Onde os velhos não têm vez

Onde os velhos não têm vez Cormac McCarthy




Resenhas - Onde os Velhos Não Têm Vez


63 encontrados | exibindo 16 a 31
1 | 2 | 3 | 4 | 5


Vitor Hugo 20/11/2023

O INEVITÁVEL, NAS IMENSIDÕES DO TEXAS.

Texas. 1980. Frustra-se uma negociação envolvendo heroína mexicana. Tiros. Sangue. Mortos por todos os lados. Um homem comum, Moss, então, encontra uma valise contendo mais de dois milhões de dólares. Dinheiro que seria usado para a aquisição da droga. A partir daí sua vida nunca mais seria a mesma. O mal, encarnado em um homem chamado Anton Chigurh, vai tornar seus dias um verdadeiro pesadelo.

Esta poderosa história, indissociável do filme dos irmãos Coen (2007), mostra toda a áspera realidade do narcotráfico na fronteira do México com os Estados Unidos. Sim. Há a implacável perseguição daquele que se tornaria um dos mais icônicos vilões do cinema ao cara comum, que apenas achou o dinheiro. Mas também há um terceiro elemento. O mais importante, aliás. O xerife local, Ed Tom Bell, fio condutor de toda a trama, responsável pelas meditações e divagações sobre tudo o que vai ocorrendo.

O xerife, já muito experiente, não consegue conceber toda a violência que toma conta de seu condado e das cidades vizinhas. Ele é o verdadeiro "velho que não tem vez", tal como consta no título do livro (e no título original do filme também).

Para o xerife, de uma geração que está sendo ultrapassada pelos fatos, a sociedade está doente e decadente. Não há mais respeito e consideração pelos mais velhos. Os costumes se deterioraram. As pessoas se drogam. Os traficantes reinam e ignoram a autoridade local, como se não existisse. E ele, apesar de fazer o possível para proteger Moss do mal absoluto, que é Chigurh, não quer olhar aquilo tudo de frente. É como ele diz já no início da obra: "acho que se trata mais daquilo que você está disposto a se tornar. E acho que um homem teria que colocar sua alma a prêmio. E eu não vou fazer isso".

Uma obra intensa. Direto ao ponto. Com diálogos rápidos e pontilhados de uma fina ironia. Uma imersão nas imensidões do Texas, com seus desertos e motéis baratos de beira de estrada. Uma obra que vai muito além da simples violência derivada do narcotráfico. Da disputa pela posse de um dinheiro marcado pelo sangue. Uma obra que te faz pensar sobre a vida, sobre o que importa. E sobre o inevitável que sempre vem, no caso, no livro, ele, Anton Chigurh e sua assustadora arma de ar comprimido.
comentários(0)comente



Igor.Banin 09/11/2023

Perfeito
Já havia visto o filme, mas obra original é ainda melhor. Baita história e meu livro favorito do McCarthy.
comentários(0)comente



Jeferson.Alcantara 20/10/2023

Caçador mais Frio que já li
Livro que se passa na fronteira dos Estados Unidos e México. A história segue um caçador que encontra uma valise cheia de dinheiro e se vê perseguido por um assassino impiedoso. O livro explora temas de violência, moralidade e sobrevivência em um cenário desolado e brutal. É uma narrativa intensa que combina suspense e filosofia em um contexto sombrio e perturbador.
comentários(0)comente



AndreTaff 15/08/2023

A brutalidade de Cormac McCarthy
Cormac McCarthy não era um autor de livros fáceis. Eu o descobri tardiamente, vendo algumas pessoas o elogiando na internet, e peguei o "Meridiano de sangue" pra ler, sem nenhuma pesquisa prévia. Minha surpresa não poderia ter sido maior. A violência crua do velho oeste norte-americano unida às descrições poéticas da natureza deram vida a um mundo que está até agora ecoando em meus pensamentos.

Não demorei para pegar o próximo, e ontem terminei a leitura de "Onde os velhos não têm vez", livro que deu origem ao filme "Onde os fracos não têm vez", dos irmãos Cohen. A tradução do nome do filme, apesar de soar um pouco melhor, não se deu sem uma perda de significado. O tema central da história de McCarthy é a luta interna de um velho xerife enquanto tenta evitar uma violência que ele não entende.

