O Feijão e o Sonho

O Feijão e o Sonho Orígenes Lessa




Resenhas - O Feijão e o Sonho


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ana 08/01/2023

lindo e profundo!!
esse livro era do meu pai e ele me deu de presente, junto com uns outros?
resolvi ler sem saber bem do que se tratava, também não conhecia o autor, mas gostei muito! nem vi o tempo passando enquanto lia, a linguagem e o diálogo são simples e mt bons. amei as referências e o humor de vez em quando! a história do casal é cativante, e tô até agora mt pensativa com esse final.
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Brunna.Lima 03/01/2023

Indicação
O livro transporta o leitor a diversos cenários da família onde sempre existe a disputa entre a idealização, na representação do personagem Campos Lara, e a razão, na representação de Maria Rosa.
O autor escreve detalhadamente e consegue destacar várias perspectivas desses cenários, como: vida financeira, vida conjugal, a relação com os filhos, etc.
No fim, o autor deixar uma enorme reflexão ao leitor!

Eu indico a leitura.
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Léa 17/09/2022

Sofrimento atenuado
Nunca tinha lido um livro repleto de sofrimentos e histórias marcantes de vida igual a esse. O autor tem uma escrita muito boa, clássica. Confesso que fiquei ansiosa pra chegar ao fim do livro e ficaram várias lições para mim!
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Julia2342 16/05/2022

Não gostei muito, não é meu tipo de leitura só li pra fazer um trabalho escolsr e não consegui me interessar ao longo da leitura
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Marc 10/05/2022

Esse livro curto tem tantas coisas para se comentar que acho que vai faltar muito ainda a dizer, por mais que eu tente fazer um texto abrangente. Não sei se de propósito ou por uma feliz coincidência (o que não significa diminuir o autor) o encaixe dos temas é praticamente perfeito nesse livro, eles vão se sobrepondo, compondo um quadro naturalmente mais e mais complexo, até que o autor consegue expor um sentimento sobre a vida que se torna muito verdadeiro.

Campos Lara sonha em ser poeta, enquanto tem que lidar com as cobranças de sua mulher (Maria Rosa), sobre as condições materiais da vida da família. Ele não consegue parar em nenhum emprego, não consegue alimentar os filhos, pagar as contas, dar uma vida digna a mulher, que mesmo sendo implicante, visivelmente o ama, pois não o abandona. Ele despreza aqueles que vivem para a obtenção de bens materiais apenas, considera que isso é desperdiçar a vida — e acaba se colocando, sem o perceber, no polo totalmente oposto, de desprezo pela vida concreta.

No começo do livro Maria Rosa nos é apresentada como uma personagem desbocada, descontrolada e que ataca constantemente o marido, sem piedade alguma. Ela não mede palavras e sentimos pena de Campos Lara, que tem seus sonhos reduzidos a tolices pela mulher. Mas o livro reserva uma grande surpresa, porque no momento que o casal tem sua briga mais violenta, ela mostra uma visão aguda e certeira sobre o marido; ela descobre sua vaidade, seu desprezo pelas “pessoas normais” e o ataca por considerar injusto que ele seja tão egoísta, sacrificando tudo e todos por mero orgulho de se colocar acima de todas as outras pessoas. Nesse momento, ela ameaça deixar o marido, mas não o faz, não passava de um “argumento” na briga, uma tentativa de demover o marido desse caminho destrutivo. E começamos até a sentir simpatia quando a narração volta ao passado para contar o início do relacionamento dos dois. Nesse procedimento, muita coisa é esclarecida e a personalidade de Campos Lara é esmiuçada através de suas atitudes. No início do livro ele aparece como uma pessoa azarada, que não conseguiu alcançar o mesmo sucesso de outros, mas que, ao menos, se mantinha fiel a si mesmo, a seus valores. Mas vamos percebendo que não é bem assim. Ele sente enorme desprezo por tudo que não seja o reconhecimento que a literatura pode lhe trazer. Vê outros enriquecendo, mas se mantém afirmando para si mesmo que um dia vai conseguir o que deseja, mas o que ele deseja realmente?

