Meu nome é Vermelho

Meu nome é Vermelho Orhan Pamuk
Orhan Pamuk




Resenhas - Meu nome é Vermelho


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Anna 16/01/2010

Meu nome é Vermelho
Finalmente terminei de ler o livro Meu nome é vermelho
de Orhan Pamuk.
Orhan Pamuk foi prêmio Nobel da literatura
com o livro Neve. Dizem que é maravilhoso, mas ainda não o
li. Dizem inclusive que ele é melhor que Meu nome é vermelho.
Como Meu nome é vermelho é simplesmente fantástico, não vejo a hora
de ler Neve.

A história se passa em Istambul, em torno do ano de 1591, um ano
antes das comemorações do milênio da Hégira. O que é Hégira? Fuga
de Maomé para Meca. Alia narrativa policial, amor proibido e reflexões
sobre as culturas do Ocidente e Oriente.

O núcleo do livro não é a história de amor, nem os assassinatos.
O mais importante é a discussão em torno das diferenças das pinturas
ocidental e oriental. E são estas diferenças que levam os artistas a se degladiarem e cometerem crimes.

Cada personagem do livro apresenta uma visão do mundo, ou talvez a visão do seu mundo. Isto traz riqueza à narrativa, te faz mergulhar na história.
Isto torna, as mais de 500 páginas, tarefa fácil rs.

O que mais gostei foi a mensagem do livro, que o Ocidente e o Oriente pertencem à Alá. Sendo assim, não há razões para matar, guerrear por princípios culturais
pois os dois mundos pertencem a um único Deus.

Eu adorei o livro e recomendo.
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meandros 23/10/2013

Meu nome é da Rosa Vermelha
Em O Nome da Rosa, Umberto Eco nos apresenta a busca de um assassino entre monges na Itália do séc. XIV. Em Meu Nome é vermelho, Orhan Pamuk nos apresenta a busca de um assassino entre pintores miniaturistas na Turquia do séc.XVI. Em ambos, uma apresentação magistral do passado com estreita relação com os dias atuais.

Mais além desta barata comparação, Meu Nome é Vermelho destaca-se pela polifonia dos incontáveis narradores que discutem direta ou indiretamente do microcosmo da delicada posição da pintura na cultura islâmica. Como nas miniaturas dos artistas, não falta esmero nos detalhes e na composição total da obra.




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Nazrat 30/12/2022

Arte oriental
Este livro é uma preciosidade! No início parece confuso com uma profissão de termos e nomes estranhos (se você não tem afinidade com islã e a história da Turquia), mas há um glossário e um histórico no final que ajudam.

Quando à história e a forma escolhida para sua narrativa, com diferentes perspectivas, 19 no total, se não me engano, é lindo e flui muito bem. É uma narrativa envolvente, num contexto diferenciado (pelo menos do meu ponto de vista) e envolve romance, algo de investigativo e história da arte. Pena que não posso falar muito mais para não cair em spoilers, mas o final... Coisa linda de bem amarrado!
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Ricardo.Borges 11/06/2021

Misterioso
Um mistério envolvente, mas acho que se ele se alongou demais em alguns momentos. As descrições são fantásticas e, por isso, fica mais fácil mergulhar na história.
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Sebo Por Todo C 15/05/2017

Um escritor com pleno domínio da narrativa
Estamos no fim do século XVI, Istambul, em um ateliê de pintores miniaturistas que segue os preceitos do Islã, sendo o mais básico e fundamental deles é que toda a arte figurativa constitui uma afronta.


Porém, a arte retratista veneziana e a pintura renascentista já influencia a uns poucos por sua técnica artística tão diversa do que prega o islamismo. Tio Efêndi é um deles. Usa de sua influência junto ao sultão para sugerir uma obra ilustrada ao estilo estrangeiro. O sultão, então, encomenda ao Tio Efêndi um livro que pretende dar de presente ao doge de Veneza, com pinturas inspiradas na arte otomana usando algumas técnicas venezianas, para com isso demonstrar a superioridade islâmica ao mundo ocidental.

