Tamirez | @resenhandosonhos 22/04/2016Artistas dos OssosOliver é um garoto de dezessete anos que está economizando para poder ir para a faculdade, bem longe de sua cidade, e se afastar dos negócios do pai nos quais ele é obrigado a trabalhar. Para ajudar nessa missão, ele acaba aceitando fazer um free lancer com uma organização que pede que ele e seu amigo Micah roubem túmulos dos mortos. Como a grama é boa, eles topam.
Porém, quando o verdadeiro pedido é feito e envolve usurpar os ossos de pessoas falecidas, Oliver sente que essa história está muito mal contada e que eles podem estar em perigo, não só por estarem cometendo um crime, mas por não saberem exatamente com quem estão lidando.
Era impossível ignorar a ideia de que havia ossos enterrados no chão sob seus pés, com crânios sem olhos espreitando-o pouco abaixo da superfície, dedos cruzados sobre as costelas dos esqueletos, mãos estendidas pra cima
E é por causa disso que ele vai tentar quebrar esse contrato e romper essa ligação, porém não será tão fácil assim, e essa decisão pode colocar outras pessoas em risco, além de mostrar a verdadeira face dos Artistas dos Ossos.
Minha opinião
Como eu ainda não comecei a ler a série Asylum é bem complicado explicitar aqui qual é exatamente a importância desse livro para a história. Pelo que posso apostar é que os Artistas de Ossos são possíveis personagens da trama principal, e podemos conhecer um pouco mais de suas intenções nesse livro, bem como a forma como eles conseguem sua matéria prima e quem são seus fornecedores.
Ambientado de forma a criar um suspense através da trama e do que os dois amigos estão fazendo para ganhar o extra, vamos aos poucos descobrindo do que se trata esse episódio e de como os personagens se comportam frente ao fato de estarem roubando túmulos. Oliver, apesar de aparentar ser o que mais precisa, também é o que tem mais consciência, criando um conflito de interesses em sua cabeça, com o qual ele precisa lutar. Já Micah é bem mais desencanado e faz o que precisa ser feito sem pestanejar. Para ele é só um trabalho, envolvendo gente morta ou não.
A história transita por três estilos bem distintos: o primeiro é uma linguagem bem juvenil, com conflitos que envolvem romance e relação entre irmãos, o que eu sinceramente achei bem desnecessário olhando por fora; o segundo é a tentativa de uma ambientação aterrorizante, que não cumpre bem o papel, já que tem uma ou outra cena só onde é possível se sentir um pouco incomodado com o que está acontecendo, como quando eles estão invadindo o cemitério; e o terceiro, que é o que existe em maior predominância, que é o suspense sobre o que acontecerá na sequência e quais as consequências disso.
Como mencionei, eu não li os demais livros, então não posso apontar a relevância dessa história para a trama principal. Asylum é uma série que eu me interesso bastante em ler, mas ainda não surgiu a oportunidade. Mesmo assim, acredito que como um conto esse livro possa ser lido separadamente, apesar de eu ter sentido bastante a falta de alguns elementos explicativos para que tudo fizesse sentido. Esses personagens aparecem nos outros livros? Esses Artistas de Ossos são importantes para a história principal? Há continuidade dentro dos livros pra história desses personagens já que a trama aqui não se fecha por completo? Ou esse é apenas um episódio para que entendamos de onde esses Artistas tiram sua matéria prima?
Sobre a edição, o livro está muito bonito. Há vários detalhes em cor dentro da edição, além da imagem que aparece em cada novo capítulo, demarcando a repartição. Eles são bem curtos, e o livro também é pequeno, e tem pouco mais de 100 páginas, incluindo um capítulo do terceiro livro Catacomb, que será lançado em breve. A escrita da Madeleine Roux parece ser bem fluída e fácil de ler, vendo por esse livro, e fiquei com mais expectativa de pegar a trama principal.
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