As Meninas Ocultas De Kabul

As Meninas Ocultas De Kabul Jenny Nordberg




Resenhas - As Meninas Escondidas De Kabul


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Simone de Cássia 29/12/2017

A história de suas guerras
Toda vez que pego pra ler um livro cujo cenário é o Oriente Médio eu acho que não há nada mais que me fará surpreender. E toda vez eu acabo chocada com os absurdos que ainda fazem parte daquela cultura. O tema central da história a gente já sabe: famílias que criam filhas "mulheres" como se fosse homens, e isso vai desde a roupa, corte de cabelo, palavreado, até a conduta diária em meio à sociedade. Agora, o que a gente não sabe e que o livro clareia, é que a loucura é tamanha que até a própria família que mente passa a acreditar nessa mentira. A "filha"/filho" passa a ter até mesmo direitos e autoridade de homem!!E pior... quando chega na puberdade é hora de desfazer a loucura e voltar a ser mulher pra conseguir um marido!!! Hãm?? Como assim???É um disparate atrás do outro: a ideia de que o sexo da criança que vai nascer será definido pela vontade da mulher, que deve parar e "desejar ardentemente", ou a crença preconceituosa disseminada de que as mulheres ocidentais têm , em média, mil homens como parceiros sexuais durante sua vida...!!! Não dá pra descrever as atrocidades e a ignorância .... Mas, também, o que esperar de um país que teve um único recenseamento em sua história ( em 1979)e onde até mesmo as médicas ginecologistas acreditam que a mulher, quando vai engravidar, pode alterar as condições dentro de si para que o "esperma certo " defina o sexo do bebê de acordo com a sua vontade... Na verdade, o livro mostra a cara de um lugar abissal sem cultura, sem liberdade, sem prazeres, sem nem mesmo uma história... nada mais verdadeiro do que a frase da autora que diz: "a história do Afeganistão é apenas a história de suas guerras"... Nada mais... apenas isso. Excelente livro de cunho jornalístico!
Riva 29/12/2017minha estante
Penso exatamente igual a você!


Riva 29/12/2017minha estante
E o mais ?engraçado? é que algumas pessoas me perguntam a razão de eu ler esses tipos de livro!
E eu respondo: adoro aqueles romances água com açúcar, mas não dá para fingir que o mundo é um romance água com açúcar! Então, ao ler esses tipos de livros tento entender a humanidade e também ficar atenta para os sinais que as pessoas (principalmente as crianças e idosos) podem passar... sinais esses pedindo ajuda.


Simone de Cássia 30/12/2017minha estante
Riva, esse é mais um chocante!! Vc vai gostar!! Profissionalmente pra vc tbm deve ser interessante... a cabeça das meninas/meninos pira....


Riva 30/12/2017minha estante
Então vou colocá-lo nos meus desejados novamente!


oeudesalves 03/01/2018minha estante
obrigado por suas impressões, Simone. Quero lê-lo em breve.




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Gabriel 10/08/2020minha estante
Muito boa a resenha! Me deu vontade de ler.




Elisabete Bastos @betebooks 26/08/2018

Triste e revoltante
Eu terminei a leitura e sinto um misto de raiva e tristeza em relação à vida degradante de muitas mulheres, crianças e adolescentes, que tem o gênero feminino.

Moro, no Brasil, no Rio de Janeiro e estou sempre convivendo com o preconceito velado por ser mulher e ter voz.

Imagine uma menina nascendo no Afeganistão que não tem valor. A herança não irá para mulher. Os filhos são do esposo. Não pode sair sem um homem, parente ou marido?

Neste patriarcado o homem é senhor, mesmo iletrado...

Aliás, a maioria dos conselheiros religiosos são iletrados e interpretam a sua maneira o Alcorão.

O dinheiro encaminhado para o estudo das crianças/mulheres desviados pela corrupção.

Enfim, é uma inquidade a sociedade na qual grassa a violência doméstica e a mulher é tolhida e pertencente ao homem.

As meninas invisíveis, são aquelas que na idade infantil se veste com roupas masculinas, por necessidade para trabalhar ou fugir de matrimônio indesejável ou como magia para que a mãe venha parir um filho (júbilo). São chamadas bacha posh, aquelas meninas que se vestem de menino para muitas vezes sobreviver numa sociedade disfuncional.

