Tieta do Agreste

Tieta do Agreste Jorge Amado




Resenhas - Tieta do Agreste


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alicefnevs 13/10/2023

Para viver bem é preciso antes de tudo abolir a consciência
O que nem sempre se consegue.
imaginei um final talvez diferente mas quando jorge amado começa a ser sincero percebo que esse é o final que Tieta merece.
apesar de muitos enredos que acho que até se perdem no final (engraçado que o autor tem muita consciência disso em toda intervenção no folhetim), fica muito nítida a relevância do autor no cenário nacional com personagens absurdamente sinceros e com a construção incrível de cenários baianos.
amei o insight com a luz de tieta e a herança dela que fica marcada para todos de Agreste, apesar de todo conflito de caráter e moral que ela carrega consigo.
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Gabriel 28/09/2023

Toda a ardência, fresco, humor e sensualidade de Jorge Amado
Ler os livros desse homem é mais que um entretenimento, é uma experiência maravilhosa, a ambientação e os personagens são tão maravilhosos, tem hora que a gente se sente parte da história, torcendo pelos personagens ou ouvindo de perto as fofocas que correm soltas.

A escrita do Jorge é tão perfeita, gosto muito de como ele trabalha temas tão sérios e as vezes pesados mas nas palavras desse homem as coisas ficam cômicas, as vezes ele descreve a iniciação sexual de uma criança, ou um estupro de forma tão banal e cômica que a gente acaba dando risada, é um jeito tão natural, creio que seja a forma como as pessoas do interior lidam com as coisas, eu por ter nascido no interior do nordeste consigo entender a forma como ele trabalha os costumes desse povo, não sei se é assim pra todo mundo.
Não dá pra deixar de falar do narrador que é um dos narradores mais incríveis que já vi, e a forma como eles nos conta essa história é incrível, uma escrita bem maduro do Jorge Amado.

O final do livro é maravilhoso, não é um final feliz mas também não é um final triste, me deixou com vontade de ler mais, mas também me passou a sensação de trabalho concluído por parte de Tieta, que trouxe luz e ardência pro povo de Agreste.
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Aline.Bernardi 19/09/2023

Tieta inspiradora
Como sempre, Jorge Amado consegue expor toda a hipocrisia da sociedade por meio de seus personagens humanos, ou seja, com seus defeitos e suas qualidades. Tieta, a heroína, a santa, a puta, a empresária, a caftina. Pessoa de coragem e de fibra que enfrenta qualquer coisa em prol dos seus objetivos sem prejudicar ninguém. Pessoa inspiradora.
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glucaxs 18/09/2023

Pastora de cabras e corações
Foi uma experiência incrível ler a obra original pouco depois de ter visto a adaptação pra televisão e perceber o que permaneceu e o que foi modificado. Não é um livro de grandes acontecimentos, certo, mas é exatamente aí onde mora o charme da narrativa; numa prosa envolvente, poética e divertida, Jorge Amado consegue nos envolver e fazer com que sintamos pertencer à pequena Santana do Agreste; de certa forma, pertencemos. É por meio dos habitantes dessa cidadezinha que o livro traça um pequeno panorama não só da Bahia, mas de um Brasil que até os dias de hoje segue dividido assim como Agreste: conservadorismo x liberdade, poluição x preservação, amor x ódio, por aí vai... Como dito pelo grande comentador Felipe Cantarelli: "Para se viver bem é preciso antes de tudo abolir a consciência. Nem sempre se consegue."
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Vania.Cristina 04/08/2023minha estante
Acho que Amado fez de propósito, deixou deliciosa a parte de Mangue Seco e arrastada a parte que aparece os poderosos de SP, que tratam a vida do povo simples como se fossem peças de um tabuleiro de xadrez. Ele não quer, de jeito nenhum, que a gente tenha empatia por eles. Já o povo de Agreste pode deitar e rolar que a gente acha tudo delicioso...rs. Entendo Amado, mas concordo com você, algumas partes foram arrastadas demais. Isso deixou o livro truncado: ora ritmo fluido, ora não.


