O Mulato

O Mulato Aluísio Azevedo
Douglas Tufano




Resenhas - O Mulato


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Fábio 20/03/2019

“Que tenho eu com o preconceito dos outros? Que culpa tenho eu de te amar?”
“(...)riam-se a bom rir, apesar da profunda tristeza do crepúsculo, que nesse dia não vestira as galas do costume.”

Às vésperas da abolição da escravatura, O Mulato (1881) é considerado o percursor brasileiro do movimento Naturalista. Nesse movimento as características da sociedade são descritas de forma analítica, quase científica. No Brasil a tese naturalista se foca nas mazelas socais sob o olhar do determinismo. Em O Mulato, o determinismo racial é a grande tese a ser provada.

O livro também expõe, entre outras análises, o descompromisso do clérigo e a sátira à antiga sociedade maranhense. Um cidadão do século XXI pode analisar com frieza os “romances teses” propostos pelos naturalistas e avaliar sua validade. Porém, o brasileiro contemporâneo que (re)visitar O Mulato entrará descrições de uma sociedade repugnantemente atual. A corrupção clerical abafada e as mortes mal investigadas nos remetem a temas atuais como: o “Inquérito papal contra os diversos casos de pedofilia” por fim sendo investigados graças ao esforço do Papa Francisco e o questionamento de “Quem matou Marielle?”. Definitivamente, O Mulato é um clássico brasileiro.

Por fim, Aluísio Azevedo nos brinda com um final que só os autores naturalistas podem nos dar: um final natural. Um final que nos choca por ser real, que acontece mais frequentemente na realidade que na literatura. Um final com a capa do padecimento, mascarado de dor. Um traje completo para o dissabor que, às vezes, a vida nos proporciona.

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Caio 25/12/2018

Naturalismo - Crítica construtiva e ácida
Mulato foi o primeiro livro que li do Aluísivio Azevedo. Aqui a temática naturalista é latente junto com determinismo. Conta a história de um rapaz mulato Raimundo letrado e que morava na europa e vem ao Brasil visitar conhecidos e descobre que é rejeitado por toda a cidade por causa da sua origem, ai entra o preconceito racial o puro, nojento racismo. Todos ignoram, o tratam com desdém por ser filho de escravo. O próprio Raimundo não sabia desse fato inicial, com o tempo começa a se apaixonar por Ana Rosa sua prima, seu tio não lhe dá autorização por ser descendente direto de escravos. Ridículo, Aluísio critica além do preconceito de classe social, racismo, critica fortemente a igreja que apoiava essas atitudes preconceituosas e negativas. A igreja apoiava o racismo, e a certa rejeição ao Raimundo. Igreja hipócrita. Então o foco é na pura realidade em todos os casos: situação, personagens, atitudes destes, realidade é uma tragédia. Enfim um dos melhores livros que li do escritor e recomendo muito pois a sua mensagem é atemporal e se pendura até hoje em dia. Literatura brasileira de primeira linha. 5/5.
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Pudynn 05/11/2018

O mulato - Aluísio Azevedo
O começo do livro cança um pouco é bem difícil segurar a leitura por ser uma leitura densa dificulta bastante, porém do meio para o final, o livro se revela com uma outra cara, me surpreedeu e a leitura fluiu bem mais depois.
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Jaine Franco 05/10/2018

A primeira leitura concluída no mês de outubro é O mulato do Aluísio Azevedo. .

Eu adoro como esse autor parece gostar de escancarar a hipocrisia da sociedade de sua época.
Há bastante crítica ao racismo e o moralismo religioso da época.
Gente o vilão dessa história é um padre!!! Personagem completamente inescrupuloso e manipulador. .

O final é cruel e real. Eu adorei. .

Depois de ler o livro e toda as críticas contidas aqui dá pra entender o porquê do autor ter tido que se mudar da sua cidade após a publicação dessa obra.



Eu não posso deixar de falar que no início o livro tem umas passagens um pouco longas, descritivas e cansativas. Mas vale a pena insistir um pouco mais na leitura. .
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Marcy 05/09/2018

Um misto de emoções
Excelente livro com críticas maravilhosas á sociedade racista e religiosa da época. O livro é um a mistura de romance, drama, humor e pode- se dizer até de mistério. Vale a pena conferir!
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Leila de Carvalho e Gonçalves 11/07/2018

O Satanás Da Cidade
Introdutor do Naturalismo, o romance "O Mulato", quando publicado em 1881, foi motivo de escândalo na sociedade maranhense, graças ao modo arrojado que o autor, Aluísio de Azevedo, ousou descrevê-la. Como já não era visto com bons olhos, o "Satanás da Cidade" teve de abandonar São Luís, indo residir no Rio de Janeiro onde o livro teve boa repercussão.

