Bia Sousa 20/09/2018ESSA BABI SÓ ME SURPREENDEEm Sonata em Punk Rock, conheceremos Valentina Gontcharov, uma jovem que transpira música, e se for punk rock, é com ela mesma. Sua vida se resume a trabalhar muito num mercadinho para ajudar sua mãe com as despesas de casa, as duas moram sozinhas desde sempre, pois o pai de Valentina lhe abandonou ainda bebê com sua mãe.
“Às vezes, para assumir a regência de nossas vidas, precisamos trocar a partitura. Afinal, por que alguém escolheria uma orquestra se pode ter uma banda de rock?”
Por amar música, seu grande sonho é ir estudar no conservatório Margareth Vilela, esse senho acaba virando realidade, pois ela foi aprovada para ingressar nos estudos. Porém, nada será fácil, pois os gastos para se estudar num lugar como esse é enorme, e ela nunca teria condições.
É aí que do nada, o pai de Valentina ressurge das cinzas propondo bancar os estudos (o cara é um astro do violino e é podre de rico, mas nunca ajudou Valentina com nada). Mas é claro que Valentina não sabe o que fazer, mas pensando em seu grande sonho ele dá o braço a torcer e aceita a ajuda do pai.
“A verdade é que quando se faz o que gosta, tudo começa a fazer sentindo e a valer a pena.”
Chegando no conservatório Tim (para os mais íntimos) vê que não será nada fácil, pois de punk rock até a música clássica, há diferenças enormes. Além de ter que passar a viver e uma realidade nada confortável para ela: uma vida luxuosa.
No primeiro dia na Margareth Vilela ela dá de cara com um cara lindo, mas que está passando muito mal no corredor próximo ao seu quarto. Sem pensar duas vezes ela corre para ajudá-lo, mas ela não imaginava o quão insuportável era esse rapaz.
“A vida é como uma orquestra; são necessários muitos instrumentos em harmonia para que a música toda faça sentido. Mas, na maioria das vezes, você nem sabe tocar esses instrumentos.”
Com o passar dos dias ela descobre que o insuportável era nada mais, nada menos que Kim, filho da diretora do conservatório e o melhor pianista da Margareth Vilela, para piorar, as garotas dariam tudo para falar ou estar perto dele, o que não era grandes coisas para Tim, que passou a ter aquele famigerado ranço da cara dele (confesso que eu também fiquei).
Mas viver próximo alguém tão insuportável não seria o único problema para Tim. Além de ter um estilo que não agrada as pessoas e por não ter papas na língua, o maior dos seus problemas será aprender a tocar piano até o fim do semestre (ou era isso ou reprovação na certa). É aí que ela tem uma ideia mirabolante, chantagear Kim com um segredo e obriga-lo a dar aulas, e de quebra conseguir com que seus três únicos amigos toquem rock in roll na apresentação no final do semestre.
“Se não for difícil, não tem esforço. E, se não tiver esforço, ninguém se torna mais do que medíocre. (…) Se estiver fácil demais, você está fazendo errado.”
Meus caros, que livro gostoso! Já havia lido um conto da Babi, mas não esperava que fosse gostar tanto desse livro. Uma história com empoderamento, sororidade, representatividade, muita música e tudo que há de melhor.
Fico muito feliz de ter lido um livro solo da autora e não vejo a hora de poder ler outros, principalmente Alegro em Hip Hop, segundo livro da série Cidade da Música (o primeiro é Sonata em Punk Rock).
“Se tem alguém que nunca vai te abandonar, é sua música. É a única coisa em que podemos confiar. É a única coisa que não nos vira as costas.”
Se você está a procura de um livro recheado de muita música, com personagens super decididos e que estão em busca dos seus sonhos, tenho certeza que você irá amar essa história.
Por Bia Sousa
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