Anton Chigurh, o vilão de "Onde os velhos…", é um instrumento do destino e da morte. No livro, sua descrição física é breve, e mesmo que as pessoas identifiquem que ele é alguém com quem você não deve mexer, os poucos que o veem e sobrevivem ao encontro parecem esquecê-lo assim que sai de cena. Chigurh é uma não-pessoa, não tem vontade, desejo, seu único papel é levar a morte por onde passa. Ele conduz seus assassinatos sem indícios de satisfação ou euforia; é como se fosse another day at the office. Sua arma característica é uma pistola de ar comprimido, a mesma utilizada para matar gado - a metáfora é óbvia.

Em mais de um momento da história, Chigurh joga uma moeda, e sua potencial vítima tem a oportunidade de se safar caso vença o cara ou coroa. Mas não é o acaso que define o que irá fazer. Para ele, a moeda já foi jogada antes mesmo que entrasse pela porta. As linhas do destino estão escritas previamente; a moeda é a oportunidade desse destino se manifestar.

O xerife Bell personifica a ideia que a violência do passado, contra a qual seu avô (também um homem da lei) lutou em seus dias, era diferente da encarnada por Chigurh. Porque o passado era um tempo que, de alguma forma, fazia sentido, e os bandidos eram pessoas que podiam ser compreendidas, ainda que violentas. Não é uma ideia incomum, e talvez até haja nela alguma substância - poderia o niilismo do mundo contemporâneo levar a uma exacerbação da violência sem significado? Mas considerando-se a violência puramente gratuita presente em "Meridiano de sangue" - perpetrada contra índios, mexicanos, e mais tarde contra a população civil americana - , é possível notar que McCarthy respondeu a essa pergunta em sua própria obra. "Meridiano de sangue" fala de como a fundação do país foi realizada sobre um alicerce de violência. Em "Onde os velhos…", o narrador desconhece essa história, se deparando com uma realidade violenta que não entende e que não acha possível entender.

Nos mundos retratados por McCarthy, a civilização é tênue, efêmera, algo frágil que é dissipado ao primeiro sopro de brutalidade. É triste mas verdadeiro. Considerando a longa história da humanidade, o que conhecemos como civilizado só existe muito recentemente, e, além disso, com sérias restrições geográficas. Não precisamos ir longe para encontrar exemplos, infelizmente.

site: https://andretaff.medium.com/a-brutalidade-de-cormac-mccarthy-a93cad416128
FSouzaPinto 15/08/2023minha estante
Adorei sua resenha ?




Claudio.Berlin 08/07/2023

Deixou a desejar
O livro não se compara com " Na Estrada " .
Não funcionou para mim .
Achei chato , lento , e com diálogos econômicos.
Todos tem fala curta , planejada , tipo "o texano de poucas palavras"
Acho que ele criou um cenário meio clichê em algumas partes .
comentários(0)comente



Márcio 13/06/2023

Bom
Li por causa do filme que ainda não assisti, embora tenha o DVD. A história é boa, o quenme incomodou foi a falta de travessões indicando as falas dos personagens e o final aberto. De resto é uma história que prende a atenção e tem um final q eu não esperava.
comentários(0)comente



Martony.Demes 09/06/2023

Eu fiquei curioso sobre esse livro pois o filme é incrível! Bom, o filme segue quase que fielmente o livro. Exceto os finais com comentários e mensagens do narrador, o Xerife!

Não seria preciso eu dizer o quanto é ótimo o livro e também o filme! E nem precisa contar detalhes! Qual o melhor? É óbvio que o filme é muito melhor! A atuação de Javier Bardem como o Chigurh é espetacular!
comentários(0)comente



Klelber 09/05/2023

Violento
É um livro violento, uma história muito boa. As divagações do Xerife Bell deixam a gente pensativo sobre a vida.
comentários(0)comente



Regis 14/04/2023

Frenético, curioso e muito instigante
Llwelyn Moss, é um caçador que acidentalmente encontra um carro com corpos crivados de bala, um carregamento de heroína e mais de dois milhões de dólares abandonados no meio do deserto; o encarregado de investigar o caso é o xerife Bell, que se depara ao longo da investigação com o psicopata Anton Chigurh, contratado por um cartel para reaver o dinheiro. A partir daí a história se desenrola com muita ação, perseguição suspense e violência.

O livro é ambientado na década de 80 na fronteira do Texas com o México, é um faroeste impiedoso e cruel.
O autor tem uma prosa ágil e enxuta. Possui uma narrativa corrida sem nenhuma vírgula e faz uso sucessivo da conjunção "e" na separação de orações coordenadas. Ex:

"Quando terminou tirou a carteira do subdelegado do bolso e pegou o dinheiro e o colocou no bolso da camisa e jogou a carteira no chão. Então pegou seu tanque de ar e o aparelho de choque e saiu pela porta e entrou no carro do subdelegado e ligou o motor e deu ré e saiu e pegou a estrada."

