Meu nome é Vermelho

Meu nome é Vermelho Orhan Pamuk
Orhan Pamuk




Resenhas - Meu nome é Vermelho


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Erich 13/04/2024

A história é contada em recortes. Em cada capítulo temos um narrador diferente, que se apresenta no título do capítulo, e ele nos conta diretamente os eventos, conversando com o leitor.

Os temas centrais são:
- o assassinato que acontece já no início do livro e a investigação para identificar quem é o assassino.
- o trabalho dos miniaturistas, e é colocado em perspectiva com os preceitos do islã e com a pintura ocidental
- um certo romance entre "o Negro" e Shekure.

O livro trás algumas reflexões para mim, mas isso principalmente devido a desconhecimento da minha parte sobre a cultura e a religião. Não existe a tentativa aqui de uma trajetória heróica ou de grande superação. Temos uma vida mundana, sem gerar grandes consequências.

Li este ano de 2023 alguns livros que contam um pouco sobre o Islã e perspectivas dentro dele (O livreiro de Cabul, Infiel, Kim, Entre dois palácios) e em geral vejo a mulher sendo retratada de modo no mínimo submisso. Aqui temos isso também, mas existe uma liberdade um pouco maior, uma consciência um pouco maior. Vemos que existe um planejamento sobre como proceder para se divorciar, como fugir de uma situação de abuso, ... Mas ao mesmo tempo quem precisa tomar a atitude é um homem. Nesta temática, achei bem interessante a frase:
“me disse então o que todos os homens dizem quando se encontram diante de uma mulher cuja inteligência admiram: Você é linda.”

Outro aspecto cultural que chama atenção é que este é mais um livro que retrata o judeu como alguém à margem da sociedade. Sinto que essas leituras abrem sempre um pouco a perspectiva de quanto este povo foi perseguido ao longo da história.

Sobre o tema central, as miniaturas e os miniaturistas, eu na verdade não conhecia este tipo de arte e achei diferente a sua concepção... Pintar não como a vida é, mas como "Alá vê o mundo". É uma concepção que parece fadada sempre ao erro... Primeiro por obrigar o engessamento da arte, quando a arte - como construção humana - está sempre sujeita a mudanças. Segundo, pois como alegar saber exatamente como Alá vê o mundo?
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Andre24 02/04/2024

Ótimo
Apesar de às vezes se perder em detalhes sobre a história da arte e minúcias "irrelevantes" (qual autor nunca fez isso?) é muito bom acompanhar os personagens e tentar decifrar o mistério, seguindo cada ponto de vista e narrativa diferentes. O que acho divertido nesses livros do oriente médio é que, de repente, começa uma cena erótica sem filtro nenhum ?? Recomendo muito.
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Pamela 23/12/2023

" Ouço a pergunta de vocês: o que é uma cor ?"
É muito.
Tem muita coisa aqui. Tem uma cultura que não é a ocidental, cheia de referências a contos que a gente nunca ouviu falar, e costumes e hábitos que não são o nosso normal.
Os personagens "inventados" no Café (onde o enredo sempre acaba voltando), e apresentados pela boca do satirista são os que mais amo.
Eu entendi ou fiquei tentando entender como é ser: um cão, uma árvore, um pintor, um assassino, uma vendedora ambulante judia, uma mulher desamparada, um homem que não cresceu completamente, um miniaturista cheio de orgulho, um miniaturista sem fé e outro que usa a fé pincelada pelo ocidente.
Não entendi muito bem o que é ser uma cor, do mesmo jeito que não se define bem o que é um sentimento.
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Karolline.Campos 31/08/2023

Concluído em 31/08
Uma leitura divertida e um mistério que prende a atenção. Apesar disso, minha impressão geral do livro talvez esteja um pouco embaçada pelas minjas expectativas.

O enredo é bom, mas uma coisq ou outra me fizeram ler e avançar na leitura muito lentamente.

Consegui me conectar mais com a história contada no livro porque sou professora de história e de artes, então meio que entendi os paradigmas que estão sendo argumentados na trama.

Mas mesmo esse contexto, por ser o nervo central e o único plot do livro, fica um pouco parado em alguns momentos.

Longe de mim dizer que foi uma leitura ruim. Foi, inclusive, muito prazerosa, sobretudo na primeira metade do texto. Acho que o que há de mais forte e coerente é também o que pode nos desconectar numa leitura espaçada como foi a minha.

Por isso a quantidade de estrelas e por isso essa resenha ambígua. Gostaria de ler outras obras do autor.
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Marialba 25/05/2023

Bem mil e uma noites
Cenário de Istambul no século XVI: começa com um assassinato, um problema artístico (religioso iconoclasta) e um amor não correspondido.
Goste de início. Mas, a postura das mulheres me deixou distante da narrativa.
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Icaro 12/04/2023

Linda história
Livro do mês de abril do nosso Clube, indicado pela Presidenta @andrea__deda. Livro longo, mas muito bem escrito que se passa em Istambul e arredores. Personagens super bem construídos com uma história contada por diversos narradores ao mesmo tempo. O resultado é um livro denso com uma história de crime e mistério envolvente.
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Adriana1161 25/02/2023

Arte em exagero
O livro é bom, principalmente para quem se interessa por cultura artística e religiosa do século XVI. Época do Renascimento, perda da hegemonia e do apogeu da arte islâmica, tão bem retratados no livro.
São vários narradores, 19 ao todo, que vão apresentando a história, o suspense, formando uma polifonia. Porém, como esses narradores falam em primeira pessoa, não são nada confiáveis.
Tem romance, suspense, e pano histórico de fundo.
Achei um pouco enfadonho e repetitivo, com exagero de detalhes. Enfim, foi uma leitura um pouco arrastada.
Personagens: Negro, Shekure, Hassan, Ester, Tio, Sultão, Borboleta, Oliva, Cegonha
Local: Istambul - 1591
@driperini
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Monica.Fusco 21/02/2023

