Diário de um Cucaracha

Diário de um Cucaracha Henfil




Resenhas - Diário de um cucaracha


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Paulo Augusto 13/11/2023

Na década de 1970...
O livro foi me apresentado como muito interessante, cheio de ironias e histórias engraçadas. O formato de cartas não me empolgou e não curti boa parte da obra. Acho que é um livro bom mas datado, entretanto não conheço a terra do Tio Sam e isso prejudica minha percepção das histórias.
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Alice 12/03/2022

Um mineiro em Nova York
Diário de um Cucaracha foi publicado em 1976 e conta a experiência do jornalista, cartunista e escritor Henrique de Souza Filho, mais conhecido como Henfil, em Nova York entre os anos de 1973 e 1975. Podemos classificar a obra como pertencente ao gênero “memórias”, que tem um lugar especial no meu coração. O livro é uma organização de cartas (e uma entrevista dada ao periódico Pasquim em 1973) enviadas por Henfil para sua família e amigos durante o período. Apesar de não se tratar de um material escrito com um livro especificamente em mente, as cartas seguem uma ordem cronológica e juntas conseguem mostrar um contexto da vida do autor naquele momento, trazendo especialmente suas razões para sair do Brasil naquele momento e a dificuldade em se adaptar em um novo país.

Eu não conhecia muito sobre a vida e obra de Henfil e esse foi um excelente livro para isso. Há algo muito intimista em ler sobre a vida de outra pessoa escrita por ela mesma, e há algo quase com um tom proibido em ler a correspondência alheia. Posso chamar o sentimento que me atraiu ao livro como uma “fofoca saudável e edificante”, atrelada ao meu amor pelo gênero. Acho incrível ler memórias, pois acredito que todo mundo tem uma história. Bem contada, tudo fica interessante, e é em livros assim que descobrimos situações semelhantes, comparamos experiências e vivências e crescemos tanto como leitores quanto pessoas.

Começamos o livro com uma carta de 3 de outubro de 1973, com Henfil avisando para a mãe que chegou em Nova York apesar do medo de voar, dizendo estar “ainda grogue do Mandrix que tomei para desmaiar e aguentar o medão enorme de avião” (p. 11). Já nas primeiras correspondências eu comecei a pensar em como cartas precisam de criatividade e dedicação. Hoje em dia trocamos algumas mensagens curtas ou já partimos direto para o áudio. Isso me fez refletir sobre as dificuldades de comunicação na década, especialmente no caso de Henfil, que ainda publicava em jornais e revistas no Brasil e constantemente enviava seus desenhos e precisava ler os materiais aqui publicados. Cartas eram a solução para notícias e comunicar desejos, o que dá a essas viagens uma excelente oportunidade de registro. Palmas para o autor, que demonstra uma excelente capacidade de catalogar e editar seu material pessoal, ao mesmo tempo que consegue nos mostrar as características de sua escrita: intimista, engraçada, direta e um pouco sádica. Eu gostei.

Resenha completa no blog viagem literária!

site: http://www.viagemliteraria.com.br/2022/02/diario-de-um-cucaracha-henfil.html
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danton k 13/09/2012

Este livro diz muito sobre o que é ser brasileiro... e ainda por cima com um texto brilhante, engraçado, gostoso de ler. Emocionante o trecho em que ele cita a morte do Victor Jara. Enfim, recomendável para qualquer área do conhecimento.
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Celia 07/04/2012

Diário de um Cucaracha
A capa desse livro não deve ser tocado por sinestésicos! Afora isso é um livro de memórias da estada de Henfil em Nova York e é bem legal de ser lido. O que me levou a lê-lo foi, na época, a música, porque eu não sabia quem era o Henfil, por isso desconhecia o irmão dele e estava indecisa sobre ele devia voltar ou não. Eu era uma menina nessa época e estava começando a conhecer o mundo cão daquela época negra da história do Brasil.
A discriminação americana contra latinos é recorrente aqui, uma vez que ele viveu na pele esse fato. Gostoso de ler, Henfil tinha uma maneira irônica de escrever.
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Lari 28/10/2010

Diário de um Cucaracha
Devo começar essa resenha com um chavão: todos os livros correspondem à parte de alguém. Não é um chavão? Para mim é. Cada livro que leio é uma história de amor, umas bem sucedidas e outras não, ‘Diário de um Cucaracha’ definitivamente foi bem sucedida.


Como todas as histórias começarei pelo início, a capa (ou aparência) o titulo, escrito com nítida associação a bandeira dos EUA, e uma barata, mais que o suficiente para lê-lo. Não? Se a capa não bastasse para ler essa obra o autor certamente bastaria: Henfil.

Se ainda assim alguém ficou em dúvida entre ler ou não uma última informação sobre o livro é definitiva, trate-se de uma coletânea de cartas escritas pelo próprio Henfil á parentes e amigos, que correspondem ao tempo que o autor passou nos Estados Unidos.

As cartas datam de 1973 a 1975 e são paralelas a momentos críticos do regime militar brasileiro. Nelas podemos verificar ocasiões vividas por Henfil como o exílio de seu irmão, caçado pelos militares, ou as constantes investidas da censura ao Pasquim (semanário brasileiro que existiu entre 1969 e 1991, idealizado por nomes como Ziraldo, Millôr e Jaguar, onde Henfil era colaborador).

Sou apaixonada por história, e seria mentira dizer que não achei emocionante ver, da perspectiva de alguém que vivenciava aquele momento, o que foi a ditadura militar. Sim, mas essa é só uma das atrações deste livro, a menor delas na minha singela opinião.

O livro conta principalmente a vida de Henfil nos EUA, a vida dos cucarachas (baratas, apelido dado pelos norte-americanos aos centro e sul-americanos imigrantes) na “Terra Prometida”, a rotina de um cartunista prestigiado no Brasil em um país no qual não é reconhecido, aliás não é ninguém. Como ele sobrevive em um lugar com cultura e língua diferentes, sem sequer falar o idioma. Essas histórias são contadas com o humor típico do autor, tornando-as ainda mais fascinantes. No livro podemos acompanhar a primeira vez em que o autor viu neve, ou ainda suas aventuras no sistema público de saúde americano.

Essa é a temática das cartas, e é extasiante. Mas o que torna esse livro simplesmente espetacular não é temática em si, é a linguagem. Por se tratar de cartas particulares é óbvio que a escrita é muito íntima, é óbvio, mas ainda assim notável. A leitura se torna prazerosa, como se você fizesse parte daquilo tudo. Como ler cartas trocadas entre Henfil e Tárik de Souza (importante repórter e crítico músical) e não se impressionar? Se ainda assim você não se interessou pela obra, sou obrigada a fazer um último apelo, leia a entrevista feita ao Henfil por Jaguar, Ziraldo, Sérgio Cabral e Millôr, ela foi censurada pela ditadura e nunca chegou a ser publicada no Pasquim, no livro pode-se lê-la na integra, é simplesmente espetacular.


===> Leia mais resenhas culturais em www.artilhariacultural.com
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