Resenhas - Star Wars: Darth Plagueis

Marcos Pinto 06/07/2016

Darth Plagueis, o sábio, foi um Lord Sith poderoso e que ansiava de maneira demasiada pelo poder. Não um poder qualquer, apenas político, mas um poder supremo: ele queria controlar a vida e a morte. Para isso, ele precisava se tornar forte no lado sombrio, tornando-se, se possível, o maior Sith que já existiu.

Contudo, é claro, o poder mundano, político e social, não foi esquecido. Plagueis era também brilhante em manipular massas, fazer leituras de movimentos na política, o que o faz crescer em importância também no cenário das grandes decisões galácticas. Prova disso que tomou para si como aprendiz Darth Sidious, o Palpatine, futuro imperador. A sabedoria de Plagueis era fantástica; o poder também. Porém, seria isso o suficiente para o livrar dos finais trágicos que são guardados para quem se encaminha pelo lado sombrio da Força?

Partindo dessa premissa, James Luceno cria uma obra profunda, densa, repleta de referências e muito bem escrita. O olhar atento do autor, que eu já conhecia da obra Tarkin, fica ainda mais nítido nessa obra. As descrições são longas e detalhistas, pegando cada nuance dos ambientes e dos personagens; o aspecto psicológico é muito bem explorado, mostrando a força da escrita de James. Ademais, o autor mostra profundo domínio sobre a mitologia de Star Wars e prova que sabe desbravá-la como poucos.

“Uma nave espacial parcialmente esmagada, mas cara e boa para recuperar. O corpo decomposto de um Bith viajante. Os resquícios de uma explosão... A cena contava um acidente infeliz numa galáxia cheia de acidentes” (p. 37).

Além disso, o autor também merece destaque pelo profundo trabalho que teve ao reconstruir o multifacetado e complexo sistema político galáctico, fazendo com que os fatos aqui ocorridos se encaixassem com o que acontece nos filmes – mesmo a obra fazendo parte do universo Legends. Aliás, esse lado político é um dos elementos que mais valoriza a obra, visto que é trabalhado de maneira única pelo autor.

Claro que esse aprofundamento feito por Luceno, tanto no lado psicológico dos personagens quanto no lado político, causa um efeito que pode desanimar alguns leitores: o desenrolar lento. Para aproveitar bem o universo e todos os seus detalhes, James não se preocupa em criar uma trama ágil e de ação da primeira à última página. O mais importante para o autor é ser profundo e realista – o quanto se é possível ser dentro de um universo como Star Wars –, seja nos momentos em que nada parece acontecer, seja nos momentos de adrenalina pura.

Um detalhe interessante é que, devido a todo o aprofundamento que o autor faz, a qualidade da obra pode se tornar o maior defeito. Darth Plagueis, por sua complexidade e boa construção, torna-se uma obra irresistível para os fãs. Contudo, por outro lado, dificilmente conseguirá prender quem está iniciando nesse universo e anseia apenas por grandes aventuras. Para conseguir absorver tudo que o livro passa é necessário ter paciência e, inclusive, ao menos um pouco de conhecimento prévio sobre o universo canônico e expandido de Star Wars.

“Os Muuns acreditavam em fórmulas e cálculos com tanto afico quanto os Bith, mas Plagueis não era um fatalista. Convencido de que as brilhantes equações de Tenebrous não levavam em conta um favor importante, ele argumentava que eventos futuros – fossem preditos por máquinas ou por visões – eram em geral nebulosos e incertos. Mais importante, fora criado para acreditar na eliminação de competidores, e via os Jedi como tal. A Ordem não representava apenas uma corporação rival que poderia ser secretamente adquirida; tinha de ser minada, derrubada, desmantelada. Desenraizada” (p. 100).

Além do excelente enredo, o livro também ganha quem lê pela sua qualidade na parte física. A capa é muito bonita e representa dois dos Sith mais poderosos. A diagramação, como já é padrão da Aleph, está perfeita; os fãs de Star Wars irão se deleitar. A tradução e revisão também estão ótimas, ajudando para que a leitura seja ainda melhor.