De fato, a obra é uma severa crítica à sua terra natal, apresentando de modo satírico e impiedoso seus habitantes mais típicos. Entre eles, destaca-se um comerciante rico e grosseirão, a velha beata e um padre relaxado, todos compondo um painel que vai do devasso ao caricato.

Durante a narrativa, Azevedo atira para todo lado, atingindo a Igreja e a sociedade. Também cria um protagonista "mulato", Raimundo, cuja sensualidade invade a trama, ao exibir seu desejo pela prima Ana Rosa. Se não bastasse, a história encaminha-se para um final "indecente", na contramão moral da época, pois "os crimes ficam impunes e os criminosos gratificados".

O romance também apresenta resíduos do Romantismo. Escrito em plena campanha abolicionista, o autor mantém-se neutro sobre a questão e, ao tomar partido da miscigenação racial, exibe um mulato idealizado, com "ares de herói" que parece "ignorar sua cor..."

Com cerca de trezentas páginas, distribuídas em dezenove capítulos, trata-se de uma agradável leitura que merece a atenção de todos aqueles que pretendam aprofundar seus conhecimentos em literatura brasileira
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Daniel 02/07/2018

Darwinismo literário
Obra introdutória do Naturalismo no Brasil, publicada originalmente em 1881, O Mulato se passa na cidade de São Luís do Maranhão, em fins do séc. XIX, e conta a história de amor proibido entre Ana Rosa, filha de um rico comerciante português, e seu primo Raimundo, um jovem e bem instruído mulato, filho de um traficante de escravos e de uma ex-escrava, mas que não tem consciência de sua origem nem da cor de sua pele. É em meio a um ambiente hostil e escravocrata que Raimundo tentará obter o amor de Ana Rosa, mas logo descobre, da forma mais dura, que na vida só os mais fortes e mais aptos vencem.
Típico romance naturalista, a obra é um verdadeiro "estudo científico" do comportamento humano, onde as ações do indivíduo são diretamente moldadas pelo meio, a raça e o momento histórico em que está inserido. Com uma escrita detalhista, bastante descritiva, Aluisio Azevedo tece uma crítica ferrenha à escravidão e à corrupção da Igreja, denunciando a hipocrisia da sociedade da época e expondo, com décadas de antecedência, o racismo que existia e ainda hoje existe impregnado no nosso país.
Embora de inicio as descrições das personagens se aproximem de uma possível idealização romântica, tal perspectiva é desmanchada e cai de vez por terra ao final da narrativa, quando as personagens mostra-se de fato tal com são: cínicas, calculistas e insensíveis, como animais devorando - se uns aos outros, o que reforça a tese naturalista que sustenta o romance. O meio social onde vivem insere nas pessoas os mais profundos preconceitos e patifarias, fazendo-as cometer os piores crimes sem qualquer remorso, contanto que haja a certeza de impunidade. As personagens do Cônego Diogo, do caixeiro Dias e da própria Ana Rosa servem de espelho para o caráter maleável e oportunista do ser humano.
Uma obra-prima da literatura brasileira.
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Felipe 23/03/2018

Desfecho sensacional
Escravidão, violência, racismo e corrupção são coisas que são a cara do Brasil, não é mesmo?
Com uma trama curiosa e um final surpreendente, o livro "O Mulato" fala de como o ser humano pode ser cruel quando quer atingir seus objetivos.
Diferente dos contos de fadas, o livro em questão mostra o lado real da vida, em que nem sempre o bem prevalece.
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Jucélia Vital 20/02/2018

Futuro e hereditariedade
Neste romance somos levados a conhecer a história do protagonista Raimundo, o Mundico, a partir de seu retorno à província de São Luis do Maranhão, já homem formado, íntegro e culto criado na Europa. Desconhecendo sua origem, ele almeja acima de tudo descobrir seu histórico familiar.

A partir daí ocorre o desvelamento das agruras impostas a ele por sua infeliz hereditariedade, fator determinante de todos os desarranjos a que ele será submetido no decorrer da narrativa junto a sua amada Ana Rosa.

O livro foi escrito no período final da monarquia no séc. XIX, e descreve magistralmente a natureza crua das relações de fidalguia X escravidão através de figuras como D. Maria Bárbara, cujo sobrenome já é um prenúncio do grau de sua barbaridade em pessoa; ou na figura de Mariana, sua crueldade e caráter duvidável não cabem em si e transbordam para além dos limites do casarão; ou ainda na figura do padre D. Diogo que, ao invés de representar o norte para o bom caminhar, é incendiário e lança suas chamas da discórdia inflamando a realidade.

O auge da narrativa é, indubitavelmente, o poder descritivo empenhado pelo autor, uma característica marcante e transcendente a este romance, e que certamente o coloca no patamar de ícone da literatura brasileira, nos provando que o fator hereditário define sim o rumo de uma história.
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Camila1856 25/10/2019minha estante
Perfeito!!!




