Guardiões do Louvre

Guardiões do Louvre Jiro Taniguchi




Resenhas - Guardians of the Louvre


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Paulo 03/06/2018

Guardiões do Louvre é um mangá único. O que torna esta obra genial não é apenas o fato de ela ser publicada em um formato gigante. O que torna esta obra genial não é apenas o fato de ela ser colorida. É simplesmente o fato de ter sido escrita e desenhada por um gênio da nona arte como o Jiro Taniguchi. Ao longo das páginas a gente se arrepia com um roteiro sensível e com uma arte de encantar o olhar. Quando chegamos à última página temos total consciência de que passamos por uma experiência única.

A edição do Pipoca e Nanquim é primorosa. Um acabamento lindo em um tamanho gigantesco. Guardiões do Louvre é o mangá de maiores dimensões publicado até o momento no Brasil. No alto de seus 31,6 x 26,4 ele consegue aproveitar todo o traço do autor conseguindo destacar aquilo que Taniguchi tem de melhor. O acabamento é em capa dura com um papel couché de alta gramatura. Dá a impressão de ser um mangá bem mais volumoso do que as 136 páginas aparentam. Ao final temos notas explicativas a respeito de alguns fatos comentados ao longo dos capítulos (algo exclusivo da edição brasileira) e biografias de alguns artistas como Corot, Van Gogh e outros. De fato é uma edição para colecionadores.

O roteiro de Taniguchi mantém toda a simplicidade que vimos em o Homem que Passeia. Não há grandes firulas aqui. O personagem não tem nome, o que sempre produz o efeito de o leitor poder se colocar no lugar dele. Esse efeito se soma às artes detalhadas do autor e até aos sons que ele consegue transmitir através das onomatopeias. O protagonista é um quadrinista que aproveitou a sua passagem por Madrid e foi até Paris conhecer a cidade. Ao ficar doente, ele precisou reduzir suas pretensões e visitar apenas o Louvre. Lá ele se depara com estranhas aparições de Nice, uma das Guardiãs do Louvre. Ela vai apresentar todo o mundo que existe dentro do museu. Uma proposta simples, mas apresentada com muito sentimento. Algumas passagens realmente arrepiam. Ao final o protagonista sai transformado de sua experiência vivida nos dias em que ele esteve em Paris.

Ser um mangá colorido não é o único detalhe que o torna deslumbrante. Se formos perceber a maneira como Taniguchi preenche os cenários, retrata os personagens, insere seus quadros na narrativa, o leitor vai constatando a qualidade do trabalho do autor. Os cenários dentro do museu são detalhados. Se vocês prestarem atenção aos salões do Louvre, vocês vão perceber que Taniguchi realmente desenhou a maior parte das obras de arte retratadas no museu. O que é aquela Mona Lisa? E os cenários amplos de Van Gogh? Tem um quadro enorme de Corot no capítulo três que é deslumbrante. Vou repetir: Taniguchi desenhou os quadros de grandes pintores do passado como parte de seu cenário. A quadrinização é um show à parte. Em vários momentos da narrativa, o autor emprega trípticos em que três quadros juntos formam uma cena. Tem um destes trípticos que é uma tomada de baixo para cima de uma igreja, Outro efeito que o autor abusa é das panorâmicas enormes com todo um horizonte no fundo. O detalhamento de cada casa, de cada árvore demonstra a qualidade e a sutileza do traço. Outro efeito bacana que eu gostei no mangá foi no capítulo 4 quando Taniguchi mostra algumas cenas em 1939 e ele as coloca em preto e branco. Dá um efeito bonito ao flashback e nessas cenas somos capazes de perceber como o traço do autor consegue ficar ainda mais redondinho.

"Tamanha era sua fidelidade ao desenhar a natureza que se tornou o pintor paisagista mais poético e livre de todos. Eu declaro, com todas as palavras, que amo as pinturas de Corot. E admiro profundamente o artista em si."

O aspecto fantástico da narrativa serve ao personagem e não o oposto. Então o autor não se incomoda muito em explicar o porquê das visões do protagonista. Elas servem ao propósito de contar a história. Achei interessante Taniguchi empregar Nice para ser a guia do protagonista pelos capítulos. A deusa da vitória está ali com a função de mostrar ao personagem como ele pode transcender seu estado atual. Possivelmente o que acontece com ele é fruto do que nos é revelado no último capítulo. Talvez um desejo inconsciente dele. Ou uma necessidade de fechar uma porta.