Meu nome é vermelho
Livro interessante onde temos 19 narradores diferentes e muito mistério. Gostei bastante e recomendo!
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Ana Paula Carretiero 20/02/2023

Estilo surpreendente
Um romance policial que retrata a cultura artística e religiosa da Turquia do século XVI, especificamente de Istambul.
Livro bem construído e inusitado, que surpreende a cada capítulo, pois apresenta, em cada um deles, a narração de um dos 19 personagens da história. Estes personagens revelam seus pontos de vista a respeito dos acontecimentos, aguçando a curiosidade e a reflexão do leitor.
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zeguilhermespp 24/01/2023

Um mergulho profundo (até demais) no mundo da arte islâmica
Meu nome é vermelho é o primeiro romance que leio do Nobel turco Orhan Pamuk. No livro, Pamuk narra duas histórias intimamente ligadas: uma é policial e instigante; a outra, de amor, um pouco mais lenta. Na Istambul do fim do século XVI, capital do poderosíssimo Império Otomano, um pintor é assassinado enquanto trabalhava em uma obra encomendada pelo próprio sultão. O inusitado detetive que vai investigar esse sinistro é o Negro, que volta a Istambul após uma ausência de 12 anos, determinado a se casar com sua paixão de infância, a irresistível Shekure.
Esse é, em linhas gerais, o enredo do livro. A partir dessa premissa, Pamuk constrói uma teia narrativa complexa e polifônica, que abrange mais de quinze narradores (dentre eles, uma moeda e o próprio Diabo). Se essa proposta soa invovadora na forma, na entrega não me agradou tanto. Apesar de ter curtido sobretudo os capítulos de narradores inesperados (como uma árvore ou a cor vermelha), senti que essa dispersão foi um entrave ao aprofundamento dos personagens. Mesmo após quase 600 páginas, consigo citar apenas algumas características dos principais narradores desta história (o Negro é apaixonado por Shekure, que só se importa com o bem estar dos filhos; Ester é escorregadia e manipuladora, enquanto o Tio é um admirador das novidades da arte europeia). Esse elenco me pareceu raso e, por isso, não me cativou, exceção feita a alguns momentos da trajetória da inteligentíssima Shekure.
Se o drama não contribui, então qual o traço distintivo de Meu nome é vermelho? A resposta é fácil: a incursão completa no mundo a arte islâmica, em geral, e da pintura otomana, em particular. Para mim, um jovem brasileiro do século XXI, foi maravilhoso percorrer os corredores dos ateliês otomanos e poder compreender, ao menos um pouquinho, a maneira como o Islã encarava, à época, a pintura. Era uma maneira radicalmente diferente da europeia porque, para os muçulmanos, não se pode pintas as coisas tais quais nós as vemos ? isso seria como tentar usurpar, de Deus, a posição de criador. Pintar um rosto humano à moda dos retratistas europeus seria idolatria. Afinal, por que colocar um ser humano no centro de uma imagem, senão para adorá-lo? O culto aos ícones era expressamente proibido pelo Corão.
O ofício dos pintores, assim, era sempre rondado pela sugestão do pecado, pela aura do proibido. A pintura podia ser feita, mas apenas para ilustrar as histórias dos livros (daí ser vista como uma arte inferior à caligrafia), e jamais deveria representar humanos reais, apenas rostos genéricos à maneira dos chineses. Portanto, quando a influência dos pintores renascentistas começa a penetrar nessa sociedade profundamente religiosa (a Europa também o era, é claro, não incorramos em orientalismos), cria-se um nó górdio: de um lado, autodenominados arautos do progresso técnico, defendendo a adoção da técnica de perspectiva; do outro, fundamentalistas religiosos que aproveitam a ocasião para atacar não só o avanço da técnica europeia, mas a pintura de modo geral; e, entre um e outro, os pintores. A tensão Ocidente-Oriente é muitíssimo bem trabalhada por Pamuk e esse aspecto de sua obra, inclusive, figurou na justificativa de seu Nobel em 2006.
Apesar da empolgação inicial, meu entusiasmo com a arte islâmica foi minguando conforme as centenas de páginas passavam. A grossura desse livro foi, pra mim, injustificável. Em alguns momentos eu chegava a me fartar de referências à tradição literária persa em conversas casuais entre dois personagens.
Meu nome é vermelho é um bom livro, sobretudo, pra quem gosta de história e de arte. Mesmo assim, poderia ser mais curto que as suas (longas) 576 páginas.
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Luiza 13/01/2023

Um livro pra quem ama arte e história
É um livro pra quem ama arte e história, mais do que uma história de investigação.

Demorei muito pra ler porque tem detalhes (e páginas!) em excesso, eu diria... mas a história realmente te prende, te desafia e eu fiquei muito curiosa pra saber o final.

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Vitoria 13/01/2023

expectativas cumpridas ?
mesmo gostando de muitos narradores achei um pouco exagerado a quantidade mas quem gosta de livros detalhados vai amar.
tentei acertar o assassino mas como sempre errei kkkkkk não sirvo pra essas coisas mas adoro tentar
um livro que fala do oriente, amor, assassinato, intrigas e tudo mais recomendo a leitura.
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