A linha de sombra

A linha de sombra Joseph Conrad




Resenhas - A Linha de Sombra


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Arsenio Meira 07/09/2013

RITO DE PASSAGEM SEM TERRA À VISTA


Esta novela, de origem autobiográfica, relata o drama de um jovem da marinha mercante que, enquanto aguarda o retorno ao lar, em um longínquo porto na Ásia, recebe pela primeira vez uma oferta para comandar um certo navio cujo capitão morreu no mar.

Eis o ponto de partida dessa quase obra-prima de Conrad, que destila no livro toda sua perícia, o seu requinte literário, e a nítida sensação de que estamos lendo sobre um tema escrito por quem sabia do que estava falando - afinal, o próprio Conrad foi um capitão com vinte anos de experiência no mar.

O jovem Capitão, em sua travessia permeada por tragédias, sente-se culpado pelo destino dos seus companheiros.

O que poderia ser uma simples história (com alguns trechos mirabolantes) torna-se um rito de passagem pela "Linha de Sombra" que separa a inocência da experiência, a juventude da maturidade, a arrogância da humildade.

Um grande livro, uma novela (porque é mais extensa que um conto, mas não alcança a estatura do romance) inesquecível, que - a meu ver -só peca um pouco em função do excesso de algumas passagens concisas, mas isso é apenas questão meramente pessoal. Vai ver que estou cometendo até mesmo uma injustiça ao não dar o livro a nota máxima. Mas vai a nota que despontou em mim, e a sensação de ter lido um grande escritor.

Terra à vista, não. Mas para os jovens marinheiros, errantes desbravadores do mar, "fugitivos do aqui e agora/o porto é navegar."
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Wilmar 26/12/2022

Achei um livro um pouco macante, ficou mil anos eles no meio do mar com a mesma lenga lenga de todo mundo doente.
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William LGZ 02/03/2022

Premissa e cenário perfeitos, execução deixou a desejar
Esse livro seria capaz de ter sido muito mais chato do que foi se não fosse por alguns fatores como ambientação, narrativa e escrita, que me cativaram o bastante para que eu continuasse imerso na história até o seu fim.

Entretanto, ao chegar ao final, percebi que aquele tema que foi construído ao início a respeito do "fim da juventude" não foi realmente abordado com tanta ênfase na prática. Pareceu até que foi esquecido do começo para ser lembrado lá pro finalzinho sem ter uma conclusão muito incisiva, algo peculiar quando toda a sinopse e premissa são focadas nisso.

De qualquer forma, foi uma experiência bastante positiva e que abriu minha mente sobre várias coisas. Sem dúvidas a recomendo e espero que gostem muito mais do que eu mesmo!
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Claire Scorzi 11/07/2010

Uma história sobre juventude e honra em clima de tensão
Talvez a primeira novela que li de Conrad da qual de fato gostei. "O Coração das Trevas" tem seus momentos, mas (pode ter sido a tradução) demorou a me prender.
Outro escritor que não me prendesse eu teria descartado sem mais. A questão é que Joseph Conrad escreve sobre um ambiente que me apaixona - a vida no mar - então, cada vez que pego um livro dele, eu me esforço, querendo gostar.
Comecei "A linha de sombra" me concentrando ao máximo, tentando focar plenamente a história - e gostei. Com um enredo simples, detendo-se mais uma vez sobre a juventude e suas ilusões ( e inocência, e coragem, e ideais) é uma trama linear, direta, contando os dramas de um jovem em seu primeiro comando num navio. Uma história sobre responsabilidades, temores, e sobre humildade. Certas figuras nos cativam na sua candura e honradez - uma honradez sem esplendor, que se mostra através do que é pequeno, ou trivial; nada grandioso. Um senso de justiça de Conrad, porém, dá relevo ao simples e ao humilde. Ele nos faz olhar. E isso merece elogios.
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@PinkLemonade 07/01/2021

Uma aventura de amadurecimento
Naturalmente costumo gostar mais de narrativas que envolvem o mar. Assim, posso ser suspeita ao afirmar que é uma excelente leitura rsrsrs.

O autor nos leva a um passeio no mar, a bordo de um navio, acompanhando a jornada de amadurecimento do protagonista.
É recomendável se vc gosta de narrativas assim.
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Bruna Pedrosa 21/09/2023

Linha de Sombra
Se também aprecia histórias que envolvem navios e alto-mar certamente que Joseph Conrad é um dos autores mais recomendados. Em relação à complexidade da narrativa, acho melhor começar por Linha de Sombra em vez de Lord Jim ou O Coração das Trevas. Já está muito dito nos demais comentários, mas acrescento que admiro como o autor, de origem polaca, chegou a dominar um idioma estrangeiro na perfeição que o coloca entre os maiores escritores de língua inglesa.
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Brito 08/03/2021

Conrad - A Linha de Sombra
O primeiro pensamento que me vem à cabeça depois de ler este livro é o de que está muito bem escrito. As situações mais subtis ou complexas são descritas de uma forma tal que parece as estamos a ver à nossa frente. Não sei se poderá chamar-se escrita cinematográfica, mas algo parecido com isso acontece neste livro.
Trata-se de um livro simples, bem delineado, onde os complexos ventos da vida acontecem, digamos assim, na vertical, vão-se sucedendo por dentro do indivíduo, enquanto ele vai vivendo em termos horizontais, de acordo com a sequência de acontecimentos. Acontecimentos esses que não são muitos, só que, como acontece a todos nós, os poucos acontecimentos da vida fazem revoluções no que somos, e mais por dentro que por fora, é o que acontece à personagem principal do livro que em pouco tempo, com o comando do barco, passa a linha de sombra da juventude com a sua moral, a que podemos chamar um pouco absoluta, as suas ilusões e a ideia que sabe tudo, ou, pelo menos que está preparado para tudo, para uma maturidade sem ilusões e uma humildade que as provações demonstraram ser o caminho mais acertado. E tudo aconteceu em pouco tempo e no meio do mar.
Um livro simples em que o autor maneja como poucos esse material subtil e de extrema complexidade que é o processo de mudança em nós. Um grande livro, muito bem escrito, e com um notável conhecimento do assunto por parte do autor, ou não tivesse ele próprio sido marinheiro.
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Njaine 27/01/2010

Descordo
Acho que vocês não sacaram que o livro todo é uma grande metáfora para os momentos da nossa vida onde ela muda bruscamente, mesmo que seja para melhor, e nós temos que assumir a responsabilidade. Fora isso, temos que lidar com as diversas ilusões que nós mesmos criamos, pois estamos frente ao desconhecido (a noite loucamente escura do livro). Quiser ler um pouco mais sobre isso, eu postei no meu blog http://oitoeoitenta.wordpress.com/2009/11/29/a-linha-de-sombra/ Abraços,
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Arthur Guizelini 28/01/2024

Este livro foi o meu primeiro contato com Joseph Conrad, e foi uma experiência boa no geral, pretendo ler mais livros dele no futuro.
Achei a narrativa boa e fluida, porém acredito que no desenrolar da história tudo fica um pouco monótono, o que deixa o livro exaustivo. No entanto, o começo e o fim do livro é bem interessante e me manteve entretido.
É uma história marítima legal, com informações técnicas que agregam a leitura sem deixá-la incompreensível.
Saliento que a narrativa do protagonista me deixou inquieto em alguns momentos por não me identificar com os traços do personagem, mas ao mesmo tempo a história te faz torcer por ele e por sua tripulação, o que deixa a leitura mais satisfatória.
Recomendo.
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Peterson Boll 11/06/2011

Falta de ar
Novamente Conrad nos brinda com personagens sendo oprimidos pelo ambiente, oprimidos até mesmo pela própria existência.

Os personagens encontrados aqui são perfeitas metáforas dos fantasmas que nos assombram em nossos cotidianos.

George Facundo 16/06/2011minha estante
Massa! :-)




Tito 27/06/2011

Um jovem capitão em seu primeiro comando, transpondo um impassível e aterrador mar / metáfora e, com isso, a linha difusa que delimita o inequívoco fim de sua juventude.
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Fabio Shiva 14/07/2011

Esse livro bem poderia se chamar: “O Jovem e o Mar”

A história com base autobiográfica conta as desventuras de um jovem capitão no comando de seu primeiro navio, ao enfrentar os dissabores do clima e a maldição deixada pelo antigo capitão. Na visão do próprio autor, o livro fala da transição da juventude para a maturidade, do rito de passagem que consiste em atravessar a “linha de sombra”, a fim de deixar para trás os valores infantis e tornar-se de fato um homem.

