Resenhas - O Feijão e o Sonho

z..... 12/08/2016

Um de meus preferidos na Série Vaga-lume, justificando-se na reflexão marcante na adolescência, quando li na sexta série. A leitura foi diferenciada do que conhecia, geralmente aventuras divertidas, colocando em paralelo caminhos que se apresentavam e, às cabeçadas, em que vivia me perdendo. O real e o imaginário, o sonho e a realidade, o que se desejava e o que se vivia...
Tive de cara uma empatia com o Campos Lara, no sentido de ser considerado sonhador demais, melhor dizendo, avoado, em um mundo da lua. Minha adolescência era assim (não mudei muito) e fiquei chocado com a vida dura que ele levava.
A mensagem que o livro trouxe foi de que os sonhos requerem sacrifícios para a realização e, muitas vezes, são egoístas e podem levar a uma vida de infelicidades. Precisamos ter pé no chão e tentar conciliar as coisas.
O livro foi impactante, não por ser uma história bonita, mas pela forma de abordar uma realidade que até então pouco enxergava em meus pueris sonhos. Relendo hoje continuo nessas percepções.
Lara foi egoísta em seus ideais e cegamente arrastava sua família a viver um sonho que era só seu. Não digo que não deviam ser vividos ou buscados, mas era necessário estar atento ao impacto e preço sobre a vida.
Foi publicado na década de 30, é um dos mais adultos na Série Vaga-lume e traz uma leitura interessante para a juventude.
A parte que mais gosto, desde a primeira leitura, foi a atitude que o poeta tomou ao ser caluniado em sua cidade. Um misto de coisas engraçadas e tensas, em um despertar dramático para sua realidade. O poeta havia sido caluniado e de maneira iracunda, para um homem considerado sensível e quieto, foi tomar satisfação.
Os primeiros capítulos são também dramáticos com a realidade sofrida de Maria Rosa na vida que os sonhos de Lara impunham.
Vemos o contraste no casal, um mergulho no passado para conhecer sua história e a conciliação entre os sonhos e realidade.
Um choque de realidade e, por essas e outras, obra marcante quando a conheci.

Matheus Peres 10/08/2015

O poeta contra...tudo?
Maravilhosamente escrito, com uma narrativa viciante e cru realismo quanto a realidade do poeta, sem o glamour da ilusão. Mostra um homem brilhante em seus talentos, mas vitima de uma sociedade, família, sistema e vida que não suprem o recipiente que abastece seu fôlego existencial. Angustiante e bela, a história avança na medida e ritmo certos para mostrar os dramas do protagonista, garantindo a empatia do leitor. É triste que uma obra tão valorosa e profunda não receba a atenção devida, talvez por ser escrita por um brasileiro (o que é um absurdo, pois nossa literatura é rica em qualidade). Me identifico bastante com a obra, seu escritor e sua intenção como um todo, e recomendo com muito carinho a todos os que procuram uma história bonita e intrigante. O poeta luta contra os desafios, mas conhece sua missão. O poeta não olhará para trás, mas contemplará o horizonte, repleto de encantos e possibilidades.

Emanuel Xampy Fontinhas 26/07/2015

O embate entre o concreto e o abstrato
Fico espantado, positivamente, que este livro tenha entrado em uma coleção de livros infanto-juvenis. Daí se percebe a qualidade da coleção. É um livro escrito nos anos trinta (portanto, há que se compreender algumas passagens que nos soam agressivas e radicais, hoje em dia), premiadíssimo e escrito em uma linguagem apropriada para a época de sua concepção, o que estimulou e estimula aos jovens leitores o uso correto de dicionários. Impossível não refletir, se emocionar e sorrir bastante com as desventuras de Campos Lara e Maria Rosa. Maravilhoso.

Douglas 24/08/2013

O Feijão e o Sonho
Quando comentei com minha mãe que estava lendo O FEIJÃO E O SONHO, ela me disse: ‘‘Muita boa essa história, já foi até novela!’’.

Aí pesquisando descobri, realmente, que a Globo usou este livro e criou uma novela, de muito sucesso, em 1976. Infelizmente, muitos de nós ainda não éramos nascidos para acompanhar.

Mas a história é bastante interessante, realmente.
Maria Rosa casou-se, por certo interesse, com Campos Lara, afinal, ele (poeta) prometia ser um homem famoso, de muito sucesso e muito dinheiro.
A prima, Creusa, casou-se com Gomes, um sujeito ignorante e sem instrução nenhuma.
Motivo, pelo qual, fazia Maria Rosa gabar-se do noivo para a prima, afinal, o ‘‘partido’’ dela era muito melhor que o da prima.