O projeto corre em absoluto segredo com Tio Efêndi coordenando o trabalho de quatro dos mais talentosos miniaturistas: Cegonha, Borboleta, Oliva e Elegante Efêndi.

Dezenove narradores se alternam para compor esse romance histórico permeado pela arte, filosofia e religião e, também, amor, ciúme, rivalidade, inveja, cobiça. Quer mais? Assassinatos e uma a intensa investigação.

O que dizer desse livro?

É um livraço.

É pouco?
Então, o que dizer de Orhan Pamuk?

O autor tem pleno domínio da narrativa.

E isso é um grande elogio. Se não acredita, pergunte a algum amigo escritor e veja o que ele responde.

Além disso, Orhan Pamuk condena publicamente o genocídio de armênios ocorrido durante a Primeira Guerra Mundial e atua na defesa dos direitos políticos dos curdos. Sua atuação internacional nessas duas questões o levou a ser processado pelo governo turco, em caso que provocou polêmica internacional.

Bom, eu já disse que são dezenove narradores. O que eu não disse é que, entre eles, há o "Eu sou meu cadáver" e "Eu, o Cão" e "Serei chamado Assassino" e, por que não, "Eu, o Diabo", de quem extraio um trecho da página 376 / 377. É um trecho um pouco longo, mas vale a pena:

"Comecemos do começo. Todo o mundo se agarra ao fato de que fiz Eva comer o fruto proibido, mas esquecem como tudo isso começou. Não, não começou tampouco com minha arrogância diante de Alá. Antes de tudo o mais, houve essa história de Ele nos apresentar o homem e querer que nos inclinássemos diante deste, o que encontrou minha legítima e decidida recusa, embora os outros anjos tenham obedecido. Vocês acham correto que, depois de me ter criado do fogo, Ele exija que eu me incline diante do homem, que Ele criou do mais reles barro? Ora, meus irmãos, digam a verdade, em sã consciência! Está bem, sei que vocês já pensaram no assunto mas temem que o que for dito aqui não fique apenas entre nós: Ele vai ouvir tudo e um dia vai lhes pedir explicações. Tudo bem, não me interessa saber por que Ele lhes deu uma consciência assim. Admito, vocês têm por que ter medo, portanto vamos deixar pra lá essa questão do barro e do fogo. mas tem uma coisa de que não me esqueço nunca, sim, uma coisa de que sempre me orgulharei: nunca me inclinei diante do homem.

Ora, é precisamente o que fazem os europeus. De fato, não só eles fazem questão de retratar e de exibir todos os detalhes daqueles grão-senhores, daqueles padres e daqueles ricos mercadores, e até das mulheres deles -- cor dos olhos, textura da pele, contornos dos lábios, efeitos de sombra de um decote, rugas na testa, anéis nos dedos, até os tufos de pêlo que saem das orelhas --, mas ainda por cima colocam essas pessoas no centro de seus quadros, que exigem igual fazem com seus ídolos, como se o homem fosse um objeto de culto e todos devessem se prosternar diante dele! Ora, porventura o homem é tão importante assim para que desenhem todos os seus detalhes, inclusive sua sombra? Se desenhássemos as casas de uma rua de acordo com a falsa percepção do homem, isto é, diminuindo de tamanho à medida que estão mais distantes, não seria usurpar para o homem o centro do mundo, que é o lugar que cabe a Alá? Bem, Ele, o Todo-Poderoso, em sua clarividência, saberá julgar melhor que eu, mas acho que todos compreenderão que é um absurdo me culpar pela ideia de fazer esses retratos, logo a mim que sofro as consequências -- a dor indescritível do exílio, a perda da graça de Alá, de quem eu era o favorito, tornando-me objeto de pragas e injúrias -- da minha recusa original de me inclinar diante do homem. Mais razoável seria fazer como certos mulás e pregadores esclarecidos que me apontam como responsável pelas crianças brincarem com suas partes e as pessoas peidarem."




site: http://trechoprediletoliteratura.blogspot.com.br/
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Homerogoncalves 08/12/2020

Romance histórico contextual
O livro narra, através da perspectiva de personagens relacionais, uma misteriosa trama sobre o assassinato de figuras envolvidas por uma obra de arte encomendada pelo sultão, para ser enviada ao Doge de Veneza, como demonstração de sua riqueza e grandiosidade.