As vezes vejo leitores reclamando da troca do travessão, que é usado na língua portuguesa para inserir diálogos, pelas aspas que é comumente usadas na língua inglesa, mas aqui nesse livro não há nenhum, nem outro. Quando começamos a ler tudo isso causa estranhamento, mas logo acostumamos e a leitura segue ágil e dinâmica.

Quis ler esse livro por ter visto a adaptação dos Irmãos Coen de 2007 para o cinema e gostado muito. Anton Chigurh está entre os maiores personagens de mente complexa e psicopáticos do cinema.
Para mim ele está entre Norman Bates, Hannibal Lecter, John Doe de Seven e Arthur Fleck.
Em 2013 um grupo de psiquiatras belgas, fizeram um estudo sobre a representação das características psicopáticas no cinema, e assistiram mais de 400 filmes para decidir quais psicopatas fictícios tinham traços que se assemelham a realidade. O personagem eleito: foi Anton Chigurh.
E o filme o adapta fielmente como é descrito por Cormac McCarthy no livro.


Anton não é um personagem simples nem raso, ele é uma força da natureza, a personificação da morte, um exterminador com uma missão, uma máquina de matar que não para por nada. Em momento algum sabemos algo sobre seu passado nem o vemos expressar sentimentos, o que o torna mais ameaçador ainda. Um personagem complexo e marcante que desperta a curiosidade e o interesse assim que entra em cena. Sem falar de sua icônica arma que evidencia exatamente o que as pessoas são para ele: apenas gado.
O personagem age através de valores bem definidos: com total descrença pelo livre árbitro e desprezo à fraqueza.

O livro é narrado pelo personagem do Xerife Ed Tom Bell, que age como testemunha dos fatos, mas estando sempre a um passo atrás de Moss e Chigurh. Já em idade avançada Bell tem dificuldade em aceitar que não se enquadra mais aos novos tempos nem consegue compreender a crescente onda de violência no mundo, enfrentando o dilema entre combater essa nova ameaça ou se retirar para estender um pouco mais sua vida.
Bell é um homem desiludido, um perfeito exemplo do conservadorismo americano. Um homem que pensa duas vezes ou mais antes de tomar uma atitude insensata e heroica.

Llwelyn Moss é um personagem que toma decisões que o coloca no centro de uma caçada sangrenta e lépida. Um homem astuto, veterano de guerra; que tem certeza que pode se equiparar ao intelecto de seu antagonista.

O livro quebra corajosamente com o tradicional modelo de westerns, onde vilões e heróis têm papéis muito bem definidos.
A história é cheia de ação e a leitura é frenética. O suspense e o clima de perseguição faz a gente não querer parar de ler. Os personagens são ótimos e bem desenvolvidos fazendo com que tudo em torno deles seja curioso e instigante.
O saldo ao final do livro é muito positivo e levanta algumas questões importantes.

Onde os Velhos não têm Vez é um faroeste revisionista que aborda a crescente violência do mundo, e possui um enigmático final que com certeza me fará passar um tempo considerável pensando a respeito.
Adorei o livro e recomendo.
Max 14/04/2023minha estante
Ótima resenha, Regis!?
Na versão do cinema, a cena em que o malvado joga a moedinha prá cima, decidindo a vida do vendedor, é espetacular...?


Regis 14/04/2023minha estante
Obrigada, Max. ?
Devo dizer que no livro essa cena não deixa nada a desejar, e o asco que Chigurh sente pelo dono do mercadinho é maravilhosamente bem descrito.


@tigloko 15/04/2023minha estante
Excelente resenha Regis ?


Regis 16/04/2023minha estante
Obrigada, Tiago. ?


Lia Earnshaw 16/04/2023minha estante
Preciso ler!!! Amo o filme


HenryClerval 18/04/2023minha estante
Ótima resenha, Régis! ?


Regis 18/04/2023minha estante
Obrigada, Leandro! ?


Regis 15/05/2023minha estante
Leia sim, Lia, você vai gostar. ??