Eu quis ler esse livro de tanto que ouvi falar bem do autor, principalmente de sua obra-prima “Coração das Trevas”. Bom, uma coisa já posso dizer: Joseph Conrad escreve realmente muito bem! O texto vai envolvendo o leitor de uma forma sutil, e quando percebemos já estamos mergulhados na leitura, com o mundo descrito nas páginas muito real e vívido. Destaco uma cena em que o navio atravessa uma calmaria e nada acontece, mas pela maestria de Conrad, que suspense existe nesse trecho! Nas mãos de um autor menos hábil talvez a história fosse enfadonha, mas Conrad consegue transmitir toda angústia vivenciada pelo jovem capitão e pela desafortunada tripulação.

Tanto que eu, que respeito muito o mar e tenho medo de tubarão até em piscina, pude vivenciar a experiência tão úmida e salgada de ser um autêntico “lobo do mar”, através das páginas desse livro. Essa é a magia maior da literatura, que nos permite viver várias vidas tão distantes da nossa!

(14.07.11)


Comunidade Resenhas Literárias

Aproveito para convidar todos a conhecerem a comunidade Resenhas Literárias, um espaço agradável para troca de ideias e experiências sobre livros:
.
http://www.comunidaderesenhasliterarias.blogspot.com/
*
http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=36063717
*
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Kamilli 04/11/2021

Literatura
O autor, Joseph Conrad, escreve expressivamente e bem. Levei bastante tempo para passar pela leitura, principalmente pelo começo e meio, por me atentar a detalhes muito específicos. Quando passei a buscar entender mais do contexto e do que estava acontecendo nas situações, captei muito mais e a leitura fluiu melhor.
O capitão é um homem, ultrapassando a linha da sombra que o separa entre juventude e maturidade, que passou por momentos difíceis. Através da dor, da pressão, suportando o medo e sendo mais forte que este, nosso personagem principal amadureceu. Esse processo de maturidade é encantador, vê-se no início um garoto sonhador, agitado, influenciado por fatores externos. Mas este garoto tinha competência. E lutou bravamente, conviveu com pessoas solícitas, duras, e outras má intencionadas. Sendo assim, cresceu no caráter de um homem adulto. O Sr Giles, que o auxiliou nessa jornada, afirma muito bem ?um homem deve
encarar sua má sorte, seus erros, sua consciência e todas essas coisas. Ora ? contra o que mais você haveria de lutar??
Vamos encarar e lutar?
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Marc 06/10/2022

É sabido que Conrad desejava refletir sobre o fim da juventude, como se passa à maturidade e como certos eventos podem ser vistos de maneiras diferentes, de acordo com o momento do qual olhamos. Mas o que significa exatamente essa passagem?

Desde o momento que o narrador se manifesta, entendemos que ele está já em outro ponto de sua vida, que ele já viveu o suficiente para saber que, quando jovem, pensava compreender por completo, mas que os acontecimentos o fizeram repensar. O Jovem não é só empolgado com as possibilidades, geralmente tolo sobre as dificuldades inerentes à vida, mas pensa, também, que será capaz de ter uma visão cristalina sobre todas as coisas o jovem capitão não suspeita que juntamente com o cargo que acabou de conquistar vem enormes responsabilidades e uma incontornável de incertezas.

Pois é isso a tal linha de sombra, a vida mesma, que não suporta ser reduzida e esquematizado por esquemas racionais, o de se julga ter previsto tudo. No prefácio, onde Conrad diz que o mundo é repleto de mistério e terror, sem precisar mencionar uma outra dimensão da existência, já ficamos sabendo qual direção quer tomar: quanto mais preparados (experientes) para os desafios da vida, mais sabemos que não podemos controlar nenhum de seus aspectos, que as previsões não se confirmam, que praticamente tudo foge à nossa compreensão.

O mistério faz parte da existência. Jamais poderemos conhecer tudo, dar conta de tudo. Mais que isso: a realidade jamais poderá ser contida em qualquer sistema mental, por mais elaborado que seja. Assim, a cada passo de nossa trajetória, por mais que seja difícil admitir (nosso orgulho nos orienta na direção contrária) não temos certeza do que está acontecendo e somos passageiros à deriva das circunstâncias. Claro que existe o talento, as capacidades aprendidas e desenvolvidas, mas m também há uma enorme sombra, um imenso e insondável território que atua ao mesmo tempo e do qual não podemos escapar.

O jovem prnsa que aqueles que alcançaram posições de destaque o fizeram por talento, força de vontade, perspicácia, etc, mas a verdade é que embora isso tudo seja nece, ninguém que seja honesto será capaz de negar que não sabia de uma porção de coisas a cada passo da caminhada e que, mesmo depois de anos, o passado continua com um manto de escuridão sobre si. Reconhecer essa indeterminação na vida, esse mistério obscuro que nossa consciência e conhecimento não são capazes de esclarecer é o passo decisivo no alcance da maturidade.

