JPHoppe 13/05/2011
Instigador
Däniken, ao longo de ao menos quatro décadas, publicou mais de 20 livros a respeito de extraterrestres em contato com o planeta Terra, em tempos antigos.
Suas evidências podem ser divididas em:
* Artefatos históricos, como um pilar de ferro "inoxidável" na Índia, o mecanismo de Antikythera e os moais e ahus na Ilha de Páscoa.
Bem, o pilar POSSUI áreas enferrujadas, o mecanismo não possui nada de extraterreno e os moais são claramente obras de polinésios, como estudos no local (ver, por exemplo, "Colapso", de Jared Diamond; ou o filme Rapa Nui) demonstram;
* Obras de arte que possuem similaridades com astronautas, como capacetes esféricos com visores, posições na decolagem e afins.
Uma palavra: anacronismo.
* Descrições nos canônes das religiões poderiam ser descrições de tecnologias de exploração espacial extraterrestres, como humanos alados, pássaros-trovão e afins, a Arca da Aliança como meio de comunicação, o aviso para Ló e sua família...
Na época em que foi escrito, deve ter sido um instigador para pesquisas e respostas. Hoje, não passa de um amontoado de declarações infundadas, pseudocientíficas e fraudes.
Ainda chega a citar Carl Sagan, declarando que a Fobos, uma lua de Marte, é oca por dentro e, portanto, artificial. A história é um pouco mais complicada:
* Shklovsky, um astrônomo russo, com base em dados coletados e na translação de Fobos, de que o satélite deveria ser oco por dentro;
* Sagan afirma que "luas não podem ser ocas";
Aqui, Däniken conclui que Sagan dá suporte à hipótese da lua oca. Não o mais lógico: que as observações estão erradas.
E realmente estavam erradas. Não foram levados em conta que poderiam haver erros metodológicos, discrepâncias nos valores e efeitos gravitacionais entre o satélite e Marte. De fato, Fobos é "oco", mas não da maneira proposta: simplesmente é um corpo bem poroso.
Aliás, Sagan foi um dos maiores críticos das hipóteses de Däniken.
Mas a gota d'água é quando cita favoravelmente "Mundos em Colisão" de Velikovsky. Nesse momento, toda a pouca credibilidade que vinha mantendo é perdida. É apelo demais recorrer até ao mais fantástico possível. É o equivalente literário de "jump the shark".
Enfim, um livro que fornece explicações alternativas. Se você gosta de teorias da conspiração e tem uma quedinha pelo fantástico, esse é o seu livro.