Marcone989 04/04/2023

Não se pode ter o controle de tudo.
Cormac Mccarthy escreveu um obra prima ao meu ver. Transmitir um sentimento que para nós é tão comum, e dar a ele uma dimensão tão profunda que nos leva a uma reflexão ainda maior, é o que ele consegue aqui. Quando paramos para analisar o que está ao nosso redor e nos deparamos com a realidade de que não temos controle sobre boa parte do que vemos. A violência, a criminalidade, a corrupção, todos temos uma parcela de culpa em algum ponto, carregamos conosco dores que só nós iremos entender. É um choque quando vemos alguém comentando um ato brutal de violência, mas depois isso passa e a vida segue, os anos passam, novas injustiças acontecem, e qual é o nosso papel ? Somos espectadores apenas ? O mundo é sim cruel, cheio de pessoas más, mas mesmo que minino seja o nosso papel de mudança, ele é sim válido. É importante termos alguém que ilumine nosso caminho, mas enquanto está tudo escuro a única saída é seguir, tropeçar, se levantar. Envelhecemos e deixamos de entender o mundo, mas não deixamos de entender o que é certo, o que é absurdo e o que é errado.
comentários(0)comente



Kim 31/03/2023

Eu costumo dizer que não existe o bem e muito menos o mal. Na vida, o que move a humanidade é o desejo. E nenhum desejo é melhor ou pior do que o outro. Quem julga isso? Deus, a sociedade, a família? Quem é cândido poste o dedo em riste, condenando, e atire a primeira pedra, penalizando! Como imaginei. Ninguem. Na narrativa, de cormac maccarthy, é evidente o quanto o desejo é potência para o movimento da vida. Desejo de se dar bem, desejo de viver, desejo da morte. Desejo. O homem é antes de tudo um ser que deseja. Acontece que aqui neste lugar onde os velhos não têm vez, a violência é a forma suprema do desejo e, por isso, da punição. O desejo da violência é o dínamo humano que garante o caos tão banal na cidade, no campo, alhures. Nada aqui escapa à violência.
comentários(0)comente



Elissa 29/03/2023

Já conhecia a história pelo filme de 2007
E também já li outro livro do Cormac McCarthy (A estrada) que favoritei.

Confesso que minhas expectativas estavam altas, e foram frustradas principalmente pelo final.

Demorei pra me localizar na leitura, mudanças abruptas de locais, nomes parecidos, mudança de narrador sem troca de capítulo.
Porém o livro é frenético, sangrento e violento do jeito que eu esperava dele.

Pra mim funcionou melhor as partes narrada em terceira pessoa.
Quando entrava o ponto de vista do xerife Bell estragava o clima da leitura.

O livro é curto, mas podia terminar sem as últimas 20 páginas. Que minha nota seria maior
comentários(0)comente



Gabs. A 15/03/2023

Se sacudir o livro, ele pinga sangue.
Esse não é um livro perfeito. Ponto.
Muitas de suas falhas estão encarnadas nos discursos do xerife Bell.
Xenofobia e sexismo são apenas algumas das problemáticas dele.
Um western contemporâneo, que se passa entre cidadezinhas na divisa do Texas com o México - então já viu, né?
O melhor personagem aqui com certeza votaria com força em Trump - Make America Great Again!

Outra problemática é o caminho final que o autor toma, o tom da história muda drasticamente ao ponto de parecer até outro livro, monólogos grandes sobre arrependimentos da juventude, ou como a América que ele conhecia já não existe mais.
O medo geracional após a guerra do Vietnã, que não deixa espaço para os ditos velhos do título.

Enfim, foi uma leitura muito boa, até chegar nesse tomo final.
Aliás, fiquei com a sensação de que ficou algo maior ia acontecer, mas não veio aí... Ou talvez eu quem não tenha entendido nada mesmo.

Fatos postos, sigamos.

Que ambientação primorosa.
Que diálogos incrivelmente irônicos e cruéis.

Suspense a luz do dia, mais angustiante que muito filme de terror por aí.

Você se sente na obrigação de lutar pela sua sobrevivência, numa sequência frenética de violência e adrenalina.

Algumas passagens são tão desesperadoras, que dá quase pra cheirar o medo no ar.

O sol escaldante do deserto, apenas a areia como testemunha.
Um carregamento de heroína e vários corpos deixados para trás.
Uma mala cheia de dinheiro.
Dois milhões e quatrocentos mil dólares, é um preço que vale a pena pagar por sua vida?

Bem, uma história de tirar o fôlego em muitos momentos.
Pecou no final.


Tem a versão em película dos irmãos Coen, que ganhou vários Oscars.
comentários(0)comente



Vanderson.Gomes 11/03/2023

Estilo cruel de sempre
O autor mantém seu estilo cruel, detalhista e transparente, da forma que descreve os acontecimentos parece que você está dentro da sala junto aos personagens, característica muito marcante e excelente porque traz emoções junto com a história. Leitura muito boa!!!
comentários(0)comente



Gabriel1994 02/03/2023

Um Ótimo Dia Para Fazer Negócios
Meu segundo livro do escritor Cormac McCarthy e com toda certeza posso adiantar que foram dois tiros certeiros no alvo!