Livro necessário.
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ritita 18/12/2019

òtimo
Eu comprei o livro apenas pelo título - não tinha nenhuma informação sobre o que iria ler.
Eu não suporto quem relativiza o sofrimento eterno de mulheres que vivem sob regimes fundamentalistas, no caso, o talibã, por conta de sua cultura e religião. É prá matar de raiva, sim. Não há desculpa que caiba no fato de a mulher ser vista e tratada como "apenas um útero"*.
O livro fala das meninas que são tratadas como bacha posh que apenas fingem, se vestem, se comportam e trabalham como um menino por um certo período para ajudar na sobrevivência de sua família, depois são realocadas em seu gênero de nascença só para servirem como moeda de troca em um casamento. Sim, t r o c a, toma a filha e me dá um dote, ou mesmo, me dá uma fortuna se ela for bem jovem - tiver, quando muito, 16 anos e se tiver sido o "menino" da família na infância.
Nordberg descobre que as bacha posh ocorrem em todos os tipos de família independente da classe social, educação etc. Os motivos são vários: meninas viram meninos para contribuir com o sustento da família, para assegurar a vinda de filhos homens, por pressões sociais, para gozarem de mais liberdade entre outros. Para a jornalista, as bacha posh são uma rejeição do patriarcado em uma sociedade tão polarizada entre as diferenças de gênero. Como os homens possuem diversos privilégios, “tornar-se” um seria uma forma de desfrutar das mesmas vantagens e de ter, acima de tudo, liberdade.
Então, imaginem o nó que dá na cabeça destas meninas depois que terminam os períodos como bacha posh, com liberdade de estudar, ir e vir, falar e ser ouvida, brigar, etc, ter que transformar-se em mulheres submissas e apenas "um útero". Sim, tem que parir. Sim, tem que parir meninos.
A autora entrevista médicos, higienistas, psicólogos e toda gama de cientistas para tentar entender a mente destas mulheres depois de adultas. Várias são as hipóteses e os entendimentos. Juro que esta parte me interessou menos, porque quando o ser humano chega ao nível de sua "diferença" ter que ser tão estudada, é por que a coisa não tem explicação.
Não sei da religião dos meus trisavós, mas agradeço por terem imigrado para o Brasil em 1800 e bolinhas.
Recomendado para quem gosta de história do mundo.
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ritita 18/12/2019

òtimo
Eu comprei o livro apenas pelo título - não tinha nenhuma informação sobre o que iria ler.
Eu não suporto quem relativiza o sofrimento eterno de mulheres que vivem sob regimes fundamentalistas, no caso, o talibã, por conta de sua cultura e religião. É prá matar de raiva, sim. Não há desculpa que caiba no fato de a mulher ser vista e tratada como "apenas um útero"*.
O livro fala das meninas que são tratadas como bacha posh que apenas fingem, se vestem, se comportam e trabalham como um menino por um certo período para ajudar na sobrevivência de sua família, depois são realocadas em seu gênero de nascença só para servirem como moeda de troca em um casamento. Sim, t r o c a, toma a filha e me dá um dote, ou mesmo, me dá uma fortuna se ela for bem jovem - tiver, quando muito, 16 anos e se tiver sido o "menino" da família na infância.
Nordberg descobre que as bacha posh ocorrem em todos os tipos de família independente da classe social, educação etc. Os motivos são vários: meninas viram meninos para contribuir com o sustento da família, para assegurar a vinda de filhos homens, por pressões sociais, para gozarem de mais liberdade entre outros. Para a jornalista, as bacha posh são uma rejeição do patriarcado em uma sociedade tão polarizada entre as diferenças de gênero. Como os homens possuem diversos privilégios, “tornar-se” um seria uma forma de desfrutar das mesmas vantagens e de ter, acima de tudo, liberdade.
Então, imaginem o nó que dá na cabeça destas meninas depois que terminam os períodos como bacha posh, com liberdade de estudar, ir e vir, falar e ser ouvida, brigar, etc, ter que transformar-se em mulheres submissas e apenas "um útero". Sim, tem que parir. Sim, tem que parir meninos.
A autora entrevista médicos, higienistas, psicólogos e toda gama de cientistas para tentar entender a mente destas mulheres depois de adultas. Várias são as hipóteses e os entendimentos. Juro que esta parte me interessou menos, porque quando o ser humano chega ao nível de sua "diferença" ter que ser tão estudada, é por que a coisa não tem explicação.
Não sei da religião dos meus trisavós, mas agradeço por terem imigrado para o Brasil em 1800 e bolinhas.
Recomendado para quem gosta de história do mundo.
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Sianyar 26/02/2020

