Helena Stein 22/07/2016Eu podia estar comendo chocolate.
Eu podia estar dando banho nos meus cachorros.
Eu podia estar andando de bicicleta.
Mas não. Eu estou lendo esse livro, ao mesmo tempo em que tento me lembrar como respirar.
Não é fácil. Principalmente quando é um romance dark que suga tudo de você. É feio. Sujo. Decadente e humilhante. Mas a autora avisou que seria assim. Mas ela também avisou que haveria uma luz no final. Um luz que faria todo esse sofrimento valer a pena.
E valeu.
Cada letra. Cada palavra. Cada linha.
THIS IS WAR, BABY merece todas as estrelas. E indico para todos que tem um coração forte. Esse romance vai torturar você. Mas depois, ele irá ajudar a cicatrizar as suas feridas.
”In a game where only he knows the rules, I’m helpless in finding a strategy to win.”
Baylee é uma menina de 17 anos com a vida perfeita - mais ou menos -. Sonha com a faculdade de medicina, tem um namorado lindo e carinhoso, um pai super protetor e uma mãe amável que, infelizmente, está morrendo.
Nossa protagonista está passando pela fase da descoberta sexual. Do reconhecimento de seu próprio corpo e de seus desejos. E sua mente, involuntariamente, a leva a sonhar com o seu vizinho, e melhor amigo de seu pai, Gabe. Um homem de quarenta anos, alto, forte, cabelos escuros e olhos que sempre estão a seguindo. Ela sabe que ele a deseja. Ela sabe o poder que seu corpo jovem exerce sobre ele. Mas ela tinha considerado toda aquela tensão como algo platônico. E foi o seu grande erro.
Normalmente, nossos maiores inimigos são as pessoas em quem confiamos; parentes, amigos, conhecidos de longa data. O diabo gosta de encantar, de enganar, de iludir. E Gabe mostrou que os 10 anos de relacionamento, não o impediram de machucar Baylee das priores formas possíveis. Isso não é um spoiler, isso é um fato que ocorre no prólogo do livro.
“Sometimes, sweetheart, you have to make sacrifices. You, doll, are a sacrifice. Your part is small, but it is so significant.”
A autora não mede palavras, cenas ou ameniza qualquer tipo de situação.
Ela vai fundo nas emoções do leitor. Ela estraçalha você da mesma forma que estraçalha a protagonista. É doente. É louco.
E é incrivelmente foda.
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