Guardiões do Louvre não é apenas um mangá que vai te mostrar os salões do museu. Nada disso. Taniguchi tem uma proposta bem clara aqui: mostrar qual a relação entre os japoneses e as obras de artistas franceses. Qual a visão japonesa sobre homens como Corot e Van Gogh. E existe um respeito mútuo de ambas as partes. Somos colocados com aquela dúvida na cabeça se por acaso alguns desses artistas realmente não foram influenciados pelo modo de viver dos japoneses. Há um fio condutor aqui: o apreço oriental pelo modo de vida simples, algo que o autor nos apresentou também em O Homem que Passeia. A capacidade de ter um olhar mais amplo sobre as coisas. Perceber as nuances da realidade que o cerca. Também tem a questão do flanêur, ou seja, do homem que perambula sem rumo. A arte de apreciar o ambiente apenas pelo prazer da apreciação. Mas, o autor vai além: o ato de flanar modifica o nosso íntimo. Somos afetados por essa percepção do mundo através de todo o nosso corpo. Somos capazes de superar adversidades e sanar dúvidas simplesmente olhando para dentro de nós dentro de um universo maior.

Algo que me arrepiou foi o capítulo 4. De fato eu não conhecia o que transcorreu no museu às vésperas da Segunda Guerra Mundial. Como historiador, eu estudei o nível de destruição de obras de arte causados pelos nazistas durante sua jornada rumo à conquista mundial. Eles destruíam de forma violenta tudo aquilo que não remetessem às suas origens germânicas. E muitas obras pagaram caro com isso através de seu desaparecimento dos anais da História. Ver como um curador de museu fez o possível e o impossível para resgatar obras de arte me emocionou. Nunca nos esqueçamos de que uma das funções da História, aquela criada por Heródoto, é ser capaz de fazer com que possamos compreender a cultura do outro para que haja o entendimento. Somente através do estudo das civilizações e de como estas são diferentes de nós é que seremos capazes de estabelecer laços de tolerância e romper os grilhões da ignorância.

Este é um mangá que eu vou guardar com carinho. Não apenas pela beleza de sua edição, mas pela mensagem que ele transmite a todos nós. Assim como O Homem que Passeia, é uma daquelas obras que vai deixar marcas nos leitores que atravessarem o mar de páginas belas deixadas pelo autor. E parabéns mais uma vez ao Pipoca e Nanquim por entregar esta obra de arte.

site: www.ficcoeshumanas.com
Guilherme Amaro 16/06/2018minha estante
Melhor resenha de todas . Parabéns definiu fielmente a obra prima.


Ígor Ferneda 04/07/2018minha estante
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Paulo 13/07/2018minha estante
Obrigado, Portuga!! Realmente Taniguchi é extraordinário!




Panda djpandacwb 15/05/2018

Uma notável aula
Aula de: arte, pintura, história, literatura e muito mais. Um passeio no Louvre, emocionante a cada página, lindo. Uma obra incrível.
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Lara 27/05/2018

Lindissimo!
Arte, cores, tradução, fontes, tudo perfeito e no capricho pela editora Pipoca e Nanquim.A história é cativante e conta a jornada de um rapaz que visita Paris e passa bom tempo no Museu do Louvre e interage com artistas e os guardiões do museu. O final é surpreendente e de uma sensibilidade ímpar.Gostei muito e recomendo a leitura pra qualquer idade.
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Guilherme Amaro 16/06/2018

Guardiões do Louvre
Uma linda HQ gigante colorida de Jiro Taniguchi, considerada a maior edição de mangá publicado no Brasil, capa dura, contém 136 páginas, o marca página com design, a Editora Pipoca e Nanquim realizaram um trabalho magnífico.
Presentiei minha mãe com essa obra.

Tabalho magistral do artista Jiro Taniguchi, desenhos coloridos espetacular da capital da França Paris e do Museu Louvre , onde o personagem principal encontra e diáloga com renomados pintores ( Van Gogh, Corot). Além de retratar a situação do Museu do Louvre na II Guerra Mundial e os bastidores de como foi o planejamento de esconder o acervo do museu das mãos dos Nazistas .

