Fran @paginasdafran 22/10/2016 Os habitantes de Dünya ainda sofrem os horrores deixados pela Longa Guerra. Mesmo depois de tantos anos, a mais simples ameaça de um novo desentendimento pode fazer com que alianças e pactos improváveis sejam selados.
Quando Heros Kinnhäert, rei de Mäaen, decidiu ignorar as inúmeras cartas de Kazoya Vennian para ajudá-lo a encontrar o Tesouro de Venn, desaparecido há nove meses, ele não imaginava que estaria traçando o destino de sua própria família e também de seu povo.
Tarde demais, ele percebe que Kazoya faria o possível e o impossível para encontrar a isäh Soraya, sua filha, inclusive selar um acordo com o cruel general vatriano Cleyo Blo'Siänkh. Quando Cleyo informa que não somente casará a isäh com seu filho Mäthias, unindo de vez os povos que antes quase se aniquilaram na Longa Guerra, virando-se desta vez contra Maäen, caso o Kennëg se oponha, mas que também, como termo do acordo, levará para ser criado em Vatra seu filho mais novo, o O’kennëg Antau, Heros se vê novamente em uma teia de conspirações e intrigas que ao menor sinal de fracasso, poderá terminar de vez com tudo que reconstruiu após a última guerra.
Vatra, localizado no norte do continente, é um país sombrio, onde a luz de Sühnt, o deus-sol, nunca chega. Habitado por adoradores de Fyaär, deus do ódio, o país é conhecido pela grande brutalidade de seu povo, que pratica a maldade apenas por devoção a seu deus.
As três maiores Famílias de Vatra são quem governam o lugar, os vatrianos nascem com um losango na testa, denominada “dádiva de Fyaär”, ou “brilho de fogo” que queima em sua testa de acordo com suas emoções. Os vatrianos que nascem sem a dádiva são considerados infiéis.
Após a Longa Guerra, nenhum tratado de paz foi selado entre Mäaen, Venn e Vatra, e apesar desse convívio aparentemente pacífico, qualquer passo em falso nesse jogo poderá reabrir as cicatrizes de que todos ainda se recuperam.
Mais uma vez me deparo com uma história na qual não sei, afinal, quem são os mocinhos e quem são os vilões. Apesar de serem claros os objetivos e feitos de cada um, Gleyzer demonstra de cada ponto de vista os motivos que fazem homens justos ou brutais procurarem vingança.
Intercalando os acontecimentos ocorridos em Arthä capital de Maäen, Väll capital de Vatra, Akähm, capital de Venn e também acompanhando o trajeto de Antau, partindo de seu lar no sul, com destino a Vatra, no norte do continente, A Face dos Deuses é um livro que considerei de um tipo quase “poético”. A escrita de Gleyzer é extremamente rica e o cenário é descrito com tamanho cuidado, que um mundo complexo e muito bem construído vai se formando em nossa imaginação.
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