Alberto 09/10/2022
Pioneiro na viagem no tempo
H. G. Wells criou esta história quando passava por um período de "vacas magras". Precisando de dinheiro mesmo. A necessidade é realmente a mãe das invenções. No caso, da invenção fictícia da máquina do tempo. A ideia é bem simples, o protagonista, conhecido apenas como "O Viajante do Tempo", utiliza a quarta dimensão para se deslocar no tempo e avançar mais de 800 mil anos no futuro, onde se passa quase toda o enredo.
O foco do livro não são as questões científicas ou as consequências que uma viagem no tempo poderia acarretar. O objetivo foi mostrar, através de duas raças antagônicas (Elois e Morlocks), para onde a humanidade estava se caminhando e ainda criticar o capitalismo da época, bem como exaltar o comunismo, com ressalvas. Então vale a pena aumentar ainda mais a suspensão de descrença e deixar de lado quaisquer furos na trama. Ainda mais considerando que Wells lançou A Máquina do Tempo em 1895, e o livro é considerado "a primeira obra de ficção científica a propor o conceito da viagem no tempo usando um veículo que permite ao seu operador viajar propositadamente e de forma seletiva".
Eu achei o livro interessante na abordagem, mas com pouco desenvolvimento, tanto do enredo em si quanto dos personagens. Foi impossível não comparar com o filme de 2002, com Guy Pearce como protagonista. A obra cinematográfica é bem mais completa, adiciona diversas paradas a mais na viagem, aprofunda os personagens ? que ganham mais peso em suas motivações ? e ainda traz discussões sobre a viagem no tempo em si e seus paradoxos. Há uma considerável quantidade de tempo separando as duas obras e pode ser uma comparação injusta. Mesmo assim, desta vez, o filme foi melhor que o livro, com folga.