Carol Cristina | @blogacdh 04/05/2016Resenha postada no @blogacdh"Assim começa essa história, certamente a minha, mas com enormes fragmentos da sua."
Robert é um rapaz que tem o dom da música. Ele mora numa cidade pequena chamada Camp City, junto com a mãe. A cidade tem passado por problemas financeiros, e Christian, melhor amigo de Robert, tem uma loja de instrumentos musicais e percebe que precisa mudá-la para uma cidade maior, com mais oportunidades de crescimento. Ele convida Robert para ajudá-lo, e os dois partem rumo a Riverston. Na verdade, Robert morou numa casa desta cidade até os cinco anos de idade, quando seu pai morreu e tudo mudou na vida dele e de sua mãe. E então, nós conhecemos a família atual que mora nesta casa, Natalie e seus pais. Natalie é uma jovem bonita, de princípios cristãos e uma escritora em potencial. Não se engane: Robert só aparece em sua antiga casa lá pro final do livro. Mas esses dois personagens não sabiam que estavam fadados a se conhecer. O fato de os dois serem de "mundos diferentes" não os impediu de se apaixonarem um pelo outro, mas será que estavam destinados a ficarem juntos? Ou havia um propósito maior para mudarem um ao outro?
"- [...] Aqui é uma cidade grande, muito mais coisas acontecem aqui, mais festas, mais eventos, mais oportunidades.
- É que essas coisas pra mim não fazem tanta diferença. Eu não saio para festas, não priorizo quantidades e quanto a oportunidades, bem, quanto a essas, eu tenho convicção que terei a oportunidade que preciso, independente de onde eu esteja."
Quero me apaixonar, do autor brasileiro Alex Darcísio, é um romance cristão que faz parte do catálogo da Chiado Editora, parceira do ACDH. É o primeiro livro que leio deles: quem fez a primeira resenha da editora aqui no blog foi a Carol Ariel. A obra me chamou a atenção pela capa (achei muito fofa), pelo título, e por seu gênero também.
Dito isto, eu esperava um livro amorzinho, com um final feliz e algumas referências bíblicas; só que encontrei bem mais do que isso. Era uma leitura que tinha tudo pra ser clichê, mas foi além das minhas expectativas: deu um tapa na minha cara!
Foi um livro que me deixou com o coração apertado, com desejo de mudança, e com a certeza de que sei em quem tenho crido. Prepare-se para uma história que vai mexer com os seus sentimentos, e trazer mensagens que podem mudar a sua vida (ou pelo menos sentir vontade de).
"O destino, a vida, Deus?
Como explicar tudo o que estava acontecendo? Como explicar tantas ligações? Como conseguir as respostas para tantas perguntas?
Como se aproximar de tanta distância? E principalmente, como se distanciar de tanta proximidade?"
O Robert, nosso protagonista, não acredita em Deus por causa da perda do pai na infância. A Natalie quer que ele conheça esse amor de um Pai que Deus tem por seus filhos, mas não admite para si mesma que está se apaixonando por alguém que não tem os mesmos princípios que ela. A leitura possibilita que você entenda os dois lados: as atitudes, as incertezas e medos, os princípios e valores de cada um. O livro tem vários outros personagens bem colocados, e você torce por TODOS eles. Christian e Cristina são outro "possível casal" que rouba a cena
Mas vamos ao que interessa. Os capítulos são curtos e a narrativa flui de maneira satisfatória. A narração é em terceira pessoa, mas lá pro final descobrimos que, na verdade, era um dos próprios personagens narrando, no futuro, tudo o que aconteceu. Um ponto positivo é que achei o livro muito bem planejado: o enredo é amarradinho, de forma que o começo te leva ao final, e o final te leva ao começo. A história não é "parada" e mantém o leitor interessado.
"- Meu jovem, a vida não espera. Ela é como um grande trem de enormes e pequenos vagões, se não decidir entrar no vagão a sua frente no momento em que ele para pra você, você até pode entrar no trem, mas em vagões diferentes e sempre mais atrás do que realmente era para estar. Se entrar em um vagão enorme, ele nunca será grande demais pra você, mas se entrar em um pequeno vagão, sempre o considerá pequeno demais, mas isso não é totalmente ruim. Ruim é saber que muitos já perderam o trem esperando a chegada do vagão certo."
Infelizmente, nada é tão perfeito, rs. Eu perdi a conta dos erros de revisão, principalmente de pontuação; que incrivelmente não me fizeram desgostar da história como um todo, mas não posso simplesmente desconsiderá-los na minha avaliação final.
Também houve muita repetição de algumas frases do livro, na tentativa de relembrar algumas falas, torná-las marcantes e confirmar a questão destino/propósito que o livro propõe; o que me incomodou um pouco.
Outra coisa é que a sinopse diz que o livro se passa na década de 1950, mas não me lembro de ter visto nada na história que indicasse isso, de fato. Também menciona um suposto triângulo amoroso, mas NÃO SE PREOCUPEM, não é o foco do enredo, e pra ser sincera ele praticamente não acontece, não que eu queira dar spoilers pra vocês XD
Também não gostei nadinha do meu exemplar ter descolado, Chiado Editora! Eu manejo meus livros muito bem pra isso acontecer na primeira leitura =/ Anyway, fim das falhas técnicas :P
O autor conseguiu imprimir firmeza aos ensinamentos do livro, e, da forma mais natural e tranquila possível (de verdade, nada foi forçado), trazer o leitor pra mais perto de Deus. Eu imaginei levemente o que poderia acontecer no final, mas não queria acreditar, rs.
"- Voe! Voe alto, mas mesmo que demore nunca se esqueça de retornar ao seu jardim.
- O que realmente importa é fazer a escolha certa e não o tempo que se gasta para fazer a escolha."
Claramente o autor conseguiu passar pro papel tudo o que ele queria, nenhuma palavra ali foi escrita sem propósito. Ele fez um posfácio que faz o leitor repensar e trazer para a sua própria vida tudo o que foi abordado no livro, é algo muito bonito de acompanhar. Até o significado do título do livro não é tão simples quanto parece! Definitivamente, é uma obra nada esquecível.
"- Nunca desista de um amor. A dor e o vazio que as páginas em branco de uma história de amor não preenchida deixam em nós é maior do que a dor e o vazio que deixam as grandes histórias com um final triste."
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