O Mulato

O Mulato Aluísio Azevedo
Douglas Tufano




Resenhas - O Mulato


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Rafaela Mendes 27/06/2019

O Mulato (1881)
Essa é uma história sobre um Brasil que já passou, mas que ainda mostra suas faces. E isso não é uma coisa boa. “O Mulato” conta a história do ex-ecravo Raimundo. Um homem letrado e cheio de convicções republicanas, modernizadoras e céticas, quanto à religião. Ele, assim como inúmeros durante o século XIX no Brasil, era fruto da relação entre um fazendeiro e uma escrava, sendo assim um mulato. Isso era motivo de escoria social, mesmo ele sendo um homem de posses e culto.

Raimundo acaba se relacionando com uma jovem branca chamada Ana Rosa (essa personagem é estereotipada como uma jovem histérica e que só pensa em casar, bem comum pra época essa ideia), porém esse romance enfrenta o preconceito da família da jovem e de toda a sociedade. Será que isso já passou? Vale refletir!

Muita intriga e hipocrisia ronda essa história, por parte de pessoas consideradas horadas (tem um padre chamado Conego Diogo, que é um cretino) e “afeiçoadas as coisas de Deus”, Azevedo mostra a mais podre face dessas pessoas que se mascaram com o conservadorismo. Nesse aspecto a história ganha toda a inovação que necessita para ser considerado um clássico da nossa literatura.

Tudo se passa em São Luís do Maranhão por volta de 1870 e mostra o ainda atrasado desenvolvimento de um uma província escravista e encabrestada a religião. Esse é o ponto mais interessante da narrativa, pois é como está numa aula de história. Ver o que se falava naquela época, como as pessoas se comportavam, as tímidas manifestações do abolicionismo, os rumores da república com o fim do segundo reinado.

A obra é o marco inicial do Naturalismo no Brasil, movimento literário e intelectual que demonstra a ideia de que o meio determina o individuo, bem como uma descrição minuciosa do meio e da realidade.

Eu ainda prefiro “O Cortiço” do Aloísio e acrescento que tem horas que é enfadonho ler esse livro, mas tem hora que não dá pra largar e tem horas que dá votante de indicar para alguém que acha que não existe racismo atualmente. Pode trazer uns ranços de narrativa, mas é sem dúvida um livro necessário para o mundo.

E o final? Afff.. nó na garganta. Leiam!
EXPLOD 29/06/2019minha estante
Ótima resenha ;)
Concordo com o que você disse! Por isso que os romances de costumes são tão interessantes: são verdadeiras aulas de história mesmo.
Ah, também prefiro O Cortiço!! :D Mas ele é tão cru que nem sei se faço uma releitura dele...
Também endosso sua opinião sobre o fim do romance! Eu fiquei embasbacada e com uma raiva...


Marcos.Azeredo 09/07/2019minha estante
Comprei este livro, estou com maior vontade de ler O mulato.


Rafaela Mendes 09/07/2019minha estante
É bastante interessante. Recomendo! ;)




Monica.Graziela 21/05/2022

Um livro atemporal
Realmente é um livro atemporal, o qual podemos observar ainda o preconceito racial enraizado na população brasileira. O que torna uma história triste, pois mesmo com o passar do tempo vemos que a sociedade não evoluiu ainda o bastante.
É um livro com frases marcantes, como:

"Tu não tens a menor culpa do que fizeram os outros, e no entanto és castigado e amaldiçoado pelos irmãos daqueles justamente que inventaram a escravidão no Brasil!"

Creio que é uma leitura de mera importância para população, para assim podermos refletir. Não é só um livro sobre um amor proibido, mas sim uma história que mostra como o preconceito cega!
Super recomendo quem não leu ler. E para não soltar nenhum spoiler, finalizo a resn:a com uma frase dessa grandíssima obra:

"Diz você que o povo não tem instruções; muito bem! Mas, como quer você que o povo seja instruído num país, cuja riqueza se baseia na escravidão e com um sistema de governo que tira a sua vida justamente da ignorância das massas?"
Paula 21/05/2022minha estante
Uma leitura de "mera" ou de "suma" importância? ;-)


Paula 21/05/2022minha estante
Ah, e obrigada pela resenha! Acho que nunca tinha ouvido falar nessa obra.




