Valério 25/08/2016
Épico
Um livro escrito há 136 anos.
Que já gerou um dos maiores clássicos da história do cinema, décadas atrás. E que agora inspirou um novo filme.
Por certo que o livro não seria ruim.
Mas o que faz de Ben Hur tão atraente?
Em primeiro lugar, temos a tendência de nos colocarmos sempre ao lado de Davi contra Golias.
Como humanos, sentimos empatia pelo desfavorecido, pelo mais fraco, quando enfrenta o mais forte. Que geralmente é visto como arrogante (e nem sempre é assim).
Aqui, temos um judeu (um bom judeu, diga-se de passagem). Judeu nascido e criado em família pobre, Ben Hur se vê vítima de uma tragédia, um incidente, ocaso do destino, leva a se ver em situação diametralmente oposta.
Pobre, escravo, dominado e sem perspectiva. Atraiçoado.
E então surgem as oportunidades de vingança. Para tanto desafiará o império romano, aqui representado por um de seus arautos, o Romano Messala, com quem foi criado junto e que posteriormente foi o artífice da espoliação de Ben Hur e sua família.
A partir desse ponto, não há como não tomarmos o partido de Ben Hur.
Judeu bom, justo, fiel a Deus, humilde, em busca de corrigir injustiça ignominiosa. Contra o romano arrogante, trapaceiro, covarde, ladrão, corrupto.
Na trama, traições, enganos (inclusive auto enganos), fascínio e paixão pela pessoa errada, redenção, descrição de cenas emocionantes (a corrida de bigas, lutas de vida ou morte).
E, como pano de fundo, estamos na época de Jesus Cristo, que aparece em vários trechos e trava conhecimento inclusive com Ben Hur e sua família. A parte mais comovente do livro, que certamente levará às lágrimas grande parte de seus leitores.
Não se deve passar uma vida sem que se tenha lido este livro.
E, como sempre, leia antes de ver o filme. A leitura prévia enriquecerá o filme. Já ver o filme antes, estragará em boa medida as emoções do livro.