Uma história desagradável

Uma história desagradável Fiódor Dostoiévski




Resenhas - Uma história desagradável


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Bookster Pedro Pacifico 29/03/2024

Uma história desagradável, de Fiódor Dostoiévski
Diferentemente do seus romances mais densos, que se aprofundam nos conflitos e angústias dos personagens, “Uma história desagradável” é uma obra curta e que revela um Dostoiévski mais cômico e menos psicológico. E o que começa com uma premissa bem humorada, acaba levando para um desenvolvimento desagradável – para não dizer caótico.

No dia da festa de seu casamento, Pseldonímov recebe uma visita um tanto quanto inusitada: o seu chefe, Ivan Pralínski aparece de surpresa e sem ter sido convidado – até porque não há uma relação próxima entre os funcionários de cargos hierárquicos tão distantes. A ideia surge em Pralínski depois de tomar algumas taças de champanhe, mesclando um ato altruísta com uma certa curiosidade de conhecer uma festividade de um nível social muito abaixo do seu.

E não bastasse a surpresa gerada pelo (não) convidado incomum, Pseldonímov precisa lidar com um chefe embriagado e dono de um ego maior do que sua residência. Pralínski fará de tudo para conquistar aqueles a sua volta e mostrar que está acima de todos: afinal, como poderiam não ficar impressionados com ele?

Publicado em 1862, a novela é uma leitura muito interessante e que de forma muito acessível se aprofunda em questões sociais, diferenças de classes e a ideia do ridículo. Não há como se deparar com a situação e não sentir constrangimento por todos os envolvidos. Por ser uma leitura fácil, “Uma história desagradável” pode ser uma boa opção para quem nunca leu nada do autor.

Nota: 9/10

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Cinara... 15/05/2021

A vergonha humana é hilária!
"... Ivan Ilitch descobriu em si um talento inesperado: o de cuspir. Pelo menos, a saliva começou a sair de sua boca de um modo totalmente independente de sua vontade. Percebeu isso em Akim Petróvitch, em cuja bochecha via respingos que este, por respeito, não ousava limpar. Ivan Ilitch pegou o guardanapo e de repente começou ele mesmo a secá-lo. Mas logo isso pareceu tão absurdo, tão sem sentido que se calou e parou atônito. Embora Akim Petróvitch tivesse terminado sua bebida, permaneceu sentado como se tivesse sido escaldado."

A história é desagradável para TODOS, para todos os personagens. Mas pra mim foi muito engraçada!??
Quem nunca achou que estava arrasando mas no fim estava passando a maior vergonha de sua vida? ?
Quem nunca arquitetou todas as falas, todos os gestos antes de uma festa, evento ou antes de se encontrar com alguém e no fim sai tudo errado?
Aposto que esse livro deve ser o livro mais engraçado do Dostô.
Ri o tempo todo! E olha que é difícil livros me fazerem rir!
O ser humano veio pra terra só pra passar vergonha mesmo! ??
A crítica social como sempre presente em todo o livro. Dostoiévski queria criticar a sociedade daquela época e mal sabia ele que no ano de 2021 tudo estaria igualzinho.
Ah que bonitinho ele citando Gogol! ( Que eu amo tanto!)
Amei!
Pra quem não sabe por onde começar com Dostoiévski é uma ótima pedida, mas não espere esse humor todo em seus outros livros.
E esse é o Ivan Ilitch do Dostoiévski e não do Tolstói ? Ivan Ilitch deve ser o José da Silva da Rússia.
Mari 03/02/2022minha estante
Você recomenda alguma ordem para ler os contos do Ivan ilitich?


Cinara... 03/02/2022minha estante
Mari os contos do Dostoiévski não tem ligações entre eles pode ler na ordem que vc desejar!?




Jardim de histórias 18/11/2022

Um soco no estômago da hipocrisia.
Somente Dostoievski para abordar um tema tão peculiar que retrata a aristocracia russa do século XIX e a idéia de superioridade em relação aos mais vulneráveis. De certa forma, um comportamento totalmente transcendental ou seja, facilmente aplicado nos tempos atuais. A aristocracia, segundo a perspicácia Dostoievskiana, apresenta aquela preocupação de como a sociedade a enxerga, fazendo com que, se produza um discurso populista disfarçado de humanista totalmente contraditório a realidade, o que no conto, é facilmente refutado. Com um humor ácido e passagens desagradáveis justamente para subverter o glamour vazio existente na necessidade de se sentir burguês, faz com que essa curta história e muito bem contada, se torne um livro fácil de ler e muito divertido, um conto do sofrimento recíproco de duas pessoas sobre as quais, no mesmo grau, desencadeando em uma história desagradável. Porém, não se enganem com Dostoievski, por de trás desse humor russo, existe uma pitada ostensiva muito bem apimentada de críticas sociais robustas.
Um conto incrível!