Quando consegue escrever um livro de poesia sobre a vida da família, que obtém relativo sucesso, Maria Rosa percebe, definitivamente, o que é o marido. Não lhe falta, como pensava, jeito para a vida material, concreta, não, ele apenas não deseja participar dela e prefere viver em um mundo paralelo, uma realidade inventada, que nada tem de verdadeiro, mas que soa incrivelmente amável aos olhos de todos. Ao descrever a vida familiar, num tom irreal — inconscientemente irreal —, Campos Lara mostra que até nota a vida a seu redor, mas que não é afetado por ela, não sente afeto, não se compadece e acaba expressando o desejo do que queria viver e não a realidade em si. Esse duro golpe para Maria Rosa faz com que perca a esperança no marido e, não se sabe ao certo (será que foi ela que espalhou tudo aquilo sobre o padre e Campos Lara?), ela termina participando de uma terrível fofoca, que vai modificar a vida deles para sempre. Foi o único momento em que Campos Lara teve uma existência concreta no livro, que se voltou para as circunstâncias a seu redor e tentou influencia-las, modificá-las. Mas, como já havia previsto a mulher muito antes, tudo devido a seu orgulho, não a seu amor pela família, nem a sua obrigação de homem e marido. Ele tenta salvar sua honra e enfrenta as fofocas da cidade, mas isso não termina tendo o efeito prático que se poderia esperar.

Depois de retornar a São Paulo, quando a situação na cidadezinha onde moravam ficou insustentável, Campos Lara começa a escrever romances e até consegue algum dinheiro. Não o suficiente para resolver os problemas, mas para trazer comida para casa. Ainda tinham dívidas, mas ao menos podiam comer. Obteve, finalmente, reconhecimento dos pares e alguma fama, se tornou um autor importante. Construiu uma carreira e isso alimentou seu ego sedento, mas, no fim, ele percebe que seu sonho era, ao contrário do que pensava, um elemento que o alienava da realidade, o afastava da vida e das pessoas que amava e apenas serviu para espalhar sofrimento e frustração.

Campos Lara realizou seu sonho apenas para descobrir que estava ainda mais infeliz do que nos momentos de cobrança da esposa, que parecia tão insensível a sua realização. Ele jamais foi capaz de parar sequer um segundo para pensar que a vida não é nem o sonho, nem o feijão. Como dizia Ortega Y Gasset: “Eu sou eu e minha circunstância, e se não a salvo não me salvo eu.” (meditações do Quixote, p. 32). Isso significa que a nossa personalidade, a nossos sonhos, a vida vai interpor, sempre, uma série de desafios, de circunstâncias que impedem a plena realização daquilo que almejamos. Mas é através da compreensão de que precisamos não circundar esses desafios, mas encará-los de frente e, ainda assim, manter de alguma forma o que sabemos que vai nos realizar, isso nos faz pessoas plenas. Campos Lara não se sacrifica por aqueles que ama, e chega ao ponto de restar a dúvida se os ama de verdade; ao contrário, ele sacrifica a todos por seu ideal. Isso é, como diz com todas as letras Maria Rosa, egoísmo, não firmeza de caráter como ele pensava. Uma pessoa que passa pela vida sem conseguir se sacrificar por amor a ninguém, sem conseguir desviar de seu caminho intencionalmente, sabendo que precisa voltar a ele, mas que é preciso parar ou retroceder em certos momentos, essa pessoa não sabe viver, não sabe qual é o verdadeiro sentido da vida e vai chegar ao fim da vida completamente frustrada, descobrindo que desperdiçou todo o tempo que teve. Eis o que acontece com Campos Lara.

