdadeira história não a do sequestro.

Uma vez ouvi que eu deveria ser agradecida a escravidão negra por ter nascido no Brasil e ter tido direito a ter caderno e hoje ser formada e trabalhar, ainda dói quando lembro.

Leitura forte e necessária. Que nossa indignação nunca morra.

Roseane Corrêa
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Marcia 22/09/2017

não é resenha
Finalmente completei a leitura do livro Negras Raízes de Alex Harley.
Fiquei impressionadíssima com a história e me emocionei junto com os personagens. Como é brutal ser arrancado de sua terra, de seu povo e se tornar animal de carga, forçado ao trabalho pesado , sem a menor condição de vida.
Lendo esse livro hoje, onde tantos animais são tratados como seres humanos, fiquei mais indignada.
Não é fácil encarar a realidade da escravidão ,a intolerância americana, a brutalidade e a ignorância do ser humano
O final do livro o escritor conta a sua jornada para conseguir obter todos os dados.
Uma leitura fascinante e recomendo.
Só li esse livro por causa do desafio literário que a Rita propôs. Só tenho a agradecer.
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Edna 13/01/2017

A saga de uma família.
Fantástico! " facção", ou não. Anos após o enorme sucesso de vendas e da série de TV, o autor Alex Hailey admiti que sim, havia se " inspirado " um pouco em the african de um outro autor. Não obstante, não tira o valor de Roots, no Brasil chamado: negras raízes.
Esta incrível saga iniciada com o não menos incrível, Kunta Kinte. Que marcou uma época e faz rebuliço até hoje. O mandinga que foi sequestrado, espancado, humilhado e acabou escravizado na América do Norte, no sul do país no século XVIII. Kunta sofreu o diabo... Até compreender que jamais voltaria à África, nem tornaria a ser o guerreiro livre de outrora. Más como um ser humano sábio, ele compreendeu que a verdadeira liberdade, esta na mente, e tentou passar isto para sua filha Kizzy. Kunta sofreu mais um baque com a venda de sua jovem filha.
Daí a história já passa a ser protagonizada por ela, que também sofreu os horrores da escravidão nas mãos de seu dono, Tom Léa, ela dá a luz George, filho de Tom. É este jovem espirituoso que casa e tem oito filhos, daí a família de Kunta vai aumentando e depois da guerra civil americana os bisnetos dele e suas respectivas famílias se tornam libertos. Eles vão se adaptando à nova realidade e também vivendo o preconceito que os brancos têm contra os negros. A história vai sendo contada até chegar em Alex Hailey. Que explica como e porquê, como foi o processo de criação de seu livro.
Raízes é uma história de ficção e realidade ao mesmo tempo. Eu recomendo a leitura e posso dizer, que faz muito tempo que não leio um livro tão incrível. Nota máxima para ele.
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Paula.Paim 29/08/2016

Excelente
Magnífico, ainda que triste, história sofrida de um povo tido como objeto, propriedade. Vale muito a pena a leitura.
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Guil 27/08/2016

Favorito de minha estante
Li esse livro a muito tempo, e pretendo reler em algum momento. Guardo minha edição do círculo do Livro até hoje com carinho pois é uma história muito comovente que mostra a trajetória de um povo arrancado de sua terra natal para servir aos caprichos de outrem através de.muito sofrimento. E é especialmente tocante a parte onde você descobre que não é uma história de ficção, mas sim a história do próprio autor e suas gerações passadas.
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