Gustavo Simas 27/06/2022Amarrando as pontas do AsimoversoO livro de encerramento da série Robôs e Império serve como elo entre a Era Baley e a Era do Império Galáctico. Mas poderia ser bem mais curto, caso Asimov cortasse toda a prolixidade, principalmente nas conversas entre os dois robôs principais.
E esse é um dos pontos estranhos: é interessante acompanhar o raciocínio de Giskard e Daneel, suas discussões sobre as Três Leis da Robótica e como isso lhes impede de executar ações que julgam serem corretas; porém acabam em diálogos tautológicos, circundando os argumentos e não sendo muito concisos nos pensamentos. O que um robô defende acaba contrapondo em uma tentativa chata de se auto-falsear e, com isso, resultam na cena de dois patetas que não avançam com a celeridade que poderiam avançar.
Mas, no fim, como era de se esperar, dá tudo certo. Ou quase tudo, embora possamos adotar o "há males que vêm para o bem". Mais uma vez, Isaac Asimov deixa de aproveitar personagens e não fecha bem o arco de cada um. Finaliza com gancho para próximos livros (Poeira de Estrelas, Pedra no Céu, As Correntes do Espaço), contudo parece que havia outras continuações que não foi capaz de continuar em vida.