"Foi voce praticamente que invocou..Talvez esteja entre sonho e realidade, num local onde as almas se encontram " pg 84

"Uma encruzilhada onde as mais diversas épocas da história se intercalam . Um lugar onde se encontram as pessoas mais improváveis ... E onde por vezes, podemos nos prostrar diante da magnitude de um Leonardo Da Vinci. Um verdadeiro labirinto de mistérios..."
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Luciana 03/11/2018

Um pouco de história, com belas ilustrações!
A história de passa no Louvre, mas conta um pouco da história mundial, e de escritores e pintores que fizeram história no Japão e na própria França!
Uma HQ mais para ensinar, para contar história, mas com ilustrações lindas e de muito valor!
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Fabio Eloi 21/05/2019

Uma obra sobre o Louvre que honra o Artista e o Museu.
Antes desta obra chegar em minhas mãos eu tinha algumas informações a respeito. Sabia que era um mangá, ou seja, sua leitura era no estilo oriental. Por consequência sabia que o mangaká responsável pela obra era Jiro Taniguchi, que eu não conhecia o trabalho até então. Tinha consciência que o mangá havia sido encomendado pelo Museu do Louvre. Visualizei parte de seu conteúdo artístico na internet, o que de imediato me agradou.
Estas informações foram mais que suficientes para mim.
Quando coloquei minhas mãos neste mangá primeiro fiquei impressionado com o tamanho, com a qualidade gráfica e o acabamento da Edição lançada pela Editora Pipoca & Nanquim, sem dúvida um capricho que favorece muito a apreciação da obra. Finalmente começando a leitura fiquei fascinado com os traços (que em um primeiro momento até me remeteu a Linha Clara franco-belga), traços estes ricos em detalhes e cores leves deliciosas de olhar.
A história é bem simples, o que depois descobri ser a principal crítica negativa sobre a obra, mas realmente isso não me incomodou, já que a história acaba sendo um leve fio condutor por páginas e mais páginas belíssimas e de muita leveza e sensibilidade. A forma como Jiro Taniguchi brinca emulando alguns estilos artísticos (e algumas obras) dentro do seu próprio estilo é prazeroso de ver, colocado de forma muito natural e bela.
Depois de terminar a leitura tive que novamente folhear o mangá do início apenas observando e viajando nas artes, página por página...
Dois detalhes me incomodaram, mas são realmente detalhes que apenas chamaram minha atenção provavelmente por eu ser Designer e ter trabalhado em gráfica. Primeiro foram os nomes do Autor e da Obra na lombada com uma incomoda sombra preta atrás das letras (o destaque poderia ser resolvido de outra forma sem o uso destas sombras) e o segundo é em uma página interna que é quase totalmente preenchida com um céu bem azul, não sei se era intenção do artista deixar marcas verticais, mas sempre que eu olho me parecem marcas deixadas durante a impressão na gráfica.
De qualquer forma estas observações (preciosistas) não desqualificam a Obra de Jiro Taniguchi e a caprichada Edição nacional entregue pela Editora Pipoca & Nanquim. Tanto que dei de presente um outro exemplar para uma amiga que não é habituada em ler quadrinhos muito menos mangás, mas fiz isso com a certeza de que até mesmo alguém "não iniciado" neste mundo pode aproveitar a leitura e se encantar com as belas páginas da mesma forma que eu me encantei.
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Kekeu 01/01/2020

PETARDO
É sem dúvida uma obra espetacular!! Taniguchi é um mestre sem defeitos... O leitor deveras anda pelo Louvre com o protagonista conhecendo as histórias e objetos do local. Particularmente senti o vento...É lindo demais!!
Destaque total para o capricho e respeito dos meninos do Pipoca & Nanquim em manterem a qualidade da obra, na verdade superaram muito as publicações estrangeiras.
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08/01/2020

A arte é muito bonita e tudo mais, mas achei o enredo fraquinho. A parte mais interessante foi sobre o capítulo que conta o que fizeram com as obras valiosíssimas durante a Segunda Guerra Mundial. Achei interessante também a relação entre artistas japoneses e franceses.