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Jaqueline 03/04/2022

Leitura mais fácil do que "Recordações da Casa dos Mortos", conseguiu retratar em poucas palavras um período de grandes reformas e a incansável tentativa do ser humano em provar seu ponto de vista sem se preocupar com os que estão ao redor. É interessante ver como o autor consegue mudar o estilo de escrita e nos proporcionar uma experiência que varia entre o sarcástico e o cômico, sem perder o tom de crítica social.

O posfácio de Riémizov já dizia: "Dostoiévski veio ao mundo não para admirar a terra, o espaço e a beleza do mundo de Deus (...); Dostoiévski veio para julgar a criatura de Deus, o homem, criado à sua imagem e semelhança".
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Claudia.livros 22/01/2024

Mais um Dostoiévski concluído.
Uma narrativa para lá de irreverente. Sarcástico e levemente cruel, o narrador nos leva para um pequeno trecho da vida de Ivan Ilitch Pralinsky.

Um senhor distinto, de alto cargo público, que numa noite infeliz em sua vida, acha por bem participar da festa de casamento de seu funcionário, sem ao menos ter sido convidado.

Completamente bêbado e mortalmente irritado com pecuinhas, Ivan vê sua vida revirada por causa dessa infeliz escolha, em que, por se achar de bom coração, quis dar de si para "o povo". Para toda a humanidade.

Dostoiévski nos mostra uns tipos que existiam na Rússia em seu tempo, niilistas e socialistas com um viés populista (que são diferentes daqueles niilistas dos anos 1840) que, mesmo sem terem qualquer relação com as massas camponesas, diziam estar lutando por elas.

Livrinho pequeno, repleto de reflexões e referências, muito bem humorado, mas que, apesar da aparência de leveza e humor, nos leva diretamente ao caos que se instala nas vidas de Pralinsky (o chefe penetra da festa) e Pseldonímov (o noivo, funcionário de Pralinsky) à partir de suas decisões.

Tem um narrador irônico e sagaz, que transforma a leitura numa experiência maravilhosa. Apesar da vergonha alheia ?
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PH 14/11/2016

O verdadeiro protótipo do homem do subsolo?
Já li alguns títulos de Dostoiévski e, logo que comecei a entender o enredo do presente livro, fui tomado por uma sensação de que algo grande estava por vir: dito e feito. O livro tem um enredo absolutamente extraordinário e enxerguei no personagem principal uma espécie de protótipo do homem do subsolo. Ivan vive em uma espécie de dilema por não agir performativamente de acordo com as suas próprias ideias. Nesse sentido, as constantes falhas, os desastres, a forma como tudo parece fugir de seu controle denunciam a própria angústia dessa narrativa que, pelo próprio absurdo de algumas situações, também suscita risos, embora nunca propriamente soltos, mas sempre contidos, nervosos, como se estivéssemos desconfortáveis. A virada que Dostoiévski opera pintando o quadro subjetivo do casamento de Pseldonímov, mostrando as condições para realização de tal festa e seu contexto, para mim, foi decisiva para dar mais peso ainda para narrativa. Simplesmente genial. Minhas recomendações para o livro são totais.
Emanuell K. 15/11/2016minha estante
Fiquei interessado!


PH 21/11/2016minha estante
Não vai se arrepender, Emanuell. É super curto, mas vai na lata!




Alice 22/02/2023

Nossa parece que eu li um trem bater e descarrilar de vez! Nossa mas os personagens do Dostoievski são realmente impressionantes, são uns tipo bem específicos que meu Deus! Esse desse livro então? Mais obtuso impossível! Que aflição, coitado do subordinado!
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Bel * Hygge Library 09/03/2020

"Uma história desagradável" (Fiódor Dostoiévski)
Sabe quando não estamos afim de lermos algo mais longo e pegamos um livro curtinho para sentar e ler até o fim? Então, fiz isso com essa novela e me surpreendi com o tamanho da reflexão que o autor apresenta sobre a sociedade russa, assim como a sua hierarquia.
Sabe o que mais me impressionou nesta novela? Que muitos "tipos" da sociedade não mudaram e continuam por aí cheios de soberba e superioridade. Impressionante. O tom cômico é na medida certa.
Mireille 09/03/2020minha estante
Me interessei!


Bel * Hygge Library 09/03/2020minha estante
Pode ler que vc vai gostar, é bem divertido até!




