Andressa 23/04/2021Um dos melhores romances de época que já liSendo o segundo livro da Candace Camp que eu comecei a ler, eu já tinha começado a me adaptar a sua escrita fluida, os seus personagens fortes e coerentes, mas eu não tava preparada para o quanto essa história me trouxe verdade. Agr por que "verdade" não é mesmo? já que se trata de um romance de época e obviamente ficcional. Bom, a resposta é simples: a mocinha tem motivos sólidos e racionais para querer se consolidar como uma solteirona. Todo mundo que leu romance de época sabe que muitas mocinhas abandonam suas convicções imediatamente ao conhecerem o mocinho ou à medida em que o desejo por esse possível parceiro vai crescendo. Essa aqui não! Muitos que forem ler vão dizer que sim, ela mudou suas convições por desejo também. Eu digo que não. Algo menor do que amor, mas não somente isso, não conseguiria transformar a visão que a mocinha tem sobre casamento. Ela precisou conhecer a história do mocinho, observar o seu comportamento com outras pessoas e, claro, ser absolutamente cativada pela boa pessoa que o mocinho demonstrou ser. E olha que em um momento ela quase perde o amor da vida dela por medo, mas não medo dele e sim medo de amar. A nossa mocinha começa a história com uma visão negativa (mas com certeza não tiro a razão dela disso) sobre a instituição marital justamente por crescer em uma casa com um pai abusivo que submetia a mãe dela à violência só porque tinha frustrações pessoais e uma personalidade sem caráter. Até hoje vemos relatos de feminicídio, violência contra a mulher entre outros absurdos que, definitivamente, constroem uma certa desconfiança contra qualquer homem, imaginem naquela época. E justamente por esse livro fazer o que poucos fazem de verdade (aproximar a história da realidade da época e não só romantizar tudo) que o torna tão bom. Essa noção de que a miníma autonomia que uma mulher poderia ter é se casando não é compartilhada pela mocinha e, sim, o oposto disso. Já que até certo ponto da história ela pensa que pode manter o pouco de independência que lhe resta (já que ela de modo geral tem que se submeter à autoridade do irmão) é sendo solteira. Mas todos sabemos que ela vai ter um final diferente do que almejava e, não, menos feliz do que vivendo na solterice.