@blogleiturasdiarias 18/09/2017Mais do mesmo.A vontade de conhecer e saber mais sobre os irmãos Maddox foi o que me fez ir até o fim de Belo Sacrifício. Sabe quando o autor erra a mão e faz uma história que talvez não seja tão necessária transformar em uma série!? Que você vê explicitamente que foi feito para vender?! É o que está acontecendo com a Jamie McGuire.
Falyn Fairchild é garçonete de uma cafeteria. Com um quarto alugado nos fundos do local, ela tem um passado não tão louvável. Seus pais extremamentes famosos e ricos não foram convincente suficientes para fazê-la viver uma vida de mentira pois lhe fizeram decidir algo horrível. Sua vida muda quando um certo grupo de bombeiros, o que é comum na cidade, vai almoçar no restaurante que trabalha.
No meio do grupo temos Taylor Maddox. Um dos irmãos gêmeos da família Maddox em que sua profissão de bombeiro florestal o faz viajar constantemente para fora de Eakins, sua cidade natal, e acabe indo onde tem maiores focos de incêndios na alta temporada de calor. Falyn desde o momento que colocou os olhos nele sabia que viria problemas. Quando ela descobre de onde ele vem, ela resolverá que as consequências a seguir valerão a pena pois seu histórico tem uma grande ligação com Eakins, e agora mais do que nunca, ela precisa ir para lá. Taylor vai virar seu passaporte. O que ela não esperava, é que sentimentos surgissem no meio.
Nunca fui das que reclamam em retomar algum universo conhecido e/ou a personagens que conhecemos, porém sei definir quando as continuações passam de uma mera vontade da autora para algo vendável. Foi o que aconteceu aqui: a autora queria mais vendas. Claramente notamos que o enredo perde o rumo porque é impossível alguém gostar totalmente da Falyn e o que explicarei melhor mais à frente: que tudo está ficando parecido.
"... Mas dessa vez, dei uma olhada nas caras na minha caixa de sapato, os olhos marejando com o endereço do remetente de todos os envelopes, com a possibilidade de estar em Eakins em breve se tornar realidade. A sensação era completamente surreal — Pela primeira vez, ter esperança desde que a perdi." pág. 62
Atitudes irritantes e infantis, personalidade não tão agradável e às vezes arrogante nos faz revirar os olhos constantemente em situações que dão errado por nossa protagonista ser cabeça dura. Ficamos a todo instante nos perguntando em qual momento ocorrerá o amadurecerimento. Eu confesso que não tenho mais paciência para mocinhas irritantes, e sendo o oposto dela, Taylor é que irá fazer tudo valer a pena porque querendo ou não, irá nos lembrar um alguém conhecido chamado Travis Maddox.
É evidente que a narrativa foi "mal trabalhada" no sentido de construção do caráter da protagonista. A cada novo volume vejo mais e mais o erro ser frequente — e o pior é que está presente desde o primeiro da série. Os irmãos são pessoas ótimas que poderiam ser mais explorados e diferenciados contudo, quando vemos os pares sendo formados, eles mudam da água para o vinho e ficam abobalhados/chatos, o que nem preciso dizer que também já vimos antes. O desenvolvimento vai ladeira abaixo. Aqui eu tiro meu chapéu quando por uma birra da Falyn, Taylor toma uma atitude das mais louváveis. Sério, existem pessoas cabeça duras/irredutíveis e existe essa mulher. Desanimador.
No geral o pano de fundo criado para o romance é bem construído e evoluído. Gosto desta coisa misteriosa e segredos a serem revelados, tanto que fui meio que pega de surpresa com o que está ligado ao passado da Falyn. Não é algo fácil de ser imaginado e por isso faz valer a pena aquele suspense todo inicial. O fato do drama também ter seu pico em um momento oportuno quase nas últimas páginas é satisfatório. O que pode chatear um pouco aqueles que não gostam muito de "enrolação" é as constantes brigas do casal que tornam a leitura cansativa.
Aliás tem umas reviravoltas que fiquei imaginando qual a necessidade de serem colocadas. Tento raciocinar pela questão da autora trazer a vida real para as obras e que nem tudo será um mar de rosas, só que alguns sofrimentos são demasiadamente desnecessários. Tem um que fiquei de boca aberta na revelação e imaginei como seria resolvido na vida real — algo que não seria nem um pouco fácil. Essas partes ainda fazem valer a pena o todo porque não é tão fantasiado. Pena que cada vez é menor.
"Sua proteção não me tornava fraca. Só me lembrava de que eu era valorizada. Eu não era a garota inútil que vivia no reflexo dos olhos dos meus pais." pág. 173
Tudo está ficando igual, nada muda e podemos ver uma "formulazinha" em como encaminha-se o final. Queria deixar claro que ainda AMO os Maddox. É um gênero que gosto, um dos primeiros que li e adorei, entretanto a maneira que está andando, e ouvi comentários que piora, me faz crer que as coisas começaram a serem banais. Vou finalizar em Bela Chama porque acredito que não terei paciência para os próximos.
Na parte física a capa é uma das mais bonitas. Segue o padrão conhecido com um diferencial que é a tonalidade rosada. Satisfatória. O título conveniente com o conteúdo traz um charme à mais e na revisão nenhum erro aparente. A diagramação é a comum da editora. Narrativa feita em primeira pessoa pelo ponto de vista da Falyn.
Não sei quando irei ler o sucessor, ou até mesmo comprar. Esse ano consegui a façanha de ler dois deles, o que foi mais do que esperava, então darei uma parada indeterminada. Até porque a animação de antigamente foi embora.
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http://diariasleituras.blogspot.com.br/2017/09/resenha-belo-sacrificio-irmaos-maddox-jamie-mcguire.html