Suelen 24/01/2018

Livro foi leitura obrigatória no ensino médio, mas na época não gostava de ler esse tipo de leitura. Me permiti ler após adulta e fiquei encantada com a história, com a escrita, achei maravilhoso e engraçado certas passagens. Infelizmente fiquei chocada com o final, não esperava que fosse daquela forma, tendo em vista que estamos acostumados com finais felizes.
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Henrique Fendrich 03/12/2017

Pode ser que "O cortiço" seja mesmo a melhor obra do Aluísio Azevedo, mas sem dúvida "O mulato" me divertiu e me entreteu muito mais. Deliciei-me com diversas passagens, tendo encontrado, inclusive, algumas inesperadas tiradas humorísticas, das quais destaco uma:

Há um chato exemplar no livro. Lá pelas tantas uma mulher tem um ataque. O pessoal se debruça sobre ela, desesperado, até que se conclui: "É um vólvulo!". Ao que o chato emenda: "Do latim volvulus".

Sem falar na ousadia que foi enfrentar o provincianismo da escravagista São Luís do Maranhão. Como obra realista ou naturalista, também me agrada bastante quando o desfecho foge do ideal.

O cônego Diogo parece ter saído diretamente das páginas de Decameron. Sem dúvida um dos personagens brasileiros que mais mereciam figurar lá.
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Thiago Barbosa Santos 28/06/2017

Um livro atual!
Neste ano li três livros que tocam com muita propriedade na questão do preconceito racial: "O sol é para todos", da Harper Lee, "Tenda dos Milagres", de Jorge Amado, e recentemente "O Mulato", de Aluísio Azevedo.

As três publicações deveriam ser obrigatórias para aqueles que acham que o racismo ficou no passado, e que hoje só existe "mimimi" sobre a questão. Óbvio que ao longo de todos esses anos conseguimos avanços importantes na luta contra a discriminação racial. Mas ainda há muito o que progredir neste sentido.

O livro do autor maranhanse, publicado na fase final do período da escravidão no Brasil, foi um verdadeiro soco no estômago da sociedade hipócrita da época. Por isso pode ser considerado um marco importante da nossa literatura. Raimundo, protagonista, é filho de um comerciante português e uma escrava. Para proteger o filho, o pai dele o envia para Portugal. Lá ele estuda, tem formação acadêmica e já adulto, bem depois da morte do pai, volta ao Brasil, mais precisamente ao Maranhão, para tomar pé dos negócios que herdou. O tio, que toma conta dos bens dele, o hospeda em casa. Raimundo se apaixona pela prima, a Ana Rosa, e os dois juram amor eterno.

O detalhe é que Raimundo não conhece sua própria origem, não sabe que é filho de uma escrava. Todos na cidade o rejeitam porque conhecem bem as raízes dele. O jovem questiona o porquê desta rejeição, mas só descobre quando pede ao tio a mão da prima em casamento. O tio nega o pedido e diz que não pode entregar a filha a um descendente de escravos. Então inicia a luta do casal para ficar junto.

O livro faz duras críticas a essa sociedade preconceituosa e bate forte também na igreja, que muitas vezes fazia coro a essas atitudes preconceituosas. "O Mulato" foi um panfleto bastante importante para colocar fim a uma das práticas mais grotescas da história da humanidade.
Henrique Fendrich 03/12/2017minha estante
Thiago, ainda na temática do preconceito racial, recomendo "Os tambores de São Luís", de Josué Montello, um dos melhores que já se escreveu sobre o tema no Brasil.




Gu 13/04/2017

Livro incrível
Lembro-me das inúmeras vezes que enojei esse livro, julgando-lhe o conteúdo pela imensa quantidade de páginas... Hoje, me arrependo verdadeiramente sobre cada palavra a que lhe dirigi. Não foi só um sentimento de êxtase que senti ao terminá-lo, mas, principalmente, o reconhecimento de que Aluísio Azevedo era, de fato, um maravilhoso descritivista, e, por isso, tão conceituado em nossa literatura. Amei a história, em si, com suas tramas, seus detalhes, e, mesmo que ainda, em certos pontos, com moldes românticos, e suas críticas, tanto à Igreja quanto ao conservadorismo que permeava aquele século o Maranhão. Trata-se de um livro incrível, e as descrições do autor, que nos aprofunda naquele meio de forma tão verossímil, são verdadeiras construções de personagens e do cenário. Como em O Cortiço, Aluíso, nesse livro, já nos mostra seu potencial.

site: http://gustavomazzeor.wixsite.com/falandodeliteratura/single-post/2016/10/16/AN%C3%81LISE-O-Mulato-de-Alu%C3%ADsio-Azevedo
Isadora.Nascimento 26/11/2017minha estante
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