A Estrada foi meu primeiro livro do ano e adorei tanto a escrita como a história da obra e fiquei com uma vontade muito grande de ler outros livros do escritor americano e parti na empreitada de ler Onde os Velhos não Tem Vez.

A Estrada livro ganhador do prêmio Pulitzer. Onde os Velhos não Tem Vez obra adaptada para o cinema que rendeu o prêmio do Óscar. Posso afirmar sem medo nenhum que são dois livraços!

Onde os Velhos não Tem Vez é um livro com aquele cenário de faroeste, caipira e de foras-da-lei moderno, que vai entregar ao leitor uma corrida de gato e rato sanguinária com matanças em uma trama eletrizante e cheia de ação.

Vamos acompanhar o personagem Moss que em um dia de caça acaba se deparando com um cenário catastrófico quando encontra uma verdadeira matança entre cartéis pelo qual não sobrou nenhum para contar história. E como um bom curioso caipira, Moss vai vasculhar e acaba encontrando uma valise cheia da grana, com milhões de dólares capazes de mudar completamente sua vida. Mas como bem sabemos "o que vem fácil, vai fácil" e "O melhor do pior" não poderia ser algo além do que algo pior ainda... Levando isso em conta, o caipira detentor da valise irá partir em uma desventura fugindo de um matador de aluguel cujo nome responde por Chigurh que tem um único pensamento: Matar e varrer tudo que vê pela frente até ter a valise em suas mãos.

Com o caipira Moss, o matador Chigurh e o Xerife Bell vamos acompanhar essa história cheia de acontecimentos e com os traços sanguinários e crueis de uma terra com leis, mas com caras foras da lei.

Cormac McCarthy não se resume apenas na trama envolvente. O autor vai trabalhar o moral e, dentro das situações que levam o leitor a torcer ou odiar os personagens, irá estabelecer diálogos e pensamentos que levarão o leitor a questionar e refletir.

Acredito muito que os pontos morais que o autor coloca na obra harmonizam bem com a trama. Ele sabe encaixar de forma linear, tornando essas questões reflexivas mais leves de serem recebidas pelo leitor (com excessão de uma personagem que surgiu do nada, através de uma carona para servir de ouvido palestrante, o que passou batido até).

Esse livro é maravilhoso! Todo cenário, ação constante, diálogos ferventes e cheios de efeitos, fugas e todo esse elemento gato e rato da história, encaixa com tamanha perfeição digna de um livro 5 estrelas.

Você vai sentir aquela raiva, você vai torcer pelo personagem principal mesmo tendo na mente que pode dar ruim, você vai se frustrar e se surpreender. Cormac entregou o ouro nessa obra e ter lido esse livro foi a sorte grande no garimpo!

Únicas críticas que tenho é sobre uma personagem colocada aleatoriamente (como já mencionei) e o livro não ter a separação de final da obra e posfácio, pois acredito terem dois finais. O autor usou o espaço depois do desfecho para colocar essas questões morais, levantadas através do personagem Xerife Bell, que são muito válidas e servem de complemento para o leitor e para a história também.

Recomendo muito este livro e agora mais do nunca quero ler todas as obras do autor!!

BOM PRA CARAMBA!!!
Brujo 02/03/2023minha estante
Eu não li o livro, mas vi o filme com o Javier Barden e achei fantástico, mas não gostei do final ... Isso acontece com o livro ?


Gabriel1994 04/03/2023minha estante
Depende. Você não gostou do filme pelo desfecho? Se for por isso no livro não tem final feliz.

A história tem dois finais que vc precisa ficar ligado pra não perder o eixo.

Tem o desfecho em relação ao Moss e toda trama com a valise de dinheiro e outro final (seria mais um posfácio) onde o autor usa basicamente um dos personagens para trazer uma lição de moral ou complemento filosófico para a história.


Brujo 04/03/2023minha estante
Então, eu gostei do filme, só o encerramento que me desagradou...
Esse segundo final do livro deve corresponder ao policial contando o sonho dele no fim do filme, não é?


Gabriel1994 05/03/2023minha estante
Eeeexaato!!! É o Xerife relatando o sonho...




63 encontrados | exibindo 16 a 31
1 | 2 | 3 | 4 | 5


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR