Naty__ 26/06/2016A obra é ambientada num cruzeiro chamado O Belo Sonhador que, convenhamos, está mais para O Belo Pesadelo. A história se passa em janeiro de 2017, no Rio de Janeiro. Era para ter sido uma viagem tranquila, mas o navio desaparece misteriosamente e, no 5º dia, é encontrado à deriva no golfo do México. Mas um grande mistério surge, porque não há pessoas no navio. As perguntas são infinitas e as respostas quase não existem. Está preparado? Então pegue seu bote salva-vidas, se você conseguir achar, porque tudo poderá acontecer, inclusive a morte.
Algo estranho acontece no quarto dia de viagem. O navio perde a capacidade de gerar energia e os geradores de emergência não são suficientes para mantê-lo em movimento. O acesso à internet se perde, não há como se comunicar com quem está fora do navio. Tudo parece ser o fim. O ar condicionado para, a comida ameaça acabar. Há aqueles que dizem ter visto fantasmas nos corredores. O que está acontecendo? O que vai acontecer? Você precisa ler para descobrir.
Há indícios de que um possível vírus tenha afetado os passageiros, já que o cheiro de vômito permeia o local e ninguém sabe revelar onde estão os 2.962 tripulantes. Diversas são as teorias, há aqueles que acreditam que havia sim sobreviventes; representantes do governo, sem titubear, negam a autenticidade dos relatos. A caixa preta e as gravações do navio estão danificadas, impossível obter maiores informações. É um mistério que paira em O Belo (Pesadelo) Sonhador.
Sinceramente, não sei se este livro teve alguma relação com Os três, porque não tive a oportunidade de ler. No entanto, confesso que me perdi em alguns momentos e em outros achei algumas partes desnecessárias, poderiam ser cortadas sem prejudicar o desenvolvimento da história.
O final? O que falar quando você está gostando do livro, passa a desgostar, volta a gostar e no final você leva um balde d’água gelado na face? Finalizei o capítulo e virei a página para ir para o próximo em busca da continuação e de respostas, mas cadê? Não tinha. Vi os agradecimentos e me desesperei. Não podia ser. Voltei e li o capítulo final novamente. O que foi aquilo? Que vontade de atirar, matar, puxar meus cabelos e gritar. Estou até agora em estado de... Choque? Ainda não sei definir e acho que não saberei.
Os capítulos são diferentes, cada personagem tem a sua vez, totalizando sete. Um deles é o blogueiro Curinga, que me deixou abismada com cada coisa postada. Além dele, tem uma médium, o condenado Gary, a criada do diabo, as irmãs suicidas e diversos outros. Gostava mais dos capítulos com o Curinga, sentia mais emoção e conseguia me manter acordada. A narrativa é em terceira pessoa e o título indica a descrição de cada um, se repetindo no decorrer da obra. Apenas pelo título já sabemos quem estará em foco.
A capa está tão linda que dá vontade de deixá-la intocada. As laterais das folhas são azuis, o que embeleza mais ainda a estética. A revisão está boa, assim como a diagramação.
Confesso que esperava mais da obra e do final também. Senti muitas pontas soltas e alguns eu juntei como retalhos, o que deu um acabamento péssimo à obra. O que podia fazer? Cada leitor tem suas armas e eu usei o que pude para concluir do meu jeito. Afinal, o livro não tem todas as respostas que um leitor quer e talvez isso seja um ponto positivo para você, para mim não é.
Quotes:
“Foi fácil entrar no banheiro masculino, guardar os óculos no bolso e colocar o boné. Foi fácil verificar que o barman e os clientes ao redor estavam preocupados com outras coisas. Foi fácil colocar o comprimido no copo do coquetel dela. Foi fácil ficar para trás e observá-la perder o foco. Foi fácil esperar até que ela saísse cambaleante. Foi fácil vê-la oscilar até o elevador enquanto ele ia até o andar dela pela escada”.
“Gritou e mordeu a língua quando um peso pousou em seu peito, tirando-lhe o ar dos pulmões. Tentou se soltar debatendo-se, mas os braços não queriam – ou não conseguiam – se mexer. Paralisado, não havia nada que pudesse fazer enquanto um hálito de gelo roçava em seu rosto e dedos frios subiam feito aranhas por sua coxa.”
“A adrenalina ainda percorria seu sangue desde o momento em que ele e Bin tinham sido chamados à cabine do homem para sedá-lo. Encontraram-no enroscado no canto, gritando cada vez que um deles chegava perto. Foram necessários dois seguranças para contê-lo enquanto esperavam que o sedativo fizesse efeito.”
site:
http://revelandosentimentos.blogspot.com.br/2016/06/resenha-o-quarto-dia.html