Maria2264 20/07/2020Só decepção.Esse tinha tudo para ser um dos melhores livros da série, justamente porque a Morgan era um dos membros da família Bedwyn que faz parte do meu clã de preferidos, mas a Mary cagou muito a história dela e um pouco a personagem também, Morgan é bem chata em muitas partes do livro (que como um todo também é meio chato), o romance não me agradou em nada e chega a ser um pouco problemático junto com o enredo. Sabe, me incomodou um pouco que, absolutamente, TODOS os Bedwyns até aqui tiveram parceiros com mais ou menos a mesma idade dos mesmos, mas quando chegou a vez da Morgan, caçula da família, a autora arranjou um par romântico bem mais velho que ela... Fala sério gente, tudo bem que ela não era menor de idade para os padrões atuais, ela sabia o que queria da vida e blá blá blá... Mas acontece que ela só tinha 18 anos e se envolve com uma pessoa quase 15 anos mais velha que ela e todos os irmãos acham isso normal, sendo que é dito em alguns momentos da estória que para as leis da época, ela ainda não era maior de idade. Sabe, talvez eu esteja exagerando, mas o fato de que quando Gervase tinha 20 anos e foi exilado da Inglaterra POR UMA FALSA ACUSAÇÃO DE ESTUPRO (o que por si só já é muito problemático, mas falarei disso depois), enquanto nessa mesma época, Morgan só tinha 8 anos de idade me incomodou um pouco. Tudo bem que eles não se conheciam e tal, mas Gervase conhecia e almejava ser parte do círculo de amigos íntimos de Wulfric. Eu me pergunto se ele tivesse conseguido realmente ser amigo de Wulfric, como queria, e como era bem provável de acontecer se não fosse aquele escândalo com Mariane, já que o mesmo era filho de um conde, enfim se ele tivesse conseguido o que queria e fosse amigo de Wulfric, com certeza, ele teria conhecido a Morgan bem antes e ainda criança... Será que teria acontecido, mesmo assim, algo entre eles com uma diferença de idade gritante de 12 anos? Pense nisso.
Eu poderia reservar esse espaço aqui para comentar o fato de que Gervase usou Morgan para atingir Wulfric, mas a problemática já é perceptível por si só de eu citar isso, então vamos ao próximo tópico.
Chegamos a nojenta parte em que há um plot de uma falsa acusação de estupro na estória. Aqui vai o meu apelo, escritores que estiverem lendo isso, por favor em HIPÓTESE ALGUMA introduzam plots de falsa acusação de estupro em suas estórias. Se você não tem intenção de abordar esse tema de forma correta, o que por si só já precisa de muito cuidado, não aborde. Vivemos em um mundo, em que a palavra de mulheres vítimas desse tipo de agressão sexual é desmoralizada e desacreditada o tempo todo e você colocando isso em um livro com o objetivo de vilãnizar personagem, só reforça e dá mais força para que a palavra das vítimas seja mais desmoralizada. É nojento. Pergunte-se como uma vítima lendo uma coisa dessas se sentiria. Isso não é interessante, não é algo que faz "a trama andar", não é entretenimento. Tenha consciência do que você está escrevendo e pônha-se no lugar de quem vai consumir o conteúdo...
Enfim, cheguei as minhas considerações finais e quero dizer que esse livro contribuiu bastante para a ressaca literária que eu já estava enfrentando com ele. Em diversos momentos da trama, eu ficava me perguntando se o livro era chato justamente porque eu estava de ressaca e não conseguia aproveitá-lo ou porque era ruim mesmo. Obviamente, devido a todas as problemáticas que o envolvem tenho 90% de certeza que é a segunda opção. Eu não recomendo e não leria de novo com ou sem ressaca.