Salvar suas circunstâncias não significa lutar exclusivamente por realizações materiais, sair da pobreza, conquistar castelos e iates. Pode ser que alguém salve suas circunstâncias e continue muito pobre, mas consiga entregar amor e ser fiel a si mesmo, realizando-se naquilo que a vida exigiu. Há um imperativo nos livros de autoajuda sobre dobrar o mundo a sua vontade que é extremamente perigoso e só consegue produzir egoístas frustrados ao fim da vida. Se Campos Lara tivesse se dedicado à família, vendo os filhos crescerem com saúde, segurança e educação, mesmo que não tivesse se realizado enquanto escritor, ainda assim se sentiria realizado. Ele teria doado sua vida a alguém, se sacrificado pelos que amava e isso lhe daria sentido. Mas ele faz justamente o contrário e mesmo os filhos e a esposa eram apenas pessoas que o distanciavam do que ele pensava ser sua realização. Ele descobre que o sentido da vida pode nem sempre ser tão elevado quanto pensava e que mesmo as pessoas simples, que viviam suas vidas sem conhecer a literatura, sem saber quem foi Homero, Dante ou Dostoiévski podiam ser mais realizadas que ele — e mesmo sendo pobres.

O que o livro termina dizendo é que viver é, ao mesmo tempo, mais difícil e mais fácil do que ele pensava. Mais difícil porque seu sonho o alienava da realidade, o afastava das pessoas que o amavam, borrava seus rostos e, quando ele as olhava, via não o que eram, mas o que ele queria que fossem; mas também mais fácil, porque bastava se dedicar aos que amava para que o sentido que ele tanto buscava se realizasse quase imediatamente. Ele não precisava desistir do sonho, não precisava abandonar a carreira de escritor, mas precisava incluir os que o amavam nessa jornada, partilhar com eles, pois não eram empecilhos a seu caminho, mas aquilo que faria com que tivesse mais força e olhar aguçado para compreender o mundo. A conclusão, que o livro entrega com uma certa amargura, é que Campos Lara desperdiçou sua vida e não soube jamais amar as pessoas a seu redor. Quando desperta para o amor da família, vê o filho seguindo seus passos e não sabe, mais uma vez, como reagir.

Há dois níveis de interpretação do texto, se olharmos a questão da alienação da personalidade. Uma leitura preliminar indica que a vida concreta afasta Campos Lara de seu sonho, da plena realização de sua personalidade. E dizer isso não é de todo errado, pois ele sente assim. Em que medida ele poderia prosperar se fosse solto das obrigações materiais e se dedicar exclusivamente à literatura. Prosperar no sentido de evoluir intelectualmente, criar grandes livros e desenvolver ensaios, etc. Mas aparece um segundo nível de entendimento da questão, que é desconfiar do que o personagem pensa sobre si e sobre sua situação, o que é necessário em todos os casos. E, como a literatura lida com a realidade, todas as vezes que ele a renega, mais se afasta de sua “obra”. Agora, entendemos que não é a vida material que lhe afronta, mas seu próprio sonho, porque a realidade está lhe entregando sem parar elementos para que ele crie alguma coisa, de si e da literatura. Mas Campos Lara só consegue lidar com o que idealizava, a realidade o atrapalhava, o afastava — em seu modo de ver — da realização de sua vida. Essa maneira mais abrangente de compreender o livro, desconfiando do personagem e notando que se ele queria fazer literatura, a primeira coisa seria reconhecer sua realidade e usá-la como matéria-prima de sua obra. Há um episódio emblemático, que Maria Rosa reconhece, que é aquele em que Campos Lara, já em São Paulo, vai fazer pesquisa com operários e pessoas pobres, para escrever mais um romance de tema social, mas não é capaz de reconhecer essa mesma miséria em sua própria casa. Por isso, mais tarde, quando o reconhecimento começa a declinar, quando a nova geração de escritores faz a crítica de sua obra e ele deixa de ser o modelo, ou seja, deixa de ser admirado, Campos Lara olha para sua vida e não se reconhece. Ele havia feito tudo apenas por vaidade, havia sacrificado aos que amava por um sonho, um delírio de reconhecimento que se dissipou logo em seguida. Campos Lara jamais salvou suas circunstâncias, jamais reconheceu sua condição, aprendendo a modificá-la e construir sua obra sobre ela. No fim das contas, o sonho o alienava da realidade, o afastava do amor, de servir à família, de construir uma obra literária real e autêntica, que recolhesse os elementos que a vida lhe dera e os trabalhasse, tornando-os universais, válidos para outras pessoas.
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Evelize Volpi 07/05/2022