Recomendo
Este livro vai além de simplesmente garotas se disfarçando de meninos. Ele conseguiu abrir meus olhos para questões muito mais profundas do que é ser mulher no sistema do patriarcado. Recomendo bastante!
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Eric Luiz 29/02/2020

Um dos melhores livros que li.
A obra retrata a submissão das mulheres a uma cultura patriarcal, baseada no fundamentalismo religioso que submeteu e ainda submete mulheres do Afeganistão às mais duras privações. Neste cenário, o nascimento de uma criança do sexo feminino é visto, muitas vezes, com tristeza pela família que a recebe, uma vez que as mulheres ali são consideradas seres inferiores. Algumas famílias, para não se sentirem envergonhadas socialmente, criam suas filhas como se fossem meninos, tentando fazer com que a comunidade acredite que as crianças são de fato do sexo masculino. Esta prática é conhecida como "bacha posh" e foi amplamente retratada neste livro, tendo como plano de fundo o Afeganistão e sua cultura questionável, porém riquíssima. É daqueles obras que, ao terminarmos, corremos para a internet buscando mais informações sobre o tema e sobre a vida das pessoas retratadas no livro: Como estão hoje? Como e onde vivem? Enfim... Só lendo para ter esta sensação.

Sem sombra de dúvidas, um dos melhores livros que li.
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Cris 01/09/2022minha estante
Já add para uma leitura futura


Eric Luiz 02/09/2022minha estante
Cris, tenho certeza de que você vai gostar. Esse livro está no top 5 das minhas melhores leituras.




Iasmin 24/05/2021

Já começo dizendo que não é um livro de fácil leitura e que te prende, até porque é um livro jornalístico ele conta mais com dados e fatos do que qualquer outra coisa. Porém, é um livro bastante interessante para aqueles que gostam de conhecer novas culturas que sejam totalmente diferentes da nossa cultura Ocidental. Recomendo o livro para aqueles que querem sair da leitura de livros fictícios e querem ler coisas novas.
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Sarinha 03/06/2021

Impactante
A primeira coisa que eu gostei foi o fato de que a autora está na história, ela vai atrás de todas as mulheres e escreve sobre suas realidades tão distintas e semelhantes. E por mais que na nossa sociedade brasileira ainda exista o machismo e o patriarcado, nós ainda podemos lutar contra e resistir, além de termos conquistado vários objetivos. Mas lá? É tudo muito brutal e cruel, a mulher não tem voz, ela é apenas um método de reprodução numa sociedade segregacional, onde a desculpa para a opressão vem da religião e cultura. Livro necessário.
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mere 29/08/2021

Não é só um livro em que retrata meninas disfarçadas de meninos.
É um livro que me despertou revolta por um sistema patriarcal. Onde nascer mulher é sinônimo de inferioridade.
É um livro que todos deveriam ler .
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Laninha 10/09/2021

Interessante
É um livro interessante para quem gosta de conhecer outras culturas. Neste você conhece um pouco da vida e do sofrimento das mulheres do Afeganistão.
Um livro jornalístico com uma leitura que te prende.
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Lu 20/04/2022

Nossa, que livro! É assim que começo a resenha e posso dizer com toda a segurança que é uma leitura indispensável para repensarmos nossas visões de mundo e conhecermos realidades completamente diferentes da nossa. Através das personagens, vamos conhecendo uma prática cultural que parece arcaica, mas que aos poucos faz todo o sentido quando nos deparamos com questões culturais impensadas em pleno século XXI.
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Zabi 17/06/2022