Fran RW 30/05/2012

"O Mulato" - Aluísio Azevedo
A Verdade Gera Protestos

Certamente, pelo fato de seus pais não terem se casado formalmente e portanto terem sido alvo de escândalo na conservadora sociedade maranhense do século XIX, Aluísio Azevedo dedicou boa parte da vida a escrever romances que criticam e mostram com franqueza o lado preconceituoso da sociedade em geral.
Este livro é um deles. Nele percebe-se o desprezo contra o negro, existente de forma muito mais presente que nos dias atuais, no Maranhão daquela época.
A obra conta a história de Raimundo, um jovem filho de um comerciante português e de uma escrava. Sem lembrar-se dos pais, ele decide deixar Portugal - onde recentemente formou-se em Direito - e regressar ao Brasil para visitar o tio, irmão de seu pai.
Chegando aqui, apaixona-se e é correspondido por Ana Rosa, sua prima. O amor dos dois, porém, possui grandes obstáculos e geral desaprovação. Motivo: Raimundo é descendente de escravos, isto é, possui origens negras e segundo o tio, portanto não poderia casar-se com a prima. Sua persistência, no entanto, leva seus inimigos a proporcionarem-lhe o mais cruel dos castigos.

Por mostrar esta triste verdade, essa história causou enorme polêmica na época de sua publicação.

Achei o livro interessantíssimo. Gosto de romances como este, que mostram não aquele amor perfeito, que sempre tem um final feliz ou em que os vilões pagam caro pelo que fizeram - mas a realidade nua e crua, tal como ela é, goste o leitor ou não. Isso é prestar um "serviço comunitário" quando se escreve. Mostrar aos voluntariamente cegos que a realidade nem sempre é tão bela e os desfechos da vida real muitas vezes não são felizes, como preferíamos que fossem.


(20/02/2011)



pessoalmentefalando.blogspot.com
Luciana 23/05/2012minha estante
Muito boa sua resenha, foi um dos primeiros livros da nossa literatura que li e um dos que eu mais gosto com certeza.
Na época que li eu acho que estava na quinta ou sexta-série e tinha medo da capa, vc acredita? rsrsrs
Mas mesmo assim, me encantei com a riqueza de detalhes e o modo como Aluísio Azevedo escreve.


Fran RW 25/05/2012minha estante
Kk. Também já tive medo de certas capas. ;D

Que bom saber que tu gostou tanto do livro mesmo o tendo lido quando era criança. É difícil fazer as crianças gostarem de livros assim.




oeudesalves 07/10/2016

O mulato: uma pintura crua do Brasil do XIX
Considerado o pioneiro do movimento naturalista no Brasil, ‘O Mulato’, de Aluísio Azevedo, publicado em 1881, chocou a sociedade da época e provocou uma série de duras críticas ao autor, sendo este obrigado a se mudar do Maranhão para o Rio de Janeiro, onde o seu trabalho foi reconhecido.
A maneira realista com que o romance tratava de temas polêmicos como República e escravidão incomodava os mais conservadores, e ao mesmo tempo estimulava progressistas e liberais a colocarem essas questões em pauta. Uma delas, em especial, percorre todo o enredo e trata da relação entre brancos, negros e mestiços como agentes de uma trama social.
O romance conta a estória de Raimundo, jovem advogado, de posses, filho de um homem branco com uma mulher negra. Parece meio simplista resumir uma personagem apenas por sua linhagem, mas era exatamente assim que se fazia no século XIX, ou seja, os seus pais ou seus avós diziam quem você era. Não importava o seu valor moral, poder econômico e outros atributos, o sangue sempre falava mais alto.
Essa circunstância pinta um cenário difícil para o nosso protagonista, que terá de enfrentar além da falsidade dos que dizem ser amigos, a rejeição da própria família. O ponto alto da trama se dá quando Ana Rosa, sua prima por parte de pai, declara-lhe o seu amor eterno e os dois passam a viver um romance proibido. Aí muitos personagens brilham num papel caricato desenhado pelo autor que os divide em dois blocos: aqueles que representavam o novo tempo e aqueles que eram o próprio passado, antiquado e hipócrita.
Essa é uma característica típica do naturalismo, isto é, a de desenhar tipos completamente justos ou injustos, bons ou maus. Então é bom estar avisado, caso você seja um leitor que – assim como eu – gosta de personagens mais complexos. A crítica à Igreja e à crença popular também é muito forte, enquanto a ciência e o ceticismo são enaltecidos. Por outro lado, os costumes, cenários, vestimentas e até a maneira de falar são descritos de forma belíssima.
Durante todo o livro você acompanha Raimundo em sua busca por desvendar o seu passado e, principalmente, sobre quem era a sua mãe, Domingas, a quem não conhecia. Torce para que ele e Ana Rosa fiquem juntos e que os vilões caiam em sua própria armadilha e dá algumas risadas com o modo de vida provinciano tão bem narrado pelo autor.
Sem dúvida, um clássico que vale a pena ser lido, não só pelo seu valor histórico e cultural, mas também por apresentar questões que – a exemplo do preconceito racial –ainda são atuais, reflexo de um processo histórico do qual homens e mulheres reais fizeram parte como verdadeiros protagonistas.
Quatro estrelas! O que quer dizer “ótimo livro” pra mim, mas não perfeito, neste caso apenas pelo final, que achei muito resumido, quase brusco, apesar de bem montado. Eu já tinha ideia de como a trama ia terminar conhecendo um pouco Aluísio e a corrente naturalista, mas é aquela coisa: não custa nada sonhar com algo um pouquinho mais esperançoso e feliz, certo?
Vanessa.Souza 07/11/2017minha estante
Sua resenha é realmente boa. Obrigada por deixar aqui a sua contribuição! :)


oeudesalves 26/11/2017minha estante
obrigado. ;)




Pereira 10/09/2012

Estrategema
O Naturalismo é a escola literária que mais aprecio. Linguagem direta, fatos mais próximo do nosso mundo e o final sem maquiagens românticas. a abordagem do preconceito no Brasil na época próxima a abolição é perfeitamente descrita nesse romance instigante. Mesmo dotado de títulos e dinheiro a personagem principal não consegue se livrar dos grilhões que sua origem lhe impõe. O seu passado conturbado atrapalha o seu presente cheio de um futuro promissor. Felismente o autor não envereda pela trilha da idealização e constrói um livro muito bom. Como poucos têm coragem de dizer em suas obras, o mal é um elemento muito mais forte que o bem. O mal tem conhecimentos estratégicos, enquanto o bem tem a tolice do crer. Prefiro a luta de encarar a realidade (muitas vezes cruel) a devaneios à espera de um futuro incerto.
Bernardo 07/02/2013minha estante
Amigo, boa resenha.Apenas gostaria de acrescentar que há uma idealização bem a forma romântica tradicional presente na composição dos protagonistas.Vê-se claramente uma descrição detalhada de Raimundo preceituada nos valores de elegância e sofisticação da época, que somavam em uma áurea de sedutividade


Bernardo 07/02/2013minha estante
Amigo, boa resenha.Apenas gostaria de acrescentar que há uma idealização bem à forma romântica tradicional presente na composição dos protagonistas.Vê-se claramente uma descrição detalhada de Raimundo preceituada nos valores de elegância e sofisticação da época, que somavam em uma áurea de perfeito cavalheiro. É clara também a sua retidão moral, de homem honesto. Algo muito parecido se aplica a Anica, porém com uma formatação diferente. Ela, ainda que provinciana, personifica os valores da mulher subjugada ao objeto da paixão, o Raimundo, e consciente do sua condição feminina que era ser mãe, numa quase obsessão.Era bonita, frágil e digna. O desfecho e toda a preocupação em com a análise psicológica, somados com claros tons de positivismo outorgam um contorno mais naturalista a obra em questão, mas sem dúvida, conclusivamente, não há uma ruptura total com alguns elementos românticos, dentre eles a idealização que acabo de expor. Valeu pela resenha!




Thiago Barbosa Santos 28/06/2017

Um livro atual!
Neste ano li três livros que tocam com muita propriedade na questão do preconceito racial: "O sol é para todos", da Harper Lee, "Tenda dos Milagres", de Jorge Amado, e recentemente "O Mulato", de Aluísio Azevedo.

As três publicações deveriam ser obrigatórias para aqueles que acham que o racismo ficou no passado, e que hoje só existe "mimimi" sobre a questão. Óbvio que ao longo de todos esses anos conseguimos avanços importantes na luta contra a discriminação racial. Mas ainda há muito o que progredir neste sentido.

O livro do autor maranhanse, publicado na fase final do período da escravidão no Brasil, foi um verdadeiro soco no estômago da sociedade hipócrita da época. Por isso pode ser considerado um marco importante da nossa literatura. Raimundo, protagonista, é filho de um comerciante português e uma escrava. Para proteger o filho, o pai dele o envia para Portugal. Lá ele estuda, tem formação acadêmica e já adulto, bem depois da morte do pai, volta ao Brasil, mais precisamente ao Maranhão, para tomar pé dos negócios que herdou. O tio, que toma conta dos bens dele, o hospeda em casa. Raimundo se apaixona pela prima, a Ana Rosa, e os dois juram amor eterno.

O detalhe é que Raimundo não conhece sua própria origem, não sabe que é filho de uma escrava. Todos na cidade o rejeitam porque conhecem bem as raízes dele. O jovem questiona o porquê desta rejeição, mas só descobre quando pede ao tio a mão da prima em casamento. O tio nega o pedido e diz que não pode entregar a filha a um descendente de escravos. Então inicia a luta do casal para ficar junto.

O livro faz duras críticas a essa sociedade preconceituosa e bate forte também na igreja, que muitas vezes fazia coro a essas atitudes preconceituosas. "O Mulato" foi um panfleto bastante importante para colocar fim a uma das práticas mais grotescas da história da humanidade.
Henrique Fendrich 03/12/2017minha estante
Thiago, ainda na temática do preconceito racial, recomendo "Os tambores de São Luís", de Josué Montello, um dos melhores que já se escreveu sobre o tema no Brasil.




eli! 10/01/2024

Um livro sensacional, sou fã da escrita de aluísio azevedo, e apesar da linguagem um pouco difícil pra mim, ele consegue narrar muito bem. a história é bem envolvente, você consegue sentir o que os personagens sentem, você torce por eles, mesmo que as coisas não vão de acordo com o que querem :(
Layza 10/01/2024minha estante
Já vou colocar na lista ??




Gabri 28/02/2020

Racismo no XIX
Considerado o primeiro livro naturalista, o romance foi uma grata surpresa. Ainda não completamente tomado pelas fórmulas cientificistas do naturalismo, o autor elaborou de fato uma história com uma trama bem urdida e com reviravoltas que tornam a leitura interessante e não maçante.
O sabor maior do livro, para mim, contudo, é o modo como o racismo é, não somente explorado, mas se torna em um elemento propriamente narrativo, ligado à estrutura íntima do livro.
Gabri 18/04/2020minha estante
Correção: primeiro livro naturalista do Brasil (embora tenha minhas dúvidas quando a isso, precisava verificar com maior rigor)




Gu 13/04/2017

Livro incrível
Lembro-me das inúmeras vezes que enojei esse livro, julgando-lhe o conteúdo pela imensa quantidade de páginas... Hoje, me arrependo verdadeiramente sobre cada palavra a que lhe dirigi. Não foi só um sentimento de êxtase que senti ao terminá-lo, mas, principalmente, o reconhecimento de que Aluísio Azevedo era, de fato, um maravilhoso descritivista, e, por isso, tão conceituado em nossa literatura. Amei a história, em si, com suas tramas, seus detalhes, e, mesmo que ainda, em certos pontos, com moldes românticos, e suas críticas, tanto à Igreja quanto ao conservadorismo que permeava aquele século o Maranhão. Trata-se de um livro incrível, e as descrições do autor, que nos aprofunda naquele meio de forma tão verossímil, são verdadeiras construções de personagens e do cenário. Como em O Cortiço, Aluíso, nesse livro, já nos mostra seu potencial.

site: http://gustavomazzeor.wixsite.com/falandodeliteratura/single-post/2016/10/16/AN%C3%81LISE-O-Mulato-de-Alu%C3%ADsio-Azevedo
Isadora.Nascimento 26/11/2017minha estante
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deysiane 18/07/2023

Ótimo!
Para mim, que sou do Nordeste, esta foi uma leitura bem especial, principalmente quando me deparava com palavras, expressões e costumes que perduram até hoje. As descrições tanto dos personagens quanto dos eventos são, muitas vezes, ilárias.

Achei o desenvolvimento do casal bastante parecido com alguns de Jane Austen, porém, assim que o "mulato" se dá conta da procedência de seu nascimento, o romance toma um rumo diferente de qualquer outro clássico. Os últimos capítulos são de tirar o fôlego. Adorei mais do que eu esperava.

Eu sou um pouco hipócrita pois leio fantasia com a intenção de "fugir" da realidade, e o Naturalismo, parente do Realismo, mostra exatamente isso, mas na sua forma mais desprezível. E há pouquíssimas coisas mais desprezíveis do que o racismo/preconceito.

"Se soubesses, porém, quanto custa ouvir cara a cara: "Não lhe dou minha filha, porque o senhor é indigno dela, o senhor é filho de uma escrava!" Se me dissessem: "É porque é pobre!", que diabo! - Eu trabalharia! Se me dissessem: "É porque não tem uma posição social!", juro-te que a conquistaria, fosse como fosse! "É porque é um infame! Um ladrão! Um miserável!", eu me comprometeria a fazer de mim o melhor modelo dos homens de bem! Mas um ex-escravo, um filho de negra, um- mulato! - E como hei de transformar todo meu sangue, gota por gota?"
Robô Congelado 23/07/2023minha estante
Bravooo meu amor




Clio0 01/07/2022

"Salvem as mulheres... matem todos os padres!"

Começo essa resenha com uma frase atribuída a Eça de Queiroz em uma produção Global não apenas porque ele é mencionado na obra, mas para poder dizer que esse é o verdadeiro tema de O Mulato.

Aluísio Azevedo recria a sociedade maranhaense durante o Segundo Reinado criticando duramente a situação do negro em tempos pré-abolicionismo e a conivência, quando não dizer atividade, da Igreja Católica na opressão desse grupo.

O cônego Diogo (numa óbvia referência a nomenclatura "diabo") é o responsável por todos os dissabores e crimes ocorridos com as famílias de Ana Rosa e Raimundo. Quando não estava ativamente manipulando em proveito próprio, personagens de histórico similar assumiam seu lugar.

Há um certo romantismo no livro, nada exagerado já que estamos falando de um representante do Naturalismo, mas a sensualidade é o que transforma a escrita em algo moderno, pressagiando o erotismo de escolas literárias futuras.

A narração é impecável, muito similar em trama à casos reportados por jornais da época... assim, a impossibilidade de um Final Feliz fica aparente desde o primeiro capítulo. O triunfo do mal, essa realidade aviltante, deixa a obra com um sabor amargo, ainda que concordante.

Recomendo.
Lauana.Figueiredo 03/07/2022minha estante
eu lembro da minha professora de literatura quando leio suas resenhas




Rogerio Costa 08/02/2013

O mulato - Aluísio Azevedo
Um romance escrito para criticar os diversos preconceitos raciais e sociais do nosso pais.
Ainda no tempo dos escravos no estado do Maranhão, Raimundo, sofre diversos preconceitos por parte da sociedade, da igreja e até de seus familiares. Quando Mundico, como é chamado pelos mais íntimos, recebe um não, para o pedido de casamento que faz a Manoel Pescada, para se casar com sua prima Ana Rosa; ele insiste em saber porque não tem a benção do seu tio, que até o momento é a única pessoal pela qual Raimundo pode confiar, Manoel relata que ele é fruto do relacionamento de seu irmão com sua escrava e ele não pode conceder a mão da filha a um mulato.
Os dois apaixonados lutam por esse amor incompreendido mas tudo em vão.
Com um final trágico e um fato a meu ver exagerado sobre impunidade e de falta de caráter: é o cônego Diogo, que pratica assassinatos, adultérios e usa a sua batina e menciona Deus para justificar seus crimes e suas mentiras.
Kaik 31/07/2013minha estante
em que tempo se passa essa historia??




Jonara 15/04/2010

O Mulato conta a história do amor proibido entre Ana Rosa e Raimundo, o mulato (que não sabe que é mulato). Se passa em São Luís - Maranhão e foi escrito em 1881. Raimundo havia sido mandado estudar na Europa, e retorna aos 26 anos para a província, para resolver negócios de seu pai, que havia morrido. Ele não sabe nada sobre seu pai ou sua mãe, e ao chegar na cidade, não entende porque as pessoas o tratam de forma tão estranha e preconceituosa. Ana, sem saber de sua origem se apaixona por ele, mas o romance é proibido por todos da família e pelo padre. O cônego Diogo é um FDP de primeira, que além de ter sido amante da mulher do pai de Raimundo, também é um chantagista e cúmplice de assassinato, um mau caráter abominável, que é tido por todos como um santo. A mulher do pai de Raimundo não é sua mãe, nota-se. A verdadeira mãe foi a escrava Domingas, que foi torturada pela mulher do pai, num acesso de ciumes. A pobre escrava ficou louca. Seu pai era um português que vivia fugindo dos escravos revoltosos, e um belo dia acabou assassinado, mas não foi por um escravo. Confuso? Não, é que estou jogando as informações a esmo... o livro é interessante, e coloca Raimundo como uma vitima de sua própria cor. Ele até tem possibilidade de fugir do seu destino, mas se deixa ficar na odiosa província, vai se deixando dominar pela preguiça... As pessoas que habitam a cidade são as mais chatas, irritantes, carolas e preconceituosas possíveis, e o convívio com elas é uma decepção atrás da outra... mesmo assim ele fica, as vezes movido por uma razão que ele próprio não entende.

O livro é bom, mas tem umas partes meio chatinhas... confesso que pulei varias partes que o Freitas explica as festas do Maranhão e outras coisas... eu tentei, mas o cara é chato demais! Também achei que o livro acaba meio de repente. Mas ainda assim é um bom livro, pra entender um pouco das origens do preconceito e mesquinharia dos brasileiros.
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Beatriz3345 29/03/2024

O mulato
Sou suspeita pra falar pq sou fã da escrita de Aluísio Azevedo, e apesar da linguagem um pouco difícil, ele consegue narrar muito bem.
Só achei algumas partes desnecessárias para a história, como por exemplo se tirasse da história a festa de São João e a gravidez de Ana Rosa, não faria a mínima diferença.
Também achei estranho Raimundo só perceber que era preto no Maranhão. Não existia racismo na Europa?
Mas no geral gostei do livro.
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cfsardinha 14/07/2011

O livro conta a história de Raimundo, menino órfão, que saiu de de São Luís para Lisboa. Anos mais tarde, já adulto, Raimundo volta formado para o Brasil. Passa um ano no Rio e decide voltar para São Luís para rever se tutor e tio, Manuel Pescada. Ele se apaixona por sua prima Ana Rosa, mas era uma romance conturbado. O pai dela desejava casá-la com outra pessoa e ainda tinha sua preconceituosa avó que não gostava dele por ser filho de escrava. O que Raimundo não esperava era descobrir era que, quem fora responsável pela morte de seu pai, se encontrava entre os seus.
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