carolina.trigo. 14/02/2018O Androide - #OlharNosNacionaisEu adoro distopias, mas tirando elas, nunca tinha lido um livro de ficção cientifica. No entanto, eu adoro o filme "Eu, Robô", e ano passado assisti a resenha da Tati Feltrin sobre esse livro, "O Androide", do Paulo de Castro (Ed. Novo Século) - que é uma ficção cientifica - e fiquei doida para lê-lo. Tanto que foi o primeiro livro que escolhi para colocar no nosso desafio!
A premissa do livro é a seguinte: os homens (e quando digo homens, estou referindo-me aos humanos), começaram a construir androides para trabalharem mais rápidos, pois diferente dos humanos, os humanoides não precisam dormir, comer e nem descansar. Trabalhavam 24 horas por dia, aprendiam muito mais rápido e não precisavam de salários.
Um dia, porém, um grupo de androides se revoltam querendo ser livres, e começam uma guerra entre máquinas e humanos. Acaba que todos os humanos são exterminados e os androides que vivem à margem, que não seguem o seu líder H1N1, precisam "viver" escondidos.
O nosso protagonista é o androide JPC-7938, que foi criado para ser cirurgião. Logo no começo da história, ele salva outro androide das sentinelas, máquinas construídas somente para a destruição desses androides que escaparam do vírus. Esse outro androide é OPR- 4503, um androide que trabalha como engenheiro. Quando escapam das sentinelas, eles começam a conversar e JPC entra na questão de trazer os humanos de volta e aí entra o melhor quote do livro e uma das melhores frases que já li:
"Percebeu que se, de fato, um Deus que zela pelos humanos existisse, não designaria uma máquina para ser o profeta. Esse Deus, ora cruel, ora misericordioso, nem ao menos permitiria a própria extinção dos seres humanos. Poderia a máquina ser esse Deus, dando vida de novo aos homens?"
Durante a conversa, OPR revela que enquanto estava passando por São Paulo, dentro de um hospital abandonado, ele encontrou material genético, e é assim que eles vão atrás da androide NCL-6062, que antes dos humanos serem exterminados, era uma prostituta (e é quem disse a frase do começo da resenha), para ela ter o bebê. E então começa a história desses três androides que se juntaram para trazer a humanidade de volta.
O livro é excelente - traz pensamentos sobre a humanidade que são geniais, é muito bem escrito e extremamente inteligente. Tudo que é introduzido no livro tem algum objetivo. Não seria uma mera coincidência que o vírus que atualiza os androides a matarem os humanos chamasse H1N1... E o final é muito doido. Tive que reler umas duas vezes para acreditar que o autor estava terminando assim o livro. A leitura é bem rápida e apesar de parecer que é um pouco difícil lembrar dos nomes dos androides e quem é quem, eu não achei confuso.
A única coisa que me incomodou um pouco e foi o motivo de ter dado 4 estrelas no Skoob foi que, em alguns momentos, o autor mostra como os androides foram criados e os seus passados, mas enquanto estamos lendo, fica um pouco confuso entender que aquilo era uma lembrança. Deveria ser um pouco mais claro - poderia só estar em itálico esses capítulos que já ajudaria bastante.
Uma coisa que fica muito claro quando estamos lendo é que o autor se baseia muito nos livros do Asimov e enquanto eu lia, me lembrava de algumas cenas do "Eu, Robô" e do "Blade Runner" e achei isso muito legal!
Super recomendo para todos os leitores, desde aqueles que já estão acostumados à ficção cientifica até aqueles, como eu, que nunca leu nada do gênero. Depois dele, o meu interesse em ler o "Eu, Robô" aumentou bastante - tanto que já até comprei.
Ainda estamos no final de Janeiro e já tem chance dele entrar nos melhores de 2018 - para vocês verem como gostei da história!
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