Solaine 26/08/2016
Na verdade tá mais pra 2,5.
A verdade é que parte da minha decepção foi pura frustração porque queria que essa história fosse muito mais do que ela foi (provavelmente ainda influenciada pela hype de Hamilton), mas teve muita coisa fraca nesse livro, infelizmente. A história é contada em fragmentos em que vemos, principalmente, a vida da Bárbara e do José, algumas vezes vemos a rainha (quase cantando da da da dat da dat da da da da ya da) ou temos uma focalização no Tomás Antônio Gonzaga (que pareceu a mais jogada de todas, mas acho que o autor estava mais interessado em representar, nestas partes, o que levou à elaboração de Marília de Dirceu do que qualquer outra coisa). O problema é que são fragmentos tão curtos e pontuais durante todo o livro que você não tem tempo de se sentir próxima de nenhum personagem. Não ficamos sabendo muito sobre as relações da squad dos Inconfidentes (e quando sabemos é mais pelo que o narrador fala do que realmente é mostrado), então o que poderia ter sido super comovente no final fica bem "ok, já vi isso nas aulas de história". A Bárbara é uma personagem muito interessante, talvez a presença mais forte nesse livro, e eu queria dar uma estrelinha pro autor por ter apresentado ela dessa forma, mas eu ainda queria saber mais sobre ela, queria mais da relação dela com a Ana, mais de como ela se apaixonou pelo José...
O livro é bem escrito e acho que poderia ser muito mais do que foi, principalmente se fosse mais longo, porque parece que tudo ficou corrido para não passar de um certo número de páginas.
No fundo fica tudo muito superficial, sem ter explorado mais das lacunas que dariam um encanto maior para o lado fictício desse romance histórico. Mas eu diria que ainda vale a pena a leitura, porque é bem bacana ver a Bárbara sendo parte do grupo dos Inconfidentes mesmo que indiretamente.