Gi, 05/08/2023minha estante
Verdade, mas não deixou de ser uma leitura memorável neh! :D




Fernanda Bitencourt 27/07/2023

Um retrato delicioso e malicioso
Demorei 1 mês e 20 dias para terminar ?Tieta do Agreste? e, sim, é bastante longo, detalhado e, por vezes, um tanto arrastado. Jorge Amado conta as histórias de forma lenta, como se quisesse fazer com que nós, os leitores, também participássemos do enredo. Apesar de longa, a leitura é deliciosa, engraçada, maliciosa e com uma pitada de crítica social. Na verdade, uma baita porção de crítica à hipocrisia, principalmente em cidades pequenas em que todos se conhecem. Os personagens são dúbios, em sua maioria. Ninguém é totalmente correto e as intenções sempre são ambivalentes. Mas assim é a vida, certo? Não me admira que tenha virado novela e filme. O autor mesmo se refere à obra como um folhetim e o detalhamento de situações e personagens tornam a transposição para o audiovisual algo quase que natural. Em resumo, vale a pena encarar as cerca de 650 páginas.
Vania.Cristina 28/07/2023minha estante
Também gostei. A parte de Santana do Agreste me deixava amarrada. O que me cansava era quando a narrativa saía da cidade.


Fernanda Bitencourt 29/07/2023minha estante
Eu também! Achei os encontros em São Paulo super arrastados


Gi, 01/08/2023minha estante
Eu não curti as partes do Ascanio na cidade super arrastadas!




Vania.Cristina 10/07/2023

Imenso retrato de um povo e de um tempo
Leia com calma, sem pressa, talvez intercalando com outras leituras. Há momentos fluidos e outros mais lentos. A história intercala a voz do povo rural com a voz dos poderosos das grandes cidades. É divertidíssimo acompanhar as presepadas do povo e indigesto acompanhar a manipulação de quem detém o poder. Jorge Amado está inteiro nesse livro: a empatia; o carinho pelo povo; o humanismo de esquerda; a visão de contexto social e de microcosmo do Brasil; a sensualidade, ora poética ora dura e crua; o humor; o folhetinesco; a força da coletividade; as lutas sociais; a oralidade; a hipocrisia, a mulher empoderada ciente de sua sexualidade... O livro é cheio de easter eggs, citações de fatos reais acontecidos na época e de personagens que existiam e conviviam com Amado, como o artista Caribé. Repleto também de dualidades: a infância livre e a infância reprimida; a mulher desejada e a solteirona desprezada; a esposa bem amada e a mal amada; o religioso hipócrita e o libertador; o Deus que castiga e o Deus amoroso; a natureza e o progresso; a beleza e a poluição; o rural e o urbano etc etc etc. A personagem principal do livro é a própria cidade de Santana do Agreste e os seus moradores. Tieta, embora seja filha da cidade, na história é um acontecimento: a filha escurraçada que retorna poderosa. Outro acontecimento simultâneo que na trama tudo move, é o interesse de uma indústria em se estabelecer naquele fim de mundo, que nem eletricidade direito ou estrada asfaltada tem. Os personagens da pequena cidade não são perfeitos, são anti-heróis, cheios de vícios, de falhas e preconceitos. Cheios de minúsculas ambições, porque estamos falando de um lugar pobre e isolado. Mas ao mesmo tempo, é um povo que tem sabedoria, esperteza e dignidade. E eles tem a praia de Mangue Seco, um lugar paradisíaco. Lá é possível encontrar contemplação, descanso, paz, e estar mais próximo de Deus. Lá também estão os contrabandistas, os pescadores sem pressa, os bandos de tubarões, as ondas violentas. Por lá passam os hippies nudistas que pregam paz e amor. Em Mangue Seco, nas dunas móveis, sob a lua e as estrelas, Tieta perde e tira a virgindade. Amor e prazer se encontram com a imensidão. O livro foi escrito numa época em que não se falava em politicamente correto e Jorge Amado era um homem do seu tempo, então alguns fatos narrados podem ser problemáticos aos olhos de nosso tempo. Mas se estivesse vivo hoje, o que pensaria Amado? Medo de mudar e de mudanças ele nunca teve, afinal deixou a militância no Partido Comunista quando chegaram as denúncias de abuso do stalinismo. O que nunca deixou de lado foi a admiração pelo povo, principalmente pelas mulheres, sua cultura e sua força, e a crença nos seus direitos de luta.
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Sebo Gato Bibliotecário 07/07/2023

