Thayná 21/06/2021Aviso de gatilho!Algo muito presente na narrativa é a insinuação (e uma ou duas vezes a descrição breve do ato) de zoofilia. Por isso, se há gatilhos relacionados, não recomendo a leitura. Já aproveitando o gancho, é normal de Jorge Amado usar as grandes hipocrisias da sociedade brasileira para transformar em crítica numa narrativa cômica, coisa que ele faz perfeitamente nesse livro.
Não existe personagem estável ou perfeito na narrativa. Todos, sem exceção, são hipócritas e errantes, tal qual a realidade humana. É uma leitura divertida sem deixar as reflexões de lado. Afinal, que outro autor no mundo faria um capítulo entitulado "CAPÍTULO UM TANTO SÓRDIDO ONDE É LAVADA A ROUPA SUJA E SE PÕE MERDA NO VENTILADOR"? ? momentos que apenas a literatura nacional nos dispõe!
"? O demônio existe e se revela no ódio e na opressão. Antes de ter medo do pecado, meu filho, tenha medo da virtude, quando ela for triste e quiser limitar o homem. A virtude é o oposto da tristeza, o pecado é o oposto da alegria. Deus fez o homem livre, o demônio o quer vencido pelo medo. O demônio é a guerra, Deus é a paz e o amor. Vá em paz, meu filho, volte todas as vezes que quiser e, sobretudo, não tenha medo."