Mey 21/12/2021
Imagine ser homem em mulher em uma mesma vida, passar por séculos e anos, sociedades e pessoas diferentes? Essa é a história de Orlando, um jovem nobre que vive rodeado de mulheres, lutando e vivendo com todos os privilégios de ser um homem, até que um belo dia acorda como mulher, correndo o risco de perder as suas posses e precisando se adaptar a esse novo papel.
Essa foi a minha segunda experiência com Virgínia Woolf, já li “Mr.Dalloway” dela, um livro que foi um grande desafio pra mim, por ser narrado em fluxo de consciência. Em “Orlando” a consciência também está presente, mas é uma narrativa mais simples que o anterior, sendo como uma biografia desse ser que vive por séculos, vivendo suas experiências.
Virginia traz vários questionamentos interessantes nesta obra, ela fala sobre literatura, sobre as responsabilidades dos homens, as expectativas sobre as mulheres, as diferenças entre os dois sexos e como os dois são vistos em uma sociedade.
O que mais me agradou nessa história, foi a naturalidade com que os personagens lidam com a mudança e a longevidade de Orlando, isso não é uma questão, apenas aconteceu. Todos aceitam essa transição de Orlando, apenas mudando a forma como tratá-lo. Achei que a obra tem muito a ensinar as pessoas, principalmente, se pensarmos nas pessoas trans, sobre tratar com naturalidade e respeitar o gênero que a pessoa se identifica.
Apesar de ser uma obra de 1928, “Orlando” é muito atual e mostra como a autora era uma mulher à frente do seu tempo, que trazia questões importantes para sua obra, gerando discussões e escancarando a sociedade em que vivia. Um livrão!
site: https://www.instagram.com/p/CXuVdY0Iyc1/