O lustre

O lustre Clarice Lispector




Resenhas - O Lustre


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Idayane.Ferreira 15/05/2024

?A luminosa transparência alucinada do lustre?
Acho que de todos os livros que li da Clarice até agora O lustre foi o que mais me causou uma sensação de enclausuramento interno. Virgínia é triste e solitária e acaba por ter um fim trágico. A relação que tenta estabelecer com o irmão Daniel (que no fundo parece gostar de torturá-la psicologicamente), a distância da irmã Esmeralda (que na vida adulta se torna uma mulher amargurada) e dos pais? o amor por Vicente, de quem é amante? tudo fornece uma sensação de angústia, de decadência e morbidez.
Além disso, na narrativa quase não há quebra de parágrafos e de capítulos, o que torna a leitura mais cansativa.

Mesmo não sendo das minhas leituras mais favoritas da Clarice, optei por avaliar com 5 estrelas, pois me trouxe um experiência diferente de outros livros da autora que li até o momento. Gostei que neste livro o fluxo de consciência não se resume apenas a Virgínia, que é a personagem principal, então há trechos (curtos) em que temos os pensamentos e sentimentos de Vicente, de Daniel e, muito brevemente de Esmeralda.
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Madu.lendo 03/05/2024

?? (Nada a escrever, só sentir.)
??? (essa fui eu lendo esse final, ou melhor, o livro inteiro). 

 É o primeiro livro que leio da Clarice Lispector, é com certeza o livro mais difícil que já li e isso não é uma crítica, mas sim um desafio para mim mesma.

 O que são esses personagens? Clarice, não brinca em escrever, é tudo tão "real" sabe? Eu pude nitidamente enxergar essa vida acontecendo, essa família existindo. 

  A Virgínia, personagem principal, é tão verdadeira que muita das vezes me irritou e me fez a adorar também, como ela lida com o deferente, o inesperado, a dependência dela nos relacionamentos (principalmente o irmão que é um indivíduo a parte desse livro) a forma que mostrou ela voltando para casa e não se encaixando mais la foi a parte mais notória de como ela evoluiu e cresceu durante a história.

 Eu tive que ler umas duas ou três vezes para compreender o final (e outras duas para acreditar realmente que estava acontecendo).

  Bom, obrigada, Clarice, por esse livro.
mariamariamaria___ 03/05/2024minha estante
olha, se vc ainda for ler clarice e quiser um livro mais fácil pra se acostumar com o estilo da escrita dela o melhor é a hora da estrela pq ele é mais parecido com o padrão que a gente conhece. o primeiro livro dela que eu li foi perto do coração selvagem e foi bem confuso por ser completamente diferente de qualquer coisa que eu já tinha lido, e de fato depois que eu li a hora da estrela as minhas experiências com ela foram bem melhores




Arthus.Mehanna 28/04/2024

Vivi
O quanto a personagem Virgínia hesitou e avançou por seu destino solto e espontâneo, prescrutando-se e entendendo-se apenas por um instante, e logo se perdendo sem memória, sem exigência.
O seu impacto em mim é de trazer a escrita de Clarice para meus movimentos, vendo-me e deixando-me ir e voltar. Cada recorte do espaço, do tempo e de mim posso pensar e sentir vagaroso e atento, para então esvair-me no que se sucede, sem saber.
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Eduardo1646 27/04/2024

Viver ou saber que tem uma vida?
Tendo lido, antes deste, o livro "Perto do Coração Selvagem", considero que a mais completa compreensão de "O Lustre" deve ser acompanhada do entendimento desse outro livro. Isso porque, ambos foram escritos ao mesmo tempo e, na minha percepção, suas mensagens essenciais são as mesmas, mas contadas de maneiras diferentes. E tal tema central seria: o que você prefere: viver segundo sua vontade, seus sonhos, seus impulsos, priorizando seu bem estar mas lançando-se corajosamente; ou viver uma vida segundo a fórmula e estamentos da sociedade, apenas levando-a e buscando mantê-la sempre "descente" ? de certo modo, entrando numa zona de conforto, mais segura. Enfim, viver sua vida de fato ou apenas saber que tem uma vida? ? Pelo menos foi o que entendi, por hora.