Valeu a pena, só esperava um pouco mais.
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Diana Vila 04/02/2020

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Primeiro mangá que leio. Confesso que esperava muito mais do enredo, pensei se tratar de algum super mistério a ser desvendado, mas....enfim acho que fui com a expectativa alta de mais por se tratar de um livro que se passa no Louvre, e nesse ponto o artista não deixou a desejar. A arte é belíssima, muito delicada ?

Destaque para o capítulo sobre a operação de guerra coordenada por Jacques Jaujard, diretor do Louvre durante a Segunda Guerra Mundial para salvar as obras de artes de serem pilhadas e destruídas pelos nazistas. Capítulo simplesmente maravilhoso, que poderia ter sido muito mais explorado e desenvolvido.

Mas enfim, mergulhei na leitura desse primeiro mangá sem ter lido a sinopse, sem saber o que me esperava, e embora eu não tenha amado o enredo, recomendo, pois a arte vale muito a pena. E acho que até tomei gosto pela leitura de mangá ?
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caarolparker 04/02/2020

Incentivo à cultura
Um quadrinho que facilmente poderia se tonar ao incentivo a visita do Louvre ou outro museu. As ilustrações são aquarelas precisas.
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Gabriel 11/02/2020

Bonito...
Difícil colocar tanta história em tão poucas páginas
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Amanda | @mandalivros_ 03/04/2020

Ilustrações lindíssimas! A história também é bem legal e me fez mergulhar no Louvre.
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Yago Grassini Prevot 14/04/2020

#ESTANTEPN
Obrigatório para quem curte artes plásticas em geral.
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@leiolivros 16/04/2020

Lindo de ver e ler
Um pouco sem palavras, um pouco nostálgica e um tantinho emocionada, venho contar desse mangá que me pegou de surpresa.

Acompanhamos um artista japonês que, após uma excursão pela Europa, decide passar seus últimos dias no continente em Paris. Após sua primeira noite na cidade, ele acorda, febril, em meio a devaneios e delírios. Quando finalmente se sente um pouco melhor, resolve ir até o grande museu parisiense, Louvre, e lá se envolve em uma vivência fascinante envolvendo o passado, as artes, os artistas e toda a história que o palácio carrega.

A leitura desse mangá tamanho família é um pulo. Tive que me forçar a pará-lo no meio e terminar no dia seguinte só pra passar mais tempo degustando a experiência.

Pra mim, ler "Guardiões do Louvre" foi algo tocante por ser pessoal. Morei 6 meses na França e o Louvre era um ponto de passagem oficial toda vez que alguém me visitava. Apesar de não ser meu museu favorito de Paris (alô Centre Pompidou!), visitá-lo tantas vezes criou em mim um sentimento de apego, como se aquele lugar fosse um pouquinho meu. Esse mangá trouxe esse sentimento com tudo.

A história em si é muito simples. Nosso protagonista entra em contato com personagens históricos presentes no museu, pintores, obras de arte, antigos diretores... Tudo é contado por meio de ilustrações belíssimamente detalhadas que te puxam pra dentro da narrativa.

Apesar de não se aprofundar muito nos rápidos encontros que o protagonista tem com as figuras históricas que aparecem, o autor consegue passar sua mensagem:

Esse livro é sobre o amor a arte, sobre as nuances de emoções que ela nos faz sentir e sobre até onde seus amantes vão para protegê-las. O ponto alto da história é o relato sobre a evacuação das obras do Louvre frente à invasão nazista durante a segunda guerra. É de emocionar.

Além disso, o cuidado com a edição do livro foi ótimo. Capa dura, um marcador gigante pra combinar com o tamanho da obra e, ao final, várias referências dos artistas citados na narração para o leitor se aprofundar.

Amei e recomendo!
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Mariana 25/04/2020

Histórias desconhecidas
Os Guardiões do Louvre é um quadrinho japonês, por isso, a primeira impressão do livro surpreende, pelo tamanho e pela forma de leitura (seguindo a lógica japonesa - invertido para nós). Os quadrinhos são lindos! Os detalhes são maravilhosos! A experiência inicial é também estética.
Até a metade da história o enredo é bom, mas sem grandes diferenciais porém, a história se torna informativa sobre o período da primeira guerra mundial. Histórias da proteção das obras antes da guerra, em geral, desconhecidas. Quem foram os guardiões das obras do Louvre?
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