O contexto histórico desvela os costumes e tradições orientais muçulmanos, de uma civilização forjada pelo confronto e rivalidade cultural com o Ocidente.

A leitura é leve e tem um fundo se suspense razoável. As sutilezas dos comportamentos dos personagens e as cenas com descrições muito detalhadas trazem a tona uma realidade histórica que parece fidedigna.
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Danilo.Santos 28/07/2018

Um livro que poderia ser bom mas não foi
Ao ler os primeiros 3 capítulos, sendo o primeiro narrado por um cadáver e o terceiro narrado pelo desenho de um cachorro, muito bem escritos e com uma ironia e originalidade deliciosas, pensei "ôba, livrão", mas... O livro vai ficando cada vez mais parado, além do autor ser terrivelmente prolixo, mas fui em frente. Para descobrir que foram gastas quase 500 páginas discutindo basicamente se um pintor deve pintar com ou sem perspectiva? estilo europeu ou oriental?...ZZZZZZZZ. Isso sem contar o humor involuntário: lá pelas tantas um dos personagens dá um golpe num suposto inimigo, imobiliza o mesmo ameaçando-o com uma lâmina na garganta e aí... aí os dois ficam nessa posição páginas e páginas discutindo o sexo dos anjos como se estivessem num café filosófico... Acho que o Nobel tem que rever seus critérios.
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Leonardo.Moura 13/06/2020

Novos Horizontes Literários - Oriente
O ganhador do Nobel de Literatura 2006, Orhan Pamuk (primeiro e único turco), conseguiu com dezenove narradores, além de não focar em um único tema central (como a maioria), construir um romance histórico bastante rico visualmente (Pamuk e um escritor visual, assim como Tolstoi e Prost). Leitura interessante, uma feliz descoberta para ampliar o universo literário e perceber que existem bons escritores fora do Ocidente. Antes de iniciar sua leitura, sugiro um breve estudo sobre "miniatura persa", além do "império otomano", para facilitar está fantástica viagem por Istambul e afins do século XVI, boa viagem.
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Guilherme.Gomes 17/08/2018

Cansativo.
Mais um romance histórico onde o autor manda muito bem na parte histórica (ambientação, cultura local...) mas derrapa feio no "romance". O livro tem núcleos interessantes, bons personagens, mas em boa parte da historia tudo isso é deixado de lado para dar lugar a páginas e páginas de diálogos chatos sobre "a heresia de se pintar como um ocidental". Esperava mais.
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Guilherme.Silva 12/01/2020

A cultura islâmica em detalhe (exagerado).
- Istambul, século XVI. O Sultão, em segredo, encomenda um livro para comemorar a Fuga de Maomé a Meca.
- Os livros eram ilustrados a mão, e essas imagens eram sempre as mesmas, baseadas nas obras dos artistas antigos, e as pessoas pintadas não tinham expressões.
- A encomenda deveria seguir os padrões renascentistas, além de conter o retrato do Sultão (uma heresia para o Islamismo)
- Um dos artistas é assassinado, o motivo: - participar desta obra controversa.
- Negro, volta a Istambul depois de 12 anos e passa a ser o responsável a descobrir o assassino. Neste meio tempo ele tenta "recuperar" o seu romance com Shekure.