Não curti
Conforme eu ia lendo o livro, a música de abertura da novela ficava na minha cabeça "tieta tieta (...) tieta saiu da costela de Adão", eu era criança quando a novela passou na tv mas não lembro da novela em si. Não lembro como esse livro chegou a mim mas com certeza não leria de novo. Em comparação com a novela, a adaptação teve dois eventos que não tem no livro, como o mistério do conteúdo da caixa em que Perpétua, uma das irmã da protagonista, não deixa ninguém ver e uma assombração aterrorizado os moradores da cidade, na novela Tieta volta para o agreste depois de 25 anos mas no livro ela volta depois de 12 anos. A história de Tieta é contado em cinco longos "episódios" mais um epílogo. Um epílogo que ao invés de finalizar o livro, é um capítulo à mais porque tem quase cem paginas. A impressão que tive que o autor simplesmente jogou a história da "Brastânio" no meio da história de Tieta. Os três primeiros episódios são os piores pois é muito enrolado, cada personagem tem praticamente um livro contando a vida dela, levei meses para ler os três episódios, da vontade de abandonar o livro, a leitura é muito cansativo. A partir do quarto e quinto episódio a história melhora. Quando se chega no epílogo, fica mais enrolado ainda e parece que o livro não tem fim e as paginas não acabam. O primeiro episódio, o dinheiro que Tieta manda para a familia, não veio e todos começam a suspeitar que alguma coisa aconteceu com ela, o episódio inteiro fica nisso. No final ela manda um telegrama avisando que tinha ficado viúva e estava voltando para o agreste. O segundo episódio, Tieta chega na cidade em companhia da enteada. O terceiro episódio não lembro muita coisa porque só queria terminar o livro. O quarto episódio começa a história da indústria do dióxido de titânio. O quinto episódio é o briga com o povo do agreste com os empresários da Brastânio. Juro que não entendo as pessoas de não querer uma indústria na cidade, para gerar empregos e nelhorar a cidade. Claro que é importante a conservação do meio ambiente e a preocupação da poluição causada pela indústria mas preferir o contrabando da região e as brigas com a polícia do que um emprego formal, não tem como entender. Agora já sei de onde vem a fama que baiano é preguiçoso. A própria personagem de Tieta me deu nojo pois ela se envolveu sexualmente com o próprio sobrinho menor de idade por ser ninfomaníaca, sem falar dos casos de zoofilia de tieta e outros personagens. Pode ser comum no Nordeste mas não é normal. Não curti "Tieta do Agreste", mesmo, espero que tenha outros livros melhores (e menores) de Jorge Amado, pode fazer parte da literatura brasileira mas realmente não gostei deste livro.
John 07/08/2023minha estante
Desculpe, mas que comentários infelizes sobre baianos e nordeste ao fim da sua resenha hem


Fabio 07/09/2023minha estante
E a xenofobia gritando na "resenha"




Thiago 04/07/2023

Mais um livro delicioso de Jorge Amado, com seus personagens dúbios e verdadeiros , hipócritas, desenfreados e inconsequentes, mesmo travestidos por uma certa caricatura.
Mais um período de diversão q o autor proporciona.
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Benicio 26/06/2023

Eu não tenho palavras pra descrever a magnitude desse livro. Em suas páginas Jorge Amado cria personagens tão identificaveis e uma protagonista forte como nenhuma outra. Recomendo a todos a leitura
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Marques 31/05/2023

Uma experiência genuinamente brasileira
Ler Jorge Amado é sempre uma experiência histórica, política e genuinamente brasileira. É maravilhoso. "Tieta do Agreste", livro de 1976; inspiração para a novela de 1989 e filme de 1996, une essas três nuances de Jorge Amado ao extremo, e permanece como uma história atual, que poderia ser narrada em 2022.

A riqueza dos personagens, dos cenários e dos acontecimentos cotidianos fazem das obras de Jorge Amado clássicos. Em "Tieta do Agreste" um simples fato desencadeia a história: o retorno de Tieta para Santana do Agreste, terra onde cresceu e foi expulsa aos 17 anos. Após 25 anos vivendo em São Paulo, nossa protagonista retorna à fronteira da Bahia com Sergipe como símbolo de progresso e sucesso.