Gustavo611 07/03/2023

Primeiro livro do Dostoiévski que li, não poderia ter escolhido melhor. Uma história curta, porém recheada de crítica social para a Rússia daquele então. É possível dar boas risadas (de nervoso), mas este é um livro para se permitir sentir vergonha alheia do personagem principal sem qualquer censura.
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Gisele.Rodrigues 24/11/2020

Uma história pra mim nada desagradável , a não ser para o casal da história.
Eu ri do começo ao fim, uma daquelas histórias de vergonha alheia, sim você sente vergonha pelo personagem de Ivan Ilitch, um aristocrata orgulhoso, arrogante e que gosta muito de parecer bom a vista de todos. Em uma tentativa de parecer generoso, ele acaba, ao invés de ajudar, piorando a situação de seu empregado no dia do seu casamento. Uma história das mais engraçadas de Dostoiévski. Recomendo!
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Tellys 09/09/2020

O bode na sala!
Uma historia que intriga pela angústia do constrangimento e por nos remeter à situações corriqueiras no dia-a-dia de uma sociedade tão desigual quanto à nossa. As vezes fica a impressão que a ficção jamais conseguirá ser tão cruel quanto à realidade, todavia em escritos como Uma história desagradável essa distância parece desaparecer.
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Sérgio 27/03/2021

De fato, desagradável!
O livro aborda, em poucas páginas, a "aventura" de um protagonista que ocupa um cargo oficial elevado e que, em razão disso, crê que o mundo deva se curvar a qualquer mínimo ato de gentileza ou educação praticado por ele. Ligeiramente (ou nem tanto) embriagado, o narrador decide participar - como que de surpresa, sem ser convidado - de um casamento de seu subordinado, e imagina que por esse seu comparecimento se tornaria merecedor de louros eternos, que seu comportamento traria uma bênção e pureza imensuráveis ao seu "felizardo" subordinado. A perspectiva megalomaníaca desse protagonista é capaz de incutir no leitor o sentimento mais autêntico de "vergonha alheia". A leitura, ao tempo em que nos traz um protagonista totalmente desprovido de bom senso (apesar de haver uma parcela de boa intenção aí), traz situações hilárias, além de uma reflexão relevante sobre a nossa importância na vida da sociedade em que estamos inseridos.
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triz.machado 09/12/2022

Suas ações correspondem ao seu discurso?
Aqui temos uma crítica de Dostoiévski à sociedade de seu tempo e que se encaixa perfeitamente aos dias atuais.

Em primeiro lugar há contexto histórico por trás: as reformas de Alexandre II que já foram exaustivamente discorrida neste bookstagram, mas como resumo temos o fim do regime de servidão, a criação de um tribunal do júri, etc. Então, surge o progresso da Rússia tsarista nas mãos do que seria um dos tsares mais liberais que o país já teve: Alexandre II.

Diante disso, temos Ivan Ilitch Pralínski, personagem principal que é um alto funcionário da burocracia russa, mais precisamente conselheiro de Estado, que dava direito à nobreza hereditária. Ele e mais dois colegas estão em uma reunião/festa se mostra altamente sensível com tais propostas e reformas, principalmente com o fim da servidão. Ele seria o mais progressista dos amigos, enquanto um se mostra moderado e o outro conservador, contra as reformas do tsar.

Desentendedo-se com seu amigos, Pralísnki se coloca em situações que permitem "provar o quão bom ser humano ele é" (sim, aspas). Quando está indo embora da reunião, escuta músicas, o que daria indícios de pessoas festejando por perto. Imediatamente decide ir lá, mas à pé. Ele não vai assim porque quer, mas sim porque seu conchevo não estava lá, estava na festa. Temos aqui o primeiro surto de Pralínski, afirmando que seu funcionário deveria serví-lo (que bom ser humano -sqn).

A festa é de Pseldonímov, subalterno de Pralínski e este transforma a comemoração em um inferno. Inúmeras vezes Pralínski quer se gabar de sua humanidade, quando na verdade usava isso se mostrar uma boa pessoa diante dos mais pobres, quando na verdade era tão ruim quanto seu colega conservador.

Dostoiévski aqui mostra que a desigualdade social não seria varrida do horizonte com um simples decreto. Muitas pessoas, embora se mostrem boas nas redes sociais, por trás da tela podem ser mais ruins do que se possa imaginar. Muitas podem ser boas apenas para ter seu ego amaciado pela grande massa de @'s (arrobas) nas redes sociais.

Já pensaram nisso?

site: https://www.instagram.com/readstriz/
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