- O início foi interessante, vários narradores, começando pela vítima assassinada, passando por um cachorro, uma árvore, porém a narrativa passa a ser muito detalhista e contar muitas e muitas lendas islâmicas. Os três capítulos finais valem o esforço, mas acredito que dava para economizar umas 150 páginas.
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Lívia 30/03/2019

Amor, devoção e cultura turcomanos
Depois da leitura do maravilhoso O Museu da Inocência quis conhecer tudo o que Orhan Pamuk já escreveu. Esse ano foi a vez de Meu nome é Vermelho. E não me decepcionei. O estilo de escrita de Pamuk é incrível e só pelo prazer de ler a forma como ele conta uma estória, já vale e muito. Entretanto, para concluir esta leitura precisei de um pouco mais de tempo, por não conhecer nada sobre a história dos impérios otomano e bizantino e isso é necessário, caso contrário o entendimento fica prejudicado.
O contexto histórico se passa em Instambul em fins do século XVI e acompanha um caso da elaboração oculta de um livro de miniaturas para o Sultão, na comemoração do primeiro milênio da Hégira, numa narrativa policial e extremamente pormenorizada.
Além do lirismo na narração da estória, foi uma aula sobre lendas, costumes e cultura muçulmanas. Incrível!
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Literatura Policial 18/06/2015

Uma proposta deslumbrante de leitura que reúne romance policial e romance histórico
A Academia Real Sueca concedeu o Nobel de literatura em 2006 para Orhan Pamuk, confirmando seu favoritismo apesar da extensa e disputada lista de concorrentes. Principal romancista turco da atualidade, seus livros encaminham o leitor através de um labirinto de histórias e crenças cujo cenário é sua cidade natal, Istambul, um símbolo do entrelaçamento e confronto entre Ocidente e Oriente, principal tema de seus livros.

Publicado em 1998, “Meu nome é Vermelho” foi recebido com rasgados elogios pela crítica, porém, sua consagração definitiva veio cinco anos depois, quando recebeu o prestigiado IMPAC Dublin Literary Award.

Sua história transcorre durante o final do século XVI, quando um miniaturista da corte aparece assassinado no fundo de um poço. O crime pode estar ligado a um livro secreto que a vítima estava ilustrando, encomendado pelo sultão para enaltecer a glória do Império Otomano. Trata-se de um presente para uma comitiva veneziana que virá visitá-lo nos próximos anos e suas iluminuras, ao invés de obedecerem as regras toscas e bidimensionais da arte islâmica, seguem o florescente estilo renascentista cuja pintura figurativa é considerada uma afronta ao Alcorão.

Com quatro miniaturistas entre os principais suspeitos e uma única pista, um cavalo de estranhas narinas desenhado no corpo da vítima, Negro Effendi foi designado para assumir as investigações e conta com pouco tempo para apontar o assassino, dividido entre três hipóteses: rivalidade profissional, crime passional ou atentado terrorista.

Contudo, o que ele realmente deseja é despertar a atenção de Shekure, o grande amor de sua vida. Separados há doze anos, a jovem está presa a uma antiga tradição: só pode ser declarada viúva quando seu marido, desaparecido durante uma batalha, for declarado morto por uma testemunha. Em dúvida quanto a seus sentimentos e constantemente assediada pelo cunhado, ela é uma personagem intrigante que revela uma sociedade com baixa tolerância às necessidades e opiniões femininas.

Sem um narrador onisciente, “Meu nome é Vermelho” apresenta 19 vozes e duas pertencem a uma mesma pessoa: o assassino. Em alguns capítulos, ele assume a autoria do crime, mas não revela quem é e, em outros, não admite a culpa sob a proteção de sua verdadeira identidade. Um enigma que desafia o leitor até o desfecho e garante algumas páginas absolutamente inusitadas, apresentadas por personagens pouco convencionais como um cachorro, uma árvore e até mesmo a cor vermelha.

Em síntese, denso de ideias, trata-se de uma proposta deslumbrante de leitura que reúne romance policial e histórico, ficção e realidade, filosofia e religião. Erudito, permite conhecer mais a fundo o Corão e a cultura islâmica e sua heterodoxa construção narrativa aponta para um novo caminho na literatura.

site: http://www.literaturapolicial.com/
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