Em suma, Darth Plagueis é uma obra rica, profunda e muito bem escrita. Ela possui todos os elementos para agradar aos que gostam do universo Star Wars. Se você é fã desse grande universo, pode mergulhar de cabeça que a boa leitura é garantida.

site: http://www.desbravadordemundos.com.br/2016/07/resenha-darth-plagueis.html

Fernanda 28/05/2016

Star Wars: Darth Plagueis
Resenha no blog:

site: http://www.segredosemlivros.com/2016/05/resenha-star-wars-darth-plagueis-james.html

Igor Ferraz 07/05/2016

“Já ouviu falar na tragédia de Darth Plagueis, o Sábio?"
Foi com essas palavras que Palpatine instigou Anakin e todos os fãs de Star Wars no mundo a se perguntarem quem, de fato, foi Darth Plagueis. O livro a ser analisado nessa resenha teve com finalidade responder a essa eminente questão.
É importante ressaltar, no entanto, que a estória do livro permeia um business empresarial e político bem característico da época dos prelúdios. O Clã bancário, as Empresas Damask e a Federação de Comércio são personagens importantíssimos à trama explorada. Desse modo, aqueles que tiveram problemas com a politicagem dos Episódios 1 a 3, talvez não gostem da obra.
Dito isso, vamos nos ater especificamente ao conteúdo do livro. Ele é dividido em 3 atos bem distintos. O primeiro tem desenvolvimento lento, pois trata mais da situação politica da galáxia e do estado de seus personagens nesse contexto. No segundo, a estória passa a ser conduzida pelos olhos de outro personagem, Sheev Palpatine, que, apesar do título da obra, é o verdadeiro protagonista. A introdução do futuro imperador da galáxia torna a trama muito mais interessante. Ver as similaridades entre o jovem Palpatine e o Anakin dos filmes é impagável para os leitores mais atentos. O terceiro ato separa as duas esferas, com Palpatine atuando no campo politíco e Plagueis no campo místico. O final, mesmo de conhecimento prévio do leitor, empolga pelo modo como é desenvolvido.
O livro tem escrita pesada, já característica do autor. O livro Tarkin, lançado pela mesma Aleph no mês de Agosto de 2015, também foi escrito por James Luceno e detém o mesmo estilo de narrativa, que envolve descrições complexas de ambientes e personagens. O autor demonstra todo seu conhecimento do universo expandido de Star Wars, esbanjando, durante a narrativa, citações e referências a outros materiais da linha agora conhecida como Legends. Para os fãs desse universo, tais citações são um deleite.
É na esfera mística que o livro consegue deter mais a atenção do leitor. Nela, são apresentados conceitos que ampliam de forma coerente os revelados nos filmes. Descrições da relação dos Sith com o lado sombrio são expostas como nunca antes. Também é interessantíssimo ver como ocorre treinamento Sith, pois os filmes só exploram os Jedi nesse aspecto. Até os midi-chlorians se tornam mais tragáveis, diante da nova interpretação dado por James Luceno a eles.
Na esfera política, o livro concede todo o background que levará o contexto da galáxia ao letreiro da Ameaça Fantasma. A leitura atua ora como prelúdio e ora como companion (desenrolar concomitante) a esse filme, o engrandecendo de todas as formas.
Os personagens são complexos e bem desenvolvidos. Palpatine é humanizado sem perder a esfera maligna que o permeia. Já Plagueis é um Lorde Sith como nenhum outro. Ousaria o descrever como uma mistura entre Darth Bane e Prince Xizor.
A edição da Aleph, mais uma vez, é caprichada, dotando de uma arte linda como capa. Foi excepcional, também, o acréscimo, como extra em relação ao material original, de uma entrevista com o autor realizada na época do lançamento do livro nos Estados Unidos. Por ela são esclarecidos elementos importantes do desenvolvimento da obra, como as participações de George Lucas e Dave Filoni (The Clone Wars e Rebels).
Por fim, recomendo o livro a todos que querem complementar sua experiência com os episódios prólogos. Após lê-lo, é impossível não gostar mais dos filmes.

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