Pois é, acontece que o ignorante tornou-se rico, enquanto o poeta ficou pobre, fazendo Maria Rosa e os filhos terem uma vida de miséria e privações.

O livro é uma sátira ao consumismo e aos sonhos das pessoas.
Afinal, Campos Lara prefere uma vida de versos e sonhos, deixando faltar o feijão na mesa da família.

A mensagem central do livro é essa, você pode ter seus sonhos, pode ter seus objetivos, mas sempre deve fazê-lo com os pés no chão, afinal de contas, sonhos, simplesmente, não dão dinheiro e muito menos ‘‘enchem a barriga’’ da família.
Se você viver apenas de sonhos, com certeza, ficará sem feijão na mesa.

Incrível como uma história que, acreditem, foi publicada em 1938, ainda seja bastante atual para os nossos tempos.

Um abraço e meu respeito a todos.

Edo 02/03/2013

Esse livro li por causa dos meus estudos no antigo ginasio. Quase na metade ficou uma leitura "chata" e "empurrada", mesmo porque li pra avaliaçao em Literatura.

Romilson 18/10/2012

Na boa, esse foi o primeiro livro que li na minha vida, muito bom relembrar o passado, depois dele não parei mais de ler.

Renata 31/05/2012

Adoro
Uma joia de da literatura brasileira!!!

André 05/04/2011

Um livro interessante.
Trata da história do Poeta Campos Lara, oprimido entre a sua total incapacidade de compaginar seu sonho - suas ambições intelectuais e literárias - com o feijão de cada dia, isto é, com a sua obrigação de sustentar dignamente a mulher Maria Rosa e os três filhos. Há claramente uma desordem na alma do poeta, que coloca suas vaidosas aspirações como escritor acima das obrigações morais. No entanto, Campos Lara não o faz por mal. Vive num mundo de sonhos, e sua falta de senso prático é constantemente apontada - não raras vezes com certa malícia - por Maria Rosa. O balanço entre Maria Rosa e Campos Lara conduz o leitor a uma reflexão sobre desejos e obrigações, aspirações individuais e limites impostos pela realidade da vida.

Mel 03/01/2011

"O Feijão e o Sonho" retrata a convivência de duas pessoas que representam extremos, a disparidade de ideias e, a meu ver, o contrabalanço que um representa na personalidade do outro.
O casal é composto pela esposa, Maria Rosa, que é extremamente realista, focada nas dificuldades do cotidiano, as dívidas, o trabalho, a criação dos filhos etc; e o marido, Campos Lara, um poeta que dedica a vida ao seus sonhos e ao dom da escrita, fechando os olhos às necessidades da família.

Dri Ornellas 25/07/2010

Gostei do livro!

Embora, atualmente, sua história não seja mais original: o conflito do sensível poeta com a praticidade do mundo capitalista.

Mas vale a pena: linguagem pontuada por diálogos, sentimental sem cair em clichês, um bom desfecho.

Pesquisando descobri que teve uma adaptação em forma de novela. Acho que não é do meu tempo...

Como o protagonista era um poeta, o livro é cheio de referências a outros escritores, com um diálogo engraçado de Campos Lara (o poeta) com sua esposa Maria Rosa, que sempre reclama de seu temperamento sensível e "alienado", dizendo que poeta (escritor) não serve para nada, citando vários escritores que tiveram algum tipo de problema não exemplar na vida e outros que morreram cedo.

Sudan 30/05/2009

O Feijão e o Sonho
Romance que narra a história do poeta Campos Lara, professor de uma pequena cidade do interior paulista, dividido entre o universo sensível da poesia e as amargas necessidades do cotidiano.

Lê® 01/05/2009

"Feijão e sonhos"!
A visão da leitura de um livro por uma criança é permeada de criações...O mundo onírico configura-se no mundo real...

Foi muito difícil gostar deste livro enquanto criança leitora. O mundo dolorido e, por vezes, real não cabe na consciência infantil.

Hoje repleta de novos mundos, leio as entrelinhas e desfaço a minha impressão inicial sobre este livro, afinal o que é a vida senão "Feijão e sonhos"!

João Paulo 12/03/2009

Gostei!
Li esse livro por obrigação, mas acabei gostando muito!
O modo como Orígenes Lessa coordena sua narrativa realmente prendeu minha atenção, além de ter um final seco e verdadeiro. Daria um ótimo filme, na minha opinião.