The Progeny

The Progeny Tosca Lee




Resenhas - The Progeny


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Lauraa Machado 07/10/2018

Não vale a pena
As pessoas precisam parar de mencionar O Código Da Vinci em sinopses de livros com qualquer semblante de quebra cabeça e viagem entre cidades; e nem deveriam ter se achado no direito de mencionar Orphan Black na sinopse desse daqui. Eu faço questão de julgar um livro baseado no que ele se propõe a entregar e, quando você coloca um livro tão inteligente e instigante quanto Código Da Vinci como base de referência, costuma estar só dando razões para seus leitores se decepcionarem. Mas eu não ia cair nessa duas vezes e sabia desde o começo que Progeny não chegaria perto dele. O que eu esperava, afinal, era um livro adolescente, com bastante ação e um pouco de romance. Não precisava ser ótimo, nem precisava ser muito bom, só okay. E esse não foi.

Estou sempre disposta a dar uma chance para livros com ação e viagem por países da Europa, com quebra cabeças e até romance clichê e desnecessário. Mas precisa ter lógica, precisa ser instigante, precisa pelo menos não me fazer sentir que o enredo inteiro é feito de decisões idiotas da protagonista. Pelo amor de deus, precisa pelo menos ser divertido e um bom jeito de passar o tempo. Quando você fica sem vontade de ler o livro até em fila de banco, tem alguma coisa errada aí.

O livro começou muito, muito bem. A protagonista no começo era inteligente mesmo, lógica, não convencida por um rosto bonito e com atitudes mais do que razoáveis. E aí tudo foi desandando e piorando cada vez mais até o final. Mas, se você pensar bem, até o básico do enredo não faz muito sentido. A Audra apagou sua própria memória por alguma razão muito boa e o livro começa sem ela se lembrar de nada. Sim, essa ideia de não se lembrar e precisar investigar tudo é sempre interessante, mas fica estúpida quando foi a protagonista que decidiu isso. Não consigo entender o que a faria não explicar nada para si mesma. Não falar, "Ei, você é isso, precisa fugir a vida inteira, nunca vai saber de novo por que, mas pelo menos sabe que não pode ir para tais lugares e fazer tais coisas". Ficar no escuro sempre vai levar a uma curiosidade absurda. E o livro é basicamente a protagonista tentando desfazer o que fez antes da história começar.

Todos os passos importantes dela são burros e mal explicados. Ela vai por livre e espontânea vontade para um lugar basicamente para ficar ao alcance de "vilões", o que a obriga a ter que desvendar seu passado. Nunca, em nenhum momento ocorreu a ela que talvez devesse deixar o passado quieto e só fugir. E essa falta de lógica vai aumentando cada vez mais, enquanto o resto do mundo aproveita qualquer oportunidade para falar que ela é inteligente. Sim, algumas sacadas dela são espertas, mas ela é cega para a situação maior.

E o final. Nossa, o final. É incrível como o começo parece fazer parte de outro livro ou pelo menos ter sido escrito por outra pessoa. Tudo desanda demais, a autora começa a correr com explicações e cenas, além de várias atitudes da protagonista que são sem pé nem cabeça. Toda vez que parece que vai voltar a ficar bom como antes, acaba tendo uma reviravolta exagerada desnecessária e que só deixa tudo ainda mais tosco. Até as últimas descobertas dela são sem sentido e ainda estou tentando entender por que elas fizeram parte desse livro, quando parece que encaixam no próximo.

Nem o romance vale a pena. Essa autora realmente não sabe descrever romance ou cenas de romance. Parecia que eu estava lendo listas de compras, de tão desconectada que estava, porque ela não conseguiu criar nenhuma tensão nesse sentido ou me deixar interessada mesmo em um desenvolvimento romântico da protagonista. Que erro.

Isso daqui não deu certo. Ainda tem um toque paranormal na história que conseguiu o prêmio de mais aleatório de todos. Os progênies tendo poder de persuasão? Os caçadores conseguindo colher a memória dos progênies que matam? E isso simplesmente apareceu do nada, sem explicação ou aparentemente questionamento de ninguém há quatrocentos anos? Que bagunça é essa, sério? E por que diabos alguém iria atrás de se vingar de algum ancestral louco de quatro séculos atrás?

O verdadeiro defeito desse livro está em sua essência, na força dos motivos para tudo. O motivo para essa rivalidade existir, o motivo para os poderes, o motivo para a protagonista ir de um lugar ao outro. Todos os motivos aqui são completamente falhos e fracos, o que acaba com a estrutura sobre a qual o resto todo da história é construído. E esse defeito é fatal.

Eu vou ler a continuação, basicamente porque já a comprei e é curta. Mas esse livro não vale a pena. Se você se interessa pelo gênero, vai ler The Conspiracy of Us, que também não é ótimo mas pelo menos tem uma protagonista mais razoável (que não passa o livro inteiro desfazendo uma decisão que ela tomou quando tinha todas as informações possíveis), um romance melhor descrito e um enredo mais divertido. Não é ótimo, mas é okay, o que esse daqui nem consegue ser. E que está faltando livro nesse gênero bom de verdade, está, viu.
Andréa Araújo 08/10/2018minha estante
Nossa, pior foi achar que seria um livro ótimo para no final ser uma decepção. E eu adoro um misterio pra ser desvendado, desde que seja inteligente e que tenha sentido, mas esse pelo visto não vale a pena mesmo.


Carous 08/10/2018minha estante
"Quando você fica sem vontade de ler o livro até em fila de banco, tem alguma coisa errada aí." Eu quase cuspi a água que estava tomando quando li isso HAHAHAHAHAHAHAH Basicamente The progeny é Blindspot.


Lauraa Machado 08/10/2018minha estante
Blindspot é um livro? Haha


Carous 08/10/2018minha estante
É uma série sobre uma mulher desmemoriada encontrada nua e com tatuagens pelo corpo todo no meio da Times Square. Até onde eu vi, foi decisão dela se tatuar toda com mensagens de futuros ataques terroristas, mas não sei a razão


Lauraa Machado 10/10/2018minha estante
Ah sim. Eu só vi um episódio da série, mas a impressão que tinha ficado para mim era que ela sabia que acabaria perdendo a memória e fez o "mapa" no corpo para descobrir depois. Aqui, a perda de memória foi completamente decisão da protagonista, em nenhum momento alguém apoiou ou incentivou.




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