Andressa 11/02/2012O Signo dos Quatro - Arthur Conan DoyleEm mais um romance do aclamado detetive Sherlock Holmes, o autor consegue transmitir exatamente o que desejava com a proposta do livro: um mistério de quebrar a cabeça de qualquer leitor, e as vezes até mesmo a do próprio detetive.
O Signo dos Quatro é o segundo romance que conta a história de Sherlock, sendo o primeiro Um Estudo em Vermelho. Posso afirmar então que este me cativou bem mais que o lido anteriormente. Podemos ver aqui uma certa dificuldade até mesmo do próprio detetive de desvendar partes do mistério, mostrando que mesmo possuindo uma mente brilhante, é um humano como nós e pode ter suas dúvidas.
Neste livro a narração continua sendo de Watson. Isso facilita bastante o entendimento da trama, já que o mesmo, assim como os leitores, tem o raciocino mais lento que o de Holmes e na maioria das vezes todas as dúvidas do doutor são as mesmas que temos. Assim, quando ele pergunta abertamente como o detetive chegou à conclusão, é explicado detalhadamente, sem nos deixar com dúvida de como a mente de Holmes é excepcional.
Somos também introduzidos a mais um policial da Scotland Yard, mas que em termos de participação na trama, no início, me lembrou bastante Lestrade, já que, Sherlock sempre faz questão de ressaltar a falta de capacidade dos mesmos, uma vez que sua própria mente continua impecável e sempre um passo à frente de qualquer outro que tente desvendar o caso. Também ficamos sabendo um pouco mais sobre o vício de Holmes nas drogas, com alguns momentos em que abordam assuntos como a cocaína e sua necessidade quando não existem casos a serem desvendados.
''- Sou o único detetive particular consultor - esclareceu. - Sou o mais alto e supremo tribunal de apelação no campo da investigação criminal. Quando Gregson, Lestrade ou Athelney Jones fracassam - o que aliás sucede com frequência - é a mim que vêm procurar. Examino os casos como um técnico e emito minha opinião de especialista. Não procuro reconhecimento oficial nesses trabalhos. Meu nome não aparece em nenhum jornal. Minha maior recompensa está no próprio trabalho, no prazer de achar um terreno propício para exercitar minhas faculdades pessoais.'' Pág 20.
É uma história bastante dinâmica e bem elaborada. Não existe neste livro aquele momento mais calmo, com uma brusca mudança de velocidade de narração como no primeiro. Todos os motivos que levaram aos crimes são explicados em seu final, porém sempre no presente e seguindo sempre o mesmo ritmo, o que faz com que a leitura seja mais rápida e fácil. Já a linguagem do livro é bastante parecida com a de Um Estudo em Vermelho. Por serem obras mais antigas, existe um estilo de linguagem um pouco diferente do que estamos acostumados, com palavras não muito utilizadas nos dias atuais. Mas em nenhum momento isso atrapalhou minha leitura: pelo contrário, ajuda a diversificar o vocabulário, mesmo que minimamente.
Por parte da editora, a diagramação do livro continua ótima, sem nenhum erro de português e de concordância e a capa deste livro ficou também mais interessante e bonita, dando um motivo a mais para leitura, já que chama mais a atenção.Outro aspecto que me interessou nas obras da editora Martin Claret, foram as dicas e a pequena introdução ao personagem antes do início da trama em si.
Com mais uma história de mistério que me cativou, o autor me ganhou completamente. Agora estou ansiosa pela leitura do romance seguinte desse brilhante detetive. É claro que recomendo a leitura!