Um trabalho incrível
A autora fez um trabalho impecável ao escrever esse livro. Uma escrita muito boa de ser lida, com o todo o tema sendo abordado cuidadosamente, mostrando diferentes facetas e cumprindo com excelência ao que se propôs. Simplesmente genial.
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Sadiraiang 12/08/2022

Hoje sou grata por ser mulher, e também por não ser afegã
?Adoraria ser qualquer coisa na natureza. Mas não uma mulher. Não uma
afegã?. É uma frase que sintetiza que ser mulher no Afeganistão não é sinal de desejo. O livro As meninas ocultas de Cabul - Em busca de uma resistência secreta
no Afeganistão(2014), da jornalista sueca Jenny Nordberg, conta as dificuldades de
ser mulher no Afeganistão, sobrevivendo à segregação social em um país em que a
separação de gênero é uma das mais rigorosas do mundo, trazendo a visão e as
pesquisas da jornalista no período de cinco anos em que passou por uma expedição
no país.

O título da obra faz paralelo tanto a tais dificuldades, como a falta de voz das
mulheres no Afeganistão, quanto as Bacha Posh, meninas que se vestem como
meninos, e que existem como uma forma de resistir e ter um pouco de liberdade
sobre si, em uma sociedade disfuncional em que os homens detém todo o poder.
Dividido em quatro partes, a autora transita sobre temas como a sexualidade,
guerra, religião, direitos, comportamentos e vestimentas, socialização, e muitos
outros sobre o que é certo e o que é errado diante das fortes crenças afegãs.

Ao longo do percurso, há como foco principal para as pesquisas, as Bacha
Posh, a maneira como são tratadas, e como é algo que todo o afeganistão está
ciente da existência, mas que trata de forma oculta, fazendo com que Nordberg
tenha que ir destrinchando de fonte em fonte, procurando e se arriscando para
entender a necessidade das famílias em converter suas meninas em menino no máximo de tempo em que for possível.

Em um país cheio de povos diferentes em que o gênero determina a sua
importância, fica claro que nascer mulher e afegã não é motivo de prestígio, e que
para ter um espaço há um enorme caminho de resistência. No afeganistão, para os homens as diferenças que possuem das mulheres é que elas são sensíveis e são o
sexo frágil, já para as mulheres a diferença é a questão de liberdade que eles
possuem, e elas não.

Os leitores não podem pensar em ler o livro em uma ?sentada?, pois não foi
produzido para prender o leitor, mas sim para documentar, assim como não ir sem
nenhum conhecimento prévio sobre o país em questão. E justamente, por
documentar, a história não é tão concisa pelo excesso e a necessidade de
apresentar dados históricos - que para alguns pode ser cansativo e levar tempo -
para o entendimento do contexto, fazendo retrospectivas históricas e paralelas
explicando a situação tanto legislativa, religiosa e conflituosa, presenciada pelos
personagens, em seus momentos de glória e sofrimento, e levou o país a tal
segregação social.

Apesar dessa falta de concisão quanto aos dados, algo em não há problemas
em vista de ser um livro reportagem de narrativa subjetiva, há reafirmação dos
argumentos várias vezes como se fosse para comprovar ou reexplicar o
acontecimento. A obra também mantém a coerência, atribuindo bem a cronologia das histórias das mulheres que a jornalista conheceu, e em que dedicou o seu livro.

Defendendo a liberdade das mulheres, e deixando um pouco da sua opinião
e seus pensamentos ao longo dos capítulos sem atrapalhar a absorção das histórias
contadas, Jenny Nordberg, fecha a obra pondo uma espécie de explicação final,
sobre uma das personagens principais, Azita, ter a vida que teve, além de mostrar o
lado de um pai afegão que desde começo se mostrou se importar com a filha. Além
de deixar claro a visão de Jenny, sobre o que as mulheres e os homens precisam
para chegar, mesmo que pouco, perto do fim desta segregação social que acontece
no mundo todo.

A todas meninas que já tiveram que usar calças para ter o mínimo de
liberdade, este livro é para vocês
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Gabrielle454 16/06/2023

Necessário.
Um livro que relata a realidade de Cabul no que diz respeito às mulheres e ao regime lá existente. Embora tenha alguns anos de publicação muito do que é relatado ainda é praticado atualmente.
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