Lucas 08/08/2020
A nossa natureza é so uma.
Todos nós estamos sucetíveis às transformações da vida. Mudanças são inevitáveis, tomamos caminhos inesperados e passamos pelas dificuldades para nos fazer crescer.
Pois bem, Buck é apenas um cachorro que vivia tranquilo em sua casa na Califórnia, com todo o conforto e certeza que não havia mais nada na vida além disso.
Depois de ter sido sequestrado, ele passa por diversos lugares, conhece vários outros cachorros, passa por muitos sofrimentos e se transformou.
Talvez o Buck do início teria a ideia que ter saído da Califórnia para a viver uma vida nômade no Canadá fosse a pior coisa que tenha lhe acontecido, mas eu não tenho a menor dúvida que o Buck do final agradeceu até o final dos seus dias a oportunidade de viver tudo que ele passou longe de ?casa? ao se lançar no desconhecido.
As mudanças que Buck sofre ao longo do livro são impressionantes, e no meio de todas as novidades ele se descobre. Acredito que ai mora a grande lição do livro. Uma vez descoberta a sua natureza, tudo fica em segundo plano. O foco muda, porque a consciência tem uma visão clara do que se quer e nada nem ninguém vai conseguir impedir Buck de chegar lá (ou você).
Acredito que Jack London diz pra nós, no final das contas, pra se jogar no mundo. Ninguém nasce sabendo qual é sua natureza, ninguém sabe porque está no mundo (e tudo bem!) mas saiba que depende apenas de você descobrir.
Para fazer um paralelo com esse ponto, em Alice no País da Maravilhas, em determinado ponto da história Alice está perdida e acaba encontrando o Gato e pede sua ajuda pra o melhor caminho, apesar de ela não saber para onde quer ir. Sabiamente o Gato responde: Ora Alice, se você não sabe pra onde quer ir, qualquer caminho serve!
Buck em determinado momento descobre qual é seu caminho. E apesar de ele não conseguir segui-lo imediatamente, ele nunca desviou seu foco, passou por diversas outras vivências, teve alguns outros donos, vários outros cachorros companheiros e mudou em diversos aspectos, mas no fundo de seu coração ele sabia qual caminho ele ia ter que tomar, cedo ou tarde.
Saber pra onde se vai é meio caminho andado, e quando você sabe que está indo para o lugar que sua natureza clama, todo o resto vira segundo plano.
A jornada de Buck é linda, ver todas as transformações que ele passou e concluir com a realização de todos seus anseios ?naturais? ou ?espirituais? é algo que eu tenho certeza que inspira a todos nós!
Eu acho que ainda não sei qual é minha natureza, porém, sigo como Buck ao longo da narrativa, sem medo de experimentar e viver, tirando de cada coisinha algo que vá me tornar maior e melhor, me preparando para quando for minha vez de escutar o chamado!