No entanto, as coisas não terminam aqui e o livro permite uma reflexão ainda mais complexa. Se o mistério faz parte da vida e só podemos aceitá-lo, isso significa que ser fiel à realidade é uma tarefa que exige não apenas humildade mas, sobretudo, a capacidade de não se deixar levar por esses sistemas e esquemas mentais, que juram retomar o controle sobre o caos e redirecionar nossa vida. Quero dizer, ser fiel à realidade, ter a realidade e a verdade como parâmetros em cada momento exige que renunciemos a nossa vaidade de tudo explicar, de controlar todas as coisas.

Como se andassemos por uma tênue linha iluminada e toda a escuridão da indeterminação nos rodeasse, por diversas vezes conseguindo encobrir os trechos iluminados. Eis uma imagem mais exata sobre a vida e que nossa vaidade não nos permite admitir. Por isso, ser verdadeiro é dizer que não conseguimos esclarecer quase nada, que nosso saber sequer arranhou a superfície de tudo que existe e que vai continuar misterioso.

Conhecer a si mesmo, a inscrição no pórtico do oráculo de Delfos que orientou a filosofia de Sócrates. Por que ela deve ser evocada aqui? Por um lado, parece óbvio: aquele que aprende a se observar, consegue evitar ser dominado pela emoção e sabe do que é capaz. No caso do narrador, esse conhecimento seria capital, evitando que ele cometesse erros ao julgar suas capacidades. Mas há outro ponto, muito mais importante e abrangente, que é sobre aprendermos a olhar para nós e nos localizar no mundo, saber as razões pelas quais pensamos e sentimos certas coisas, como o ambiente e nossas atividades influenciam nossa visão de mundo e, por fim, o que há de universal em nós, que não apenas deve ser explicitado, mas que serve como um guia para se buscar a verdade. Esse aprendizado será incontornável para aqueles que queiram obedecer à realidade e à verdade, que queiram superar a parcialidade de suas sensações e juízos, ou seja, que queiram desenvolver um Eu, uma personalidade e que não desejam ser joguetes nas mão de qualquer espertalhão que promete cumprir nossos desejos e entregar um mundo de delícias.

A maturidade, portanto, significa bem mais do que envelhecer e olhar para trás com condescendência para a pessoa que fomos. Ela significaa capacidade de compreender a si mesmo, ao mundo, seu lugar nele e que muito do que vemos será indecifrável por toda nossa vida.

Insisto nesse ponto, aparentemente sem ligação com o livro, mas ela existe: Conrad escreveu um livro baseado em suas próprias experiências. Ele fez todo o trajeto que descrevi acima, pois viveu, aprendeu, foi capaz de descobrir em si o que havia de universal e verdadeiro não apenas no acontecimento em si, mas também em seus sentimentos análises, pensamentos e, no fim, conseguir expressar tudo isso no livro. É a trajetória de uma personalidade plena que conseguiu, inclusive, se localizar no mundo a partir da que engloba todas as anteriores sua vida.

Fica claro, espero, que a visão de uma existência baseada na previsibilidade da vida, na racionalidade como um esquema mental é não apenas limitada como falsa. A cada previsão, sabemos, o irracional tende a se manifestar e desfazer nossos planos. Mas o narrador não sabe disso no momento da ação, ele pensa que tem controle sobre a vida, pensa que tudo é cristalino e se expõe a seu olhar e cálculos. Por isso, descontado o aspecto real da experiência, o navio acaba servindo como uma metáfora excelente: enquanto a falta do vento o torna praticamente inútil, imóvel, em seus porões há doença, fraqueza, um mal que se manifesta com força e que não foi previsto, quase impossível de combater.

Se o jovem capitão não sabe como lidar com os desafios, o escritor, tendo já percorrido todo o trajeto, consegue extrair o que é válido para qualquer pessoa nessa história: a vida não se permite ser reduzida a um conjunto de variáveis previsíveis e sempre terá uma dimensão caótica, obscura e inexplicável. Cabe a nós nos prepararmos naquilo que temos um pouco de controle, ou seja, nós mesmos.
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jo ^^ 31/08/2022

Muito bom
Um ótimo clássico! Poucas páginas, mas demorei muito pra terminar.
Adorei muito esse livro! Eu sentia tudo junto com o Capitão, a alegria dele no navio, o cansaço dele e tudo mais. Eu gostei muito!
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