Mas, é importante ressaltar que este livro é mais cumprido que os demais e com capítulos muito grandes. Então sugiro que quem está começando a ler Clarice leia primeiro livros menores, como os de contos.
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rafisreading 08/03/2024

Meu Deus, que leitura difícil, até pra mim que já estou acostumada com Clarice, esse foi um grande desafio. Mas ainda assim, é muito bonito e muito interessante!
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Lara 29/02/2024

O Lustre de Clarice Lispector
Esta é a história de Virgínia, que começa na Granja Quieta de Brejo Alto, ambiente de sua infância e juventude. O alvorecer de uma vida em meio a conflitos familiares. Adulta, Virgínia reside sozinha na cidade, onde continua sendo quem é, sensível, ingênua, em meio aos seres e coisas do mundo.

É uma leitura completamente diferente de qualquer outra que já li. Um desafio literário! É um livro por vezes extenuante, mesmo assim se houver uma curiosidade sobre o destino da personagem a leitura mesmo hora penosa vale a pena.

Um final que surpreende, é que me deixou questionando por que a autora decidiu este final. Vale a pena a leitura, mas não leia como primeira obra de introdução a Clarice Lispector, por ser cansativa a leitura pode gerar frustração e até uma vontade de abandonar, como tive verias vezes rsrs!
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Marina.Pratesi 27/01/2024

Brutalmente pacato
Virgínia é acompanhada por nós desde sua infância na Granja Quieta de Brejo Alto até a vida adulta na cidade.

A primeira parte do enredo parece justificar vários elementos que não fariam sentido ao leitor na segunda caso a omissão ocorresse. A frágil garotinha que era atormentada pelas brincadeiras do irmão nunca deixou de pensar no impacto dele, mesmo tendo beirado o insano. Percebemos que Virgínia sempre tratou a vida com certo desdém, assim sendo, as brincadeiras eram confortantes de certa forma pra ela. Da mesma forma, eventos traumáticos nunca chocaram. Carinho nas mais variadas formas também não! Virgínia é uma pessoa desinteressante aos olhos dos personagens, pois não demonstrava amor a nada, assim como também nada de ódio.

Sua vida é carregada de quebras de expectativa: quando algo finalmente aconteceria, uma melancolia predominava novamente. Virgínia parecia não enxergar essa tristeza toda, pois era conformada demais pra se exaltar seja lá qual emoção for. Ela sente muito o tempo todo, mas de uma forma de quem nunca sentiu demais.

Nunca pareceu pertencer a algo, nem a ninguém. Nunca pareceu ter algo relevante para apreciar além do conforto de não ser quem poderia ser. Sua irmã, Esmeralda, é uma personagem que carrega tamanha intensidade, mas de forma intimista. Ela parece querer mais do que tem, enquanto Virgínia parece ter mais e ao mesmo tempo não ser nada.

O título ser "o lustre" faz paralelo com a visão de infância da personagem com a própria perspectiva de vida, existência e morte. A menção desse objeto da casa dos pais é feita com maestria no penúltimo capítulo. Lá percebemos a palavra várias vezes, o que não ocorreu durante a narrativa. É um prelúdio de certa forma.

O final é amargo: a "sonsa" Virgínia se torna aos olhos alheios algo que nunca imaginou nas inúmeras possibilidades de ser.
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Regina 24/12/2023

O Lustre
Segundo livro de Clarice Lispector. Achei muito arrastado e em alguns momentos bem difícil de compreensão. Um Virgínia muito introspectiva. Mas o livro deve ser lido para que se depreender a escrita de Clarice
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underlou 14/12/2023

"Então dizia numa voz que soava estranha e audaciosa entre o rumor da água escorrendo:
? Eu estou só."

Clarice Lispector inicia a narrativa de 'O Lustre' construindo uma narrativa obscura sobre o passado de dois irmãos. Inicialmente, o relato se assemelha a uma matéria tensa e sugestiva sobre duas crianças descobrindo o mundo. Mais adiante, porém, compreendemos o contraponto com a vida adulta da personagem Virgínia, sobretudo.

A autora, entretanto, tem seu modo particular e reconhecido de criar um enredo dramático. Neste livro pouca ação se concretiza: tudo é tangencial, abstrato, por vezes ininteligível, o que torna a leitura maçante em vários pontos. Algo acontece de fato já no desfecho da história: uma folha se move ("As leves patas de um passarinho pisaram alguma folha que se mexeu") e então somos arremessados para um tom abrupto.

