DANIZINHA 19/12/2017Um lugar ao solPode-se dizer que Um lugar ao sol (Editora Globo; 412 páginas), quarto romance de Érico Veríssimo, é um híbrido das três obras anteriores: Clarissa, Caminhos Cruzados e Música ao longe. O autor promove um encontro de personagens: Clarissa e Vasco tornam-se amigos e compadres de Fernanda e Noel.
Neste enredo, a família Albuquerque vive o drama de ser vítima da violência: o pai de Clarissa, João de Deus, é assassinado por Zé Cabeludo, capanga do Prefeito de Jacarecanga, no interior do Rio Grande do Sul. Trata-se de um crime motivado por questões políticas antagônicas.
O primo Vasco vê-se, então, obrigado a chefiar o que restou de sua família: Clarissa e a mãe dela, Dona Clemência. Os três se mudam para Porto Alegre e, de início, hospedam-se na pensão da tia Zina e do tio Couto, onde Clarissa havia morado anteriormente, enquanto cursava o Normal Superior.
Alguns meses depois, a família aluga um apartamento no Edifício Colombo, onde o casal Fernanda e Noel mora, junto com Dona Eudóxia e Pedrinho. Neste ambiente familiar, Fernanda é o porto-seguro de todos. Sem ela, não há dinheiro para o sustento da mãe, do irmão e do marido.
No entanto, os momentos mais marcantes nesta trama são: o reencontro de Vasco com o pai Álvaro Bruno, que havia abandonado a família para se aventurar pelo mundo - e, por causa disso, a mãe Zuzu cometera suicídio -, e o nascimento dos ‘filhos’ de Noel: a Anabela e o seu primeiro romance.
Intitulado Um lugar ao sol, a história baseia-se na vida de João Benévolo, um homem desempregado e sem ânimo para mudar de vida, cuja família é sustentada pelo antigo namorado da esposa. Já a obra de Érico Veríssimo, de mesmo título, refere-se aos sonhos, às lutas e às frustrações de Vasco.
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Minha opinião: “O que me cansou nesta leitura foi a crise existencial do personagem Vasco. Os pensamentos dele são narrados detalhada e extensamente, o que me impediu de ler em um curto período de tempo – digo, uma semana. No mais, o romance é doce como todo romance do autor. Curti a amizade de Clarissa e Fernanda e torci por Noel, que sofreu tanto para escrever aquele livro. Não fosse a ajuda da Fernanda... Percebi que tenho um Q desta personagem por tratar os meus com tanta dedicação e afeto”.
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