Lendo a Coleção Vagalume em ordem de publicação.
Esse livro é realista, muitas vezes perturba a nossa leitura, vai e volta na narrativa.
Enfim, bem reflexivo, vale a leitura e vale um debate também.
O que se escolher na vida:
O feijão ouno sonho?
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Binaa1 31/10/2021

Não é excelente, mas é razoável. É inegável a boa crítica social que ele traz e mudança dos dois personagens antagônicos ao longo dos anos. Não sei se indico, mas vale a pena a experiência ;)
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pabloviniciusra 03/09/2021

O sonho ou o feijão?
Qual devemos mais alimentar, nossos sonhos ou nossas necessidades cotidianas? Nesta linda e triste história podemos perceber como a vida de um sonhador entra em conflito com a dura realidade da vida.
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Elaine Messias 12/08/2021

A vida de um escritor
O livro passeia por alguns momentos da vida do casal Campos Lara e Maria Rosa, que vão delimitando a percepção da vida geral dos dois. Os augúrios da pobreza da vida do escritor, tão inapto a adequar-se em um emprego; ou a perceber o mundo à sua volta até ser muito tarde para fazer diferente.
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Antonio Maluco 25/06/2021

Lição de vida
O livro conta histórias de uma pessoa pobre que gosta de ler e coisas inteligentes e modernas pra sua vida campal
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Marcela.Nogueira 07/05/2021

O feijão e o sonho
Este livro mostra a importância de conciliar o sonho com a realidade. Não há nada de errado em querer pagar as contas em dia e viver fazendo o que se gosta. As coisas desandam quando optamos por um lado só. Na vida, precisamos de equilíbrio pra encontrar a felicidade.
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Letícia 29/03/2021

Um livro necessário
Eu considero essa uma leitura obrigatória para qualquer pessoa, pois rende uma reflexão interessante. Cada um de nós conhecemos um Campos Lara, isso se não o somos, por vezes. Campos Lara é um poeta que vive uma realidade difícil e, apesar disso, deposita todos os seus esforços na perseguição de sonhos, negando as responsabilidades e a dureza da realidade, rendido à utopias. Rosinha, sua esposa, é o extremo oposto. Priva-se do deleite e dos prazeres artísticos em razão das necessidades práticas e urgentes do dia-a-dia, carregando "o mundo nas costas". Em um casamento de opostos, vários conflitos surgem com o passar dos anos e o surgimento de problemas dentro de casa começam a pesar para ambos: para o poeta, que sonha em fazer dinheiro trabalhando com o que ama e se vê infeliz quando não consegue e para Rosinha, que acredita que o marido tem suas prioridades nos lugares errados, sobrecarregando-a.

O livro permite ao leitor experienciar uma realidade dura, conflituosa, e a enxergar que, muitas vezes, não faz mal deixar alguns sonhos de lado. Os erros de Campos Lara servem como um anti-exemplo, pois a realidade deve ser encarada como ela é. Às vezes, é necessário abraçar uma situação, ainda que ela não esteja de acordo com as nossas expectativas, pois do contrário podemos trazer sofrimento para nós mesmo e aos outros à nossa volta. Campos Lara tinha seus filhos e Rosinha ao seu lado, mas não soube estar presente e tirar proveito disso por se prender num objetivo egoísta. Livro simples mas essencial.
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Franciele143 20/03/2021

Imagine a devida situação, seu sonho e sua realidade, pensou, muito bem. Essa história fala de um casal que vive esse conflito, dá pra ler em uma sentada. Quantas vezes da nossa vida precisamos decidir entre o real e o abstrato, andando em corda bamba e ainda de saia justa. Leiam...
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