Cailes Sales 08/09/2016Rosário Guerra é uma mulher solitária, vive em uma quitinete com a companhia de seu gato, Nicodemos, que é o seu único amigo e companheiro. Ela foi abandonada quando menina pela mãe e, posteriormente, pelo pai, indo parar, ao longo dos anos, em vários abrigos destinados a crianças, saindo do último quando tinha 18 anos. Com muito esforço e dedicação, a moça consegue um trabalho honesto e segue com a vida, mesmo com a dor do abandono enraizada em sua alma.
Rosário nunca pensou em ver o pai mais uma vez, até ele aparecer em sua porta dizendo que mudou, que deseja ser sua família novamente. A moça, carente de amor e afeição, aceita a volta do pai, assim como, a proposta do mesmo para que viajem para o Qatar e nesse espaço de tempo possam refazer os laços há muito perdidos. Porém, Rosário desconhece as verdadeiras intenções do genitor, que na verdade planeja vendê-la a um Sheik do local, com o intuito de saldar uma dívida.
Darius Hayek leva uma vida regada a bebidas, festas e mulheres, ele não tem intenção de se casar, todavia, o avô, Sheik Wafa, tem outros planos e pressiona constantemente o neto para que este procure uma esposa. Como o rapaz não obedece, o Sheik dá um ultimato: o neto se casa no prazo de um ano ou o controle das empresas da família irão para um primo. O prazo está se esgotando e o rapaz se vê pressionado a aceitar o matrimônio com uma brasileira, para ele sem graça e desinteressante, que logo chegará a cidade. Assim, de forma abrupta e inesperada, o destino de Darius e Rosário é entrelaçado.
Inicialmente não gostei do protagonista, pois me pareceu bastante arrogante, mas logo percebemos que ele também carrega suas mágoas e, como a mocinha, se viu abandonado por quem deveria amá-lo acima de tudo. Ao contrário de Darius, gostei de Rosário desde o começo, seu jeito simples de ser, sua doçura, apesar de tudo o que passou, me cativaram.
No início achei a história um pouco corrida, alguns acontecimentos ocorreram muito rápido e eu gostaria que os mesmos fossem mais desenvolvidos. Contudo, esse ponto não afetou a trama, que logo me conquistou. O livro é curto e a leitura é feita rapidamente, isso também é devido a escrita envolvente da Josiane, mestra em nos prender durante horas sem que tenhamos a mínima vontade de parar de ler.
A obra é um tanto diferente das outras que li da autora. O livro é, digamos, o mais “leve” e com o enredo mais perto do clichê dentre todos que conheci da Josi, não que eu me importe com clichês, desde que a trama seja bem desenvolvida (o que acontece aqui), apenas fui surpreendida por uma história mais romântica e doce. Os protagonistas têm seus traumas e medos, são quebrados por dentro, mas tudo é trabalhado de maneira não tão profunda, apesar de sentirmos as emoções deles, de nos envolvermos com as suas inseguranças, não somos chocados ou arrebatados por sensações perturbadores, como nas outras obras da autora. Ressalto que isso não diminuiu o quanto gostei da história. O romance é fofo e durante todo o tempo torcia pelo casal, por diversas vezes me peguei sorrindo durante uma cena e ansiando pelo final feliz.
Em suma, como disse acima, a obra me agradou bastante e espero realmente que também conquiste vocês. Vale a pena ler essa história romântica, que nos mostra o poder que o amor tem de curar e de nos fazer acreditar na felicidade, apesar das dores que carregamos.
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