spoiler visualizarBrenda.Pita 16/06/2024
Uma Vida Pequena
(1,5) Uma Vida Pequena foi exatamente o que eu esperava, uma história sádica do 🤬 #$%!& com a única intenção de fazer o leitor ficar mal. A história gira em torno da vida de Jude St. Francis e basicamente é uma constante de "como eu posso torturar esse personagem novamente?". A autora é uma pessoa doentia que publicamente faz declarações contra terapia e cuidados com a saúde mental, ela acha que você tem que "respeitar" a vontade de pessoas suicidas e deixar que elas se matem, e a história de uma vida pequena é essa crença dela em formato de ficção. Eu acredito que contar histórias sobre personagens que passam por algum tipo de abuso é válido se tiver VALOR NARRATIVO por trás disso, uma razão plausível pra você estar contando essa história, mas é claro e cristalino que as intenções da Hanya com essa nojeira toda foi só chocar o público. A maioria dos relatos de pós leitura desse livro são pessoas contando o quanto elas choraram compulsivamente enquanto avançavam na história, eu sou a MAIOR chorona da face da terra e eu chorei uma única vez durante o livro. "Ai brendy, então as pessoas exageraram sobre o quão sofrível é esse livro?", não, meu problema aqui é que pra mim é tão ABSURDO e INCONCEBÍVEL uma única pessoa MUDAR TANTO de ciclos de vida, de ambientes, de grupos sociais e em TODOS eles essa pessoa é abusada novamente. Eu não duvido de uma pessoa passar a vida inteira sendo abusada vivendo no mesmo ambiente ou trocando de ambiente em X momento da vida e voltando a ser abusada, mas NÃO IMPORTA aonde o Jude vá, não importa se um dia ele tá na Inglaterra, no outro ele tá no Japão com pessoas totalmente novas e diferentes, ele SEMPRE acaba passando por um novo abuso. Eu também acharia mais plausível de acreditar se a autora explorasse abusos para além do físico, mas a única coisa que ela faz é retratar repetidamente cenas gráficas de estupro, tortura e espancamento, sempre um looping das mesmas coisas. Isso me desconectou COMPLETAMENTE da leitura, então quando ela apresentava o Jude sendo abusado por mais alguém, eu só ficava "ata é a hanya torturando ele de graça mais uma vez". O que fez com que essa leitura não fosse completamente insuportável pra mim foram os personagens, apesar desse plot nojento, a escrita dela é decente em alguns momentos e faz com que o público se apaixone pelos personagens que estão dispostos a proteger o Jude e também nos apaixonamos pelo Jude. Apesar disso, eu visualizo uma inconsistência no comportamento e nas personalidades dos personagens conforme ela quer fazer o Jude sofrer mais de alguma forma. Ele em si é completamente problemático, ela escreve ele de um jeito em que ele acredita que merece passar por tudo o que ele vive e ele sempre aceita cada abuso passivamente, ele não tem qualquer mecanismo de defesa, qualquer proteção. Eu conseguiria compreender melhor todo o autoódio do Jude se ela tivesse se dado ao trabalho de detalhar o que levou ele a se convencer de que merecia todo o sofrimento com a mesma empolgação que ela se dá ao trabalho de escrever cena de estupro. Ele recusa a ajuda dos amigos e é reativo com as pessoas que o amam quando elas tentam cuidar dele, ele explode com quem ama ele em diversos momentos, apesar de nunca demonstrar reação nenhuma contra seus abusadores. Ele se recusa a aceitar que é uma vítima, recusa a se cuidar, sempre está em negação constante. O Jude coloca as pessoas que amam ele em uma posição onde elas se sentem obrigadas a assistir ele se autossabotando sem poder mexer um dedo pra ajudar. Ele é autodestrutivo de uma forma tão egoísta que ele prefere sempre se convencer de que a vida dele não vale nada, então ele não tá prejudicando quem ele ama com suas atitudes. Quanto mais eu progredia no livro, eu sentia que ele é um grande "suicídio é a solução", a autora parece estar sempre dando a entender que não tem uma saída melhor, que os abusos que você sofreu são sua identidade eternamente e a única coisa que você pode fazer pra lidar com eles é se matar. Finalmente quando o Jude está vivendo genuinamente feliz pela primeira vez na vida dele, após embarcar em um relacionamento romântico com o melhor amigo dele, sabe o que a Hanya faz? ELA MATA O WILLEM! Ela mata o único personagem que conseguia acessar o Jude e fazer com que ele se abrisse, que dividisse os próprios traumas, a única pessoa que o Jude permitia na maior raridade que cuidasse dele, então ela faz com que ele viva mais um trauma lidando com essa morte repentina. Obviamente o resultado foi o Jude se MATANDO ne pq essa DESQUERIDA caminhou o livro todo pra ter esse desfecho de MERDA de que se você é traumatizado, sua vida não tem mais solução. Fora minhas enes questões com o conteúdo da história, eu também tive muitos problemas com a forma da autora de escrever. 🤬 #$%!& , cada capítulo tem papo de 1h30min com um monte de baboseira descritiva até chegar no que importa de fato, às vezes ela passava cerca de 10min descrevendo passantes na rua, descrevendo sacadas de janela, descrevendo pinturas aleatórias que não agregavam em nada no conteúdo, parece só uma grande encheção de linguiça para pagar de intelectual, adulto e cabeça. Essa história é um puta desserviço lotado de gatilhos e perigosíssimo pra vítimas reais, a pouquíssima parte boa não compensa a tragédia que é todo o resto.