Um livro de mais de 600 páginas, com um ritmo único. Demorei em torno de dois meses para finalizar a leitura, pois a história pede calma e paciência: ela é narrada como os dias de sol nas praias da Bahia. Exceto nos momentos que se passam em São Paulo, ou que a visão do "progresso" deturpa a vida de Agreste; nessas horas o ritmo acelera e vários capítulos são consumidos em uma só sentada.

Não por acaso Jorge Amado é meu autor nacional favorito. Ele não tem medo de expor seus ideais: preso e exilado durante ambas as ditaduras brasileiras, não teve medo de continuar retratando o verdadeiro Brasil.

As diversas dualidades representadas nessa obra a fazem um espelho perfeito da nossa sociedade: o seminarista pedaço de mau caminho; a prostituta que sonha em se casar e virar dona de casa; a mulher mais inteligente e interessante da cidade sendo virgem aos 50 anos. "Tieta do Agreste" não esconde verdades que precisam ser escancaradas e por isso vale a leitura por todos os brasileiros.
Alê | @alexandrejjr 04/06/2023minha estante
Parabéns pelo texto muito bem escrito, Nat. Captasse com precisão o que a experiência de ler Jorge Amado.




Zelinha.Rossi 01/04/2023

Segundo Jorge Amado, Tieta do agreste é uma obra monumental (“basta atentar-se ao número de páginas”). Mais de 600 páginas que parecem passar em um piscar de olhos. Como todo livro do autor, a leitura é prazerosa e divertida, e é delicioso acompanhar os diálogos, os comentários constantes do autor e o cotidiano da pacata cidadezinha baiana de Santana do Agreste. Agreste parou no tempo: não tem luz elétrica, o comércio é fraco, o acesso a ela se dá apenas pela marinete de Jairo (caindo aos pedaços, com um rádio russo que nem sempre funciona e que tem horário rígido na saída e imprevisível na chegada), e a maioria de suas ruas nem calçadas são. Como todo romance amadiano, temos personagens icônicos e inesquecíveis: a esperta funcionária dos correios dona Carmosina, a beata interesseira Perpétua, o poeta Gregório Eustáquio de Matos Barbosa (mais conhecido como vate Barbosinha), a inconformada com a pasmaceira Elisa, o mendigo sem meias palavras Bafo de Bode, o garanhão Osnar e o secretário da prefeitura que atua como prefeito Ascânio Trindade, que tem como ambição devolver a Agreste a glória do passado. A história narra os acontecimentos que sacodem esta cidade onde nada acontece com a chegada de Tieta, 25 anos depois de ter sido escorraçada pelo pai, e que retorna rica, o que acaba redimindo-a do falatório da cidadezinha preconceituosa. Também trata dos embates entre a população a respeito da possível instalação da terrível indústria de dióxido de titânio na paradisíaca praia de Mangue Seco (motivo de enorme divergência entre os que se dizem favoráveis ao progresso e os contrários à enorme poluição gerada por ela). Jorge Amado, obrigada mais uma vez por uma obra inesquecível!
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Clari.Monise 18/03/2023

Esse lance da indústria.....
A história é bem legal, a Tieta é fodona mas o lance da Brastanio deixou o livro arrastado. Entendo que fez muito parte da história mas poderia ser um pouquinho mais acelerado. O final eu amei!!!! 3,5 ?
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@ALeituradeHoje 11/03/2023

Espetáculo
"... confeccionada por mão artesanal e anônima; RUA DA LUZ DE TIETA.
Mão artesanal e anônima. Mão do povo."

Diversão e crítica ferrenha. Jorge Amado é rei!!
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Ni 05/03/2023

Ninguém morre de amor, de amor se vive.
Depois de ler esse " folhetim", è impossível não entender o porque de ser tão aclamado e respeitado.
Tieta è tão real e corpórea, que não é difícil a imaginar como uma pessoa real. Sua humanidade conquista, a habilidade de se reconhecer como falha, e por isso não julgar ou apedrejar os outros, e o que mais a torna humana e real.
Ainda que seja um ótimo livro, revolucionário sem ser pedante, não dá para negar que há muito que ainda choque, seja a linguagem escrachada, até a falta de recriminação com a sexualização de crianças.
No final è impossível não se sentir arrebatada por Tieta e sua força, pelas maravilhas do agreste, e seu povo tão real.
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