Contudo, quando Clarice acerta o tom ao longo da narrativa, ficamos diante de reflexões típicas da sua escrita, mas ainda brilhantes. Virgínia é, a todo instante, o ser dúbio e confuso e remete a sensações que são parte de nós humanos: aquele ser que enfim vive "o vestígio de outra vida" que não a sua.

Então, a introdução ao cenário primaveril da infância é retomado na parte final da história, quando a personagem central se confronta com o presente como quem perde o "encanto ágil da infância". Distraída, Virgínia vive uma vida urbana de amores e dissabores - sempre só, afinal -, quase a um passo do grito dilacerante que Clarice enquanto autora perseguiu até 'A Hora da Estrela', vagando em terra estrangeira dentro de si (a autora finalizou o livro no exterior no final da II Guerra Mundial).

Quando Virgínia retorna finalmente ao casarão da infância, percebe que o "segredo" foi arrancado de si: a vida adulta nunca pode se ocupar com a inocência infantil, pois "lugar onde se foi feliz não é o lugar onde se pode viver."
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maria15406 29/10/2023

De fato o livro mais difícil de clarice? por ser IMPENETRÁVEL.Apesar do pesado fluxo de consciência oq é costume na literatura dela,não é tão fluido mas não significa que não é possível mergulhar nessa leitura.
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Stone Shelley 19/09/2023

Demorei mas terminei
Diferente dos outros escritos de Lispector, o Lustre é uma narrativa arrastada que a grosso modo, fala das coisas da vida, mas não de uma vida esplêndida ou algo luxuoso, e sim, de algo pacato, mórbido e muitas vezes beira a melancolia, quando não, se não em vários momentos, até uma possível patologia, os personagens claramente são presos no que foram ensinados, e sempre que tentam triunfar sucumbem de uma forma deplorável, raro, os momentos de real alegria, pois tudo aqui é ambíguo e os sentimentos de felicidade sempre vem com uma pitada de tristeza ou vice versa. Meu último adendo, e é, de fato, o que eu mais percebi nesse livro, é que todos os detalhes, seja na personalidade dos personagens, paisagens, e etc que ela poupa -sendo direta - na maioria das suas obras, em o Lustre, ela é perspicaz, e divaga, não é um livro que acontece muitas coisas em uma página, e é por isso que talvez não seja um dos mais queridos dela. Definiria está obra como a infelicidade de ser o que você não queria ser, mas no final, não havia muita escolha.
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Marcilio Duarte 12/09/2023

Injustamente subestimado
Um dos melhores de Clarice, bem escrito e com um estilo bem lapidado, embora situado no início de sua carreira (quando ela ainda estava buscando uma forma própria de escrever).
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Lendo Apenas 01/09/2023

O Lustre romance datado de 1946, da autora Clarice Lispector, conta a história de Virgínia, que, desde a infância, parece ter sido marcada como má. A obra é permeada pela interiorização dos personagens, permeada por percepções de mau humor, ódio, amor, culpa, euforia, tristeza, medo, dor e sentimentos íntimos que representam a própria alma.
Sendo uma obra muito simbólica: tendo um chapéu de afogado que aparece logo no início e no final do livro, um lustre ( que leva o nome da obra), a mansão onde Virgínia e seu irmão Daniel passaram a infância
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j.xguiar 11/07/2023

O Lustre
Imatéria de palavra tão lindamente minuciosa que foge de toda beleza visível e incorpora-se fora de tudo, até fora de si mesma, como uma nuvem de memórias tão densa e inalcançável que cobre todo o céu e nunca é possível captar seu movimento, pois ela se impõe totalmente sob o próprio céu, tornando-se também ele. essa é a sensação de ler clarice, especialmente em O Lustre.
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Priscila Machado 08/07/2023

Foi uma experiência diferente
No começo achei uma leitura um pouco difícil! Não estava habituada a este tipo de escrita mas depois acabei me acostumando e apreciando bastante a experiência. Gostaria de conhecer as outras obras da autora, e espero encontrar finais mais felizes pois este do Lustre me deixou de queixo no chão.
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